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História The Change- Fillie - Capítulo 16


Escrita por: MabelSousa

Notas do Autor


Volteiiii 🥰🥰


Boa leitura ♥️

Capítulo 74 - Capítulo 16


Finn. 


As pessoas costumam dizer que na vida sempre há o momento certo para tudo.

No entanto, na minha vida, essa dita frase nunca se encaixou perfeitamente em praticamente nada. Tudo o que vivi e o que passei foi nada menos do que arremessado em minhas costas sem que eu nunca estivesse nem mesmo preparado. E a falta de preparo levou a uma série de coisas inexplicáveis que acabaram de alguma forma mudando o curso natural da minha história.

Mudou as pessoas ao meu redor e mudou a mim. Me transformou em alguém que eu nunca imaginei ser e alguém a quem passei a odiar a cada vez que me olhava no espelho.

As mesmas pessoas que dizem isso, são as que acreditam que existe um propósito maior para todos os nossos problemas e provações. Aquela velha história do  "há males que vem para o bem no final das contas". 

Mesmo nunca tendo acreditado em nenhuma dessas coisas, agora me vejo em uma terrível contradição.

Todas as coisas que aconteceram comigo ainda estão aqui. Presas comigo e levando tudo de mim. São marcas recentes, ainda dolorosas que nunca vão me deixar. Mas ao contrário do que acreditei até agora, continuo vivo mesmo com minha pele repleta de cicatrizes.

Agora estou de pé. Depois de ter tomado um banho longo que lavou não só o meu corpo, mas também a minha alma e estou observando a razão pela qual ainda tenho esperanças em mim.

Ela está deitada na cama ainda adormecida. Com seu corpo quase completamente coberto pelo lençol que usei para cobri-la antes de levantar. Da porta do banheiro consigo ver bem seu rosto descansado repousando em cima do travesseiro e me recordo com perfeição do momento em que estava sobre o meu peito. Sua respiração é calma, tranquila sem nenhum sinal de agitação.

A garota a quem observo é forte e corajosa. Mais do que pensa de si mesma. É teimosa também, as vezes super exigente e perfeccionista. Ela é a pessoa mais resiliente que conheço. Capaz de passar pelo pior pesadelo possível e ainda assim continuar sendo doce e perfeita, até mesmo com quem não merece. Eu não a mereço. Perdi esse privilégio a muito tempo atrás quando me perdi e a fiz se perder também. Soube naquele momento que tinha aberto mão da melhor coisa da minha vida do pior jeito possivel. Ela deveria ter se afastado de mim. Ter protegido a si mesma e ao seu coração do imbecil problemático que praticamente a destruiu.

Mas ela estava lá quando eu precisei. Estava lá para confiar em mim quando eu não confiava. Para me amar quando eu só conseguia me odiar. Para espantar a dor e me reconstruir ainda que fosse uma tarefa complicada e demais para ela. Estava lá quando desisti de mim e de nós.

Essa mesma garota tomou todo o meu coração. Se tornou parte vital da vida ainda restante que sobrou em mim porque ela é toda minha vida. E essa garota aceitou ser minha esposa.

Talvez a força dos meus pensamentos tenham atingido um ápice tão forte que Millie de repente se mexe em cima da cama. Seus cílios pestanejam bem devagar e sua boca se abre suavemente para escapar um bocejo preguiçoso. Antes de seus olhos se abrirem completamente ela tateia a cama ao seu lado procurando pelo meu corpo que deveria estar ali.

Quando sua mão chega na beirada ela desperta de vez com um tipo de desespero que a faz erguer a cabeça atordoada até que ela olha para mim encostado no batente da porta.

Ela não consegue esconder seu alívio muito embora sua sobrancelha se erga em um claro questionamento. Não sou capaz de fazer nada além de olhar para ela com o coração acelerado enquanto seus cotovelos se apoiam no colchão para que seu tronco levante.

Seus cabelos quase loiros despencam em seus ombros cobrindo parcialmente os seios nus repletos de algumas marcas deixadas por meus lábios na noite passada.

Esse pensamento e essa visão são parte da infinidade de coisas que passam por minha cabeça como algo que não quero nunca esquecer. E me sinto grato pela oportunidade de poder vê-la dessa forma agora e completamente ansioso para repetir isso pelo resto da minha vida.

-Você já levantou.. -Murmura ela depois de um tempo apenas me encarando sem entender. Sua voz está rouca, baixinha e ainda cheia de sono.

Coloco as mãos nos bolsos da calça moletom e faço que sim com a cabeça, de repente não conseguindo falar nada pois não consigo parar de observa-la.

Ela olha para os lados, depois se senta contra a grade da cama para coçar os olhos.

-O que foi? Aconteceu alguma coisa? Porque você está parado aí?

Me perco novamente na visão e esqueço de responder. Quando ela tira a mão do rosto, engulo em seco quando me lembro de sua pergunta.

-Ah, não. Não aconteceu nada. Só quero olhar para você. -Minha voz também sai rouca. Tranquila e diferente do que me lembrava.

Suas sobrancelhas se erguem suavemente e vejo suas bochechas corarem ligeiramente, mas ela faz o mesmo que eu e me olha dos pés a cabeça parando propositalmente em minha barriga onde a calça está baixa pendendo no meu quadril.

