- Ei, Hyunjin... Já é meia noite. - Minho dizia em um tom baixo enquanto balançava levemente o corpo adormecido de Hyunjin, que acordou aos poucos enquanto resmungava um pouquinho. Minho sorriu quando os olhares de ambos se encontraram. - feliz aniversário.
O Lee sussurrou antes de pegar uma das mãos do mais alto, o puxando para que se levantasse. Hyunjin coçou seus olhos de gatinho e Minho ajeitou a camiseta branca larga no corpo do namorado antes que o mesmo se levantasse. O Hwang imediatamente abraçou o mais velho que não recusou aquele contato, levando sua canhota até os cabelos do seu garoto antes de afastá-lo depois de um tempo, descendo até que estivesse com o rosto fofinho e cansado entre suas mãos.
Por um momento, Lee Minho sentiu como se segurasse o seu mundo ali entre seus dedos.
- Fecha os olhos. - O mais baixo disse e Hyunjin sorriu fraco antes de obedecer. Minho andou até atrás do menino Hwang, segurando os braços do mesmo como forma de mostrar que ainda estava ali. - Não pode abrir até eu dizer 'abracadabra.
Hyunjin deixou que uma risadinha escapasse antes de cobrir os olhos com suas próprias mãos. Minho começou a caminhar junto de Hyunjin, o guiando para fora do quarto parcialmente escuro e caminhando pelo corredor onde ficava o banheiro na porta quase em frente ao quarto do casal. O Lee caminhou lentamente junto do mais novo até a cozinha também quase completamente escura.
A única iluminação possível eram velas sintéticas espalhadas pelo local, fazendo com que a visão de um bolo redondo e claramente decorado pelo Lee fosse mais ou menos clara.
- Abracadabra. - Minho disse em um tom baixo e imediatamente Hyunjin tirou as mãos da frente de seus olhos, abrindo-os lentamente e não segurando a sua expressão de surpresa.
Hyunjin procurou Minho com os olhos, o encontrando e enfim conseguindo abraçá-lo mais uma vez. O Lee se sentiu estranho no início, Hyunjin nunca o havia abraçado daquele jeito.
Nunca forte daquele jeito, como se possuísse um medo incomum de o deixar escapar. Afinal, namoravam há mais ou menos um ano e meio, tendo começado a morarem juntos há quase seis meses. Era pouco tempo, ambos reconheciam isso, mas o jeito que os dois se encaixaram desde o começo levaram-os a não pensar muito nisso.
Fora o jeito que os sentimentos transbordavam espontaneamente, algo que contribuiu para que ambos começassem a morar juntos tão cedo foram os problemas de Hyunjin, em relação principal, com a própria família.
Era difícil por em palavras, afinal o garoto era adotado, tendo sido criado por religiosos e bem... Hyunjin não era lá uma pessoa muito normal, fora o fato de ser bissexual, ainda houveram alguns fatores que fizeram com que o garoto houvesse sido obrigatoriamente convidado a se retirar da casa de seus tutores pelo bem da sua saúde mental e física.
E porra, Hyunjin tinha Asperger, mas em seu antigo ambiente familiar isso não era levado em consideração. Assim como não entendiam o porquê do garoto se apaixonar por homens e por mulheres, não entendiam o porquê dele possuir tanta dificuldade em se comunicar com outras pessoas. Enfim...
Lee Minho havia sido a sua luz no fim do túnel, seu salvador. Antes dele, Hyunjin não conseguia enxergar que o brilho do sol não só poderia queimar, como também trazia consigo a beleza da manhã e a perfeição do poente no oeste. Antes dele tudo era frio, antes dele o garoto dos olhos felinos nunca havia comemorado o próprio aniversário... Aquele era um dos motivos pelos quais as lágrimas do Hwang molhavam a camiseta preta de Minho.
Eram emoções completamente novas, intensas demais para serem reais. Eram completamente diferentes do medo, da angústia... Eram emoções boas, emoções intensamente boas.
- Ei... Tá tudo bem, você não precisa chorar. É um momento feliz, um sorriso fica ainda mais bonito no seu rosto, hã? - Hyunjin assentiu enquanto Minho limpava as suas lágrimas, fazendo carinho na bochecha molhada e macia usando o próprio polegar. O Lee puxou Hyunjin até a bancada, fazendo com que o mesmo se sentasse em uma das banquetas enquanto o mais velho pegava o isqueiro perto do fogão.
Minho acendeu as velinhas, uma a uma. Hyunjin contou vinte, exatamente o número condizente com o da sua idade enquanto agora poderia enxergar "HAPPY BDAY HYUNJIN" escrito em azul bebê com a caligrafia de Minho meio distorcida por aquilo ter sido feito com chantilly e um saco de confeiteiro.
- Não é o bolo mais bonito que você vai ver na sua vida nem de longe, mas eu prometo que você vai...
- É perfeito. - Hyunjin deixou escapar quase em um sussurro, fazendo com que o rosto do Lee ruborizasse imediatamente. - completamente perfeito. Minho... Você deve ter se esforçado tanto... - As palavras saíam pelos lábios do garoto dos olhos de gatinho assim como as lágrimas voltavam a aparecer.
O Lee sorriu sem graça antes de tocar uma das mãos do namorado, fazendo com que o garoto olhasse nós seus olhos.
- Fecha os olhos e faz um pedido. Você não pode me contar, se você contar ele não se realiza. - Hyunjin suspirou e assentiu antes de fechar os olhos e pensar em algo.
"Eu quero ser feliz. Feliz ao seu lado"
- Fez? - O mais novo assentiu. - Agora você assopra as velinhas.
E assim o garoto fez, apagando o fogo e fazendo com que Minho batesse as palmas de suas mãos. Hyunjin o imitou, fazendo com que o namorado sorrisse diante daquela cena completamente adorável.
Hyunjin era mais do que precioso
O Lee correu até onde ficava o interruptor, ligando as luzes antes de voltar para a cozinha. O Hwang encarava o bolo com um sorriso, preso nas palavras em azul bebê sobre o chantilly branco, levando o mais velho a admirá-lo por alguns segundos. Imaginou o que poderia passar pela mente do seu garoto naquele momento enquanto pegava dois garfos, os colocando sobre a bancada antes de começar a tirar as velinhas do bolo.
Seu ato anterior fora se sentar na banqueta ao lado do mais novo, tirando um pedaço do bolo com o garfo em sua mão direita e o levando até perto da boca de Hyunjin. O garoto comeu aquele pedaço, sorrindo completamente emocionado antes de suspirar encarando Minho com um olhar apaixonado.
Involuntariamente se aproximaram um do outro, a distância curta entre os rostos foi diminuindo assim como a entre os lábios de ambos. O Lee fora quem tomou a iniciativa, quebrando a distância com um contato delicado que logo se tornou intenso e cheio de sentimentos. Hyunjin o beijou como quase nunca fazia, naquele momento não sentiu vergonha dos próprios sentimentos e sim necessidade de transparecê-los para o mais velho.
Se separaram após um certo tempo, as mãos do mais novo acariciaram a curvatura do pescoço imaculado de Minho enquanto o mais velho mexia nos seus cabelos cor de mel.
- Hyung.
- O que foi? - o Lee sussurrou.
- Eu amo você.
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