História The Coven - MiMo (Twice) - Vela com chama apagada

Sonho on

Eu caminhava em uma espécie de labirinto, que sua estrutura era formada por um muro coberto de folhas alaranjadas, talvez estivesse no final do outono. Estava usando o meu traje de reuniões do Coven, meu manto preto e longo, com o capuz sobre minha cabeça. Mesmo estando de manhã, eu segurava uma vela acesa, que o vento às vezes batia nela e quase apagava sua chama, mas nunca conseguia. Meus pés estavam descalços, assim como no último sonho revelador que tive. Durante o caminho, eu algumas vezes topava em pedras, o que causava arranhões em meus pés e eu podia sentir a dor como se fosse na vida real. Entretanto, algumas vezes, eu passava por pequenas poças de águas cristalinas, que por incrível que pareça, curavam meus arranhões.

Quando finalmente avistei a saída para aquele labirinto e corri em direção à mesma, vi um lobo entrar por ela. Após ele, mais três. Eu não vi outra saída, a não ser correr de volta para dentro do labirinto. Meus pés não eram nem um pouco rápidos comparado às patas dos lobos, que eram velozes como uma bala. Não demorou muito para que eles me alcançarem e para que um deles pulasse em cima de mim, me derrubando no chão. Aos poucos os outros lobos também foram pulando em cima de mim, me deixando fraca, me rasgando com suas garras e me moendo com seus dentes. Minha vela, ao cair no chão, permaneceu certo tempo acesa, mas logo se apagou.

Sonho off

Acordei rapidamente daquele pesadelo, me sentando ofegante sobre a cama. Meus batimentos se encontravam acelerados e pingos de suor escorriam pela minha testa, assim como naquele último sonho revelador que tive. Logo notei que aquele seria mais um sonho que me atormentaria até que eu buscasse o real significado, aquilo me fez bufar, pois dois lobos vindo em sua direção e te destroçando não pareciam ser coisa boa.

Ao olhar pela janela, notei que já era dia, pois os raios do sol invadiram a mesma. De primeira, eu estranhei o quarto, pois não lembrava que havia passado a noite na casa de Jackson. Isso foi o suficiente para que a lembrança da minha briga com minha tia viesse em minha mente e já me deixasse estressada logo pela manhã.

Involuntariamente, acabei levando minha mão até meus cabelos para prendê-los em um coque, a qual acidentalmente bateu em minha nuca. Só assim lembrei.

O sigilo.

Levantei rapidamente da cama e fui até ao banheiro do quarto de hóspedes para me olhar no espelho. Vendo a minha imagem no espelho, pude notar que minha nuca estava perfeitamente lisa, sem nenhuma cicatriz, vermelhidão ou sigilo. Não doía mais, apesar da dor da noite anterior ter sido pior do que ter toda a sua pele arrancada por uma lixa.

Suspirei aliviada por saber que finalmente havia me livrado daquele sigilo, ele não estava me trazendo boas lembranças e nem fazendo eu me sentir bem. Foi uma boa decisão tê-lo tirado, sim.

Eu ouvi meu celular vibrar, anunciando uma mensagem. Quem seria logo pela manhã?

Ao pegar o aparelho na mesa de cabeceira ao lado da cama, vi que tinham mensagens de duas pessoas, de Jeongyeon e da minha querida Momo.

JeongYeon: Mina, cadê você? Estamos preocupadas.

Jeongyeon: Volte logo pra casa, sinto sua falta.

Momo: Bom dia, pequena... Como está?

Momo: Não mandou mensagens ontem, está tudo bem?

Eu: Estou bem, querida. Apenas houve uma discussão entre eu e minha tia, acabei tendo que sair de casa.

Momo: O quê? Como? Aonde você está?

Eu: Estou na casa de Jackson, é o único lugar que tenho.

Eu: Lembra aonde é? Que tal vir aqui? Posso contar tudo que houve.

Momo: É melhor. Irei pela tarde sz

Larguei meu celular pela cama após decidir responder apenas Momo. Jeongyeon era praticamente minha irmã e minha melhor amiga desde que nasci, mas estava com vergonha de respondê-la após o que disse pra ela em casa.

Eu não merecia uma prima tão boa quanto ela.

