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História The Change- Fillie - Capítulo 05


Escrita por: MabelSousa

Notas do Autor


Já tem att?? SIM ME AMEM.

Boa leitura ♥️

Capítulo 30 - Capítulo 05


Millie  

-Que lugar é esse? -Finn perguntou assim que parei o carro.

Olhei através da janela encarando o hotel capenga que tinha encontrado e que fosse o mais longe possível. Era uma construção simples, na maior parte de madeira, nada que um dia eu poderia pensar em passar a noite, mas tendo nenhuma outra opção teria que servir.

-Não faço idéia. Você vai até lá fazer o check in, quando estiver com as chaves venha me avisar aqui fora. -Falei me virando novamente para ele. -Acha que consegue fazer isso?

Finn maneou a cabeça, um movimento lento e meio desengonçado. Ele ainda estava muito bêbado.

-Por que não vamos juntos?

-Por que não podem me ver. Quando você estiver com as chaves é mais fácil. Já estamos chamando atenção demais com esse carro. Se me verem isso vai virar um espetáculo.

Ele me olhou como se eu tivesse acabado de lhe dar uma equação enorme para resolver. Respirei fundo e esfreguei a testa. Seria muito mais fácil se Finn conseguisse ao menos assimilar minhas palavras.

-Olha só, foi você quem insistiu em não ir para casa. É nossa única opção e eu estou me arriscando aqui. Se você não conseguir...

-Ei. Reeelaxa.. -Ele me interrompeu, esticando a palavra para me calar. -Vai dar certo, eu acho que posso fazer isso. E além disso, se te virem eu te protejo.

Ele tocou meu queixo para me fazer encara-lo e eu rebati sua mão.

-Não preciso da sua proteção. Agora vai, antes que eu desista.

O empurrei pelo ombro e ele começou a rir descendo do carro.

Estava escuro lá fora e para nossa sorte quase nenhum carro passava pela estrada. Finn deu a volta no Mustang e entrou dentro do hotel cambaleando de um lado para o outro. Revirei os olhos pensando no quanto aquilo estava errado. Eu não deveria ter aceitado.

 Só depois que me convenci de que era uma péssima ideia, Finn voltou para fora carregando as chaves do quarto, ele bateu com os dedos no vidro e eu o abaixei.

-Esta aqui. -Disse me passando a chave. Estava sorrindo como se tivesse acabado de ganhar na loteria.

O nó no meu estômago só crescia.

-Você... pode ficar e ir para casa pela manhã,  acho melhor eu ir embora.

Pus a mão no volante e Finn de repente enfiou a cabeça pela janela me segurando pelos ombros.

-Como é? Você não pode me deixar aqui sozinho. Combinamos que eu viria te pegar. -Ele disse entredentes. O músculo do maxilar estava tenso.

Tentei me soltar, mas ele parecia ainda mais forte. O que não fazia nenhum sentido.

-Eu não posso ficar. Não posso dormir com você, não é certo!

Ele foi soltando meus ombros com relutância, mas ainda assim me surpreendi com a desistência tão rápida.

-Ok. Pode ir. Mas eu não vou entrar, vou ficar aqui fora e pegar uma carona com a primeira pessoa que passar. E não vou pra casa, vou atrás de um bar. -Ele disse cruzando os braços se afastando até estar na calçada.

Espremi os olhos em sua direção. 

-Você não vai fazer isso. Já bebeu demais. Vá para dentro. -Exigi, com raiva daquela discussão ridícula.

Finn deu de ombros e se sentou no chão como uma criança birrenta.

-Vai Millie. O que está esperando? Pode me deixar aqui.

Por um segundo cogitei ligar o carro e ir embora. Ele não ia sair, já tinha pegado o quarto, estava fazendo aquilo apenas para me irritar, mesmo assim hesitei, esperando para ver até onde ele iria.

-Isso é ridículo! Você trabalha amanhã! Volte para dentro!

Ele ia abrir a boca para dizer alguma coisa quando um farol iluminou a estrada atrás do meu carro. Finn levantou depressa erguendo os braços.

-Ei! Ei! Para! -Começou a gritar no meio da estrada para fazer com que o carro parasse.