Mesmo com anos de experiência em atuação ela nunca consegue esconder seu desejo por mim. Eu sei, pois ela nunca precisou fazer isso. Ela sabe que tudo é dela e seu olhar me diz exatamente isso.

-Você sentiu minha falta? -De repente pergunto, tomado pelo calor que seu olhar me causa.

Ela franze um pouco o cenho, mas logo se dá conta do que eu quero saber e se ajeita na cama. Não estou falando de agora, pelo tempo que passei longe da cama enquanto estive no banheiro. Estou falando dos dois meses inteiros que passamos separados.

Sua respiração se altera quando ela percebe isso e eu sinto a eletricidade mútua que permeia o espaço entre nós.

-Todos os dias. -Diz, sem hesitar. Deixando sua voz mais suave do que nunca e até um pouco melancólica.

Não é isso que eu quero. Não quero trazer lembranças ruins, especialmente agora. Só quero de alguma forma me dar conta de que tudo isso é real tanto quanto eu imagino.

-Do que você sentia falta, exatamente? -Tento ser mais específico.

Sua respiração muda outra vez, ficando mais calma enquanto ela tenta se lembrar.

-De tudo. Da sua companhia, da forma como você me dava estímulo e me elogiava, das nossas conversas até das brigas. -Ela abre um sorriso pequeno, mas cheio de saudade.

É uma boa resposta. Me faz ver que ainda há muitos outros motivos além do que eu imaginava e esses são sem dúvidas os mais importantes, mas ainda não são o suficiente.

-E do meu toque? Do meu corpo... Você sentiu falta? -Pergunto, sem conter a adrenalina que esse pensamento causa em meu corpo.

Ela morde o lábio inferior suavemente. Algo que envia um estímulo caloroso e repetindo pelo meu copo. Afasta o cabelo para atrás da orelha e faz que sim com a cabeça.

-Preciso que diga, meu amor. -Peço calmamente, mas tão nervoso por dentro que escondo o tremor em minhas mãos dentro dos bolsos.

Ela não está entendendo nada. Ou talvez entenda tudo. Nunca fui tão inseguro desse jeito, mas vou me casar com essa mulher e eu preciso saber que sou tudo o que ela precisa e quer.

Ela limpa a garganta e afasta novamente mais uma mecha de cabelo. O movimento faz com que parte de seu seio direito seja revelado e eu vejo a pontinha do mamilo completamente durinha, demonstrando a excitação que o seu corpo não consegue esconder.

-Senti falta de como você me adorava. Pensei nisso o tempo todo. -Diz ela, parecendo tímida com as bochechas coradas e os lábios meio abertos.

Essa timidiz cai bem nela. Não que eu queira deixá-la constragida, mas Millie não se abala com nada e quando deixa claro o que minhas perguntas lhe causam me sinto profundamente satisfeito.

A onda de calor em mim vai se tornando cada vez mais intensa conforme vou me enchendo com a fantasia de adora-la. Amo fazer isso porque idolatro não só a ela, mas a seu corpo também. É quando mostro a força do meu amor e da minha devoção. Do quanto amo cada partícula que formam o seu ser.

-Você ficava molhada quando pensava nisso? -Provoco um pouco mais, sentindo os efeitos intensos dessa pergunta.

Seus olhos se arregalam quando ela escuta. Como se não esperasse por essa pergunta. Qualquer pessoa pensaria que passei dos limites, mas a conheço bem demais para saber que ela adora.

-Sim, bastante. -Diz enfatizando com um movimento de cabeça.

A auréola rosada de seus seios diminui ainda mais quando os mamilos se enrijessem e daqui vejo sua pele se arrepiar acompanhando o arrepio que também percorre o meu corpo.

-E você se tocava, pensando em mim. -Não é uma pergunta dessa vez. Já sei a resposta e ela também.

Sua respiração acelera de novo. Está constantemente mudando. Se excitando com cada uma das minhas palavras. Ela faz que sim de novo enquanto engole em seco, parecendo estar sem palavras.

-Mostra pra mim. -Peço, mas minha vontade é de implorar aos seus pés.

Ela olha para a cama de novo e para o lençol que cobre a parte de baixo do seu corpo, parece hesitante inicialmente, mas logo está deitada de novo, afastando o lençol de si.

Perco o fôlego ao ver seu corpo despido na minha frente e minha calça começa a ficar apertada quando o fluxo sanguíneo é direcionado totalmente para o meu pau dentro dela. Tento me controlar pois esse momento, embora me deixe louco é completamente dela e não meu.

Saio da porta e ando vagarosamente até a beira da cama. Seu corpo está estirado em cima da cama e sua cabeça apoiada no travesseiro esmagando a cascata de cabelos em suas costas. Suas pernas estão fechadas e os braços estendidos ao seu lado. Ela não se move, mas seu peito está subindo e descendo com a respiração desregulada e ansiosa.

