História The Coma - Imagine Jimin - VI - I'm Back

Chapter VI: I'm Back

Coréia do Sul - Busan / 29 de Janeiro de 2003

Park Jimin: on

Faltam 4 dias para a minha volta às aulas, e para a (S/n) e o Jungkook, meus melhores amigos, finalmente se conhecerem, já que ele não pode ir à minha casa para brincarmos por estar viajando em Daegu e só voltará em 2 dias.

Neste momento estou no carro com minha mãe voltando para casa, pois estávamos comprando os meus materiais escolares. Eu sei que só ficamos fora por 2 horas, mas já estou com saudades da (S/n), isso é normal? Acho que sim, já que somos melhores amigos e passamos muito tempo juntos.

Eu e mamãe acabamos de chegar, eu peguei minhas coisas e já estou subindo correndo, não vejo a hora de mostrar meus materiais novos pra ela!

Abro a porta e dou de cara com o quarto vazio, será que ela está no banheiro?

- (S/n)? Você está aí ? - pergunto enquanto bato na porta - Eu vou entrar, tá? - falo, e, novamente, sem respostas. Então, assim que abro a porta vejo apenas o meu banheiro vazio.

"Ela foi embora? Ela não iria embora sem me avisar, iria? Ela iria sem, ao menos, se despedir de mim?" - penso sentado em minha cama com a cabeça baixa e os olhos marejados.

-Ela realmente seria capaz de ir sem avisar depois de todos os dias que passamos juntos?! - perguntei para mim mesmo em voz alta na esperança de que ela aparecesse e dissesse um: "É óbvio que não, oppa!", mas não foi bem isso que aconteceu.

Então comecei a chorar, - "Não há nada que eu possa fazer para que ela volte" - pensei - "E se eu a chamar? Será que ela me ouvirá?" - perguntas que só serão respondidas de uma única maneira.

- (S/N)!! - comecei a chamá-la várias vezes no tom mais alto que pude em meio a soluços e lágrimas, mas, infelizmente, não foi ela quem apareceu.

- Filho, o que houve? Se machucou? - minha mãe apareceu correndo, desesperada.

-E-ela foi emb-bora, omma!! - disse em meio aos soluços.

- "Ela" quem, "(S/n)"? - perguntou já sabendo a resposta.

- Sim, omma. - respondi enquanto pulava em seus braços - Ela foi sem, ao menos, se despedir!

- Meu amor, se acalme. - começou mamãe - Você não disse que ela é a sua anjinha? - perguntou me encarando e eu afirmei com a cabeça - Então, ela deve ter ido com muita pressa porque papai do céu precisava muito de sua ajuda. Vai que tem outro menininho precisando mais dela? - perguntou olhando nos meus olhos esperando uma resposta afirmativa.

- Mas ela é só minha! - falei cruzando os braços e formando um pequeno bico em meus lábios - Por quê papai do céu não chamou outra anjinha pra ele? - perguntei começando a ficar irritado só de pensar nela cuidando, brincando e aprendendo com outra pessoa.

- Park Jimin, o senhorzinho, por algum acaso, está apaixonado por sua anjinha da guarda? - perguntou mamãe com um sorriso.

- M-mas é claro que não! - disse um pouco surpreso com a pergunta, e senti o meu rosto esquentar.

- Ah é? Então por que seu rosto está vermelho, e principalmente, por que está com tantos ciúmes assim? - perguntou ela ainda sorrindo.

- Não estou, e sabe o porquê? - perguntei, e ela, ainda sorrindo, me perguntou "o porquê" apenas levantando a cabeça - Porque eu não sei o que é "ciúmes", como eu posso sentir algo que eu nem sei o que é? - perguntei achando que já tinha ganho a discussão.

- Então tá. - iniciou olhando para o teto como se estivesse pensando - Quando você está com ela, como se sente? - perguntou, agora um pouco mais séria.

