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História The boy and the demon - Entre desejos e virtudes (parte 1)


Escrita por: Kliyar_LE

Notas do Autor


boa leitura, meus amores.

Capítulo 53 - Entre desejos e virtudes (parte 1)


Fanfic / Fanfiction The boy and the demon - Entre desejos e virtudes (parte 1)

Recostado nas barras metálicas, Erwin respirava com dificuldade conforme sentia sua pele queimar com o poder da criatura que o curava. Não imaginava que o processo fosse tão doloroso e entretanto apenas podia agradecer aos céus por não estar no lugar daquele que o ajudava, pois o sangue pingava de suas órbitas e podia ouvi-lo rosnar numa tentativa de conter os gritos que queriam escapar entre cada oração professada.

Quando a cura finalmente terminou o loiro pode ver Levi despencar para trás com Eren tentando o amparar de forma desajeitada. Ele estava ofegante e suado, com o corpo repleto de veias negras, caninos saltados e as unhas transformadas em garras. Já havia visto uma versão menos assustadora dessa transformação no passado quando o hibrido curou um corte acidental do amado, mas aquela forma, digamos, demoníaca completa, era realmente indescritível em palavras:

- Levi, tu está...

- Estou bem. -cortou fala do loiro com uma mão cobrindo os olhos e a respiração ofegante- Se era só isso que desejavam então podem desaparecer daqui.

- Não seja assim. Queremos apenas conversar... - o nobre lamentou ajudando o alquimista a se levantar.

- Não temos nada a falar contigo, lorde Reiss - O moreno afirmou convicto olhando de canto de olho para o Smith cansado e pensativo, ele havia notado a cela trancada em falso, mas por algum motivo desconhecido para o de olhos verdes, havia optado por não dizer nada.

Por sua vez, Erwin já planejava silenciosamente uma forma de soltar os dois amigos mesmo que tivesse de trair o homem ao seu lado. Havia mudado de opinião sobre sua própria capacidade de produzir a pedra filosofal e tudo o que desejava era encontrar Gabi e deixar aquele lugar para nunca mais retornar:

- B-bem... -Rod pigarreou tirando todos de seus respectivos pensamentos- Talvez tu não o tenhas, Eren, mas Levi pode ter uma ideia diferente depois de escutar minhas palavras.

- E Então? - o hibrido questionou sentando-se com dificuldades para lhe dar a atenção desejada enquanto tentava ganhar tempo para pensar em como sair daquela situação complicada.

- Não quero que me entendam mal. Eu nunca quis os prender, mas não me restou outra escolha uma vez que ambos planejavam denunciar-me levando minha querida filha como cúmplice - ele começou por se justificar.

- A Historia sempre desaprovou teus experimentos imorais. Não fomos nós que a convencemos a nada, muito pelo contrário - Eren respondeu pelo marido notando como Erwin parecia tentar ganhar distância do nobre e sorrindo de lado ao constatar que o alquimista planejava os ajudar.

- E eu acredito. Minha filha nunca conseguiu ver o lado nobre do meu trabalho... - o lorde prosseguia com seu lamento incapaz de perceber o rumo que aquela situação tinha tomado.

- Não existe nobreza alguma em matar inocentes sem piedade - Levi apontou cruzando os braços.

- Mas existe em salvar centenas com pequenos sacrifícios calculados!

- Desista, Rod. Nós nunca concordarmos com o que deseja fazer. -o moreno afirmou decidido- Os fins não justificam os teus atos.

- E se no fim eu pudesse garantir o maior desejo de vocês os dois realizado? -encarou Levi que seria o alvo mais fácil para cair em suas palavras. Aquilo tudo era por ele afinal- Não falo da cura do Eren apenas, embora eu planeje o fazer. Falo do teu maior desejo de verdade! Aquele egoísta que tu não contas a ninguém e que tinhas desde antes de conhecer esse rapaz ao teu lado.

- Meu maior desejo? - a dúvida tremulava na voz do hibrido que intercalava seu olhar entre o marido preocupado e o homem que tentava o convencer com doces palavras.

- Isso mesmo. Posso fazer-te inteiro, Levi. Posso tornar-te um anjo completo e capaz de curar Eren com tuas próprias mãos.

- Não dê ouvidos a ele, amor meu. Isso é pura lorota! - Eren ditou desacreditado por ver o amado demonstrar interesse por aquela proposta descabida.

