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História The chronicles of a lost love - A decisão (Novo)


Escrita por: AnaCharlotte

Notas do Autor


Olá! Obrigada à todos, vocês são foda pra caralho!

Capítulo reescrito durante a pandemia mundial, atualizado no dia 28/06/2020.

Esse capítulo realmente é um dois maiores que escrevi, pois vi que faltava bastante esclarecimentos sobre os ocorridos.

Capítulo 2 - A decisão (Novo)


Fanfic / Fanfiction The chronicles of a lost love - A decisão (Novo)

"Se, a princípio, nos desencontramos, não desanimes.

Se não me achares aqui, procura-me ali;

Em algum lugar estarei esperando por ti."

 

— Walt Whitman, Canção de mim mesmo.

 

Gloriam, ano de 1285.

O exército do país vizinho agiu rápido, ele conseguiu avançar para a capital de Gloriam, na península Tandash, a capital. Eles cercaram o palácio real durante a noite de chuva, aproveitando o frio e a data comemorativa, pois era aniversário da filha do Rei. Os soldados tinham espadas fortes e armaduras bem feitas, além de um grupo de arqueiros habilidosos, suas flechas poderiam chegar a 700 metros. Arqueiros se posicionaram no telhado dos comércios vizinhos ao palácio, tendo uma visão completa lá dentro, e as ordenadas de ataque foram dadas. 

Flechas com tochas de fogo foram ateadas no palácio atingido os guardas reais, um mensagem de invasão foi passada dentro da fortaleza real, o exército despreparado se formou e tentou atacar o inimigo com seus arqueiros em lugares específicos do palácio. O Rei estava reunido com toda a corte que festejava o sétimo aniversário de sua única filha, princesa Carlota, a herdeira do trono. Uma missa fora oferecida mais cedo, desejando-lhe paz, sorte e prosperidade e na manhã que sucederia a uma grande festa por toda cidade, O Rei preparou uma comemoração de sete dias e o evento era aguardado por todos os moradores.

Invadir Gloriam não era fácil, pois tem apenas uma entrada de terra e todas as outras estão banhadas pelo mar. A entrada da cidade por terra tinha uma fiscalização grande e os soldados para combater quem fosse uma ameaça tinha autonomia de julgamento, e foi assim que o porto crescia cada vez mais. Todas as exportações para os países vizinhos passavam por lá, o que fazia de Marcus um Rei ambicioso, cobrava altos impostos de cada mercadoria. Ele certamente tinha muitos inimigos. 

A capital em uma questão de segundos foi coberta por uma cortina cortante de flechas matando soldados e pessoas que corriam a procura de um lugar seguro. O exército vizinho tinha avançado na última semana, deixando todos que moravam em Gloriam sem rota de fuga, a não ser pelos túneis subterrâneos que davam de encontro ao centro da floresta, uma mata fechada; densa, com árvores de troncos grotescos, galhos caídos e uma lama pobre formada pela chuva e  restos de animais.

O general fazia um plano urgente de evacuação da família real, depois de receber inúmeras ameaças de invasão ao palácio. O rei mandou a rainha-mãe, a rainha esposa e sua filha irem para o túnel, sendo acobertadas por mais de cem soldados que dariam suas vidas para salvá-las. E os outros membros da corte buscaram abrigo nos calabouços.

A rainha mãe era velha, e entendia que naquele momento sua vida era apenas mais uma se comparada a de sua neta que acabara de fazer seu primeiro ano de vida. 

Certo dia, ela acreditou que a guerra não iria existir. 

Acreditou que o bem venceria o mal, só que no meio de uma guerra, quem dita o que é bom e o que é mau? Os dois reis se atacavam como podia, não importava se pessoas inocentes iriam morrer, o que importava era ganhar. 

Depois de andar por horas com sua filha em seus braços, a rainha estava exausta, mas se recusava a entregar Carlota, sua filha, para alguém. Mesmo que essa pessoa fosse a rainha mãe. A barra do seu vestido estava suja e desfiada, ela meneou a cabeça e pediu para que um soldado rasgasse o vestido para que o tecido não a incomodasse. 

Andando por mais uma hora conseguiu chegar à floresta, um cheiro de pobre envolveu suas narinas, ela protegeu Carlota das moscas que estavam por lá.

— Para onde irá nos levar? — Perguntou a rainha mãe, olhando para o que aparentemente seria o líder do grupo de soldados. 

