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História The Crown - Capítulo III


Escrita por: littletequila23

Notas do Autor


Hello, hello, helloooo gente!!!

Tudo bem com vocês?? Trouxe mais um capítulo quentinho do forno para vocês!

Quero agradecer pelos lindos comentários que recebi no capítulo passado! Já respondi todos e fiquei muito feliz. Adoro quando vocês me dão ideias e sugestões, muitas vezes me inspiram para escrever mais rápido hihihih. Vocês são demais <3 <3

Sem mais delongas, boa leitura!

Capítulo 4 - Capítulo III


- Está pronto Naruto? – Minato perguntou, entrando no quarto do filho devagar. Naruto sorriu para o pai, terminando de embainhar sua espada e sorrindo amplamente. Apesar de ter apenas dez anos de idade, Naruto se mostrava ser um bom líder no futuro, pois tinha herdado ótimas características dos pais.

O loirinho era escandaloso e impulsivo como Kushina, tinha o bom coração como Minato e valorizava os laços de amizade como os pais. Naruto sempre tratava todos os criados com gentileza e conquistava a amizade de todos ao seu redor facilmente. Minato não tinha dúvidas de que teria o respeito dos nortenhos quando chegasse a hora de assumir seu lugar.

- Estou pronto, pai! – Naruto exclamou, colocando a capa de frio nos ombros e sorrindo para o Namikaze.

- Ótimo, temos bastante tempo para caçar. – Minato disse. Assim que seu filho começou a aprender a manejar armas, o homem decidiu que ensinaria o filho a caçar, assim como Jiraya um dia o ensinou. Era uma ótima ocasião para estreitar os laços com Naruto e Minato adorava passar um tempo com o filho.

Os dois desceram as escadas rumo ao estábulo. Naruto sentia por não poder levar Neji com eles, mas sabia que a companhia dele nas caçadas levantaria suspeitas e Minato se preocupava muito com a segurança dele. Naruto pegou as rédeas de seu cavalo de um dos trabalhadores braçais do local e guiou o garanhão marrom para fora. Minato fez o mesmo que o filho, montando em seu cavalo no momento em que saiu do estábulo. Mais dois homens acompanhavam o Senhor do Norte e seu filho, a fim de resguardar a segurança de ambos.

- Tomem cuidado e se divirtam! – Kushina se despediu dos dois, selando seus lábios aos de Minato de forma rápida. – Cuide do nosso filho, querido. – Pediu baixinho ao loiro, que sorriu com carinho para ela.

- Sempre, minha Senhora. – Respondeu de forma terna. Minato era completamente apaixonado por sua esposa e, mesmo com os anos passando pelos dois, ainda achava que Kushina era a mulher mais bela de todo o reino. Seus longos cabelos vermelhos deixavam Minato admirado e seus olhos azul-escuros o hipnotizavam. – Vamos Naruto!

Minato deu o comando a seu cavalo e saiu para a floresta com Naruto em seu encalço, totalmente animado. Kushina observou os homens de sua vida se afastando até que não pudesse mais vê-los. Cavalgaram fundo entre a vegetação da floresta, procurando rastros de veados. O Namikaze ensinava seu filho a identificar os rastros e se locomover sem assustar os animais. Assim que perceberam estar próximos a uma de suas presas, amarraram os cavalos e seguiram a pé com as bestas posicionadas para atirar.

Naruto se esgueirou por entre as árvores, andando silenciosamente e tentando encurralar o animal que estava próximo. Espiou por entre os galhos e viu um grande veado bebendo água de um lago tranquilamente. O menino se recordou das instruções do pai e mirou no ponto vital do animal, apoiando-se em um tronco para ter firmeza em seu disparo. A flecha lançada por Naruto acertou o pescoço do animal de forma certeira, fazendo com que o veado caísse no chão imediatamente.

O menino se aproximou do animal e Minato foi em seu encalço. O mais velho checou o local da ferida e percebeu o sangue denso saindo do local. Sorriu para o filho, sabendo que o tiro não deixaria o veado sofrer por muito tempo e logo ambos viram a vida de esvair de seus olhos. Minato estendeu uma adaga de caça fina ao filho.

- Muito bem, Naruto. – Ele sorriu para o loiro. – Agora você deve eviscerar o animal para que seja levado.

Minato foi instruindo o filho na retirada dos órgãos e vísceras do animal, ensinando-o a guardar as partes usadas na cozinha em grandes sacolas de couro até que restasse apenas a carcaça. Levaram os restos do animal até os cavalos e o amarraram e prenderam corretamente. Continuaram andando para procurar mais um veado, seriam o suficiente para uma boa refeição no castelo.

Horas mais tarde, Minato guiava seu cavalo ao lado do filho que sorria orgulhoso por ter conseguido matar dois dos três animais que caçaram. Pai e filho se divertiam fazendo coisas juntos e Naruto adorava poder conversar com Minato sem que ele fosse interrompido o tempo todo por tarefas do castelo. Enquanto seguiam de volta ao castelo, ouviram um uivo fino próximo ao caminho que tomavam. Naruto olhou curioso na direção do barulho e desceu do cavalo, caminhando até o som. Minato o seguiu, com a espada em punho e encontraram um filhote de raposa vermelha presa em um buraco.

- Espere um pouco filho. – Minato advertiu o menino quando viu que Naruto se aproximava para ajudar o animal. Olhou para os guardas. – Verifiquem o perímetro. – Os dois caminharam em um círculo pelos arredores, verificando se haviam mais raposas por perto.

- Parece o caso de um filhote perdido, Senhor. – Um dos homens disse quando retornou da sondagem do perímetro. Naruto então se aproximou devagar do filhote, estendendo a mão para tirá-lo do buraco. Ele olhou admirado para as orbes vermelhas da raposa.