- Não estou mentindo. Eu posso fazer! Veja! -o nobre puxou um pergaminho de dentro da roupa, aquele que L'étoile havia lhe dado na carruagem- Aqui diz exatamente como fazer. Podes ser normal... Sem mais se esconder ou assustar todos que te virem, podes viver em paz... Diga, queres ser um anjo completo? Um demônio completo? Eu posso faze-lo! Ou ainda mais... queres ter uma vida normal ao lado dos teus amigos mortais? Envelhecer com eles? Queres ser humano, Levi? Posso curar Eren e te dar uma vida mortal ao lado dele se desejar ou se fores ainda mais ambicioso posso tornar teu amigo de olhos verdes imortal como tu. Basta dizer.

Imortalidade. Essa palavra ecoava em sua mente como uma solução para seus problemas. Eren poderia ser um ser místico e imortal como ele? Uma criatura cujo a existência só pode ser extirpada por ferramentas místicas de origem sombria ou divina? Era bom demais para ser verdade e entretanto o pergaminho dizendo que aquilo era possível estava ali, diante de seus olhos.

Mas será que seu companheiro desejava isso? Viver eternamente vendo todos que ama morrerem?

Sim, a imortalidade parecia tentadora num primeiro momento, mas tornava-se um fardo doloroso com o tempo e isso era algo que ele sabia muito bem. Entretanto...

Viver ao lado de Eren... Envelhecer com ele... Morrer com ele... Sem mais se esconder e sem mais temer pela segurança daqueles que escolhiam ficar ao seu lado... Seria como um sonho se tornando realidade:

- Pode me tornar... Humano? - Murmurou desconcertado. Nunca havia parado para pensar em tal possibilidade, mas de fato, era algo que lhe deixaria satisfeito. Afinal, se ele fosse humano desde o princípio, Farlan ainda estaria ali e talvez Isabel também não tivesse...

- Levi, não se deixe levar! - o grito de Eren o tirou de seus pensamentos e só então notou que já agarrava a grade como se quisesse abri-la.

Olhando para as próprias mãos grotesca ele fechou o punho decididamente. Virou-se então para o amado num olhar que oscilava entre o entristecido, porém determinado, murmurou um pedido de desculpas e então voltou a encarar o lorde fixamente já com sua decisão tomada:

- Como? - perguntou com convicção e então Rod sorriu largamente aproximando-se mais da grade.

- Está tudo aqui. É um ritual simples, mas... precisamos de uma pedra filosofal de alto nível. -mencionou com cautela ao ver como o semblante esperançoso se fechava ao simplesmente tocar no assunto daquele objeto- Ouça, eu sei que parece mal... São dois sacrifícios... Mas pensa em ti mesmo por um momento. Pensa no Eren! -começou por argumentar- Tu podes cura-lo e podes ser normal para viver uma vida longa e feliz ao lado dele além de todas as outras pessoas que vamos ajudar. Levi... Eu não lhes disse antes, mas um dos sacrifícios é uma criminosa! Uma pessoa que tira dos outros por benefício próprio e que provavelmente receberia pena de morte mais cedo ou mais tarde por roubar suprimentos em época de escassez e o outro... Eu ainda não o escolhi por medo de que morra antes do dia, mas será alguém já de idade avançada cujo a vida já esteja no fim, talvez até um moribundo. São duas pessoas cujo a morte acontecerá num futuro próximo seja para criar a pedra ou não. Eu entendo completamente o sentimento de tirar vidas e o peso que ele tem, mas... Coloque tudo na balança, Levi. E veja como, no fim, tudo pende a favor de criar a pedra filosofal... Tudo o que eu desejo é te ajudar.

- Mas por que? -o hibrido soou confuso, sua voz prestes a quebrar com a incapacidade de compreender os motivos daquele homem se esfotçar tanto para o convencer e ajudar- Por que tanto empenho em realizar minhas vontades? Não sou nada teu, nem amigo, nem familiar. Sou apenas um estranho que veio até teu castelo acompanhando um de teus colegas de trabalho.

- Isso... -ponderou a melhor forma de responder- Alguém me pediu para o fazer.

- Alguém? - incentivou para que continuasse.

- Uma criatura de asas brancas que um dia se disfarçou de humano, um... anjo... Senhor L'étoile. Ele me ensinou a fazer a pedra para curar minha filha e disse que, em troca, um dia eu teria de o retribuir na mesma moeda. Essa criatura... - os pontos pareceram se ligar na mente do nobre que abriu a boca lentamente enquanto seus olhos se arregalavam.

De repente tudo se tornava tão óbvio que sentia-se estupido por não ter notado. Levi era metade anjo e metade demônio e se olhasse bem, havia certa semelhança entre ele e aquele ser que, vez ou outra, o ameaçava.