Notando a merda que havia feito, me joguei na cama novamente. Não sabia quando e nem se eu iria voltar pra casa. Eu não podia morar com minha tia se ela não aceitasse meu namoro. Apesar de teoricamente minha madrinha ser mais importante na minha vida que um amor que poderia ir e vir, eu amava Momo fortemente, não poderia desistir dela assim.

[...]

Ao sair do quarto de hóspedes, fui diretamente para a cozinha, aonde Soleil e Jackson tomavam café da manhã.

— Bom dia. — Eu disse para os dois, que também me responderam.

Soleil logo me ofereceu uma xícara de café gelado para despertar um pouco, não demorando muito para notar o quão bem o feitiço havia dado certo.

— Nossa! Seu pescoço não tem um arranhão! — Disse ela.

Jackson logo se aproximou para ver também, o qual ficou abismado. Os dois não imaginavam que além de eu acordar tão bem após aquele feitiço de remoção, não teria nenhuma sequela do mesmo.

— Não acredito que o feitiço foi feito com tanto sucesso, eu estava com medo de matar você, admito. — Disse Jackson, o que fez com que eu e Soleil caíssemos na gargalhada — Não se sente nada estranha?

— Bem, ainda tenho a horrível lembrança da dor que senti no momento... Fora isso, nada mais. — Respondi, dando um gole no meu café.

— Que ótimo. — Disse Soleil, sorrindo e se sentando novamente sobre a mesa.

Logo lembrei que deveria avisar ao dono da casa que havia chamado minha namorada para vir me ver para que eu contasse o que havia ocorrido para ela.

— Ah! Jackson, não tem problema se eu chamar Momo aqui hoje? — Perguntei — Ela quer conversar sobre o que ocorreu com minha tia... Lembrando que ela já sabe que sou bruxa e tudo mais.

— É, eu sei bem... Pode chamar sem problemas — Ele deu de ombros — Eu estava mesmo com vontade de chamar o trio fantástico para comer uma pizza.

Quando ele disse "trio fantástico" estava se referindo a Yeji, Kyungsoo e Kai. Lembrando que eu ainda lembrava muito bem da última vez que juntei os três na mesma casa que minha namorada mortal... Entretanto, Yeji havia me provado que eles haviam mudado, e eu não tinha problema nenhum com Kyungsoo, pelo contrário. Além disso, precisava que Yeji me ajudasse em uma revelação com o sonho que tive.

Sorte que eu havia deixado a pegadinha que eles haviam feito com minha garota no passado.

— Tudo bem, eu bem que preciso falar sobre um sonho com Yeji. — Dei de ombros.

— Mais um revelador? Nossa, você é uma caixinha de surpresas. — Soleil riu — Tão nova, mas já teve uma remoção de sigilo, sonhos reveladores e até uma namorada mortal... Sua vida é uma comédia.

— Tá mais para drama, mas tudo bem. — Eu disse, fazendo os dois rirem.

— Se um dia você for uma atriz de sucesso, não vai esquecer de mim. — Disse Soleil.

— Prometo que não vou esquecer... Você faz parte desse meu drama também. — Respondi brincando.

— Olha, eu adoraria ver um filme para adultos de você e Momo, se um dia quiser, eu posso até ser o diretor. — Jackson se meteu na nossa conversa sem sentido.

— Puta merda! Como você é nojento. — Molhei uma das minhas mãos na torneira e joguei alguns respingos nele.

Nós acabamos caindo na gargalhada no café da manhã enquanto falávamos sobre assuntos aleatório e o meu suposto filme pornô com Momo, mas sempre que eu lembrava dela, lembrava que tinha uma enorme confusão pra explicar.

Uma baita confusão.

Eu estava de boas com aquilo tudo, em relação ao nosso breve encontro com Yeji, Kyungsoo, Jongin e Momo. Bem que eu precisava de uma noite de pizza para esquecer da minha briga com minha madrinha.

[...]

Já era noite e o "trio fantástico" já tinha chegado. Eles haviam aproveitado para trazer pizzas, Jackson achou que fazer cocktails seria uma ótima opção para acompanhar.

Jongin e Kyungsoo haviam sumido há pouco tempo dentro da casa, provavelmente estavam na varanda fazendo sabe-se lá o quê. Eu tomava um fizz de laranja enquanto Jackson e Yeji tomavam margaritas, já Soleil apenas comia a pizza.