- Calma, amigo. Não vou machucá-lo. – O loirinho disse com a voz calma. O filhote apenas observava o menino que, com muito cuidado, pegou-a nas mãos e a retirou do buraco. Naruto fez um carinho demorado atrás das orelhas da raposa, ela se assemelhava a um dos gatos do castelo, porém, ela mais peluda e laranja.

- É um belo animal. – Minato se agachou para acarinhar o filhote, admirando a beleza da penugem.

- O que vai acontecer com ele, pai? – Naruto perguntou com a raposa nos braços. Ela se aproximou do rosto do menino e lambeu suas bochechas, cheirando-o por inteiro.

- Não há outras raposas por aqui, ele se perdeu de seu bando. – Minato constatou com pesar. Filhotes que se perdiam de seus grupos acabavam sendo presas de outros animais. – Acho que podemos levá-lo ao castelo.

- Jura? – Naruto perguntou animado e sorrindo.

- Mas somente se você prometer que irá domesticá-lo e cuidar dele com responsabilidade. Será um bom treinamento para você. – O Namikaze disse.

- Eu prometo que cuidarei muito bem dele. – Naruto encarou o loiro com determinação. Nessas horas, Minato podia ver o olhar de Kushina refletido nas orbes do filho. Naruto encarou a raposa em suas mãos novamente, coçando o ponto atrás de suas orelhas pontudas. – Acho que seu nome será Kurama. O que acha, pai? – Naruto perguntou ao mais velho.

- Kurama é um bom nome, meu filho. – Minato respondeu com um sorriso. – Agora vamos, devemos retornar antes que anoiteça ou deixaremos sua mãe preocupada. – Naruto rapidamente voltou para o seu cavalo com o pequeno animal nas mãos. O loirinho dificilmente temia algo, exceto pelo furacão ruivo com raiva que era sua mãe. Minato não poderia julgá-lo, ele se sentia exatamente igual com Kushina, ela poderia meter medo em qualquer um com seu jeito explosivo.

A cavalgada pela floresta de volta a Konohagakure durou por volta de quinze minutos e logo pai e filho deixaram os animais com os serventes, exceto por Kurama, que ainda jazia no colo de Naruto. Os animais mortos foram levados à cozinha para serem devidamente preparados pelos cozinheiros.

- Mãe, olha só! – Naruto andou sorridente até a mãe quando entrou no castelo e a viu no salão principal dos tronos. Ele levantou a raposa nos braços e Kushina arregalou os olhos. – Nós a salvamos na floresta.

- Minato! – Kushina exclamou com o olhar preocupado. – Uma raposa, é perigoso. – A ruiva olhou com repreensão para o marido.

- Ele se perdeu do bando, mãe. Não podíamos deixá-lo para morrer. – Naruto disse, olhando para o bichinho. – Papai disse que posso ficar com ele se eu domá-lo. Por favor, mãe, deixe o Kurama ficar. – Naruto olhou com a expressão de súplica para a mãe, a ruiva viu os olhos azuis límpidos do filho encará-la em expectativa e suspirou. Por que ele tinha que ter os olhos do amor da sua vida? Assim era difícil negar-lhe qualquer coisa.

- Não pode ficar sozinho com Kurama até que ele seja completamente domesticado, ouviu? Não quero acidentes. Você é meu único filho e meu maior bem. – A ruiva disse seriamente e Naruto assentiu, concordando com os termos da mãe. Kushina olhou Minato com uma expressão de “conversaremos mais tarde sobre isso” e o loiro engoliu em seco, sabendo que ouviria a esposa por um bom tempo.

Naruto saiu saltitante do salão e levou Kurama para o canil do castelo. Depositou a raposa em uma baia que já estava toda equipada com palha, panos limpos e cumbucas para água e comida. O loirinho foi até a cozinha e pediu para que um dos serviçais preparasse um pouco de leite morno. Ele levou a líquido branco para o filhote e o despejou na cumbuca vazia para que a raposa bebesse. Colocou água fresca no outro recipiente e ficou o resto do tempo ainda fazendo carinho em Kurama.

- Naruto, a Senhora Kushina está te chamando para o jantar. – Naruto reconheceu a voz de Neji na entrada do canil. O loiro se levantou e fechou o portão da pequena cela de Kurama.

- Estou morrendo de fome mesmo. – Declarou. – Você perdeu a caçada, Neji. Foi incrível, eu consegui abater dois veados grandes com um tiro em cada.

- Imagino que deve ter sido legal. – Neji disse enquanto acompanhava o amigo de volta ao castelo.

- Eu prometo que darei um jeito de te levar um dia comigo para caçar. – Naruto disse com convicção e viu o amigo sorrir de leve.

- Não sei como pretende fazer isso Naruto. – Neji disse um pouco duvidoso.

- Eu pensarei em algo. Você sabe que eu nunca volto atrás com a minha palavra. – Naruto disse e o amigo assentiu. Naruto tinha essa frase como um comprometimento em sua vida. Ele sempre cumpria tudo o que afirmava e vivia falando a todos sobre seu modo de viver.

Os dois chegaram ao salão de jantar e Naruto tomou o lugar de costume, ao lado do pai. Kushina já havia enchido seu prato com comidas e a carne de veado que ele mesmo caçou. Neji sempre se sentava ao lado dela, um lugar que ele preenchia com honra. Assim que o jantar acabou e as crianças subiram com a ruiva para seus aposentos, Minato foi abordado por um dos criados que trazia uma carta em uma bandeja. Minato a abriu, reconhecendo a caligrafia peculiar de seu mestre.

“Chegamos à Cidadela hoje e consegui nos instalar em uma estalagem perto do grande templo. Fugaku pediu-me que levasse seu bastardo comigo para treinamento, ele e Haruo ficarão comigo na mesma estalagem. Sinto que encontrarei parte do que procuramos aqui e pretendo vê-lo quando a viagem terminar. Acho mais seguro nos comunicarmos por mensageiros periódicos ao invés de cartas, sabe o que está em jogo aqui Minato. Espero que os preparativos estejam indo bem. Jiraya.”