Aqueles olhos cinzentos tão semelhantes ao azul profundo de L'étoile. Aquela aura intimidade que ambos emanava com um único olhar.

Claro. Não havia nada mais lógico. Quem mais se preocuparia tanto com o bem estar de alguém se não outro da própria família?

Seus olhos se fixaram em Levi que permanecia o encarando com imensa atenção:

- Essa criatura...? - ele gesticulou para o incentivar mais uma vez e Rod respirou profundamente criando coragem para pronunciar aquelas palavras.

- Teu pai... Creio que essa criatura seja teu pai.

Os olhos do hibrido se arregalaram. O chão pareceu desaparecer sob seus pés, sua respiração falhou por um momento e quando deu por si havia voltado a encarar seu porto seguro, Eren.

O garoto de olhos verdes estava tão chocado quanto ele. Até onde sabia o marido nunca tinha visto os pais antes e crescera sozinho vagando pela Terra. O único motivo dele saber exatamente o que era, era porque o próprio deus havia se comunicado com ele certa vez para lhe explicar sua essência e se por um longo tempo a criatura híbrida acreditou ter sido rejeitada até pelos próprios genitores, agora ele não só havia descoberto que não era esse o caso, como aparentemente seu pai estava a mover os caminhos do destino para o beneficiar de alguma forma, chegando inclusive a manipular o lorde Reiss.

Como? Por que?

Agora que pensava sobre isso, aquela mulher que o guiava em seus sonhos também possuía um semelhança assustadora com a transformação demoníaca de Levi e se esse era o caso então seu amado nunca esteve sozinho realmente, apenas... Apenas era vigiado de longe.

Sentiu seu peito se aquecer por ele e estendeu a mão lentamente em direção ao marido que sorria emocionado enquanto o Reiss buscava pelas chaves presas ao prego na parede. Talvez aquela fosse uma das situações em que deveriam ceder a um desejo egoísta? Tudo parecia dizer que sim, afinal, o pai de Levi, seu genitor angelical, estava envolvido, não é?

Talvez não fosse tão ruim quanto ele pensava ser... Talvez o lorde estivesse certo e pequenos sacrifícios fossem necessários por um bem maior como ele sempre insistia em dizer.

"Pensei que podia confiar em ti... Acho que me enganei." Aquela voz feminina voltou a soar como uma lembrança de seu sonho recente. A imagem da garota morena com o peito perfurado veio a sua mente intercalada com a imagem da criança acorrentada na sala logo ao lado e então sentiu como se seu corpo tivesse levado um choque de repente. 

Não podia se deixar levar. Não podia fazer aquilo. Era inaceitável, ainda mais após ouvir o relato de Historia, que qualquer um sabendo de como era o funcionamento de uma pedra filodofal quisesse usa-la assim mesmo.

Seus dedos se encolheram a escassos sentimentos de tocarem os de Levi e, ao olhar para ele, pode ver a dor que se estampava em seus olhos negros. Havia o rejeitado e rejeitado o maior desejo dele:

- Amor meu... - tentou se explicar, mas não conseguiu dizer mais nenhuma palavras diante do olhar completamente ferido do companheiro.

- Por que? - foi tudo o que o mais velho conseguiu dizer com a voz falha.

- Eu sinto muito, não posso... Eu não posso fazer isso, Levi.

- Então é isso? É assim que vai ser? - as palavras soaram amargas para ambos e tudo o que Eren pode fazer foi abaixar a cabeça.

- Sinto muito. 

- Quando nos casamos fizemos um juramento. Até que a velhice nos separe, Eren! Podemos fazer isso agora!

- Eu sei, mas... -olhou oara a porta de madeira repleta de correntes- vi lá dentro e... é uma criança. Não posso fazer parte disso. Não me interessa se é uma criminosa, não quero que nosso final feliz seja assim. Não com esse custo, mesmo que teu pai esteja envolvido eu não acho que seja o certo.

- Acha que meu pai, um anjo, se envolveria com isso se fosse mesmo tão ruim? - questionou quase ofendido com a possibilidade. Aquela era sua primeira vez ouvindo sobre sua família de sangue divino e, por algum motivo, lhe magoava que pensassem que se trataria de alguém mal intencionado.

- Não, mas... -murmurou mordendo o lábio sem saber como se expressar- Acho que tua mãe também não faria nada para te prejudicar e ela disse-me para cuidar de ti...