— Vamos seguir uma trilha por dentro da floresta, até encontrar um lugar que a rainha poderá ficar segura. — Respondeu o guerreiro, assegurando.

— Tua vida depende disso. — Advertiu. 

Ele meneou a cabeça e fez reverência, sabendo que a vida de todos ali dependeria de suas experiências com a guerra. Não apenas a rainha estava em perigo, ele também, e tantos outros homens. 

Andando mais um pouco, encontram um terreno plano e os soldados começaram a limpar o local. Minutos depois as barracas de tecido persa já estavam montadas, a rainha entrou em uma com sua filha. Pedindo água e comida. Depois disso adormeceram. 

Ela abriu os olhos quando ouviu uma voz que não reconheceu, pegou Carlota nos braços, e ficou atenta aos movimentos que estava acontecendo lá fora. Temendo o pior, começou a rezar pendido para que Deus deixasse-as vivas, já tinha perdido uma filha, então sabia exatamente como era a dor e não gostaria de passar novamente por ela.

— É necessário que haja uma união. — Disse uma voz masculina. 

— Meu filho não irá aceitar qualquer negociação. Quer matar o desgraçado do rei Edmundo. — Respondeu a rainha mãe.

— Ou a união, ou morte. É o que acontecerá. — A voz dele era de súplica. — Majestade, eu te imploro, pelo Deus todo poderoso, não aceite que mais inocentes morra em uma guerra. A união da princesa com o príncipe é a única solução. 

— Eu não quero esse acordo! — Protestou, deixando Carlota na tenda e se envolvendo na conversa.

— Ele ou a morte, Vossa Majestade! Gostaria de perder outra filha? 

Ela arregalou os olhos e bateu no rosto do guerreiro que falou. Não lhe deu permissão para ele dirigir a palavra, muito menos para dizer o que deve fazer. Ele não seria perdoado. Nunca. 

— Como ousa falar assim? — Seu rosto estava vermelho de ódio. 

— Carlota não será negociada. — Afirmou e voltou para sua tenda.

A rainha mãe balançou a cabeça pensativa, sabia que a única forma de controlar a invasão era propondo um acordo e a junção de famílias poderia ser a solução. Porém, não se resumiria a isso, uma vez que o porto é o principal foco de Edmundo. 

Gloriam era um país que era banhando por um mar azul intenso, cortando sua capital, e há mais de um tinha um porto que fora cobiçado por todos os países vizinhos. Um país que conseguia se sustentar sozinho agora se via perdido devido a criação do parlamento. A rainha mãe precisava falar com seu filho, eles poderiam pensar em uma estratégia para controlar a situação que parecia perdida.

Na manhã seguinte, o rei veio até onde estava o acampamento improvisado feito pelos soldados. O sol aparecia atrás das nuvens pesadas, rasgando o roxo com seu amarelo brilhante. 

— O parlamento não aceitou a proposta, Vossa Majestade. — Disse o rei para a rainha mãe. 

— Você é o rei! — Exclamou ela. — Negocie agora ou teu país não irá mais existir, não tens mais soldados suficiente para enfrentar um exército. Ofereça o porto!

— Não! — Esbravejou ele, bravo. — O porto não. 

— Chame o bastardo para uma reunião, não deixe que aquele miserável roube o que é teu.  

— Se eles conseguirem usar o nosso porto para exportar e importar, já é o suficiente. E não digas ao parlamento. 

Anos Depois 

Foi imensamente gratificante saber que tinha alguém em minha vida, tê-lo em minha vida exigia um significado mais sintético. E eu gostava. Apesar de não calcular corretamente o que poderia vir a seguir, estava segura da minha decisão, estou confiante de que, se for por isso, vale a pena. Porque ele vale tudo.

Nunca me pareceu errado sair do palácio para encontrar com um homem ao qual eu era prometida, afinal, por que iriam me julgar se eu estou com o homem que fui prometida ainda quando criança?

Felipe, assim como eu, não teve escolha para saber quem seria a sua noiva. Ele também fazia parte de um acordo de negócios para saciar o desejo imenso dos reis por poder. Assim como eu.

Levando por uma visão moral nós estávamos cometendo um erro, ia contra ao que fui ensinada para ser e ainda por cima, ia contra ao qual os reis nos proibiam de fazer. Entretanto, o que nós, como pessoas, poderíamos fazer? A ética não fora quebrada.