— Que horas a sua namorada irá chegar? — Yeji perguntou enquanto comia uma fatia de pizza.

— Espero que logo. Ela não está acostumada a andar sozinha na floresta. — Eu respondi.

— Qualquer coisa, podemos nos encontrar com ela em algum lugar. — Jackson sugeriu.

— Está tudo bem, ela sabe se virar bem. — Eu dei de ombros, tendo certeza que Momo logo chegaria.

Eu estava um pouco tímida para pedir para Yeji interpretar mais um sonho meu. Além disso, tinha medo do que poderia ser o seu real significado.

— Então, o que acha de me contar o seu sonho, antes que ela chegue? — Yeji sugeriu, bebendo todo o resto da bebida presente em sua taça de uma vez só.

Aquilo me deixou um pouco surpresa, já que eu tinha acabado de pensar naquilo... Mas tudo bem, talvez seja um sinal do destino para eu me distrair enquanto Momo não chegava.

Jackson estava sentado na poltrona com Soleil em seu colo, eu em um sofá e Yeji no sofá à minha frente. Eu não me sentia nada tensa para falar do meu sonho, já que isso já acontecera outra vez. Entretanto, minhas mãos estavam trêmulas devido a ter que descrever a parte dos lobos.

Não esperei mais nenhum segundo, bebi o resto da minha bebida, assim como fez Yeji, sentindo uma leve tontura devido ao teor do álcool, mas continuando firme. Comecei a detalhar o sonho, eu sentia que o álcool tinha batido de uma forma muito forte em mim, mas permaneci capaz de contar tudo que houve no sonho, já que eu lembrava muito bem.

Não sei se aquilo foi devido ao álcool ou devido à minha parte humana estar ligada aos meus sentimentos mais profundos, mas senti um enorme medo de saber o significado daquele sonho. Me via em uma saia justa, já que se eu não descobrisse sobre o mesmo, iria ser perseguida por esse sonho por várias noites.

Acabei tentando fingir que não estava com medo, e sim segura, vendo o que Yeji tinha a dizer.

"Eu caminhava em uma espécie de labirinto, estava usando o meu traje de reuniões do Coven com o capuz sobre minha cabeça. Mesmo estando de manhã, eu segurava uma vela acesa, que o vento às vezes batia nela e quase apagava sua chama, mas nunca conseguia. Eu algumas vezes topava em pedras, o que causava arranhões em meus pés, mas algumas vezes, eu passava por pequenas poças de águas cristalinas, que curavam meus arranhões."

— O labirinto significa que você não está em uma situação nada fácil em sua vida, mas ainda leva sua vida, a vela, de forma segura e equilibrada. Mesmo com alguns problemas para atrapalhar sua vida, os ventos, a chama permanece intacta. — Yeji fez uma pausa — O equilíbrio também está presente nas pedras que machucam seus pés e nas águas que os curam, nada será capaz de derrubá-la, mas não há nada que irá te elevar ao topo de tudo.

Aí então a parte que mais me assusta.

"Ao ver a saída para o labirinto, corri em direção à mesma e vi um lobo entrar por ela. Após ele, mais três, então acabei correndo de volta para o labirinto. Não demorou muito para que eles me alcançarem e para que um deles pulasse em cima de mim, me derrubando no chão. Aos poucos os outros lobos também foram pulando em cima de mim, moendo com seus dentes. Minha vela, ao cair no chão, permaneceu certo tempo acesa, mas logo se apagou."

— Isso é um pouco mais pesado... — Disse Yeji, arregalando os seus pequenos olhos e respirando fundo antes de contar a próxima parte — A saída para o labirinto é como se fosse a passagem para uma nova fase da sua vida, e os lobos algo que irá te atrapalhar. Eles te derrubam e acabam com você, então sua vela apaga... O que significa que...

— O quê? Fala! — Eu perguntei, elevando minha voz ao ver que Yeji estava começando a enrolar.

— É melhor que não saiba. — Ela revirou o olhar, um tanto nervosa, então pegou outro pedaço de pizza.

— Está de sacanagem? Você começou, agora termina. — Eu insisti, levantando do sofá e olhando para Yeji de cima.