Minato sorriu para a carta de seu antigo mestre. Jiraya era um homem extremamente perspicaz e inteligente. Providenciaria um esquema com mensageiros para continuar se comunicando com o mestre. Pensou nos “preparativos” que ele mencionou na carta. Jiraya se referia às reuniões secretas que fazia com líderes de pequenas aldeias selvagens e outros senhores do norte. Minato buscava desesperadamente apoio e maior poderio militar para que, quando a hora chegasse, uma rebelião pudesse ascender com sucesso contra o rei.

Sabia que precisaria de grandes alianças para garantir armas, homens, alimentos e tudo mais o que seu povo precisasse durante a guerra que viria. Minato era realista, tinha plena consciência de que não poderiam destituir um rei sem um período de guerra e, por mais que quisesse evitar perder seu povo, não poderia ficar inerte. Além disso, o protetor do Norte tentava, de forma discreta, atender aos pedidos dos pequenos vilarejos do reino que muitas vezes pereciam na pobreza. Ele não conseguia ficar parado vendo aquela gente sofrer dia após dia.

 

6 ANOS DEPOIS

 

- Tomem cuidado vocês dois. – Kushina disse aos jovens montados no cavalo e se aproximou do adolescente loiro. – Só deixe Neji tirar a venda quando estiverem bem dentro da floresta.

- Você se preocupa demais, mãe. – Naruto resmungou. Kushina olhou para os dois, Naruto e Neji, percebendo com um pouco de pesar o quanto haviam crescido. Os dois já eram mais altos que ela. Naruto se parecia a cada dia com o pai, herdando o mesmo cabelo loiro espetado e olhos claros como um céu de verão. Neji tinha se tornado um belo jovem, de cabelos castanhos longos e lisos e rosto sério. A combinação dele com os olhos característicos de sua ascendência era de tirar o fôlego.

- Eu me preocuparia menos se você não fosse tão inconsequente. – Retrucou bufando e Naruto riu.

- Eu tenho a quem puxar. – Piscou para a mãe com a expressão travessa e olhou para trás. – Vamos Kurama! – Chamou sua fiel raposa.

Apesar de a primeira impressão de Kushina ter sido contrária em relação à raposa, ela percebeu a ligação imediata do filho com o bichinho conforme os dias se passavam. Naruto cuidava com todo o cuidado de Kurama e, quando ela começou a crescer, treinou a raposa para caçar e ser sua fiel companheira. O resultado chegou rápido para o loiro, Kurama era completamente fiel a ele e passou até mesmo a dormir em sua cama.

A raposa vermelha o seguia para onde quer que fosse e era extremamente protetora com seu dono. Kurama cresceu até ficar com sessenta centímetros de altura e um metro de cumprimento, uma das maiores raposas que Minato já tinha visto. Sua pelagem ficou ainda mais laranja com o tempo e também mais cheia, era um animal admirado por todos que a viam. Naruto segurava as rédeas do cavalo de Neji para manter as aparências e Kurama andava ao lado dos dois, com as orelhas levantadas e atentas a qualquer movimento.

Naruto não levava mais servos junto consigo para caçar desde que treinou sua raposa para acompanhá-lo. Kurama o protegia melhor que qualquer homem, pois seus instintos aguçados poderiam prever qualquer ameaça a uma grande distância, além de ser perfeita para encurralar as presas do loiro. Eles formavam uma equipe muito boa. Quando percorreram uma boa distância entre as árvores, Naruto parou os cavalos e lançou as rédeas de volta para Neji.

- Pode tirar a venda. – Falou para o amigo e viu Neji remover o pano dos olhos devagar. Ele observou os arredores da floresta e segurou as rédeas de seu cavalo com firmeza.

- Tá esperando o quê? Vamos caçar. – Neji encarou o loiro, que logo sorriu.

- Kurama, vamos lá. – Naruto deu o comando à raposa. Kurama logo começou a cheirar os arredores, procurando rastros de presas para os dois caçarem. Neji tirou uma besta de uma sacola na cela de seu cavalo e preparou uma flecha. Naruto seguia sua raposa com atenção até que acharam rastros de garras em uma árvore.

- Parece um javali. – Neji desceu de seu cavalo para examinar de perto.

- Um dos grandes, pelo jeito. – Naruto concordou, também descendo do animal e amarrando as rédeas junto ao cavalo de Neji. Seguiriam a pé do local onde estavam.

Os dois seguiam Kurama que seguia farejando o javali pela floresta. Caminhavam devagar, tentando fazer o mínimo de barulho possível no local. Conforme sentia se aproximar de sua presa, Kurama andava com o torso mais abaixado e com mais cautela. Naruto conhecia os movimentos de seu bichinho de cor e já sabia interpretar a mudança em seu comportamento só por olhá-lo.

Quando Kurama parou atrás de um arbusto, Neji e Naruto começaram a rodear os arredores para se posicionarem a fim de dar um bom tiro no animal. Ambos tinham razão em sua dedução, o javali era enorme e parecia distraído comendo uma lebre que deve ter caçado por perto. Neji mirou o rosto do animal, estava posicionado bem de frente para ele e escondido atrás de algumas pedras. Respirou fundo e então disparou a arma, acertando em cheio a cabeça do animal, fazendo-o cair imediatamente no chão.

Kurama se aproximou para checar se o animal estava realmente morto e então se virou para o dono, aguardando que Naruto chegasse para eviscerar o javali morto. O loiro sempre jogava alguns pedaços de carne fresca para a raposa como recompensa enquanto trabalhava no animal. Olhou nos arredores e viu Neji caminhando calmamente, provavelmente por ter visto outro animal para caçar e sorriu, gostava de ter esse momento a sós com o amigo que mais considerava um irmão.