Eu sentia-me profundamente sufocada com tudo que me resta a fazer, e ainda sinto. É agonizante não ter domínio de si mesma, nem ele, nem eu tenho.

Durante dois anos vivi longe deste palácio, eu não podia nem pensar em aproximar-me, caso contrário, certamente já estaria morta. Ser filha de um rei odiado significava que você nunca teria uma vida sem medo, tinha que estar em alerta e rodeada de homens ao qual nunca virá seus rostos cobertos por lata.

Minhas damas de companhia repassavam tudo para a rainha, qualquer movimento que eu fizesse que não estivesse dentro da agenda, era motivo de uma punição. Então passei a acreditar que a punição era estar viva.

Marcus, o rei, nunca soube ser ponderador. Ele ameaça e não mede as consequências, isso o torna imprudente e seu reinado é odiado pelo povo de gloriam. Entretanto, as pessoas relevam isso considerando o caso de assassinato do rei anterior. Marcus ainda não estava pronto para assumir a coroa, com seus 16 anos. A história de gloriam é sangrenta.

Gloriam e Furiam viviam em constante desentendimento, os dois reinos eram os maiores da faixa leste, ricos e com terras férteis. Porém, a riqueza de gloriam não durou para sempre, durante seu período de guerra contra Furiam, gloriam abusou de seus cavaleiros e de sua prata. A economia não crescia, pois não tinha pessoas para comprar, então cada vez mais o parlamento aumentava os impostos.

Famílias perderam seus irmãos e pais, logo o número de mulheres dobrou e como tinham que cuidar das crianças e agora da renda mensal a situação de pobreza aumentou entra elas. Minha mãe tentou interferir na situação, para ajudar a quem precisava, forçou sua influência sobre os ministros para que eles ajudassem aquelas famílias distribuindo farinha de trigo. Com isso, ela quase foi considerada uma bruxa, foi levada a julgamento.

Desde então, ela jamais se manifestou sobre qualquer coisa que fosse acontecer. Seu medo era maior que tudo, sabia que, falando até uma palavra gentil ela seria queimada viva em uma fogueira enquanto as pessoas jogavam pedras em seu corpo sendo carbonizando.

Todos os dias eram cheios de incertezas e a cada momento alguém era descoberto por violar as leis reais. Mas eu não sou uma dessas, ao menos por enquanto. E mesmo se algum dia eu fosse descoberta, não me sentiria culpada, apenas injustiçada. Pois se meu maior pecado é amar, quero viver nos ventos turbulentos de Francisco e Paola.

***

Tentei descobrir o que era; não encontrei uma resposta exata. Tampouco uma coerente. Havia imensas perguntas, mas todas orbitavam no vazio.

A incerteza enchia-me como uma fecha furando um coração, acredito que sofro de alguma coisa que me deixa aflita perto de momentos especiais.

Pedi para que pegassem um vestido mais especial, um vestido que pudesse simbolizar que a data de hoje era importante e assim como a peça de roupa, sendo perfeita, seria o momento ideal para que depois de nosso encontro fossemos juntos falar com meus pais. Primeiro seria Marcus, depois Edmundo e, então, nosso casamento teria uma data.

Trouxeram-me um vestido branco, as mangas caídas nos ombros por um tecido quase que transparente. Ao vesti-lo, ele ganhou uma forma ainda mais bela. Grudado em meu corpo, sem uma saia cheia de armações como de costume, fez com que meus seios, cintura e quadril ficassem expostos, ele era diferente. Fora confeccionado em outro reino, um bem distante, foi um dos meus presentes diários. Me sentia sensual naquela peça de roupa branca que desenhou meu corpo em uma curva.

—Princesa, tenho receio que fique muito exposta nesse vestido, ele é lindo, mas...

Lilian foi interrompida por um olhar perverso de Carlota.

— Receio que não sabes se comportar, Lilian. — Carlota sorriu sem mostrar os dentes.

Lilian baixou a cabeça como uma gatinha com medo, sabia que não deveria fazer comentários para a princesa, mas precisava alertá-la sobre o vestido. Ela o achou magnifico, mas conhecendo Marcus, ele iria esbravejar quando visse a peça de roupa branca que sua filha usa.

— Perdoe-me, Alteza.