— Ya, não deve ser tão ruim saber o significado... É apenas um sonho. — Disse Soleil, ela e Jackson estavam ouvindo atentos.

— O que está dizendo? Sonhos significam mais do que qualquer profecia, principalmente aqueles que você não consegue esquecer! — Disse Yeji, um pouco ofendida pelo comentário de Soleil.

— Então vamos lá, diga logo. — Eu pedi.

— Aish! A vela se apaga, então significa que sua vida chega ao fim! — Yeji soltou tudo de uma vez, não podendo frear suas palavras.

Eu fiquei sem o que dizer. Aquilo me assustou, eu não sabia se o que ela estava dizendo era apenas no sentido figurado ou realmente iria acontecer.

— O-o que quer dizer com isso? — Perguntei — Eu vou morrer?

— Não sei. — Disse ela, despretensiosamente — Sonhos reveladores não são tão fiéis ao seu destino como muitos pensam... Eles podem dizer o que a vida tem para você um pouco adiante, sim, mas não diz a hora que isso irá acontecer... A propósito, você pode mudar o seu destino.

— Como assim? Como eu vou saber se o que eu estou fazendo vai me levar pra morte ou irá mudar o meu destino? — Perguntei.

— Ya! Eu não sei! — Disse Yeji, em um tom de voz alto — Eu tenho apenas 19 anos, não sou tão experiente assim.

Eu apenas me sentei novamente no sofá. Minha cabeça estava doendo um pouco, eu sabia muito bem que o significado do meu sonho iria acabar comigo.

— Não se assuste... Pode ser apenas no sentido figurado. — Disse Jackson, tentando me acalmar.

Bem, a essa altura do campeonato eu já não duvidava mais de nada.

Logo ouvimos umas batidas na porta de Jackson, certamente era Momo. Ele foi abrir a porta para ela, já que eu estava meio que em estado de choque. Eu tentei rapidamente mudar minha expressão, eu já tinha uma notícia ruim para Momo - sobre minha tia - e não poderia vir com mais essa bomba.

— Olá a todos! — Disse Momo com um sorriso tímido e um aceno para as garotas alí presentes.

Yeji e Soleil foram cumprimentar as duas, como se na última vez que ela viu meus amigos bruxos não tivesse ocorrido uma baita de uma confusão - que ela ainda nem sabia que tinha acontecido. Jackson também ofereceu uma margarita para ela, a loira ficou alguns segundos me encarando, pois eu ainda estava meio que em choque.

— Estou bem aqui. — Ela brincou, me cutucando.

— Desculpe, eu estava em outro mundo. — Eu levantei do sofá rapidamente para dar um selar nos lábios da garota, fingindo que eu não acabara de saber sobre o meu sonho.

Que revelava que eu morreria em breve, no caso.

— Creio que já sabe que estes são meus amigos bruxos. — Eu disse, apresentando Jackson, Soleil e Yeji novamente, só que como bruxos — Os outros dois devem estar se roçando em outro lugar.

— Sei. — Momo deu uma risada, mudando sua expressão assim que olhou pra Soleil — Meu Deus, quanto tempo... Na última vez bebemos tanto que eu mal podia ficar de pé.

— Mas eu não beb... — Soleil ia dizer que não bebe, mas Jackson logo deu uma cotovelada nela. Ela não lembrava que após Momo vomitar roxo naquele dia, Jackson teve que apagar aquela memória e substituir por novas.

Eu seria capaz de rir daquilo, mas estava preocupada com outra coisa.

— Que tal irmos para um lugar mais reservado para eu te deixar a par do que está acontecendo? — Sugeri a Momo, para que fugíssemos um pouco daqueles três.

— Ótimo. — Ela deu de ombros, como não era boba nem nada, pegou uma fatia de pizza antes de irmos.

[...]

Lá estávamos nós, eu e Momo no quarto de hóspedes, aonde eu estava alojada. Ela ainda tomava sua bebida, era um pouco devagar para o álcool, diferente de mim, que virei o copo inteiro em uma golada só.

— Então, a minha tia meio que descobriu o sigilo que eu tinha em minha nuca... Não, não era uma tatuagem. — Se o momento fosse outro, Momo provavelmente teria rido daquilo, mas o assunto estava tenso demais — Ele servia para que ela não pudesse me enfeitiçar nem me fazer falar a verdade sobre o nosso relacionamento.