Só podia ser brincadeira.

-Inferno! Está bem! Eu fico! -Gritei de volta desprendendo o cinto do carro e saindo em seguida.

Finn correu para sair do meio da estrada e o carro que se aproximava passou direto.

-Você é ridículo, sabia? -Empurrei seu braço furiosa. -Não pode ficar me chantageando desse jeito!

Ele conseguiu desviar dos meus socos e virou meu corpo para que eu ficasse na sua frente me prendendo.

-Você disse que ia ficar. Pare de lutar contra o que você quer e fique. -Murmurou em meu ouvido enquanto eu ainda me debatia.

Bufei tentando mais uma vez atingi-lo com minhas unhas, mas pela forma como Finn me apertava era impossível. Que mania era aquela de me prender agora? Era só o que faltava.

-Me solta. Se não soltar eu vou gritar e aí vou embora. -Ameacei, pela última vez.

Finn respirou fundo perto do meu pescoço e então afroxou o aperto, mas ainda sem me soltar.

-Me promete que vai ficar. 

-Me solta!

-Me promete!

-Argh!!! Eu vou ficar, agora me solta caralho!

Dei um último empurrão com as costas e Finn finalmente me liberou.

Não havia percebido o quanto estava sem fôlego até que o ar entrou com toda força dentro dos meus pulmões agora livres e instantanemente segurei no capô do carro para manter o equilíbrio.

-Millie, eu te machuquei? -Ele perguntou com um tom preocupado se aproximando de mim.

Me virei rápido e encostei as costas no carro o impedindo de chegar a mim.

-Machucou sim. Machucou muito! -Não percebi, mas estava gritando com a voz falhando. Lágrimas vieram também sem que eu percebesse.

Ele deglutiu e deu um passo para trás percebendo que não era fisicamente que ele havia me machucado.

-Desculpe. Eu não sei o que deu em mim. -Disse balançando a cabeça.

Limpei as lágrimas que por milagre não escorreram e dei de ombros. A única coisa que eu não queria era voltar aquele assunto.

-Me dê o terno. -Falei esticando o braço.

Ele franziu o cenho.

-O que?

-Me dê a merda do terno!

Ele assentiu com meu grito e tirou o terno me entregando em seguida. Desviei o olhar sem querer encara-lo vestido somente com a camisa social de dentro. Ele ficava muito bonito com ela.

Coloquei o terno por cima dos ombros e o cheiro de seu perfume se enfiltrou no meu nariz. Balancei um pouco a cabeça e comecei a enfiar os cabelos para dentro da gola. Não era o casaco, mas era o máximo de disfarce que minha mente poderia pensar naquele momento.

-Vai. Entra. Estou logo atrás de você. -Falei, apontando para porta velha da entrada.

Finn coçou a parte de trás da cabeça pensando talvez que realmente não era uma boa idéia, mas me obedeceu e entrou deixando a porta aberta para mim. Respirei fundo e o segui rezando para que não tivesse muita gente la dentro e que ninguém me reconhecesse. 

Mantive a cabeça abaixada, de forma que só podia ver o chão de madeira rangendo sobre os pés de Finn na minha frente, era bom que ele não tropeçasse por que seus pés eram as únicas coisas que me guiavam. Passamos por uma espécie de recepção onde eu podia ver a ponta das pernas de algumas cadeiras e o silêncio do local me tranquilizou. Estava vazio.

-Ei, você pegou o quarto individual, não pode dividi-lo. -Alguem disse e eu congelei automaticamente no lugar.

-É, você disse que era o único quarto disponível, vamos precisar dele. -Finn disse regredindo alguns passos se aproximando de mim.

Não podia afasta-lo, tive medo de fazer qualquer coisa e a pessoa ali me reconhecer então esperei aflita que Finn desse um jeito naquilo.

-Infelizmente não posso aceitar. Só há uma cama de solteiro, além disso o valor é para apenas uma pessoa.

Finn susupirou demonstrando irritação e passou o braço por cima dos meus ombros. Meu coração estava acelerado, aquilo estava sendo pior do que eu temia.