Observo cada centímetro de pele na minha frente. Desde o início os dedos dos pés com unhas pintadas de um cor de rosa bem suave. No pé direito ainda há uma pequena marca arroxeada, reflexo do machucado do qual ela ainda está se recuperando. É mais uma lembrança dolorosa em nossa história e é uma das que ainda me sinto inteiramente culpado e por isso passo um tempo olhando para a marca.

Millie solta um pigarro com a garganta e eu perco o momento de distração.

-O que você quer que eu faça? -Ela pergunta, com a voz afetada pela excitação e cheia de desejo.

Isso junto a expressão em seu rosto faz com que as lembranças ruins saiam temporariamente da minha cabeça. Observo seu corpo de novo, imaginando a infinidade de coisas que quero ver e possuir dele, mas por hora a única coisa que quero é satisfaze-la.

-Se toca para mim. -Ordeno baixinho, enfiando de novo as mãos dentro dos bolsos.

Ela acompanha o meu movimento sutil encarando a ereção consolidada dentro da minha calça e solta um suspiro. Sua ligua escapa para passear ligeiramente pelo lábio inferior e ela leva as mãos diretamente aos seios.

Sua respiração se torna mais ofegante e a imagem me alucina mesmo ainda sendo algo tão pouco. Seus dedos se enrolam nos mamilos e ela os torce prendendo o lábio inferior entre os dentes.

-Você me imaginava fazendo isso? -Instingo, sentindo cada respiração minha deixar as palavras saírem meio frouxas embora eu me mantenha firme.

Ela fecha os olhos e faz que sim com a cabeça, logo se dando conta de que eu preciso que diga com palavras.

-Sim. Amo as suas mãos em mim. -Diz, logo depois soltando um gemido baixinho.

Cada som que ela emite leva mais uma onda de choque ao meu pau e minhas mãos estremecem de vontade de me tocar também, mas não faço isso. Assim como nunca fiz enquanto estive longe dela. Sempre imaginei seu corpo, com saudade de cada pedaço dele e isso me causou longas e dolorosas ereções, mas nunca me aliviei. Fazia parte do meu castigo. O que me impus sabendo que eu mesmo tinha causado nossa distância.

-Fala mais, linda. -Imploro, pegando também meu lábio inferior com os dentes.

Ela suspira e larga os seios inchados passando as mãos pela barriga lisa.

-Imaginei cada coisa que você poderia fazer comigo. Cada coisa que só você poderia fazer. -Diz continuando a descer até abaixo do umbigo.

A maioria dos caras não gostaria de saber que sua mulher andou tão desejosa enquanto estava longe dele apenas por insegurança e ego ferido. Mas a maioria está errada. Amo saber que ela me queria, que usou a si mesma para dar o prazer que eu não podia dar. Quero exatamente isso. Sua necessidade por mim, mas também quero que ela seja auto suficiente para tocar a si mesma. Para conhecer seu corpo e desbravar as sensações mesmo sozinha.

Todas as mulheres deveriam se sentir assim. Ter a confiança que Millie tem. A segurança com seu corpo e sua mente. Sem constragimento, sem restrições.

Ela abre as pernas diante de mim e eu vejo a comprovação líquida do seu desejo. Sua carne está rosada, trêmula e escorrendo sem nenhum pudor. A visão me deixa mais duro do que nunca e salivando com a vontade animal de sentir seu gosto em minha boca.

-Imaginei seus dedos dentro de mim... -Ela murmura enquanto passeia seus próprios dedos por cima da umidade e solta um gemido longo e gostoso quando chega no feixe de nervosos tensos.

Falta uma aliança nesse dedo. 

-Isso, amor. Continua. -Provoco ainda mais. Prestando atenção em cada som que ela emite e em suas veias super inchadas pelo fluxo sanguíneo intenso.

Ela fecha os olhos e sua cabeça se inclina para trás enquanto seus movimentos se tornam mais regulares, massageando o clitóris inchado.

-Faz isso também. -Ela implora com a voz super afetada.

Sinto a tensão tomar conta do meu corpo e me mexo para cima da cama ansioso para ajuda-la, mas ela balança a cabeça rapidamente em um gesto negativo com a respiração desregulada.

-Não. Faz isso.... Em você mesmo. -Explica, se contendo para não gemer muito alto.

Sinto a pulsação em meu pau se acelerar ainda mais de um jeito doloroso, mas por alguma razão não consigo me mover.

Ela suspira, impaciente com a minha hesitação.

-Por favor, Finn... Eu quero ver. -Suplica levando a outra mão até o seio para aperta-lo.

Nesse momento consigo sair do esturpor e coloco a mão por cima da minha calça sentindo a minha ereção incrivelmente dura para ela. Algo dentro da minha cabeça me diz que não devo fazer isso. Que esse momento é para ela e só para ela.

Mas do jeito que Millie me olha, olha para minha mão apertando meu pau dentro da calça me faz esquecer de basicamente tudo.

Coloco a mão por baixo do tecido e pego a mim mesmo soltando um suspiro de alívio e tensão ao mesmo tempo.

Ela geme mais quando começo a me estimular e luta para manter seus olhos vidrados em meu corpo enquanto seus dedos dão prazer a si mesma.

Ao contrário do que imaginei, esse momento não se torna um peso para mim e não me faz pensar no tempo em que estávamos distantes. Só consigo pensar que estamos juntos agora e que dessa vez é para sempre.