- Hmm... - soltei enquanto pensava - Bom, quando a conheci eu sentia o meu coração acelerar, mas com o tempo fui sentindo tranquilidade ao ficar perto dela, mas sempre que saíamos sem ela, quando voltávamos pra casa, eu sentia meu coração acelerar ao vê-la e depois se acalmar novamente. - finalmente pus todo o meu sentimento para fora.

- Tá, e o que sente ao pensar nela cuidando de outro menininho? - perguntou ela.

- Eu sinto raiva e tristeza, - disse - raiva por pensar que ela vai cuidar de outro menino longe de mim, e tristeza por saber que ela prefere outro menino a mim. - expliquei meus sentimentos.

- E parece que meu pequeno não só está com ciúmes, como está também apaixonado. - falou ela sorrindo e se levantando para sair.

- Não, não estou! - ela soltou uma risadinha baixa e saiu do quarto - Ou estou? - deitei na cama frustrado e confuso - E se eu estiver realmente apaixonado? Mas eu só tenho 5 anos! Mas será que ela também está apaixonada por mim? - tantas perguntas que eu sei que não serão respondidas.

- Filho, vem almoçar. - meu pai pôs apenas a cabeça dentro do quarto para me chamar.

- Estou indo. - respondi levantando-me da cama enquanto ele descia correndo, talvez para ajudar mamãe a arrumar a mesa.

Desço as escadas e ao entrar na sala de jantar encontro meu pai terminando de arrumar a mesa e ajudando  minha mãe a pôr a comida na mesa. Ambos sorriem um para o outro sempre que seus olhares se cruzam.

"Eles realmente formam um casal lindo. Será que se a (S/n) voltasse formaríamos um casal tão lindo quanto eles no futuro?" - pensei olhando para o nada.

- Filho, o que está fazendo aí parado? - perguntou papai - Venha almoçar! - chamou-me sorrindo, e então sentei-me à mesa. - O que aconteceu para deixá-lo tão sério e pensativo assim? - perguntou enquanto se servia.

- Ele está apaixonado. - respondeu mamãe, terminando de pôr a minha comida.

- Não, eu não estou! - respondi a olhando indignado.

- Ah é? E por quem? - perguntou ele sorrindo.

-Pela nova amiguinha dele! - respondeu, ignorando-me completamente.

- Ah, e quando iremos conhecê-la? - perguntou ele sorrindo orgulhoso para mim.

- Quando ela voltar. - respondi cabisbaixo.

- Voltar de onde? - perguntou ainda sorrindo.

E sua pergunta me fez ficar calado por um tempo enquanto comia, me fazendo pensar em algo que eu não havia me perguntado antes: "para onde ela foi?". Eu só havia me perguntado se ela estava com outro menino, não o lugar para onde ela foi. Essa foi a única pergunta que eu não havia me feito até agora, e isso me faz pensar em outra coisa: "será que ela está bem?". São coisas que eu ainda não havia pensado por ter sido egoísta com meus sentimentos, mas agora é a única coisa em que consigo pensar.

- Eu... não sei. - falei pausadamente com o olhar distante.

- Meu amor, ele se apaixonou pela (S/n). - falou minha mãe quando percebeu que eu não falaria por estar distantes com meus pensamentos.

- A amiga imaginária dele? - perguntou meu pai sussurrando, mas mesmo distante eu ouvi.

- Ela é real, a diferença é que só eu a vejo porque ela é a minha anjinha! - afirmei com muita intonação na voz os olhando - Eu já acabei, vou para o meu quarto. Licença. - disse enquanto levantava de cabeça baixa e voltei ao meu quarto.

"É melhor eu dormir, talvez eu ainda consiga a ver em meus sonhos." - pensei enquanto me deitava em minha cama e fechava meus olhos.

Acordo de repente com o impacto de uma de minhas almofadas em meu rosto, abro os olhos rapidamente, assustado, e me deparo com o rosto mais belo que já vi sorrindo para mim.

- Eu voltei, oppa!