História The Candyman - Um Mafioso Sedutor - Prólogo

Pés cansados e doloridos batiam no chão com sofrimento pelo terceiro lance de escada daquele pequeno prédio em uma fatídica rua que ficava há duas quadras da estação do metrô. Os tênis surrados que os calçavam não os ajudavam nem um pouco. A medida que os passos mudavam de lance ia dando lugar a pernas em um par de jeans usados, uma camisa preta do Guns and Roses acompanhada de uma jaqueta de couro de camuflagem do exercito. Ela subia os lances de escada com resignação ao pensar no banho quente que tomaria e depois iria para sua cama quente e descansaria antes de um novo longo dia. Mas naquele momento se perguntava pela milésima vez na vida porque exatamente escolheu morar no sétimo andar, então se lembrava que aquele foi melhor apartamento que conseguiu a bom preço e em um lugar mais seguro.

Ao chegar no pequeno corredor pode ouvir seus vizinhos discutindo pela milésima vez, já estava acostumada. Mas o que chamou sua atenção era um aviso prévio grudado na porta de sua casa, era o aviso prévio do atraso de aluguel. Suspirou. Sabia que teria que conversar com a Sra. Ross sobre um atraso talvez maior do que o esperado. Ela abriu a porta de casa e entrou sentindo o cheiro de lavanda invadir suas narinas acompanhado do som de Ray Charles no rádio da cozinha. Sorriu.

"Pai?" Ela chamou ouvindo um resmungo e passos na cozinha, foi ao encontro dele.

"Oi querida!" Seu pai apareceu usando uma camisa velha e calça de moletom coberto por um avental de cozinha. Ele se aproximou abraçando-a carinhosamente como sempre fazia e beijando seu rosto. "Vá pro banho, Angie, estou fazendo o jantar." Ele sorriu enérgico.

"Estou vendo!" Ela sorriu com o cheiro maravilhoso de comida fresca na cozinha. "E o que temos pro jantar, Chefe Anthony?!" Ela se aproximou da bancada assistindo voltar a dar atenção as panelas no fogo.

"Estrogonofe de frango! Bem, pelo menos parece um,não sei o gosto." Ele riu levemente. Estava tentando seguir uma receita de televisão. Angie sorriu, era bom vê-lo bem e animado.

Desde a morte da mãe dela, Anthony nunca mais foi o mesmo. Eles enfrentaram muitos problemas depois disso,mas estavam juntos e juntos se levantaram. Mesmo na situação mais difícil Anthony estava lá por Angie e visse-versa.

"Hey, você ainda está ai, Angela?! Para o banho já!" Ele deu a volta no balcão pegando-a pela mão como se ela ainda fosse uma criança.

"Ok, já estou indo! Chato!" Ela fez birra dando língua pra ele e fugiu quando ele jogou o pano de prato pra cima dela.

[…]

Depois de um longo banho quente, Angela sentia-se revigorada. Como se um banho tivesse mudado todo seu dia, e mudou. Havia até feito-a esquecer o estresse do dia, mas foi somente por um momento. Sua mente já estava fervilhando em pensar como faria para pagar as contas, mas sabia que conseguiria de um jeito ou de outro. Contudo, Angela optou por espantar esses pensamentos por hora e voltou a cozinha vestindo um pijama leve e quente. Seu estômago roncou com força com a visão de seu pai servindo pratos cheirosos de Estrogonofe de frango com arroz fresco e batata palha.

"Que bom que chegou! Hora de comer." Seu pai colocou a panela de volta ao fogão e retornou a mesa puxando a cadeira para Angela sentar.

"Obrigada." A loira sorriu levando um beijo no rosto. Anthony sentou ao seu lado e a esperou provar antes de comer. "Huuuuum, isso é delicioso!" Ela comeu com gosto e ele sorriu animado por ela ter gostado e finalmente comeu.

"Então, como foi seu dia?!" Por um segundo, ela quis que ele não tivesse feito essa pergunta.

"Fui demitida." Suspirou.

"O que? Mas o que houve?!" Ele se espantou. Não acontecia dela ser demitida com frequência.

"Um idiota me alisou, eu dei com a bandeja na cabeça dele, a megera da minha chefe enlouqueceu e me irritou. Então mandei ela ir se foder e fui demitida." Explicou simplesmente como se estivesse falando da previsão do tempo.