 

••†••

 

- Senhor, chegou uma correspondência urgente do País dos Mares. – Um servente entrou com a carta devidamente posicionada em uma bandeja.

- Obrigado, Ren. – Minato agradeceu, tomando a correspondência do objeto de prata e vendo o criado deixar seu escritório. Pegou o abridor de cartas de prata em sua mesa, um objeto que se assemelhava muito a uma pequena faca, e abriu o envelope. Minato reconheceu o brasão da família Karatachi de pronto e sua testa franziu levemente.

Leu o conteúdo da carta com cuidado. Yagura, o atual senhor de Uzushigakure, solicitou uma reunião com Minato para renovar seus tratados de troca de mercadorias. O Namikaze estranhou, pois Yagura geralmente enviava algum representante para as negociações, preferindo sempre continuar no seu castelo ao Sul, porém, na correspondência parecia fazer questão de comparecer pessoalmente em seu castelo.

O Senhor de Konohagakure pensou um pouco aflito, tentando refazer seus passos e imaginando se estava levantando alguma suspeita. Era certo que o rei não confiava plenamente nos Namikaze, deixando-os como protetores do Norte pelos anos a fim de não causar revoltas no povo. Redigiu uma resposta a Yagura, convidando-o para se reunir a ele em Konohagakure. Não arriscaria aumentar a desconfiança do rei, já que a família Karatachi tinha uma aliança de anos com os Otsutsuki. A atual rainha era irmã mais nova de Yagura.

Pediu a um mensageiro para entregar a carta com urgência, ainda levemente preocupado. Minato precisava ter cautela e se preocupava com Neji. Se o escondessem, com certeza as pessoas desconfiariam de suas ações. Ele precisava manter o Hyuuga o mais invisível possível durante a visita dos Karatachi. Mandou chamar Kushina para que ela já começasse os preparativos para recebê-los. Demorariam, pelo menos, umas duas semanas para chegar, levando em conta o tempo para receberem a carta de resposta e arrumarem tudo para a viagem.

- Minato, aconteceu algo? – Kushina adentrou o escritório do marido com o semblante apreensivo.

- Acabei de receber uma carta dos Karatachi. – Minato declarou, mostrando a missiva para a esposa. Kushina franziu a testa, também estranhando a atitude de Yagura.

- Yagura quer vir pessoalmente, acha que ele quer nos espionar? – Perguntou um pouco receosa.

- Tenho certeza de que continuamos mantendo nossa discrição, mas cuidado nunca é demais. Yagura tem mais objetivos do que apenas vir tratar sobre trocas de grãos, isso é outra convicção que tenho. – Minato disse com sinceridade para a ruiva e a viu suspirar. – Temos que preparar o castelo para recebê-los e pensar em como tornar Neji praticamente invisível durante a visita deles.

- Oh sim, Yagura saberia identificar um Hyuuga se o visse. – Kushina ponderou um pouco inquieta. Yagura era conhecido por ser um líder impiedoso e ter ajudado Momoshiki a caçar traidores da coroa através dos anos.

- Eu pensarei em algo até lá, protegerei meus meninos com minha vida se preciso. – Minato disse com firmeza. Kushina lhe sorriu de leve, ela adorava ver o marido se referindo a Neji como seu filho, ela também sentia o mesmo pelo Hyuuga. Neji e Naruto eram seus dois preciosos meninos.

- Eu deixarei tudo pronto para a vinda dos Karatachi. O castelo estará impecável durante sua visita. – Declarou, se levantando. Minato sorriu ao ver a obstinação de sua mulher.

- Eu sei que deixará tudo mais que perfeito. – Falou e se inclinou para beijar os lábios de Kushina. Eles sempre se apoiavam, confiavam um no outro e partilhavam um amor puro e intenso, eram confidentes um do outro e formavam uma grande equipe. Minato sabia que poderia passar por qualquer coisa se tivesse o apoio de sua esposa e vice-versa.

Agora só restava aguardar por seus ilustres convidados.

 

••†••

 

O homem de cabelos castanho-claros observava a correspondência em suas mãos com um sorriso satisfeito. Tinha um rosto anguloso, cabelos curtos e olhos violetas, que eram a marca registrada de sua família: os Karatachi.

- Envie um corvo com urgência para Kirigakure, Momoshiki adorará saber que Minato irá me receber no País do Fogo. – Deu um sorrisinho de lado satisfeito e desceu até o salão de jantar, observando seus filhos já sentados, aguardando pelo pai.

A esposa de Yagura morreu há anos, deixando-o sozinho para criar seus dois filhos: Kagura e Shion. Kagura era seu filho mais velho, com as feições extremamente parecidas com o pai, exceto pelos cabelos, estes eram ligeiramente mais claros, puxando para o loiro, herança de sua falecida mãe. Shion, sua filha mais nova, era uma belíssima jovem de cabelos loiros e lisos, pele clara e olhos violetas, um pouco mais claros que os de Yagura e Kagura. Ele se sentou entre os filhos e começou sua refeição, fazendo com que todos que estivessem no local começassem a espelhar seus movimentos.

- Partiremos em uma viagem ao Norte. – Yagura disse aos filhos. – Sairemos o quanto antes. Os dois me acompanharão desta vez. – O Senhor de Uzushigakure enfatizou a parte final, ganhando a atenção imediata de Shion. A menina geralmente ficava no castelo quando Yagura viajava, levando apenas Kagura para aprender o ofício de um Senhor, já que este herdaria suas posses.

- Qual será nosso destino, pai? – Kagura perguntou com educação.

- Konohagakure. – Yagura respondeu. – Temos alguns tratados para fazer com Minato para garantir comida em nossas terras e outros assuntos de meu interesse particular a tratar. Minato tem um filho na sua idade, Shion, e acredito que seja o melhor pretendente para oferecer a você a melhor vida. – Shion sorriu de leve. Era uma jovem bela, porém, extremamente fútil e mimada.