A primeira gota de sêmen escorre entre meus dedos e Millie lambe os lábios enquanto observa atentamente.

-Você é tão lindo. -Diz ela de apoiando com mais força sobre o cotovelo para conseguir ter uma visão melhor.

Não suporto e fecho meus olhos, apreciando o elogio enquanto sinto a explosão se acumular cada vez mais dentro de mim.

Com os joelhos encostados na beira da cama sinto quando o colchão começa a tremer e então abro meus olhos.

Millie se contorce gemendo chegando ao orgasmo e seu dedo escorrega para dentro e para fora da boceta molhada enquanto suas pernas lutam para se fecharem.

-Deixa rolar, linda. -Ordeno enquanto eu mesmo já me sinto quase na beira do abismo apertando meu pênis a todo instante.

Me obedecendo, ela deixa rolar e o orgasmo lhe faz arquear as costas e sua cabeça tomba para trás enquanto geme o meu nome.

O suor escapa do meu rosto em gotas grossas que escorrem livremente até chegarem em meu peito. Quando fecho meus olhos me preparando para gozar, Millie fica de joelhos bem a tempo para agarrar meu pau e esfrega-lo contra seus seios.

O prazer é tão intenso que instantanemente gozo sobre eles aproveitando a umidade para roçar meu pênis sobre seus mamilos. Outras mulheres também achariam algo assim muito nojento, mas Millie encara a bagunça que fiz em sua pele com um brilho de vitória estampado em seu rosto e em seus olhos.

-Eu te amo demais. -Digo, ofegante me inclinando para dar um beijo suave em sua testa molhada de suor.

Ela solta um barulho semelhante a uma risada e abre um sorriso. Envolvo seu corpo com meus braços e a pego no colo. Ela vem com facilidade, já que está completamente exausta depois do orgasmo intenso que sofreu.

Nossos peitos úmidos se encostam e ela me beija enquanto envolve suas pernas ao meu redor.

Vagarosamente a levo para o chuveiro e não solto nem mesmo quando entramos debaixo da água. Me sinto tão infiltrado em sua pele que é difícil imaginar como vou me sentir no momento exato que realmente colocar uma aliança em seu dedo.

No geral, essas coisas de casamento não são nada além de simbologia. O ato de nos casarmos não vai mudar em nada o que eu sinto por ela e visse versa, mas ao mesmo tempo muita coisa vai ser diferente. Nossa vida diante das pessoas, nossa convivência e é exatamente isso que eu quero. Tornar esse sonho o mais real possível, para assim conseguir escapar dos meus pesadelos.

Quando terminamos o banho ela pega dois roupões no armário e voltamos para o quarto. Agarrados. Exaustos e satisfeitos.

Quando me deito em seu peito ergo minha cabeça para olha-la de novo. Não me canso de fazer isso. Agora a vermelhidão saiu de seu rosto e ele está completamente limpo embora as bochechas ainda estejam um pouco coradas e os lábios inchados pelos beijos recentes.

Seus cabelos úmidos estão envoltos em uma toalha cor de rosa pequena e ela acaricia meu rosto agarrando meu cabelo com a outra mão livre.

-Sinto falta dos seus óculos. -Diz de repente, olhando fixamente para os meus olhos como se as palavras estivessem escapado sem querer..

Abro um sorriso, me sentindo inexplicavelmente tímido de uma hora para outra. Encosto meu queixo em seu peito e suspiro.

-Achei que ficaria melhor sem eles... Por causa do Meu trabalho e tudo o mais.

Ela alonga minhas sobrancelhas com os polegares e também abre um sorriso.

-Você fica lindo de qualquer jeito, só sinto falta mesmo.

Abaixo meu olhar, me culpando por ter parado de usar os óculos. Se ela gosta, eu vou voltar a usar, mas me dou conta depois que não é exatamente isso que está me incomodando e sim outra coisa. Muitas coisas.

-O que foi? Você ficou estranho de repente. -Millie pergunta, levantando meu queixo para manter meu olhar.

Agora que meu corpo se aliviou, minha mente se enche outra vez e as preocupações retornam.

Quando ela percebe minha hesitação faz força para afastar meus ombros e então se senta na cama cruzando as pernas. Ela também parece meio tensa agora, talvez se dando conta da mesma coisa que eu. 

-Precisamos pensar como vamos fazer daqui para frente. -Sou o primeiro a dizer, me sentindo na responsabilidade de fazer isso.

Ela concorda rapidamente ajeitando os cabelos dentro da toalha. Parece um pouco nervosa e eu me encho de apreensão em pensar que ela pode estar querendo voltar atrás.

-Claro. Temos que contar para as pessoas. Nossos pais. -Diz depois de um tempo.

Ao mesmo tempo que isso me alivia me deixa mais preocupado. Quanto a minha família, duvido muito que alguém não fique feliz com isso, já a dela não posso dizer a mesma coisa.

-Podemos marcar um jantar... Pra que eu faça o pedido de novo. -Sugiro, estranhando a calma com que essas palavras saem de minha boca.