- Tiveste contato com a minha mãe e não me contaste?! - A questão soou num tom mais alto que fez o moreno lamentar por ter revelado aquele fato daquela forma. Havia irritado ainda mais o amado e com razão, afinal, ele sabia o quanto o tema de suas origens era delicado e tinha sido insensível expor tal suposição naquele momento onde ambos estavam com o humor tão aflorado.

- Eu não sabia. -se apressou em justificar- Ela nunca disse que era tua mãe, mas é tão parecida contigo quando está assim que eu... Eu deduzi. - decaiu de ombros com os olhos húmidos pelo olhar rigoroso que recebia.

- Então não sabes se era mesmo ela. Pode ser um demônio qualquer tentando enganar-te - o mais velho argumentou.

- Apenas ouça, certo. Quando tu estavas mal naquela viagem pelas ilhas das novas terras... Aquela foi a primeira vez que a vi em sonho e ela me disse algo sobre destinos e o tempo estar acabando... Acho que foi a forma dela de me orientar para cuidar de ti. -afirmou diante do olhar desacreditado do hibrido, mas isso não o abalou- Quando Historia começou por mandar-nos mensagens e eu escondi uma delas de ti... Foi depois disso que sonhei com ela pela segunda vez. Não pode ser coincidência, certo? Ela disse estar decepcionada. Disse que pensava poder confiar em mim...

- E tu simplesmente dá ouvidos a um demônio - retrucou magoado por ter tudo aquilo escondido de si por tanto tempo, mas principalmente por Eren preferir confiar naquela criatura das trevas em oposição ao ser de luz que era seu pai.

- Ela não me parecia má... Me guiou para ajudar-te naquela vez - relembrou cada vez mais desolado.

- Tu confias demais em estranhos para o teu próprio bem... - abanou a cabeça em incredulidade.

- Confiei em ti e aqui estou eu! Falas sobre a essência demoníaca dela, mas tu também a tens em parte e casei-me contigo!

- Isso é diferente, eu sou metade de cada e... Ela é inteiramente aquilo, inteiramente maligna.

- As pessoas não se restringem a aquilo que nasceram para ser. -relembrou o moreno- Até mesmo anjos podem decair então por que motivo ela não poderia ser boa?

- Por conta dela sou assim. -apontou para si mesmo em desgosto- Se não fosse por ela... Se não fosse pelo sangue dela em mim...

- Se tu não fosses assim nunca teríamos chegado até aqui. Talvez eu sequer tivesse te conhecido e então teria morrido sozinho naquela cabana sem sequer saber que meu pai ainda está vivo!

- Se ele não fosse assim, tu sequer terias adoecido, Eren - o lorde pronunciou com a chave nas mãos e uma expressão sombria que tentava conter um sorriso. Aquele assunto... Ele havia finalmente encontrado a ferida que mais doía e bastava cutucar um pouquinho... Só mais um pouquinho e Levi cederia.

Sim, ele tinha lido a carta de Jean para Erwin... Havia sido um delicioso acaso do destino ter decidido procurar pelo alquimista em seu quarto pouco depois do mesmo ter deixado o cômodo. Um desencontro que lhe rendeu a oportunidade de revirar os pertences do loiro em busca de anotações sobre o elixir da longa vida e demais misturas alquímicas que o deixaram tão influente e conhecido entre nobres de diversos países. Pretendia copia-las e produzir em massa com as preciosas pedras filosofais que criava, queria expandir seus negócios, crescer. Queria espalhar as maravilhas da alquimia pelo mundo e claro, receber muito bem por isso, mas tudo o que encontrou foi aquela carta que lhe pareceu bem desinteressante num primeiro momento, mas agora... Agora aquele conhecimento lhe serviria muito bem:

- Do que está falando? - Eren questionou confuso.

- Foi o sangue demoníaco do Levi que deixou-te como está. Está amaldiçoado, não doente.

- Essa é a lorota mais mal feita que inventasse até agora - o moreno afirmou categoricamente.

- Não estou mentindo. As palavras "beijo da morte" soam-te familiares? -ele mencionou sorrindo e abanando o pergaminho que ainda segurava numa das mãos conforme notava o olhar desesperado do casal- É isso que tens, é a maldição causada pelo contato com sangue demoníaco.

- E-eu... Eu fiz isso? - o hibrido gaguejou em choque sentindo as pernas falharem ao ponto de quase se deixar cair.

