História The Book of the Sect - Capítulo 1

Capítulo 1

Era uma manhã fria, e tempestuosa, ameaçada de chuva  pelas nuvens cinzas, esses eram os dias favoritos de Ciel Phantomhive que lia pacientemente a materia no jornal de mais um de seus casos solucionados, e como sempre o Yard levava o crédito, mas era melhor, continuar no anonimato sendo só mais uma lenda contada no submundo.

Duas batidas na porta foram ouvidas e logo seu elegante mordomo vestido em seu clássico fraquê preto adentrou trazendo consigo uma carta em uma bandeja de prata reluzente, Ciel a pegou, e pelo celo real já sabia que era uma carta da rainha, abriu a carta e leu-a pacientemente. 

Caro Ciel, muitíssimo obrigada por finalmente prender aquele assassino e devolver paz as ruas de Londres, mas o assunto dessa carta é muito mais sério e preocupante. Creio que saiba da existência dos acampamentos ciganos nas florestas, e da taxa paga por alguns nobres para a diminuição de roubos e delitos, mas ultimamente muitas mulheres ciganas tem desaparecido misteriosamente e voltado grávidas em seu sexto mês de gravidez, sendo que a maioria delas nem era casada, mas o importante é que as crianças nascidas ao completar dois anos entram em estado de combustão espontânea. Rumores de maldições tem se alastrado como fogo. Por favor meu menino, cuide do caso. Acho realmente muito perigoso que vá sozinho em uma missão dessa magnitude então receberá ajuda do meu fiel cão de caça.

Atenciosamente, rainha Vitoria.

-Cão de Caça? -Pensou alto Ciel, tentando se lembrar se alguma vez já ouvira tal denominação, mas assim como Cão de Guarda deveria ser algo extremamente secreto.-Sebastian, prepare as malas e uma carruagem, partiremos em breve.

***

A viagem fora longa, e tão torturosamente quieta que até mesmo Ciel se vira tentado a puxar assunto com Sebastian, mas teve de se contentar em observar a paisagem da sombria e selvagem floresta rechada de uivos de lobos raivosos.

Finalmente chegaram ao seu destino, uma mansão tão sombria e fria quanto a floresta que a cercava, depois de insistentes batidas um homem abriu as grandes portas de carvalho. Sua pele morena, seu bigode e barbas longos e grisalhos juntamente com seu turbante não contestavam sua origem árabe.

-Por favor queiram entrar, a mestra os aguarda.- Disse em voz calmo e sereno dando passagem aos convidados.

Um grande urso empalhado guardava a entrada que logo fora vencida por ambos. As paredes dos grandes corredores eram decoradas com diversas cabeças, na maioria de lobos e ursos mas algumas panteras e alces chamavam atenção.

Aquele cenário sombrio fez a mente de Ciel viajar ao pensar que aparência poderia ter o Cão de Caça, achou até graça da imagem de um homem velho e barbudo, segurando uma espingarda vestido com um casado de pele de urso com um cão feroz ao seu lado que apareceu repentinamente em seus pensamentos.

Uma música começara a tocar alta no corredor, ficava cada vez mais alta conforme se aproximaram da grande porta pinheiro. O homem parou a frente da porta e bateu algumas vezes, depois de outras batidas um pouco mais violentas uma resposta fora ouvida.

-Oh, já estou indo.- Uma voz feminina respondeu e logo a música parou, depois de alguns minutos a posta fora destrancada e aberta revelando uma bela mulher.

Seus cabelos longos e negros levemente cacheados lhe caíam sobre os ombros se misturando com o azul intenso do vestido que a mesma trajava, seus olhos verdes intensos olhavam Ciel de forma avaliativa e provocativa, e lançava um sorriso insinuoso para o mesmo. Sua face alva de traços fortes lhe lançavam um ar maduro mas sem lhe tirar a beleza e a juventude juntamente provocantes.

-Que bom que chegaram. Vamos, entrem. -Deu-lhes passagem e logo estavam sentados em uma poutrona de puro couro a beira de uma lareira em brasas. -Já ouvi tanto falar de você. Me admira ser tão jovem. -Disse com um sorriso cheio de entusiasmo.

-Mas eu nunca ouvi falar de você, nem da existência de um Cão de Caça. -Falou rispidamente com a friesa e seriedade estampados em sua voz.

-Realmente... Mas deve saber que anonimato e descrição são nossas maiores armas, principalmente quando se vive viajando -Felou para si mesma cheia de ironia.-.  Essa é a primeira vez que o Cão de Guarda e o Cão de Caça trabalham juntos. Oh, onde estão meus modos, Elizabeth Arquifield. 

Estendeu sua mão para um caloroso aperto, mas logo a mesma fora apanhada por Ciel e beijada. -Prazer, Ciel Phantomhive.

-Oras, além de incrivelmente lindo também é galanteador? Os homens de hoje em dia são realmente maravilhosos. -Disse lançando um olhar insinuoso para Ciel- Lucius, traga chá para os convidados.

-Sim, madame. -Fez uma breve reverência e logo saiu.

Elizabeth levantou-se indo em direção a uma prateleira cheia de garrafas de vinho, pegou uma taça e serviu. -Vinho? -Ciel negou -E você mordomo? Me parece ter um gosto bastante refinado.

-Devo recusar Milady. -Respondeu sorrindo.

-Hum? Entendo. Também proibi meus servos de beberem no serviço. -Disse sentando-se novamente e bebendo seu vinho.- Ciel, vamos jantar e dormir para repor as energias, amanhã conversaremos sobre o caso.