Millie abre um sorriso incrédulo e ladeado, como se eu não fizesse a menor ideia do que estou dizendo, depois move a cabeça negativamente.

-Isso não pode acontecer. -Diz simplesmente, mantendo sua voz neutra embora esteja ligeiramente triste. -Eu que vou falar com eles.

Franzo o cenho a princípio, mas logo entendo o porque. Levo minha mão até seu joelho descoberto pela toalha e acaricio sua pele.

-Eles não vão gostar nada. Não é? -Pergunto, com receio da resposta.

Ela suspira e seus ombros decaem, mas sua expressão não se mantém triste por muito tempo, ela parece mais conformada do que qualquer outra coisa.

-Na verdade isso não importa. Eu quero e vou fazer isso e eles não tem que concordar. Só não quero que isso se torne um transtorno, então é melhor que eu fale com eles sozinha.

Faço que sim com a cabeça, realmente compreendendo. Millie está determinada em se casar comigo e isso é maravilhoso e muito mais do que eu mereço, mas ao mesmo tempo não me sinto bem com todas essas outras coisas envolvidas.

-Eu não queria que fosse assim. Pensei em fazer tudo da forma certa dessa vez. -Digo, deixando que meus ombros caiam também.

Ela sorri e faz um carinho em meu rosto olhando para mim com suavidade.

-Você não precisa pedir minha mão ao meu pai nem nada do tipo. Sou eu quem decido se quero ou não me casar e eu já decidi. Eles vão aceitar uma hora ou outra.

Apesar de falar com estranha conformação, ainda dá para notar um pouco de mágoa em suas palavras. Nesses últimos dias e meses tudo o que vivemos foi basicamente somente sobre mim e me dou conta de que não sei quase nada do que está acontecendo na vida dela. A culpa e o alvoroço me pegam desprevenido.

-Você está bem com seus pais? -Decido perguntar, pegando sua mão do seu rosto para segurar com a minha.

Ela suspira de novo, mas sua respiração se acelera. Eu esperei que ficasse triste, mas de repente ela parece com raiva.

-Meu pai... Nem tenho o visto muito desde aquele dia... -Diz, me olhando de um jeito que já sei o que significa. Está fazendo referência ao dia que chamei Robert para levá-la para casa. -E a minha mãe... Bem, ela tem me tirado do sério. Muito mais do que o normal.

Nesse momento seus olhos ficam apertados e seu rosto contorcido com a raiva que lhe toma fazendo com que ela solte minha mão. Robert é um cara legal. Superprotetor demais as vezes, mas consegue ser compreensivo, já Kelly é totalmente o contrário.

-O que ela fez? Se você quiser contar, é claro. -Me corrijo, percebendo que estou entrando em um assunto possivelmente bastante delicado.

Ela bufa e suas mãos se fecham em punhos. Queria protege-la dessa raiva. Sei o quanto isso pode ser perigoso, mas espero até que ela explique.

-Estou tentando separar nossas contas para poder tomar posse total do meu dinheiro, mas ela .. está me enrolando o tempo todo. -Diz, enchendo as bochechas de ar para soltar furiosamente. -E para completar... Acredita que ela simplesmente decidiu que não ia mais pagar a Rose e deixou a coitada três meses sem receber salário?

Fico perdido com os pensamentos, primeiro surpreso em saber que Millie não tem acesso ao seu dinheiro, depois no que diz em seguida. Balanço minha cabeça, incrédulo, mas ao mesmo tempo não. Não me surpreende que Kelly seja capaz de fazer isso.

-Isso é horrível... Como você descobriu?

Ela faz uma pausa para respirar e decide tirar a toalha da cabeça deixando que seus cabelos molhados despenquem sobre as costas.

-A Rose me contou, mas só fez isso porque eu percebi que ela estava sem dinheiro, se não tivesse feito isso ela estaria até agora sem receber nada.

Percebo o quanto ela se culpa por isso. O que não faz sentido, mas é compreensível. Me aproximo e fico ao seu lado, colocando sua cabeça em meu ombro, me culpando também por não ter tentado saber como estava sua vida.

-Talvez ela tenha esquecido, ou algo assim. -Digo, para tentar amenizar um pouco o clima pesado que se forma.

Millie bufa e esfrega o rosto em meu ombro sobre o roupão.

-Não. Ela não esqueceu... Eu ainda não entendo, mas ela nunca gostou da Rose e fez isso de propósito. Agora mais do que nunca eu tenho que separar minha conta da dela.

-Você tem ideia de quanto dinheiro acumulou? -A pergunta me escapa, dando voz ao pensamento estranho que me ocorre

Ela faz que sim com a cabeça, mas depois faz que não.

-É muita coisa, mas não faço ideia de quanto mais ou menos.

Fico calado por um tempo. Pensando realmente sobre isso. Sobre os motivos que levariam Kelly a não querer que Millie tenha acesso a esse dinheiro e nenhum deles é bom. Ela percebe que fico tenso então levanta o rosto para me encarar seriamente.

-Ela não está me roubando, Finn. Só.. se preocupa que eu gaste com bobagens. Até esse apartamento ela achou que foi um desperdício de dinheiro. Da para entender. Eu nunca tinha saído de casa antes. -Ela diz parecendo muito convencida, ou pelo menos está tentando se convencer disso.