— Apenas não comentes mais sobre o que não sabes, esse vestido é deslumbrante, e eu devo usá-lo, porque o dia de hoje também será.

Ela riu e Lilian terminou de pentear o cabelo da princesa, a mesma era a única Dama de companhia que tinha a confiança do rei para ficar próxima de Carlota, pois somente ela tinha a confiança necessária para saber de todos os segredos da realeza.

Lilian podia ser facilmente confundida como uma nobre, sua aparência sempre fora naturalmente bonita e seus cabelos alaranjados e brilhosos, encantava a nobreza sempre que era vista por Carlota. Certa vez, um rei de um reino distante conhecido por ser extremamente maldoso, se encantou por sua beleza, quis tê-la como sua mulher, mas ao saber que ela se tratava de uma moça simples e sem nenhum título de nobreza ele desistiu.

Lilian ficou triste, embora o rei fosse cruel, nada era mais triste que ver sua família em uma casa que a qualquer momento poderia não existir mais. Ela queria ajudá-los e por isso se envolveu e fez de tudo para ser a dama de companhia dos sonhos de qualquer pessoa.

Sempre muito observadora e crítica, aprendeu isso com seu professor de literatura ainda quando pequena, ele lhe ensinará a questionar, observar e a criticar analisando os fatos, coisa que se aprimorou com o professor de direito parlamentar. Era fluente em três línguas diferentes, e não sabia costurar como todas as moças de seu reino. 

Por isso recebia críticas o tempo inteiro de seus familiares, quando ela fosse assumir o trono, seria certo que eles não iriam apoiá-la, já tinha a oposição pronta para quando Marcus morresse.

Como princesa assumia sua responsabilidade e tinha desenvolvido projetos de alfabetização para seu país, porém, nada aprovado pelo parlamento. 

O vestido que acabara de ganhar foi feito pelas mãos talentosas da costureira da Duquesa de Wallid, uma mulher autêntica e cheia de ambições. O bordado do corselete era feito de uma linha azul-bebê e em espiral, demorou cerca de dois meses para ser concluído. Seus seios estavam presos dentro daquela peça que o deixava erguidos, seus ombros desnudos acompanhados por uma manga caída no meio de seus braços e tinha uma tonalidade azul. A saia do vestido era longa e rodada. 

Já que a esperança de encontrar uma alma que fosse compatível com a sua era uma necessidade, neste mesmo instante, a princesa encontrava-se eufórica para ir a um dos seus encontros na floresta.

Ela estava tão feliz. Havia inúmeras razões para ela estar feliz. Saber que iria vê-lo a tarde, deixava-a assim, desnorteada para tudo a sua volta. O amor que tinha por Felipe era como uma chama ardente, e cada vez mais pólvora era jogado contra ele, entrando em combustão constate.

— Eles são mais caprichosos na costura. — Disse ela.

Lilian assentiu.

— A duquesa de Wallid quer casar-me com seu filho, por isso o vestido. Não foi uma simples cortesia — Carlota soltou seus cabelos que estavam amarrados em um coque no alto de sua cabeça, seus cabelos eram tão escuros como o mar da meia-noite, tinham um brilho e uma maciez digna de uma princesa. Um contraste com sua pele alva.

— Vossa alteza já é comprometida com Príncipe Phillipe, herdeiro de Furian. — Falou Lilian, em um tom de sussurro.

Carlota soltou uma gargalhada irônica.

— Exatamente — Ela assentiu. — Nunca pensei que um casamento arranjado fosse tão bom. 

Lilian desdenhou do que acabara de ouvir internamente, não gostava de saber sobre Phillipe. Ouvir sobre ele a deixava brava. 

— Eu o amo, Lilian. — Disse sorridente. 

— Alteza, a Vossa majestade deseja vê-la em seus aposentos. 

Carlota soltou um suspiro, e pensou na quantidade de assuntos que poderiam vir à tona enquanto a rainha proferia. Ela provavelmente lhe diria o quão importante deveria seguir o que é lhe posto, que deveria seguir as ordens do rei, que deveria ir mais as aulas e passar uma boa parte do seu dia indo a santa igreja católica para renovar a sua fé sempre. 

Até mesmo a rainha sabia que isso não era para Carlota, mesmo que disfarçado, a princesa não fugia de seus princípios e por isso conhecida como: A princesa rebelde.