-Amigo, posso pagar para ela ficar. Sobre a cama, não tem problema, ela não se incomoda em passar a noite agarrada comigo. Só nos deixe entrar, a moça aqui está bem cansada. -Ele disse, beijando o topo do meu cabelo e colocando minha cabeça em seu peito protegendo meu rosto.

Queria morde-lo, mas me contive me aninhando em seu corpo. Ao menos ele não iria deixar que nada contecesse comigo, disso eu tinha certeza.

Houve um momento de silêncio em que esperei que o recepcionista nos expulsasse, agarrei a camisa de Finn como se quisesse entrar dentro dele.

-Esta bem, mas não saia comentando nada com ninguém ok? Isso aqui tem regras. -O homem disse e eu beijaria seus pés se ainda não estivesse tão furiosa. -Alem disso vou precisar do documento dela, para o registro.

Gelei e Finn ficou tenso me apertando contra si.

-É realmente necessário? Ela está bem cansada, bebeu um pouco demais acho que nem trouxe a bolsa. Se puder aliviar dessa vez, acho que nós dois ficaríamos bem satisfeitos.

Ele enfiou a mão no bolso do terno que eu usava e tirou de lá a carteira em seguida uma nota de cinquenta e a colocou no balcão. Ele estava subornando alguém? Não, só podia ser invenção da minha cabeça.

-Certo. Podem subir. -O homem murmurou, propositalmente baixo.

Finn soltou uma risada baixinha de vitória e então subimos as escadas. Esperei até que ele abrisse a porta para empurra-lo para dentro.

-Você ficou maluco? Sabe o que ele vai ficar pensando de mim agora?

Finn fechou a porta, ainda sorrindo. Ele estava muito sorridente e isso me irritava ainda mais.

-Se não fizesse isso ele não deixaria a gente subir. Não sei pra que tanta irritação, ele nem sabe quem é você.

-Mas eu sei. Você deu entender que me trouxe aqui apenas para transar!

Larguei o terno dele no chão e fui direto para a outra porta torcendo para que fosse um banheiro, o idiota me seguiu. Claro.

-Isso não seria ruim. -Ele murmurou baixo, mas eu ainda ouvi.

Bufei de novo ainda irritada e virei apenas para lhe lançar o dedo do meio. Finn riu, balançando os ombros.

Virei de costas e abri a outra porta me deparando com um banheiro minúsculo que não deveria ter nem quatro metros quadrados. O cheiro de pedra perfumada barata para o vaso sanitário explodiu minhas narinas aumentando minha sensação de enjôo, mas eu engoli em seco controlando a náusea.

-É tão ruim assim? -Finn perguntou atrás de mim, esticando a cabeça para visualizar lá dentro. 

-É péssimo. -Resmunguei passando por ele batendo em seu braço de propósito.

Se finn estava se comportando como uma criança eu fazia aquilo muito melhor do que ele. Passei os olhos pelas paredes de madeira e depois olhei para a cama tamanho infantil do quarto. Não deveria caber nem mesmo uma pessoa, ainda mais duas.

Além da cama havia apenas um pequeno armário e um criado mudo onde a luz amarelada de um abajur cafona iluminava o quarto. Acho que nunca tinha visto algo tão horroroso em toda minha vida.

Fui até o armário e comecei a tirar lençóis e almofadas de entro dele. Finn se jogou na cama.

-É melhor que o meu colchão. -Ele disse dando um pulinho fazendo a madeira fazer barulho.

Os pés dele escapavam para fora, mas ele ainda parecia feliz demais.

-Pode sair. Você vai dormir no chão. -Falei jogando os lençóis e travesseiros que havia acabado de pegar direto no chão.

Até o cheiro do sabão em pó me incomodava. Eu estava ficando com o faro apurado demais.

Finn se apoiou nos cotovelos para me encarar.

-Você não está falando sério, está? Não posso dormir no chão com isso. -Apontou para o amontoado que eu havia preparado de qualquer jeito. -Alem do mais, deve ter ratos.

Ri e comecei a fazer um coque nos cabelos. Além de tudo a porcaria do quarto ainda era quente.