Deve ser difícil cogitar a ideia de que sua própria mãe está roubando seu dinheiro. Mas isso sai da minha mente. É loucura demais e sinceramente, não acho que Kelly realmente tenha coragem ou precise disso.

-O dinheiro é seu. Você tem que correr atrás disso. -Falo, segurando seu queixo com os dedos.

Ela assente e da um beijo na palma da minha mão.

-Meus pais estão viajando agora, mas assim que voltarem vou resolver isso. -Faz uma pausa e seus olhos se arregalam quando algo parece tomar sua mente. -Você pode me ajudar.

Seu tom se anima então eu me animo também.

-Sim, claro, mas como?

Ela se afasta para ficar mais na minha frente e coloca os cabelos para trás das orelhas.

-Você é formado em economia, lida com muito dinheiro na prefeitura e também com essas questões burocráticas que eu não entendo nada. Você pode cuidar disso pra mim. -Fala abrindo um sorriso de orelha a orelha com a própria idéia.

Me sinto tão confuso que a primeira coisa que faço é recusar com um aceno de cabeça.

-É muito diferente, Millie. Eu faço estatísticas, trabalho com números e vejo o que é ou não mais rentável em relação a gastos e investimentos, não lido com dinheiro especificamente. -Tento explicar da forma mais simples que consigo.

Millie fica obviamente chateada e seus lábios se espremem de frustração, mas ainda não está convencida.

-Então cuidar do meu dinheiro vai ser moleza para você. -Diz com veemência, cruzando os braços.

Realmente seria. E seria muito mais fácil também. Mas me sinto estranhamente desconfortável, como se essa ideia fosse inaceitável dentro de mim.

-Eu teria que trabalhar para você. Isso não ia ser legal. -Respondo, forçando o tom mais pacífico que consigo.

Ela dá um muxoxo de desdém.

-Não ia ser. Vamos nos casar. O que é meu é seu também e não vou confiar em ninguém mais do que confio em você.

Quando escuto acabo soltando uma risada incrédula e passo a mão pelo cabelo. Ela não faz ideia do que está dizendo, embora sua intenção seja uma prova do quanto realmente confia em mim. Quero tudo dela. Mas nenhuma dessas coisas incluem dinheiro.

Depois de me controlar pego suas mãos e olho profundamente em seus olhos.

-Eu posso cuidar disso pra você. -Surpreendo a nós dois quando decido. Millie abre um sorriso e aperta minhas mãos. -Mas quero que a gente se case com separação total de bens.

Isso claramente a pega desprevenida e ela franze o cenho, então tento ser mais claro.

-Você tem muito mais dinheiro do que eu e não me importo com isso, mas é tudo seu, Millie, do seu trabalho. Eu não quero nada disso e é mais seguro que a gente deixe as coisas assim, você entende?

Ela hesita por um instante, talvez tentando compreender o que quero dizer, mas depois assente. Ela sabe o que as pessoas pensariam de mim se fosse diferente e vejo que consegue se por em meu lugar.

-Entendi, mas ainda assim eu quero que cuide disso para mim. Por favor. -pede, erguendo uma sobrancelha.

-Eu vou cuidar. -Digo, sem mais hesitar, aceitando que talvez seja realmente uma boa opção. Eu jamais tiraria um centavo dela e prefiro conviver com as pessoas pensando o contrário do que colocar qualquer outra pessoa para cuidar disso.

Ela sorri um pouco mais feliz e fica de joelhos para me abraçar logo em seguida sentando no meu colo. A abraço, colocando minhas mãos em suas costas e o rosto em seu pescoço. É surreal o quanto nossa vida mudou em questão de horas e eu nunca poderia pensar que nesse momento estaríamos decidindo questões sobre nosso casamento. É a melhor sensação que já tive na vida, mesmo que ainda falte muito a ser resolvido.

Só depois de um tempo ela se afasta deixando seus braços em meus ombros e me dá um beijo suave nos lábios enquanto ainda está com o rosto próximo ao meu, sussurra:

-Vou falar com o David... Quero que todo mundo saiba que vou me casar com você.

Um nó se forma em minha garganta e meu coração acelera com essa declaração. Só não sei explicar se é algo bom ou ruim.

-Você... Acha que é uma boa ideia? -Pergunto, subitamente me afastando para tentar respirar.

Ela faz que sim com um movimento decidido e mexe no meu cabelo.

-Sim. Não vamos conseguir esconder de toda forma e quero acabar de vez com as especulações.

São tantas coisas acontecendo ao mesmo tempo que a última que havia me passado pela cabeça seria a repercussão que nosso casamento traria a mídia. Quando estou com Millie, mesmo que isso não faça sentido, esqueço o quanto ela é famosa e o quanto as pessoas vão cair em cima de mim também, especialmente depois de todos os escândalos que já nos perseguiram.

Só consegui me livrar das acusações de agressão quando Louis disse que não foi isso que aconteceu e no meio disso tive que dizer que eu e Millie não tínhamos nada, mas agora que todos vão saber que vamos nos casar com certeza vão voltar no assunto.