"Quem é esse cara?!" Ele perguntou com uma expressão raivosa e ela o olhou confusa. "O cara que te alisou. Quem é ele? Ele vai lá frequentemente?" Ela o olhou indignada.

"É sério que você só ouviu isso?!" A indignação dela o fez pensar no que ela havia dito.

"Bom, eu estou orgulhoso da forma como você se defendeu, mas ainda quero saber quem é esse babaca!" Disse de forma carrancuda fazendo-a revirar os olhos. "E quanto a sua chefe, cá entre nós, eu já teria feito isso a mais tempo." Angela sorriu, do jeito que seu pai era estourado não era difícil.

"É, mas agora estou demitida e sem dinheiro para pagar a as contas!" Suspirou irritada.

"Filha, é só mais um emprego! Do mesmo jeito que você conseguiu esse pode conseguir outro até melhor! Você é inteligente, linda, comunicativa e merece mais do que isso!" Os olhos de Angela brilhavam com as palavras dele. Se tinha uma coisa que Anthony sabia fazer bem era levantar seu astral.

"Obrigada." A loira o olhou e ele entendeu.

"Sou seu pai e amo você esse é o meu trabalho!" Sorriu olhando-a carinhoso como sempre fazia. "E quanto ao emprego vamos dar um jeito, eu prometo!" Sorriu tentando tranquilizá-la.

É óbvio que não funcionaria 100%, mas já melhorava muito. O apoio dele a fazia mais forte ele era a injeção de animo que ela precisava.

A jovem ainda repetiu o prato de estrogonofe pra não dormir com vontade e depois se dispôs a limpar a cozinha para que seu pai pudesse descansar. Como o loft era pequena só tinha um quarto acima da cozinha e o banheiro ficava justamente no quarto. Então seu pai dormia em um velho e confortável sofá na sala e não reclamava! Além de adorar o sofá ainda adorava o fato de poder assistir televisão até tarde. Já Angela dormia em uma cama de solteiro no quarto.

Despedindo-se com um abraço carinhoso e um beijo na testa Angela e Anthony seguiram para suas respectivas camas onde descansaram até um novo dia.

[…]

"Aonde vai?!" A voz surgirá assustando o homem loiro e não muito jovem que andava pelo beco que, até então pensava estar vazio e seguro. Grande engano! "Não se deixa amigos esperando, sabia? Não é educado da sua parte." A voz era grave e rouca, mas ao mesmo tempo distorcida.

"Qu-Quem é você?!" O homem olhava para todos cantos,mas não dava para ver muita coisa, já que, além da noite a única luz estava acima de sua cabeça em uma lâmpada incandescente dançando em círculos com o vento. "O-Onde v-você está?!"

"Onde eu posso te vê." A voz pareceu ecoante. "Eu sempre posso te ver, Marconi." A voz se tornou uma risada quando o viu girar 360° em ponto cego.

"Como sabe meu nome?" O dono da maldita voz se divertiu com o medo exalando de Marconi.

Ao olhar para frente, Marconi viu a cidade vazia a iluminação na rua,o mundo pareceu tão normal lá fora que arriscou entra na escuridão para chegar a rua. Mas só teve tempo de sentir mãos enormes o empurra de volta para a luz dançante. E ao olhar para os outros lados finalmente notou,estava realmente encurralado ali por homens altos na escuridão para fora do círculo de luz.

"Eu sei tudo sobre você, traidor!" O escárnio foi evidente na voz obscura. "Você roubou e mentiu e mentirosos merecem castigo." E foi só o segundo seguinte em que os braços o arrastaram para escuridão.

Seu corpo foi jogado bruscamente contra a parede no alto e caiu no chão. Sem nem mesmo tempo de se recuperar foi revistado por completo e ao encontrarem o que queriam,o corpo de Marconi virou um saco de pancada para a diversão daqueles armários com nomes de homens.

"Dê lembranças ao Diabo por mim!" A voz riu alto na escuridão deixando com aqueles homens.

E a última coisa que sentiu foi o sangue escorrer de seu corpo. Mas tão logo o serviço foi feito os vestígios foram extinguidos dali como se absolutamente nada houvesse acontecido. O dono da voz que Marconi ouviu ainda olhou uma última vez para o corpo no carro ao lado e fez um simples sinal para que aquilo desaparecesse de vez.