-Achei que não fosse se incomodar. Você convive com uma criatura pior do que ratos e não reclama.

Ele fechou a cara e jogou a cabeça para trás no colchão. Pouco me importava, só queria tirar aquele sorriso de seu rosto.

-Não fala assim. A Susan é... -Ele hesitou e esperei que concluísse, preparada para agredi-lo se fosse defende-la. -Ela ao menos é limpinha. Quer dizer, as vezes.

Seus ombros balançaram e demorei um certo tempo até perceber que estava rindo de novo. Rindo muito. Espremi os lábios e virei de costas me contendo para não rir também. O apartamento dele estava revirado no dia em que eu estive lá e saber que era culpa dela me dava uma estranha sensação de triunfo. Pelo menos isso ele reconhecia.

-Você esta rindo, não está? -Finn perguntou e senti sua voz mais perto, atrás de mim. 

Minha mente divagou e imaginei a cara de Susan em uma montagem mal feita em corpo de rato e então não me segurei mais. Soltei um guincho parecido com o de um porco e explodi.

Ri com tanta força até às bochechas começarem a arder e lágrimas escorrerem do meu rosto, dei um passo para trás tentando me controlar e sair dali, mas ele estava bem atrás de mim, seu corpo me parou, literalmente, por que a graça acabou instantanemente.

-Esta vendo? Ainda consigo fazer você rir. -Ele falou com a voz suave testando colocar as mãos em meus ombros.

Não recuei, ter rido tanto me fez ficar cansada. Tudo naquela noite me deixava cansada e aproveitei seus dedos que começaram a massagear a minha tensão.

Vou me afastar, só preciso de um minuto.

-Você não me fez rir. Foi uma outra coisa. -Minha voz ficou mais leve e eu fechei os olhos quando ele apertou em um ponto específico.

-Foi? Então me conta, quem sabe eu vou achar engraçado também. -Ele sussurrou em meu ouvido com a voz ainda mais suave e rouca. Dobrei o pescoço, sem conseguir me conter.

-Não, não vai. Tenho certeza.

Mordi o lábio. Aquilo estava muito bom.

-Vai, Millie, me conta.

Sua voz agora parecia vir de dentro da minha cabeça de forma quase hipnótica. Senti seu hálito bem abaixo do meu ouvido e me arrepiei.

-Imaginei a cara dela no corpo de um rato. -Falei quase inconsciente, mas não voltei a rir. Não tinha mais graça e eu estava entorpecida demais.

Ao contrário de mim Finn riu e senti seu peito se mover nas minhas costas.

-Essa foi boa. Bem malvada, mas foi boa.

-Umhum... -Praticamente ronronei.

Senti seus dedos subirem por meu pescoço e ele afastou meus cabelos para um lado só. Enrolei os dedos dos pés e das mãos e abri os lábios. Estava difícil respirar.

-Você está quente Millie. Está ficando suadinha. -Ele murmurou e em seguida, para minha surpresa, arrastou a língua da base do meu pescoço até a ponta da orelha lentamente.

Sem me dar conta soltei um gemido rouco com a boca aberta fechando os olhos com ainda mais força.

-Aqui é quente. Esse quarto é uma merda. -Tentei conter a voz que ainda assim saiu baixa e errada.

Finn sorriu contra minha pele e beijou meu pescoço. Suas mãos deslizaram por minha cintura até a frente da minha barriga e ele me pressionou contra seu corpo rígido, seus dedos se infiltraram por dentro da camisa e ele brincou com coz da minha calça.

-Eu sei. Acho que seria melhor se você tirasse isso.

Demorou até que eu processasse a palavras. Aquilo já estava indo longe demais. Abri os olhos de repente e segurei a mão dele, antes que ele a descesse mais.

-Finn. Não. Já chega. -Falei, indo contra tudo o que estava sentindo e me afastei passando a mão no rosto para despertar.

Finn ficou parado no mesmo lugar, me observando como se não acreditasse que eu tinha saído de perto.

-Eu acho melhor eu ir tomar um banho. Já está tarde e...