- Mas o Norte, papai? Ouvir dizer que os nortenhos fedem. – Ela torceu o nariz um pouco enojada.

- Nosso rei aprecia a ideia de enviá-la ao Norte. Se o filho de Minato não lhe agradar, você pode simplesmente engravidar e mandar matá-lo. – Yagura respondeu com simplicidade. Queria ter poder sobre o Norte e garantiria que toda sua influência o ajudaria a consegui-lo. Afinal de contas, criou a filha com essa finalidade, Shion era sua moeda de troca para ganhar mais posses.

- Espero que ele não seja repulsivo. – A loira resmungou. Terminaram o jantar e, em seguida, Yagura começou a dar ordens aos criados para que começassem os preparativos para sua viagem. Partiriam em dois dias e ele pretendia chegar o mais rápido que pudesse ao País do Fogo.

 

••†••

 

- Oh, Deus. Eu juro que não aguento mais ficar dentro dessa carruagem. – Shion reclamou pela vigésima vez. Kagura já tinha vontade de estrangular a irmã, não costumava tolerar suas futilidades e reclamações.

- Apenas cale a boca, Shion. – Ordenou de forma tediosa. A loira o fuzilou, com o semblante indignado.

- Não me mande calar a boca. Não é você que está praticamente atravessando o reino para ser usada como moeda de troca. – Shion conseguia ser bem irritante quando queria e Kagura apenas rezava para que chegassem rapidamente ao seu destino. Ouviram uma batida na porta da carruagem.

- Estamos entrando nas terras Namikaze, Senhor. – Um dos guardas informou e Kagura suspirou aliviado. Assim que a carruagem parou e um dos serventes abriu a porta, ele desceu devagar, apreciando o ar fresco e a falta da companhia de sua irmã irritante.

Seu pai, Yagura, havia acabado de descer de seu cavalo e se aproximou da carruagem para oferecer a mão à filha. Shion trajava um grosso vestido prateado, com uma echarpe de pele de animal por cima. Seus longos cabelos loiros estavam impecavelmente arrumados e ela desceu com um sorriso simpático e plastificado.

Minato e Kushina estavam próximos à entrada do castelo, aguardando para dar as boas-vindas a seus convidados. Minato estranhou mais ainda o objetivo da visita do Karatachi quando viu sua filha junto a Yagura e Kagura. O Senhor de Uzushigakure se aproximou e apertou as mãos de Minato, esboçando uma falsa simpatia.

- Sejam muito bem-vindos à Konohagakure! – Minato disse com educação e tanto ele quanto Kushina fizeram uma leve mesura.

- É uma honra estar aqui, Minato. – Yagura respondeu lisonjeiro. – Kushina, continua belíssima. – Ele viu a ruiva sorrir de leve.

- Obrigada, Yagura. Vejo que seus filhos estão bem crescidos. – Ela olhou para Kagura e Shion, tentando manter a expressão simpática.

- Sim, Kagura acabou de completar dezoito anos e Shion já está com dezesseis. Consegue acreditar como o tempo passa rápido? – Respondeu à mulher.

- Oh sim, sinto a mesma coisa quando olho para meu filho. – Ela disse, seu sorriso se tornando mais verdadeiro ao mencionar Naruto.

- Falando em seu herdeiro, onde está Naruto? – Yagura perguntou, tentando parecer desinteressado.

- Ele fez questão de caçar algumas lebres para um jantar em vossa homenagem. – Minato respondeu o homem. – Por favor, entrem. Os criados ajudarão com suas bagagens. – O Namikaze apontou para a entrada do castelo e foi andando com os convidados a seu encalço. Shion observava a decoração rústica do castelo, tentando não fazer uma careta, tudo parecia tão primitivo e feio aos olhos dela. Já se imaginava mudando tudo ao redor quando passasse a ser a Senhora de Konohagakure.

- Shion, deseja se juntar a mim para um chá, querida? – Kushina perguntou à jovem, tirando-a de seus devaneios.

- Oh claro. Seria ótimo. – Respondeu e acompanhou a ruiva para fora do salão principal.

- Nossos criados estão providenciando seus aposentos, caso queiram descansar. – Minato disse ao Karatachi, que apenas mexeu a mão, demonstrando não ser necessário no momento.

- Eu acredito que podemos começar a conversar sobre os tratados. – Yagura falou com sutileza. – O que acha, Minato?

- Claro. Queiram me acompanhar, por favor. – Minato guiou seus convidados até seu escritório, lugar em que deixou os antigos tratados e novos a postos para que discutissem e chegassem a um consenso para assinarem posteriormente.

Kagura se sentou ao lado do pai, observando atentamente as negociações entre os dois Senhores. Yagura acertava os números de sacas enviadas mensalmente ao País dos Mares com Minato, enquanto o loiro ditava seu preço, conforme cada época do ano. Eles repassaram todas as cláusulas do contrato, discutindo-as uma a uma com calma e acertando até os mínimos detalhes.

- Fico feliz por podermos renovar nossos tratados novamente, Minato, mas confesso que este não é o único motivo de nossa vinda. – Yagura se pronunciou quando terminou de reler todo o contrato e o assinou. Minato fazia o mesmo, assinando as duas vias, quando olhou para o homem.

- Mesmo? Há algo a mais em que posso ajudá-lo? – O Namikaze perguntou. Precisava ser cauteloso em suas reações e entender bem as intenções do Senhor à sua frente.

- Sim. Veja bem. – Yagura se levantou, servindo-se novamente de outra taça de vinho. – Shion, minha única filha, já teve sua menarca e tenho procurado por um bom pretendente desde então. – Discursou, andando pelo escritório. – Acredito que seria interessante a nós dois usufruirmos de uma aliança pelo casamento de nossos filhos. – Minato também se levantou e se serviu do vinho, olhando para Yagura com atenção.