— Calma... Isso é muita coisa para o meu cérebro humano absorver. — Disse Momo, tomando o resto da sua margarita, quem sabe aquilo a fizesse entender melhor — Pode me contar mais devagar e detalhadamente?

Eu expliquei exatamente tudo para Momo, inclusive como um relacionamento entre um humano e um mortal era mal visto no mundo bruxo. Momo ficou um pouco assustada por eu ter feito tudo aquilo apenas para namorar ela, assustada de um jeito bom. Agora ela estava a mais que envolvida no mundo bruxo, e se escolhesse ficar comigo pelo resto da vida, acabaria ainda mais envolvida.

— Nossa, como tudo isso é complexo... — Disse ela, sacudindo a cabeça — Então, você tirou a runa?

— O sigilo? Sim. — Mostrei o meu pescoço a ela, que arregalou os olhos quando notou que a pele não tinha mais ondulações nem vermelhidões.

— Eu sabia! Tava muito diferente para ser uma tatuagem. — Suas palavras me fizeram rir. Eu achava engraçado e diferente como os humanos não sabiam quase nada sobre o mundo bruxo.

Eu tinha o prazer de ensinar tudo aquilo a ela.

— E... Você saiu de casa e fez tudo isso por mim? — Ela perguntou, corando imediatamente.

Eu balancei minha cabeça para indicar que sim, logo roubando um beijo de seus lábios. Apesar de "tudo" isso que eu tinha passado para conseguir ter um relacionamento com Momo, eu achava que valia a pena. Eu estava disposta a fazer muito mais por ela.

— Sou capaz de largar tudo por você... Brigar com tudo e todos por você. — Eu disse a ela.

Naquele momento, eu e Momo deitamos na cama e encaixamos nossos corpos em conchinha, aquecendo uma à outra.

— Eu te amo tanto, Mina. — Ela beijou uma das minhas mãos suavemente — Acho que sou tão pouco para você... Você poderia estar namorando uma bruxa poderosa como Soleil ou Yeji...

Notei uma leve tristeza em sua voz, o que me fez querer abraçá-la ainda mais forte. Momo não sabia o quanto eu a achava muito para mim, ela era mais que perfeita e a pessoa que eu mais tinha amado durante toda a minha vida... A pessoa que os deuses colocaram em minha vida apenas para que ela fizesse um pouco de sentido.

— Eu não quero uma bruxa poderosa, uma sereia e nem mesmo uma deusa. — Eu disse próximo ao seu ouvido — Quero apenas você... Você é quem faz eu querer acordar todos os dias para viver nesse mundo tão horrível, não sabe o quanto eu te amo, Hirai Momo.

Após ouvir minhas palavras, a loira virou pra mim com um sorriso largo nos lábios, o qual me fez esquecer toda aquela situação difícil que eu estava passando.

— Eu que amo você, Mina Myoui. — Disse ela, dando alguns selinhos em meus lábios.

— Viu? Você é a única pessoa que não me chama de Mina Sharon... Isso que é o significado de amor pra mim. — Eu falei, o que fez nós duas rirmos por certo tempo.

— Idiota... Ah! Tenho uma novidade. — Disse ela — Eu consegui um estágio de meio período na faculdade... Não irei ganhar tanto dinheiro assim, mas o suficiente para me manter aqui.

— Sério? — Eu arregalei os olhos, ficando feliz por ela, mas um pouco desapontada, pois isso resultaria em que nos veríamos menos vezes na semana — Fico muito feliz por você!

Bem, apesar de tudo, aquela notícia me agradava. Eram os caçadores que estavam mantendo Momo aqui, depois que eu dei um jeito neles ela teve que economizar muito dinheiro. Agora que havia conseguido um estágio, eu já não me sentia mais culpada por acabar com a sua maior fonte de renda.

Até porque era uma fonte de dinheiro sujo.

Em seguida, selamos nossos lábios com um beijo calmo e suave. Pelo menos alí, na casa de Jackson, nós podíamos ser nós mesmas. Não precisávamos nos esconder ou fingir que éramos apenas amigas, éramos o que realmente éramos, uma humana e uma bruxa que tinham um relacionamento.

Um relacionamento que eu iria lutar para que nada rompesse.