A princesa foi anunciada no quarto da rainha, e logo adentrou, sem rodeios.

— Mamãe — Ela fez uma breve referência. — Lilian disse-me que a senhora tinha algo a me falar.

A rainha assentiu, e gesticulou para Carlota sentar-se em uma poltrona a sua frente. Ela o fez e esperou a rainha falar.

— A princípio, como estão as coisas com Phillipe? — Perguntou imediatamente.

Carlota olhou a rainha com curiosidade, nunca perguntará nada sobre ele. Mesmo ela sabendo que eles se encontraram uma vez na catedral.

— Por que me pergunta isso? Não tenho contato com ele. — Disse prontamente, mentindo. 

— Não quero que se encontre com ele em nenhuma circunstância. — Advertiu. 

— Impossível que isso aconteça uma vez que Phillipe mora em outro país. Mais alguma coisa para falar? Preciso ir para a aula de idiomas. 

A rainha tinha uma postura elegante, fazia qualquer cadeira normal parecer um trono, ela carregava e esbanjava uma beleza simples. De olhos claros e cabelos castanhos, as rugas envolta de seus olhos indicava sua idade avançada. 

Seu rosto estava mais sério do que o de costume, elas não tinham muita intimidade, uma vez que a rainha passará a maior parte de seu tempo ocupada com os eventos reais ou na capela, rezando para que sua fé aumentasse a cada dia. 

— Como? — esbravejou, Carlota. — Não haverá casamento sem Felipe, Vossa majestade, não haverá!

Carlota levantou-se e ficou a ficar inquieta. Casar-se? Com outra pessoa? Viver uma vida amarga por conta de um tratado? Não. Isso nunca fora algo para ela. Desistir daquilo que ama e daquilo que acredita nunca foi para ela.

A rainha a olhou com um olhar repreendedor e ela baixou o olhar.

— Perdão, mamãe, quero dizer: Vossa majestade — vociferou as últimas palavras com escárnio.

— Sua majestade, Edmundo, será teu marido e é importante que se guarde virgem e pura. E que, jamais, de forma alguma, ele saiba que tu já estiveste envolvida com Felipe, entendes isso, não é? — A rainha continuava falando de forma simples.

A mais nova se sentiu ainda mais ofendida enquanto as palavras iam ganhando bom som, sua mãe, a rainha, não poderia estar sendo tão amarga quanto a um assunto que se tratava de sua filha; a sua única filha e única herdeira de Gloriam. A rainha nunca conseguiu ter um filho homem, ao qual pudesse ser o primeiro da linguagem.

Para Marcus, seu marido e rei, mostrava a quão despreparada e quão sem valor ela era. Qual mulher, cujo ventre não poderia procriar mais filhos? Apenas uma criança, e ainda por cima mulher não era o bastante. Gloriam precisava de herdeiros, e a rainha sempre seria a culpada por isso.

Carlota sentiu-se sendo arrastada para baixo. Sentiu-se insignificante, e sem valor algum para seus pais. Marcus decidiu agir por seus impulsos econômicos e realizar mais um tratado frustrado com Edmundo. E desta vez da pior maneira possível: casar sua filha com um homem cruel e vaidoso. Até onde iria a busca pelo poder? Até onde iria a ambição? O egoísmo?

A primeira dor foi saber que não se casaria mais com o homem ou qual amou e ama verdadeiramente. A segunda foi saber que o pai de Felipe é seu atual noivo agora. Isso lhe partia o coração.

Ela não tinha mais autonomia sobre si, nunca teve e tudo que restava para uma princesa como ela é ser a submissa de seus pais e de seu futuro marido.

— Não! — Carlota alterou a voz. — Não consigo entender e nunca irei! Ele não é virgem. E por que tenho que ser? Ele não é a pessoa que amo. E por que tenho que casar-me com ele? Você mesma diz o quanto luxuoso e ambicioso Edmundo!

— Princesas fazem sacrifícios! — A rainha gritou. — E neste momento você precisa saber que é de total responsabilidade e comprometimento preservar a paz neste momento tão difícil do reino. E você não está aqui para decidir nada, apenas para obedecer.   

Ela olhou com desdém para a rainha, fez uma referência e saiu dos seus aposentos reais com uma raiva exorbitante. Queria que tudo explodisse, e uma certeza estava formada, preferia a morte ao pai de Felipe.

 


Notas Finais


Beijos.


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