-Ei... Vai dar tudo certo. -Millie diz, me tirando dos pensamentos enquanto segura meu rosto. -As pessoas vão se acostumar com isso.

Ela parece querer mesmo acreditar nisso. Forço um sorriso para alivia-la, pois sei que se me sinto aterrorizado ela deve se sentir muito mais. Seu maior medo era que a falta de privacidade acabasse com a minha vida, mas chegamos em um ponto onde não temos como voltar atrás. É inevitavel, mas faço qualquer coisa e enfrento tudo por ela.

-Vai sim. -Concordo dando um beijo suave em sua testa.

O alarme do meu celular então dispara interrompendo nosso momento e só agora me dou conta de que horas são e do quanto tenho que correr para não me atrasar para o trabalho.

-Você já tem que ir? -Ela pergunta quando me afasto para levantar da cama.

Paro antes de descer totalmente e dou um beijo bem rápido em seus lábios.

-Me desculpa, mas sim. Já faltei dois dias e não...

-Tudo bem. Eu também vou ter um ensaio daqui a uma hora. -Me interrompe, levantando-se.

-Ensaio? Ensaio de que? -Pergunto enquanto corro atrás dela quando entra no closet imenso, como se tivesse todo o tempo do mundo ao meu favor, mas de repente, saber sobre ela é mais importante.

Ela vai até o armário e tira algumas roupas de dentro sem conseguir esconder o sorriso em seus lábios.

-Vou fazer o Experimento 11. Fui chamada já tem quase um mês e começamos a gravar a duas semanas. -Seu sorriso se alarga enquanto ela retira mais roupas de dentro do armário.

Fico chocado. Boquiaberto. E ao mesmo tempo cheio de orgulho. Vou até ela e retiro todas as roupas de suas mãos sem me importar em ter me atrasar mais enquanto a pego no colo e a coloco em cima da bancada de maquiagens dentro do closet exigindo que me conte todos os detalhes sobre o filme.

Ela faz exatamente isso, com um sorriso cada vez maior no rosto que não consigo parar de segurar enquanto escuto tudo atentamente. O roteiro é impressionante e consigo imaginar até mesmo as cenas quando ela descreve a produção.

Quando diz que esse papel pode levá-la a concorrer a um Oscar, não me contenho de felicidade e beijo seus lábios várias e várias vezes.

-Isso é... Incrível. Você merece... Já te vejo subindo naquele palco... -Digo de forma entrecortada enquanto me interrompo com os beijos.

Ela ri retribuindo a cada um deles. É tão bom vê-la dessa forma. Tão leve, tão despreocupada e orgulhosa de si mesma que mais uma vez me pego sem acreditar que ela aceitou ser minha esposa.

-Eu sei... Só não quero ficar pensando demais nisso. Se não acontecer, não quero me decepcionar. -Diz ela, quando me convence a parar com a sucessão de beijos colocando suas mãos em meu peito.

Coloco uma mecha seca de seu cabelo para trás e confirmo com a cabeça, mesmo que eu saiba que ela tem todo o potencial para ganhar.

-Se não te derem o Oscar, vão se arrepender amargamente.

Millie sorri de novo, dessa vez com menos intensidade do que antes, o que me leva a perguntar se eu disse algo errado. Ela suspira e passa a mão pelo meu rosto, ficando um pouco mais séria.

-Agora você... Não falamos sobre o que você vai fazer em relação aos seus problemas. -Pergunta de forma ligeiramente hesitante.

Deixo transparecer o quanto isso me incomoda, pois não consigo esconder e o ar escapa para fora de mim com esforço.

-Voce vai mesmo atrás da Susan? -Questiona, quando me mantenho em silêncio.

Confesso que até agora estava evitando pensar nisso, mas é claro que o assunto teria que surgir uma hora ou outra. Me afasto apenas o suficiente para ficar ao seu lado e me escoro contra a bancada incapaz de olha-la.

-Não posso fazer isso antes de conversar com o Marvin primeiro. -Digo, tomando um fôlego enorme ao pensar.

Ela fica em silêncio por um tempo, talvez tentando dirigir o que eu falei. Odeio a tensão que se forma entre nós, é um comparativo muito absurdo em relação a suavidade que antes estava presente.

-Você vai pedir que ele converse com ela? -Pergunta, sem querer parecer tão esperançosa com a resposta, mas eu sei que está.

Millie não quer que eu encontre com a Susan.

-Não, se ela for dizer alguma coisa só vai falar pra mim. -Faço uma pausa antes de continuar. -So quero falar com ele porque é ele quem está por dentro da situação dela e eu tenho que saber bem com o que vou lidar.

Me impressiono com o quanto pareço firme com essa decisão, embora por dentro ainda esteja tomado pelo pânico e pelo medo e isso porque ainda não tive tempo de pensar em Sarah no meio de tudo isso. São coisas demais.

Ela confirma com um aceno de cabeça, como sempre faz quando concorda, mas não é capaz de dizer isso com palavras.

-Se ela não dizer nada? Sei lá.. se inventar mais alguma história? Você não tem como saber se ela vai dizer a verdade.