Ele avançou colocando um dedo sobre meus lábios. Estava sério, muito sério e isso me apavorou fazendo com que eu esquecesse das palavras. Sem dizer nada ele tirou os óculos e colocou em cima do criado mudo depois se afastou somente para começar a desabotoar a camisa, não rápido, devagar, me fitando o tempo todo.

Tive um deslumbre de seu peito saindo para fora e fui andando para trás até estar encostada na porta do armário. Queria manda-lo parar, mas minha língua tinha se encolhido me impedindo de dizer qualquer coisa.

Ele tirou a camisa pelos ombros, depois tirou os sapatos os chutando para frente. Passei a mão pelo osso do esterno tentando de alguma forma acalmar as batidas lá dentro. Deveria acabar com aquilo, deveria sair correndo, mas não podia. Simplesmente não podia e ele sabia disso.

Quando ele tirou o cinto e desabotoou a calça foi o fim. Cobri os olhos com o braço sentindo que ia despencar no chão a qualquer momento. Odiava o que estava sentindo, odiava não poder controlar meu próprio corpo que o desejava. Seria tão mais fácil se eu pudesse só ignorar.

-Por que está fazendo isso? -Perguntei quase entrando em desespero ainda com o braço tapando minha visão.

-Você me quer. Eu quero você. Estou facilitando nossa vida. -Ele disse, tão claro e certo que nem mesmo consegui ficar irritada.

O senti se aproximar de mim e tocar meu braço delicadamente o colocando para baixo. Deixei que fizesse mais continuei com os olhos fechados, minhas mãos tremiam.

-Pare de resistir, isso vai ser bom pra nós dois. Você sabe disso.

Ele tocou meu rosto com as costas do dedo, arrastando até estar segurando meu queixo. Balancei a cabeça, negando. Era a única coisa que eu podia fazer.

-Isso não vai resolver nada. Amanhã você volta pra ela.

-Não. Não posso voltar para alguém que eu nunca tive e que eu não quero. -Ele disse a centímetros do meu rosto, ricocheteando a respiração próxima da minha boca. -A única que eu quero é você, e é você com quem eu quero estar. Para o resto da vida.

Ele ergueu minhas mãos trêmulas e as colocou em volta de seus ombros nus. Eu estava tão perdida, confusa e quebrada que não tive força para me afastar. Na verdade nunca tive, sempre fui boa em fugir e fingir, mas estar distante dele foi a coisa mais difícil que tive que fazer em toda minha vida.

Abri os olhos, ele estava me olhando outra vez e me perdi na imensidão escura brilhante de suas iris. No final, talvez, aquilo são precisasse significar nada. Eu o queria, era inegável e eu poderia deixar que apenas o desejo me tomasse e afastasse meus sentimentos. Não podia junta-los, por que depois, no dia seguinte, embora ele dissesse o contrário, não era comigo que ele iria estar.

Me afastei do armário e agarrei sua nuca o trazendo para mais perto e enfim colando nossas bocas. Todo o meu corpo se inflamou se preparando de todas as formas possíveis, mas deixei meu coração em ponto morto, precisava fazer isso para poder não me entregar completamente nem me envolver demais. Finn agarrou minha cintura e me tirou do chão colocando minhas pernas ao seu redor.

Foi um caminho curto de dois passos e ele encontrou a cama deitando e me deixando por cima de seu corpo. Ele afastou meus ombros e tirou minha camisa por sobre minha cabeça. O empurrei de volta para o colchão em seguida e tirei o sutiã que prendia minhas costas. Ele me encarou deslumbrado e eu me senti febril, mas seu olhar era intenso demais para mim.

Me abaixei e dei um beijo em sua garganta bem embaixo do pomo de Adão, exatamente onde a pele estava arrepiada. Ele gostava disso, eu sabia praticamente tudo sobre seu corpo embora não tivesse mais seu coração, aquilo eu poderia fazer muito bem.

Ele agarrou minhas pernas por cima da calça enquanto eu o beijava completamente sentindo o sabor de sua pele macia com um toque salgado do suor que se acumulava. Havia sentido falta daquele sabor, havia sentido falta de tudo e sabendo que seria a última vez mordi suavemente seu pescoço depois suguei a pele com mais força até sentir o gosto de seu sangue brotar em minha boca. O suficiente para deixar uma marca. Uma marca para ele ver, para Susan ver. Para todo mundo ver. Eu estava perdendo o controle.

