História The Cousin - Preciso de um tempo

Madison Hermes POV

Los Angeles

No fim das aulas eu encontro minha amiga, ela parece me procurar e quando me acha ela rapidamente vem até mim. Acho que minha cara me entrega, porque sinto seus braços me abraçarem com força.

Eu suspiro, segurando o choro em seu abraço. -Eu estou aqui! -Me afasto dela e sinto as lágrimas caírem e ela nega. -Ei! Eu estou aqui.

Eu assinto, sentindo as lágrimas caírem. Ela me abraça mais uma vez e eu me aconchego em seu abraço confortável. -Ei, meninas... Tudo bem?

Eu olho e vejo Jonah e Jac nos olhando. Eu assinto e limpo minhas lágrimas rapidamente, eu os adoro mas não estou afim de dizer as coisas por agora. -Gente, agora não.

Eu não olho pra Tasha, já que eu estou a abraçando mas sei que o olhar dela os repreende. Eu entro no carro de Jac e ele dirige até a casa de Tasha, eu me despeço dele e subo pro meu quarto. Pouco tempo depois eu vejo minha amiga entrar.

Ela se senta na minha cama e me encara, em silêncio. -Eu estou mesmo grávida, Tasha. Seis semanas. -Suspiro, sentindo o choro entalado na minha garganta.

-O que você vai fazer agora?

-Contar pra ele na viagem, quero ver qual vai ser a reação dele.

-Você pensa em tirar?

Eu encaro o chão. Eu penso? Sempre fui a favor do aborto, nunca quis ser mãe, mas agora eu não sei se teria coragem. -Eu não sei... Eu preciso conversar com ele.

-Estou aqui, independente de qualquer decisão sua.

Eu assinto, olhando pra ela forçando um sorriso. Ela me ajuda com as malas e eu tento tirar qualquer expressão de infelicidade do meu rosto pra que Justin não se preocupe e nem perceba que eu estou triste.

Eu me visto com uma calça e tênis, tenho que ir o mais confortável possível já que Justin me disse que são treze horas de viagem. Eu nunca passei tanto tempo em um avião, nem sei como seria. Mas já que não consegui dormir nada essa noite, acho que eu dormiria o voo inteiro.

Tasha desce minha mala e eu reviro os olhos por já estar sendo tratada como uma doente. Eu ouço a campainha tocar e me despeço da minha amiga. -Conta pra ele, tudo bem? E se precisar eu estarei aqui.

O apoio de Tasha é essencial pra mim, sempre foi.

Eu abro a porta e vejo meu loiro com um sorriso enorme nos lábios e eu automaticamente sorrio, ao ver ele tão feliz. Ele me abraça e sela meus lábios no seu. -Preparada?

-Sim.

-Tchau, Tasha.

Ele se despede da minha amiga, em seguida coloca a mala sobre o táxi e depois abre a porta pra mim, eu adentro o mesmo e ele logo da partida.

•••

Como previsto, eu dormi a viagem inteira. Quando chegamos já está de noite e assim que eu desço do avião, Justin me dá a mão e somos guiados até um corredor. Nos pegamos as malas e eu olho pra ele. Ele tem um sorriso nos lábios. -Estamos no Brasil, bebê.

-Mentira?

-Eu não disse que te traria aqui? Eu cumpro com minhas promessas, meu bem.

Eu pulo em seu colo e ele ri, me abraçando. Eu mal posso acreditar que eu estou aqui, é incrível pelo que eu pude escutar.

Ele me guia até um carro e ele se comunica facilmente com o motorista, já que o mesmo fala inglês fluente. Ele para em frente a um enorme hotel branco e Justin pega minha mão, na frente está escrito Copacabana Palace.

Justin conversa com a recepcionista e logo aparece um homem que nos guia até nosso quarto. -Bem vindos a suíte presidencial, espero que curtam a estadia de vocês e estaremos a disposição.

Eu sorrio agradecendo e ele fecha a porta. Justin me observa enquanto eu olho tudo maravilhada, o quarto é enorme e luxuoso. Ali possui uma área e eu corro rapidamente até lá, e encaro a vista, é de frente pra uma praia bem movimentada. -Eu estou amando já.

Ele ri e se aproxima, abraçando minha cintura. -E eu farei tudo pra que seja perfeito, bem melhor do que Las Vegas.

Eu me aproximo dele e beijo seus lábios. -Quer dormir? Aqui são quatro da manhã.

-Eu estou um pouco cansada, se você quiser podemos sair.

-Eu também estou amor, entao iremos dormir e mais tarde aproveitaremos todo o nosso dia.