Encaro seu rosto de novo. Está tomado de preocupação. É compreensível, pois me sinto da mesma forma. De todo jeito, falar com Susan nunca poderia ser fácil e eu faria qualquer coisa para não ter que trazê-la de volta.

Chego mais perto e seguro sua mão, sem ter certeza exatamente se o que vou falar foi de fato processado por minha mente, mas no final parece o mais lógico.

-Se eu não conseguir nada... Vou ter que fazer o exame de DNA.

Seus olhos se enchem de lágrimas e ela perde o fôlego ao me ouvir. Sei que está se compadecendo comigo quando admito que vou fazer algo extremamente doloroso para mim.

-Você sabe que a Sarah não precisa saber, não é? Olha.. hoje em dia as coisas são mais simples e rápidas, alguns fios de cabelo ou até mesmo unhas são o suficiente para fazer o teste.. você é responsável por ela e...

-Não... Por favor não fala assim. -A interrompo, indo para a sua frente de novo pois suas palavras me torturam. -Esse é o problema, Millie. Até agora tudo o que eu fiz foi esconder a verdade e fiz tudo as escondidas deixando a Sarah no escuro. É por isso que ela não me perdoa. Ela não me odeia porque eu sou irmão dela, me odeia porque eu não contei e não fui sincero. E se eu precisar fazer um exame ela vai saber o porquê e isso só vai acontecer se ela concordar.

Millie deixa as lágrimas finalmente caírem, mas ao contrário do que parece elas são de felicidade, de entendimento e de orgulho. Ela segura meu rosto com as mãos e beija suavemente minha boca.

-Voce tem razão. Não é justo que ela não saiba o que está acontecendo com a própria vida.

Suas palavras me pegam meio de surpresa, pois achei mesmo que ela fosse insistir, talvez porque internamente minha vontade fosse de não aceitar o que decidi. Os pensamentos são conflitantes, angustiantes quando me imagino tentando conversar com Sarah, quando não sei o que vou dizer nem se ela vai querer me ouvir.

-Você acha que eu consigo fazer isso? -Pergunto, quando todas as dúvidas tomam minha mente.

Millie assente sem hesitar e encosta a testa com a minha.

-Vai sim. Só precisa ter paciência para que ela entenda o que está acontecendo por que vai ser difícil.

Solto um suspiro, mas me sinto mais confiante quando Millie realmente acredita que sou capaz de fazer o certo e isso me faz acreditar também.

-Independentemente do resultado, as coisas não vão mudar. A Sarah vai continuar sendo minha irmã para sempre. -Deixo escapar com um sorriso cheio de esperança.

Millie enxuga as lagrimas também sorrindo.

-É claro que vai. -Ela faz uma pausa para respirar mais devagar. -Bem, agora acho melhor a gente se vestir porque já está ficando tarde.

Dou mais um beijo em sua boca antes de concordar e em seguida nos vestimos em silêncio, mas não um silêncio ruim. É bom e saudável depois que colocamos a maioria das coisas as claras.

Quando estou pronto  espero na sala enquanto Millie termina de se arrumar. Pego meu celular e começo a mandar um monte de mensagens. Cada uma destinada a infinidade de coisas que tenho que fazer. Vai ser uma corrida contra o tempo, mas me sinto mais determinado do que nunca para colocar tudo em seu devido lugar.

-Voce acha que dá para voltar e dormir aqui comigo? -Millie pergunta, quando estamos descendo pelo elevador do prédio.

Está linda. Usando um vestido amarelo tubinho médio com alças finas que acendem seus olhos e seus cabelos presos por um coque. Pego a bolsa pesada que ela traz nos ombros provavelmente comportando tudo o que vai precisar para o ensaio e faço que não com a cabeça.

-Hoje acho que não vai dar. Quando sair do trabalho tenho que ir ver o Dr. Philips. Quero contar a ele o que aconteceu e ver se ele também pode atender a Sarah ou indicar alguém que possa. Depois tenho que conversar com o Marvin e vou pra casa da minha mãe mais tarde. Ela deve estar muito preocupada comigo. -Digo tudo com calma, repassando na minha mente cada uma dessas coisas que estão relacionadas com as mensagens que mandei.

Ao contrário do que espero, Millie não fica triste em saber que não vou poder passar a noite com ela. Ela aperta minha mão e em resposta encosta seu rosto em meu peito me dando um abraço apertado. Está orgulhosa de mim e não precisa nem dizer isso. Não precisa dizer nada.

É estranha a sensação de que estou no caminho certo. Estive no errado por  muito tempo. Mas meu coração está batendo de um jeito que não sei explicar, me indicando que embora as coisas tenham me levado a degradação, ainda estou aqui, lutando para me reerguer e me sinto mais forte do que nunca. Por ela, mas acima de tudo por nós dois e por mim sozinho também.

-Tudo bem pra você? Se eu não passar a noite aqui? -Mesmo assim pergunto, assim que o elevador se abre.

Ela sorri e fica na ponta do pé para me dar um beijo rápido, mas intenso.

-Uma noite não é nada comparada com o resto das nossas vidas. 


Notas Finais


Meus bebês tão breguinhas, mas tão fofos 😭😭🥰🥰🥰


Até breve ♥️


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