Finn enfiou a mão entre nós e começou a me apertar por cima da costura da calça. Larguei sua pele abrindo os lábios para deixar que os gemidos escapassem com as pontadas de prazer irradiando do meu corpo. Assim como eu o conhecia, ele também me conhecia como ninguém mais.

Me esfreguei com mais força em sua mão mordendo o lábio e fechando os olhos cada vez me sentindo umidecer ainda mais. Finn segurou meu seio com a mão livre e começou a girar meu mamilo com os dedos.

-Você fica tão linda desse jeito. Só pra mim.

Havia um toque de possessividade em seu tom, algo que eu deveria reclamar mas tinha acabado de deixar uma boa marca em seu pescoço então já tinha perdido a razão. Não disse nada, apenas guiei sua mão para dentro da minha calça abrindo os botões. Precisava que ele me tocasse sem nada, precisava senti-lo.

Finn me empurrou para o colchão e tirou o resto das minhas roupas ficando de joelhos na minha frente, mas estava indo devagar demais parando para me olhar sempre. Olhares eram perigosos. Segurei sua mão o puxando para frente até que a coloquei entre minhas pernas.

-Me toque. -Exigi, mas soou mais como um apelo.

Nossos dedos deslizaram juntos entre minha umidade até que ele estava bem onde eu queria então o deixei sozinho. Finn se abaixou beijando ao longo da minha barriga enquanto seu dedo continua a me esfregar, dessa vez com mais velocidade.

-Voce sentiu minha falta, não sentiu? Sentiu falta de como eu faço você se sentir, de como eu toco em você do jeito que precisa. -Murmurou me mordendo suavemente sob o umbigo. Um dedo me invadiu e eu praticamente gritei.

-Vamos, Millie, me diga.

Afundei as mãos em seus cabelos empurrando sua boca mais para baixo. Finn geralmente não falava tanto e talvez só estivesse fazendo aquilo por ainda estar bêbado, eu teria que faze-lo parar, pois não queria admitir nada daquilo. Ele seguiu meu comando sem relutancia e sem insistência, o que me aliviou.

Senti o sopro do seu hálito lamber minha pele quente e molhada e minhas costas se arquearem em antecipação. Ele correu a língua sobre mim, demorando especialmente para sugar com cuidado o ponto de nervos sensíveis. Minhas pernas tremeram e eu gemi alto enquanto enxergava padrões coloridos deformados por baixo dos olhos fechados.

Quando comecei a estremecer inteira quase entrando em colapso ele parou e se deitou sobre mim esmagando a boca com a minha. Meus lábios sorveram o sabor único de mim mesma, mas sempre havia algo dele também ainda que estivesse em contraste com o gosto do uísque. Passei as unhas com força em suas costas deixando mais e mais marcas, o quanto fosse possível. Pelo menos naquele sentido ele ainda era meu.

-Millie, eu te amo. -Ele diz quando solta meus lábios para recuperar o fôlego e beija meu queixo.

Não me permiti fazer o mesmo, nem se quer abri os olhos. Não podia fazer isso.

-Shhh, não fala nada. -Pedi e me forcei mais para cima da cama.

Ele me puxou de volta agarrando a parte interna da minha coxa.

-Mas eu te amo. -Repetiu, como se eu não tivesse ouvido da primeira vez.

Abri os olhos e o fitei, havia uma grande batalha de sentimentos duelando em seu rosto. Uma mistura de amor, desespero e quem sabe um pouco de raiva também.

Me apoiei em um cotovelo e estiquei o braço puxando-o para que ficasse pairando sobre mim.

-Não vamos dizer nada. Por favor. Agora não.

Usei o mesmo braço livre para toca-lo, estimulando o pênis rígido com calma, mas não queria acalma-lo, queria que ele esquecesse.