Estava horrorizado. Olhava para seu corpo com um nojo e culpa tão intensos que abraçou a si mesmo cravando as unhas nos braços até que perfurasse a pele numa tentativa de que a dor física pudesse aliviar o turbilhão de sentimentos negativos que sentia:

- Não, Levi. Isso tudo é só um monte de mentiras. -o marido apressou-se em reafirmar agarrando suas mãos para que parasse de se ferir forçando-o a encara-lo nos olhos com um sorriso trêmulo e olhar assustado- Eu disse-te, lembra? Minha mãe também teve essa doença... Ela nunca teve contato contigo nem nenhum ser de trevas então não é culpa tua. Não tem como ser. É apenas uma doença desconhecida e nada mais.

- Mas existe a possibilidade... -divagou com lagrimas nos olhos e extremamente abalado com aquilo- Eu estou matando-te? - perguntou ao moreno que o abraçou fortemente sentindo como seus olhos também lacrimejavam por ver o amado tão desolado e culpando-se por aquilo.

- Não está... Não está de forma alguma. Certo, senhor Smith? -apelou ao loiro que já a algum tempo estudava o sangue do hibrido- Diga a ele. Diga que o lorde está mentindo.

- Erwin...  É culpa minha...? - ele voltou a perguntar dessa vez encarando o alquimista como se fosse sua última esperança. Queria ouvi-lo dizer que aquilo era invenção do nobre, mas tudo que obteve foi o silencio sepulcral do homem que manteve a cabeça baixa e as mãos atrás do corpo sem saber como agir- É culpa minha - concluiu por fim.

- Não, Levi... - o moreno negou mais uma vez ainda incrédulo de que algo daquele tipo fosse possível e tentando convencer o companheiro disso, mas era impossível.

- Sim. É culpa tua. Totalmente tua. Mas podemos resolver isso. Um anjo pode resolver. -Rod atiçou balançando mais uma vez o pergaminho- Queres ser um anjo? Basta vires comigo.

- Certo... Certo, eu irei... - ele murmurou com a voz falha tentando conter um choro inevitável.

- Não!

- Desculpa, Eren, mas... Se eu realmente fiz isso... Eu... Se eu eu não fosse como sou, tu estaria bem e se eu mudar, posso curar-te - concluiu com pesar ouvindo os soluços chorosos do amado.

- Não sabemos se isso é verdade ou não. Deixa de pensar no que poderia ser ou no que poderia ter sido... -praticamente implorou agarrando as calças do hibrido ainda de joelhos- És tudo para mim, Levi. O meu primeiro amor, meu último amor. Minha vida...

- Eu estou causando a tua morte! Tenho de resolver isso!

- E vais ter sangue nas mãos para isso? - as lagrimas escorreram mais quando o olhar esverdeado fitou o enegrecido.

- Já há sangue em minhas mãos há muito tempo... Apenas não quero que o teu se junte a ele.

- Então é assim? Vais tornar-te um anjo e curar-me a força sabendo que não concordo com nada disso? Se esse é o caso então... Então já não quero mais estar contigo- tocou a aliança de madeira com os dedos trêmulos respirando fundo para conseguir a coragem necessária para tira-la de si diante do olhar chocado e desesperado do parceiro, mas antes que pudesse fazer algo o baque de algo atingindo o solo alcançou seus ouvidos.

Um choque percorreu o casal que pareceu voltar a realidade com o ruído inesperado e, ao olharem para fora da cela, surpreenderam-se ao encontrar Rod caído aos pés de Erwin que empunhava em suas mãos a caixa de madeira talhada onde o nobre guardava sua primeira pedra filosofal incompleta:

 

- Bom trabalho com a distração, rapazes. -ele pronunciou sorrindo forçado antes de abrir a cela saltando por cima do corpo desacordado do, até então, colega de trabalho- Agora vamos sair daqui.


Notas Finais


Então, o que acharam? bom? ruim? péssimo?
Se tiverem alguma dúvida sobre algo ou se tiverem visto algum erro de digitação que me passou despercebido por favor escrevam nos comentários.
Me acompanhem também no Wattpad, as historias lançam primeiro por lá: https://www.wattpad.com/user/Kliyar_LE

Não quer esperar até semana que vem pelo próximo capitulo? Ele já está disponível em: https://www.wattpad.com/story/258953577?utm_source=android&utm_medium=link&utm_content=share_reading&wp_page=reading&wp_uname=Kliyar_LE&wp_originator=if2TlE27ZRffBJSWjXrSc2DtKzJm3ATgW%2BjIeDn1QehkUDD80zs9e47pu18mDyJ8ezhcZfwBVf6IUGHHawAyXwpq86HD0Am%2FEhl31%2B2IvVUWBkWlwn7JyQXXaDjGo8PB


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