- Entendo. Realmente, sua filha é uma belíssima jovem e me parece ser muito bem educada e gentil. – Kagura teve que se segurar para não rir com o comentário de Minato. Shion poderia ser qualquer coisa, exceto gentil.

- Sim e acredito que o futuro Protetor do Norte deve escolher uma esposa adequada para se portar ao seu lado. Afinal, nós dois sabemos que um bom casamento também contribui para inspirar respeito a um Senhor. Ouvi dizer que seu filho é um ótimo rapaz e tem se mostrado muito habilidoso com todas as tarefas que executa. – Yagura, é claro, subestimava Naruto. Ele pensava no herdeiro Namikaze apenas como um garoto bobo e mimado pelos pais. Sabia que Minato e Kushina jamais seriam capazes de ter pulso forte com o menino e sua filha poderia muito bem dobrá-lo às suas vontades.

- Naruto, certamente, é um filho especial. – Minato comentou com um sorriso orgulhoso nos lábios. Kushina costumava dizer que o filho era como uma força da natureza e Minato concordava com a descrição da esposa. – Confesso que me sinto lisonjeado pela proposta, Yagura. – Minato respondeu ao homem com educação.

- Aposto que seu filho se agradará muito com Shion. Ela tem sido treinada desde cedo para se tornar uma ótima esposa. – O Karatachi disse e viu a expressão de Minato vacilar. O loiro pensava no filho, não queria forçá-lo a um casamento, mas também não poderia arriscar em ofender um dos Senhores mais próximos do rei Momoshiki.

- Estaria disposto a realizar um contrato? – Minato perguntou. – Caso seja da vontade de Naruto, podemos deixá-los prometidos por um contrato até que meu filho faça o pedido de casamento oficial. – O loiro sabia que Naruto e Kushina provavelmente surtariam por alguns minutos, mas entenderiam completamente sua decisão. Contratos de noivado eram um costume do reino e nem todos eram necessariamente cumpridos, principalmente quando algum dos jovens, geralmente o homem, se apaixonava por outra mulher no curso de sua vida.

- Um contrato parece justo o bastante. – Yagura ponderou satisfeito e logo os dois líderes voltaram a negociar. Shion faria visitas longas a cada ano para estar próxima de Naruto. Yagura queria garantir que a filha faria o filho de Minato se apaixonar por ela. Assinaram por fim e cada um ficou com uma cópia, selando suas vontades com um aperto de mão.

No mesmo momento, Naruto retornava com Kurama, alguns guardas e as lebres que caçara. O jovem tinha um sorriso no rosto e rumou para a cozinha, cumprimentando os criados com satisfação. Todas as pessoas que trabalhavam no castelo de Konohagakure gostavam de seus Senhores, pois eram muito bem tratados por estes.

- Senhor, seu pai deseja falar com você. – Um mensageiro apareceu e Naruto o olhou, assentindo.

- Já estou a caminho. – Respondeu e retirou uma maçã verde da cozinha, subindo até o escritório do pai. Ao entrar, viu sua mãe aguardando por ele junto a Minato.

- Como foi a caçada, filho? – Minato perguntou com simpatia. Naruto sorriu para ele.

- Um sucesso, nossos convidados irão usufruir da melhor carne de lebre do reino. – Naruto se gabou e viu a mãe sorrir para ele. Ela se aproximou e começou a mexer em seus cabelos.

- Está cheio de terra e galhos nos cabelos, Naruto. – Ela repreendeu de leve e o loiro bufou. Sujar-se fazia parte da caçada, ele não tinha como evitar. Kushina logo se abaixou e agradou a cabeça de Kurama. – Olá, querido. – Ela sorriu para o animal.

- Um mensageiro me disse que você estava me aguardando, pai. – Naruto falou, dando a deixa para que o Namikaze mais velho pudesse falar o assunto da conversa entre eles.

- Sim. Mandei que chamassem você e Kushina. – Minato disse e se levantou. Ele serviu um pouco de vinho para a esposa e filho e encheu sua própria taça em seguida.

- Aconteceu alguma coisa, Minato? – Kushina perguntou ao segurar sua taça nas mãos.

- Yagura me fez uma proposta, além dos contratos de mercadorias. – Minato iniciou, tentando abordar o assunto de forma mais delicada.

- Qual proposta? – Naruto perguntou interessado.

- Ainda não compreendo o intuito dele com isso, mas Yagura ofereceu uma aliança entre nossas famílias, firmada pelo casamento de Naruto e Shion. – O Protetor do Norte disse e viu sua esposa arregalar os olhos.

- Casamento... – Naruto balbuciou, testando a palavra em sua boca.

- Eu firmei um contrato com ele. – Minato continuou, tentando explicar suas ações.

- Minato, não vou sujeitar meu filho a um casamento arranjado. – Kushina disse brava. Ela viveu uma grande história de amor com o marido e desejava o mesmo para Naruto. Além disso, algo na ruiva dizia que Shion não era a doce menina que aparentou, seus movimentos e falas pareciam sempre tão artificiais, como se ela tivesse que se esforçar para ser gentil e simpática.

- Eu sei, Kushina. – Minato segurou a mão da ruiva. – Naruto, eu firmei o contrato para não corrermos o risco de ofender nossos hóspedes, mas fiz questão de colocar uma cláusula que apenas te obriga ao casamento caso você faça um pedido oficial a Shion. – Disse, olhando para o filho.

- Por que eles têm interesse numa aliança conosco? Os Karatachi não se casam com nortenhos desde... – Naruto fez uma pausa para pensar nas aulas sobre a história de seu reino. – Bem, desde sempre.

- Está na hora de conversar com você sobre um assunto muito sério, meu filho. Eu prometo que te contarei tudo assim que nossos hóspedes deixarem o castelo, mas você precisa saber que ter um Karatachi no Norte garantiria ao rei nossa plena fidelidade. – Minato declarou, recebendo um gesto positivo com a cabeça de Naruto.