Finn fechou os olhos e abriu os lábios gemendo. A frustração estava evidente em seu rosto mas era difícil demais lutar contra o prazer que eu estava lhe proporcionando. Era difícil para mim também e por isso eu não podia ficar olhando. Rapidamente me virei de costas e seu corpo despencou sobre o meu, levantei ligeiramente e ele me seguiu, segurando minha barriga enquanto me apoiei na cabeceira da cama.

Suas mão livre agarrou minhas pernas, abrindo-as por cima dos joelhos. Nunca fizemos nada parecido, sempre costumávamos nos olhar o tempo inteiro, mas talvez Finn tivesse percebido que seria impossível continuar se não estabelecessemos aquele espaço.

Ele me abriu delicadamente e então entrou em mim da mesma forma. Não foi impessoal como achei que seria e ao invés de me sentir desconfortável e distante, pareceu que daquela forma nos encaixavamos perfeitamente, muito mais do que nas vezes anteriores. Me segurei com mais força a medida que os movimentos passaram de lentos a rápidos e Finn assumia um papel de controle como nunca antes. Sua mão que não me segurava agarrou meus cabelos forçando minha cabeça a virar um pouco para trás. Não doía, ou talvez doesse, mas era tão bom que não cheguei a me preocupar com isso.

Entrando e saindo em um ritimo constante e avassalador. Rompendo as barreiras do que um dia eu havia considerado perfeito para chegar em algo magnífico, surreal e inacreditável por que eu não sabia que era possível ultrapassar aquilo tudo de uma só vez. Os puxões em meus cabelos se tornava mais fortes, minha coluna inteira estava formando um arco completo. Estava me aproximando de atingir o maior orgasmo da vida e queria que ele sentisse também, que o compartilhasse comigo. Me ergui até estarmos os dois ajoelhados na cama dura e puxei sua cabeça para frente, ele me beijou com força me apertando e me levando para baixo até que estava deitado de novo.

Me virei novamente e o montei. Já havia desviado demais de encara-lo, e se de fato era a última vez, naqueles segundos que restavam para acabar eu queria vê-lo, queria registrar tudo na minha mente para não ser tudo parte de um sonho depois.

Ele me abraçou enquanto eu começava a me desfazer inteiramente sobre seu corpo. Seus lábios beijavam meus ombros e eu retribuía suspirando sobre a pele exposta de seu pescoço.

Elevando os quadris uma última vez, ele gozou também. Sinti-me apertar a sua volta enquanto ele me inundava tremendo e gemendo meu nome, diversas, incontáveis e infinitas vezes. E então finalmente chegamos no tão esperado magnífico.

Ficamos assim por um tempo, apenas tentando recuperar os sentidos. Acho que nenhum de nós queria que acabasse então nos contentamos com aquele breve momento de paz enquanto as coisas não voltavam ao normal. Eu nem sabia mais como era o normal, mas tinha ideia de que não estávamos juntos e só isso fazia com que o normal fosse péssimo.

Afastei os cabelos encharcados de suor de sua testa e beijei seus lábios uma última vez. Finn respirava fraco, um suspiro quase inexistente mas voltou a vida no insistente em que nossas bocas se encostaram e seus braços voltaram e me agarrar. 

Depois me deitei para o lado e ele rapidamente me puxou para me abraçar, beijando o meio das minhas costas. A cama era tão pequena que se não ficassemos muito juntos provavelmente um de nós cairia.  Sua perna igualmente suada se enfiou entre as minhas e eu fechei os olhos lutando para afastar a normalidade. Queria sustentar aquilo até o dia seguinte.

-Millie, eu te amo. -Disse ele de repente quebrando o silêncio que eu havia decretado. Seus dedos acariciando minha barriga. 

Senti um aperto no peito e abri os olhos sendo absorvida pela escuridão. Acho que devo ter prendido a respiração e só percebi isso quando ele começou a roncar baixinho atrás de mim e eu voltei a respirar. Engolindo de novo o ar uma lágrima escorreu, e eu fechei os olhos novamente. Tendo certeza de que Finn havia adormecido murmurei:

-Eu também amo você.


Notas Finais


Até quando tá bom tá mal. 😅😪

Até breve ♥️


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