Eu acordo nua e posso ver o sol entrando pela sacada, Justin ainda dorme ao meu lado e eu seguro o lençol contra meu seio. A localização do meu celular já está atualizada, e eu vejo que são nove da manhã. Não dormi quase nada, depois que eu e Justin decidimos dormir, nos transamos, tomamos um banho e depois fomos deitar. Enquanto ele dormia já, eu encarava ele e ficava pensando qual seria sua reação. Ele ia gostar, ele ia odiar? Nem mesmo eu sei. É confuso, mas tudo bem porque nem eu gostei.

Eu acordo Justin, pra que não percamos o resto do dia e ele me olha agoniado. -Me deixa dormir mais um pouco.

-São nove da manhã, Justin. Eu estou com fome. -Faço bico e ele me encara risonho.

Eu mesma me repreendo ao pensar em fazer uma piada do tipo 'vai deixar seu filho com fome?'. Ele me encara assente, se levantando.

Nos tomamos um banho e eu visto um shorts jeans junto com um biquíni por baixo.

Nos descemos e vamos até o enorme refeitório. Ali tem bastante gente, mas mesmo assim permanece tudo organizado. Eu preparo um prato pra mim com coisas saudáveis e um copo de suco e me sento numa mesa. Justin vem e coloca seu prato sobre a mesma, está bem saudável também. O bebê pelo menos terá pais saudáveis, se ele tiver, é claro.

-Eu fiquei em outro hotel quando vim, mas não era tão bonito quanto esse.

-É bem bonito e chique. -Ele sorri e assente. -Mas ainda prefiro sua casa.

-Daqui um tempo, nossa casa.

Eu sinto minha bochecha queimar e desvio o olhar, sentindo o dele sobre mim. Eu o olho e ele tem um sorriso sapeca nos lábios, porque ele sabe como fico desconcertada quando ele diz coisas assim. Nós não estamos juntos, pelo menos ainda não oficialmente. Mas eu pretendo aceitar seu pedido o quanto antes.

Depois de tomarmos café, Justin me dá a mão e nos damos uma volta no hotel. Ali possui uma piscina enorme. -Nossa, é incrível aqui.

-É sim, meu bem.

Nos fomos até a praia que era na frente do hotel onde estávamos. Justin estava sorrindo para tudo e e eu só conseguia pensar qual seria a reação dele. Era exatamente tudo o que passava na minha cabeça, como ele reagiria a tudo isso.

-Você tá tão longe, tá tudo bem, meu bem?

Eu olho pra ele e assinto rapidamente. Estava tão perdida olhando o mar que mal pude notar que ele me olhava. -Eu estou bem, tá tudo bem.

Ele me olha desconfiado mas assente. -Quer ir para o hotel? Podemos ficar na piscina.

-Aqui tá tão bom...

Ele sorri e assente, se aproximando e beija minha bochecha. Ele senta atrás de mim e abraça minha cintura. -Quer comer algo, meu bem?

-Está tudo bem, amor.

Justin cuida de mim tão bem que eu fico imaginando como seria se ele soubesse que eu estou esperando esse filho dele. Seu cuidado redobraria?

Mais tarde, quando já estava escurecendo e eu Justin fomos pro hotel. Eu tomei um banho e coloquei um vestido vermelho que ia até dois palmos antes do joelho, eu coloquei também um salto preto. Passei uma maquiagem que resaltasse meus olhos e um batom vermelho nos lábios.

Sai do banheiro e Justin estava numa calça preta, uma camisa branca de botões, nos pés ele tinha um vans preto o que o deixava extremamente sexy.

-Você está incrível, merda. Como você tá incrível.

-Você que está lindo.

Nos descemos e ele me guia até o Cipriano, é um restaurante que fica aqui no hotel. Eu e Justin jantamos entre sorriso e conversas, eu estava tão feliz de estar aqui com ele.

Depois de jantarmos, nos fomos passear na praia. Eu carrego meu sapato na minha mão e Justin faz o mesmo.

-Eu estou feliz de estar aqui com você, eu sei que já te disse isso, mas é que eu realmente estou muito feliz.

Eu paro no mesmo momento e o abraço, ele retribui ao meu abraço. Eu me sinto protegida em seus braços e por alguns momentos posso sentir como se todos os problemas do mundo tivessem simplesmente desaparecido. -Eu te amo, você sabe disso, não sabe?

Ele me encara e assente, posso ver seus olhos cheios de lágrimas. -Eu sei e ser o dono do seu amor, pra mim é uma das coisas mais importantes do mundo.

Eu sorrio pra ele e selo nossos lábios. -Por que não estamos juntos ainda?