- É de sua vontade que eu me case com ela? – Naruto questionou o pai. Minato viu a determinação e preocupação em seus olhos, o loiro estaria disposto a qualquer coisa para obedecer e honrar sua família.

- Minha vontade é que você encontre alguém para amar como eu tive a sorte de encontrar sua mãe. – Minato lhe disse com carinho. – Shion nos visitará de tempos em tempos para conviver com você e o conhecer melhor. Você não deve sacrificar sua felicidade por alianças, meu filho, ainda mais com os Karatachi que são traiçoeiros.

- Nós queremos que você seja feliz, Naruto. Você tem uma escolha, apesar de tudo. – Kushina enfatizou as palavras do marido e fez um carinho no rosto do filho. Naruto sorriu para ela. Ele se sentia tão grato por ter pais tão amáveis e bondosos, sabia que sua realidade era diferente de outros nobres, muitos deles eram forçados a se casarem por puro interesse político e econômico.

- Nosso maior desejo é que você encontre alguém que te ame. – Minato disse, abraçando sua esposa de lado.

- Como nós encontramos nossas pontas do fio vermelho do destino. – Kushina acrescentou e o filho riu baixo. A ruiva tinha contado a lenda do fio vermelho do destino várias vezes, sempre seguida pela história de como ela e Minato se conheceram e se apaixonaram. Naruto sempre admirou o amor vivido por seus pais e desejava encontrar alguém assim.

- Tudo bem. Acho que preciso conhecer mais garotas pra encontrar meu fio vermelho. – Naruto brincou e viu o pai rir. – Não é como se eu fosse encontrar um amor só passeando com Neji por aí e uma garota aparecesse na floresta.

- A gente nunca sabe o que o futuro preparou para nós. – Kushina disse sabiamente. – Agora vá tomar um bom banho e desça para o jantar. Não podemos deixar nossos convidados esperando. – Ordenou para o filho e Naruto logo a obedeceu, se retirando do escritório do pai e indo para seu quarto. Kurama sempre o seguia, aproveitando que o dono estava na banheira quente para se aconchegar na cama do loiro e tirar um cochilo.

Naruto se banhou bem e lavou os cabelos, tirando todo o resquício da floresta de seu corpo e trocou de roupa. Ele deixou o quarto prometendo a Kurama que voltaria com um bom pedaço de lebre para o amigo. Desceu até o salão principal e foi recebido por Kushina com um abraço caloroso. Ao lado dela, uma jovem loira de olhos violetas o observava pasmada. Shion percebeu que o loiro não era como os outros nortenhos que lhe causavam asco, ele era bonito e sorridente, a cópia quase exata de Minato.

- Meu filho, permita-me apresentar a você Shion Karatachi. Ela é filha do Senhor Yagura. – Kushina disse com educação e viu Naruto fazer uma reverência de leve com aspecto simpático. Ele segurou a mão da jovem e depositou um beijo breve.

- É um prazer conhecê-la. – Naruto sorriu para ela. Shion começou a ver uma vantagem em se juntar com o herdeiro do Norte, afinal.

- O prazer é todo meu. Ouvi dizer que você caçou as lebres do jantar. – Ela disse, tentando ao máximo não sentir repulsa, achava caçadas repulsivas.

- Sim. – Ele afirmou orgulhoso. – Caçar é um dos meus grandes hobbies. – Naruto observava a jovem atentamente. Shion tinha uma beleza estonteante, mas o loiro achava intrigante a forma como ela se portava, era superficial demais.

- Aposto que a carne deve estar deliciosa. – Shion disse e o olhou em expectativa.

- Você me daria a honra de me acompanhar para o jantar? – Naruto perguntou, estendendo o braço para a loira, que prontamente enganchou seu próprio braço e foi guiada até a mesa de jantar. Yagura observava a cena com um sorriso satisfeito no rosto, sua filha sabia jogar conforme suas regras muito bem.

O lugar em que Neji geralmente se sentava foi ocupado por Yagura, seguido por seu filho. Kushina jantou um pouco desanimada, lançando discretamente alguns olhares à outra mesa dos cavaleiros, em que Neji estava sentado. Ela se sentia aliviada pelo filho de criação não ter chamado a atenção de Yagura. Neji esteve fazendo mais trabalhos longe de sua Senhora na última semana, assim estaria afastado das visitas sem levantar suspeitas dos criados e demais pessoas do castelo.

Começaram a conversar durante o jantar enquanto as comidas eram servidas a eles. Shion elogiou a carne de lebre, tentando manter uma boa conversa com Naruto. Seu pai contava com o sucesso dela para fisgar o loiro e ela se confiava plenamente em seu charme e beleza para tanto. Uma das serventes se aproximou para encher a taça de Naruto de vinho e, sem querer, tropeçou, derrubando um pouco do líquido na manga do loiro.

- Senhor Naruto, me desculpe, por favor. – Ela disse timidamente, limpando o braço do Namikaze mais novo.

- Você está cega? Estragou as vestes dele! – Shion praticamente guinchou para a criada, lançando um olhar raivoso para ela. Naruto viu os olhos da moça se encherem de água pelo nervosismo e vergonha e segurou a mão dela.

- Tudo bem, Tezuna. Foi apenas um acidente. – Falou de forma amigável para ela. – Não se preocupe, eu peço para tirarem a mancha depois. – Naruto então se aproximou e disse baixinho para a mulher. – Eu espero que estrague, essa roupa pinica muito. – Naruto deu um sorriso travesso para a mulher que logo parou de chorar.

- Eu mesma lavarei a roupa depois Senhor. – Ela disse, se retirando com uma reverência. Shion ainda encarava a criada com raiva, horrorizada pela atitude de Naruto. Aquela não era a forma correta de se dirigir a um criado, principalmente um dos ruins como aquela moça.