Ele me olha um pouco surpreso, mas posso ver um sorriso em seus lábios. -Por que você ainda não aceitou meu pedido.

-Justin... Eu preciso te dizer uma coisa.

Eu acho que eu estou quase tendo coragem pra dizer, mas ela morre no exato momento em que ele me olha. Eu não teria coragem de dizer algo pra ele, não agora. Não nesse momento onde estava tudo bem.

Nos estávamos bem, estávamos felizes. -Me diz, amor.

-Na verdade não é nada importante.

Ele me olha confuso e arqueia a sobrancelha. -Mesmo?

-Mesmo! Juro que não é nada.

-Amanhã vou te levar pra conhecer o Cristo, o que você acha?

-Eu acho ótimo, vou adorar.

Ele sorri e me abraça.

•••

Pela manhã nós fomos tomar café e agora estavamos indo até o Cristo, era bastante calor aqui. Ficou uns trinta minutos de carro do hotel até lá e eu fui o caminho inteiro pendurada na janela enquanto olhava todas as ruas dali.

Era um lugar bem bonito, com pessoas bem sorridentes.

Assim que chegamos, Justin entrega os ingressos para uma moça e ela nos guia até um trem. Ele está bem cheio e Justin e eu somos os últimos a entrar.

Ele começa um trajeto, subindo até o famoso Cristo Redentor. Justin tem um sorriso nos lábios enquanto me olha. A vista é incrivelmente linda.

Justin tem sua inseparável câmera junto dele é sempre que eu vejo ele está tirando foto. No alto do mesmo, tem bastante pessoas. É muito alto e a vista é linda.

Ele tira bastante fotos de mim ali, depois nós vamos até o teleférico e eu continuo apreciando a vista. Depois de um tempo ali, nos vamos pro hotel. Estou cansada demais, acho que já posso sentir os efeitos da gravidez.

-Preparada pra ir embora amanhã?

Eu olho pra Justin e dou risada negando. Eu não quero ir, mas precisamos. Ele quis passar mais tempo, mas como já passei aquela semana em Toronto, eu não podia faltar mais. Tinha que evitar qualquer coisa que fosse ruim pra mim na faculdade, já bastava o suficiente eu estar grávida. -Não, aqui é incrível. Eu amei estar aqui.

-Daqui uns meses podemos estar em Veneza, hm? -Ele diz distribuindo beijos pelo meu pescoço.

-Isso é você me pedindo em casamento? -Pergunto em um tom brincalhão.

Ele agora está sério me encarando. -Se eu pedisse, você aceitaria?

Eu estou um pouco em choque olhando pra ele, sem saber o que falar. Eu respiro fundo e coloco a mão sobre seu peitoral. -Justin...

-Tudo bem, Maddie. É sempre a mesma desculpa.

Eu fico sem saber o que falar e acompanho ele, entrando no quarto. Encaro a vista da varanda por mais um tempo e suspiro. Saio dali e ele está deitado na cama, ele mexe no celular e parece bravo. -Amor...

Ele larga o celular, me encaro sério. -Quando você vai aceitar meu pedido, Maddie? Entendo que eu te machuquei e acredite, eu sinto muito e me arrependo de tudo. Eu tô tentando concertar as coisas a cada dia e espero que esteja servindo pra alguma coisa.

-É claro que sim, é só que... Merda, Justin. Pode ser um pouco mais compreensivo? E se você do nada decidir que ainda ama ela e me largar?

Ele me olha incrédulo, se levanta da cama e caminha até mim. -O quê? Você está mesmo dizendo isso? Você acha... -Ele nega com a cabeça. -Eu tô tentando que nem um idiota e você não pode nem acreditar na merda do meu amor por você?

-Eu acredito, mas...

Ele me interrompe. -Como você acredita em algo que você dúvida, Madison? Me diz? Porque se você achasse que eu te amo, saberia que eu não te trocaria por outra pessoa.

-Justin...

-Quer saber? Eu preciso de um tempo pra pensar, espairecer e ficar um pouco longe de você pra não acabar falando bosta e destruindo tudo que eu construí até aqui.

Eu vejo ele vestir uma camisa, pegar uma carteira e o celular. Eu suspiro, sentindo o choro na minha garganta. -Justin...

-Eu preciso te um tempo, Madison, só um tempo. Você pode me dar? Eu preciso respirar.

Eu vejo ele abrir a porta e eu sinto as lágrimas rolarem. Eu sei que ele está chateado, que eu o chateei mas estou com a cabeça tão cheia por causa disso. Eu vejo ele fazer menção de fechar a porta, mas eu corro até a mesma e a seguro. Ele me olha e respira fundo, antes que ele possa falar eu falo. -Eu estou grávida.