Por outro lado, Naruto parecia cada vez mais desinteressado em Shion ao conhecer aos poucos a sua personalidade nada bonita, que em muito contratava com sua beleza exterior. Trocou olhares com a mãe, que também estava indignada com a bronca que Tezuna tomou da loira e Kushina logo percebeu que Shion jamais teria a afeição de Naruto com aquela atitude.

 

••†••

 

- Mestre? – Hinata perguntou ao grisalho, ganhando sua atenção. Saíram do templo após a conversa com a vidente e Hinata parecia imersa em pensamentos e distante.

- Sim? – Jiraya respondeu. Decidiu levá-la a uma taverna meio vazia para esperar que ela digerisse as informações que recebeu mais cedo antes de voltar para a estalagem. Sasuke perceberia se ela parecesse muito perturbada.

- Você acredita nela? – Perguntou ao homem.

- Vejamos bem, querida. – Jiraya colocou a mão em seu queixo, parecendo pensativo. – Tsuyu disse que você é forte, determinada e possui Fogo nos olhos. Eu sempre vejo isso quando olho para você. A questão é: você sente o ódio que Tsuyu descreveu? – Ele encarou Hinata atentamente, aguardando por sua resposta. Hinata ponderou, sabia que jamais seria julgada por seu mestre.

- Eu sinceramente odeio quem matou meu pai e meu tio. Não posso negar. – Hinata disse com seriedade. – Nós ficamos lá por um dia inteiro antes que o fogo se apagasse e vocês nos encontrassem. Às vezes eu sonho com os gritos deles e o cheiro de carne queimando, não consigo ser indiferente a isso. – Hinata abriu seus sentimentos para Jiraya. Lágrimas surgiram nos olhos perolados da Hyuuga. – Mas eu odeio mais não saber por que isso aconteceu com eles. Tento me recusar a achar que eles tenham sido vítimas de pura crueldade.

- Minha menina, acho que você precisa saber de algumas coisas. – O grisalho disse, fazendo um carinho rápido em seu rosto delicado. Ele olhou nos arredores, verificando se não havia pessoas sentadas próximas a eles. – Você conhece a história dos três filhos do antigo rei Hagoromo?

- Eu me lembro de ouvir a história do meu pai algumas vezes. – Hinata respondeu, tentando se lembrar.

- Seu pai mencionou para você que existe uma profecia? – O homem perguntou novamente e viu a menina negar com a cabeça. – Tsuyu descende de uma família de grandes videntes, todos sempre têm dons muito peculiares. Há muito tempo, seu ancestral profetizou que o reinado dos Otsutsuki seria ameaçado por um Hyuuga, pois a eles pertencia o direito ao trono. – Hinata o olhava com atenção. – O rei, ameaçado pela profecia, começou a caçar todo e qualquer pessoa pertencente à família Hyuuga até que descobriram que o herdeiro de Haori e Hamura realmente tinha sobrevivido e tido dois filhos, a árvore genealógica foi se espalhando até que o rei mandou caçá-los, um a um.

- Por causa de uma profecia? – Hinata perguntou horrorizada.

- O medo faz com que os homens tomem decisões irracionais, querida, assim como o ódio. – Jiraya declarou sabiamente. – Seus pais foram caçados por serem descendentes de Hamura e Haori, assim como você, sua irmã e seu primo. – Hinata levou as mãos à boca, surpresa pelas informações.

- Então quem está por trás do assassinato da minha família é o rei? – Hinata perguntou e viu Jiraya assentir.

- O rei é um homem vil, cruel e sedento por poder. Ele está tão acostumado a ter tudo o que quer, que a simples ameaça de perder sua coroa o deixa apavorado. Eu e Minato procuramos por vocês por um longo tempo, o Norte nunca se esqueceu de sua verdadeira rainha e sempre seremos leais aos Hyuuga. Arriscamos tudo para escondê-los na esperança que vocês possam ajudar a libertar nosso povo e conduzir uma era de prosperidade. – Jiraya explicou.

- Eu sou apenas uma pessoa comum. – Hinata declarou, ainda incrédula com as informações que recebeu.

- Hinata, eu acredito fielmente em você e em seu potencial. Eu acredito que um dia acharemos a resposta para uma era de paz e prosperidade. Eu quero te mostrar algumas coisas, principalmente as vilas que sofrem com a má gestão do rei. Nós podemos mudar a realidade destas pessoas, se houver uma resposta para obter a paz, nós temos que buscá-la incessantemente.

- Como pode acreditar em mim sabendo que há a possibilidade do fracasso? – Hinata tornou a questioná-lo. Precisava entender a convicção que tomava as palavras de Jiraya.

- Porque eu vejo bondade em seus olhos. Você é genuinamente gentil e altruísta. E porque eu prometo estar ao seu lado para ajudá-la a caminhar na via correta. – Jiraya segurou suas mãos, olhando fundo em seus olhos. Hinata sorriu para ele, tinha um carinho tão grande pelo homem como o que nutria por Gai tempos atrás. Ela se levantou, tomando o resto de sua bebida.

- Eu quero ver então. – Ela disse com firmeza. – Preciso conhecer o reino e as pessoas que vivem nele. Quero conhecer sua felicidade e sua dor. Não posso me dar ao luxo de errar. – Então Jiraya viu, naquele pequeno momento ele presenciou o Fogo tomar os olhos da Hyuuga e sorriu discretamente.

Sua menina estava destinada a grandes coisas.


Notas Finais


Ai ai ai, o que acharam? Espero que tenham gostado.

Narutin tadinho tá prometido pra uma megera. Vem logo Hinata conquistar o nosso loirão <3 hueheuehueheuh

Não esqueçam o comentário pra mim, ok? Adoro saber as reações, opiniões e sugestões de vocês! Podem perguntar, podem surtar, podem querer me matar até heuheuheue

Até a próxima! Beijinhos! :*


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