História The Cupid - New working partner.

O alarme soou pela quinta vez, indicando que eu estava atrasada.

Pulei rapidamente de minha cama e me dirigi ao banheiro, tomei uma ducha rápido, mas tomando o cuidado para que meu cabelo não molhasse. De banho tomado, sequei meu corpo com a toalha e adentrei meu closet. Coloquei minhas roupas íntimas e optei por usar uma calça preta e uma regata justa de cor branca, coloquei uma sapatilha e passei uma maquiagem básica em meu rosto. Borrifei meu novo perfume em meu corpo e deixe meus cabelos soltos, caídos sobre meus ombros.

Peguei minha bolsa e coloquei meu celular e seus acessórios. O dia estava começando a esfriar então optei por levar um casaco preto de couro. Dei comida para Bob, e engoli meu café da manhã. Desci as escadas, correndo, e me sentei em frente a portaria.

Dez minutos se passaram e o ronco de um motor já conhecido por mim ecoou na rua. Sammy parou em frente a portaria do prédio com seu carro. Ele estava com uma jaqueta preta de couro, uma blusa polo branca e calça jeans. De longe senti seu perfume.

— Vamos, vamos. Estamos atrasados. — Disse adentrando o carro, e colocando o sinto.

— Bom dia, Amanda. Estou muito bem, também, obrigada por perguntar. — Sammy respondeu dando partida no carro.

— Desculpa. — Disse o encarando sorrindo. — Bom dia, flor do dia. — Disse beijando sua bochecha.

— Vai cagar. — Ele disse rindo, e colocando seus óculos escuros.

Toda menina que víamos na rua Sammy buzinava, e quando eu via um garoto bonito, fazia um movimento de telefone com os dedos.

Uma hora estávamos no sinal e Sammy parou o carro, eu fiz o movimento de me liga pra um cara e ele piscou, e sorriu safado.

Mandei Sammy acelerar na hora. Fiquei triste ao avistar o prédio aonde trabalhava, estava sendo tão bom com Sammy esse tempo que ficamos juntos, nem que tenha sido por apenas um curto tempo.

Adentrei o local de meu trabalho, e atendi o telefone que já tocava em cima da mesa.

—Skylar cartões. Tenho o dever de avisar que essa ligação está sendo gravada. Atendente, Amanda. Em que posso ajudar?  — Perguntei.

— Adivinha quem é o seu novo parceiro de trabalho? — Sammy perguntou.

— Não faço ideia. — Resmunguei.

— Olhe para trás. — Ele respondeu. Girei a cadeira para ver o tal parceiro novo, e meu coração acelerou. Frank estava parado, sorrindo ao lado de Jeffrey. Andando em minha direção, repetindo, andando em minha direção.

Como sempre, me enfiei embaixo da mesa. Minhas mãos estavam tremendo. Droga, porque eu estava tremendo?

— Sua parceira, Amanda. — Jeffrey disse apontado para debaixo da mesa.

— Oi. — Disse envergonhada.

— Você gosta de ficar embaixo de mesas, né? — Frank perguntou.

— Eu perdi uma coisa. — Respondi.

— Isso não é uma novidade. — Ele disse rindo. — Quer ajuda? — Disse estendo sua mão.

— Obrigada. — Disse pegando em sua mão. Frank se sentou alegre ao meu lado, e eu fiz o meu máximo para conseguir sentar na cadeira sem que ela fosse para trás, e eu caísse no chão. O telefone de Frank tocou, e ele atendeu, me senti aliviada. Frank sorriu tão fofo ao atender que esqueci totalmente que já o estava encarando a um longo tempo.  Desviei o olhar imediatamente quando ele ousou corresponder o falso flerte.

— Sammy está na linha, quer falar com você. — Ele disse sorridente, me estendendo o telefone. Tentei disfarçar as mãos tremulas, e peguei o telefone.

— Sammy?

— Tem uma coisa na sua boca, limpa aí. — Sammy respondeu. Passei meu dedo indicador por meus lábios, peguei meu celular e abri a câmera na região de minha boca. Não havia nada.

— Não tem nada. — Respondi.

— Você não está vendo? Essa baba toda. — Ele disse rindo, e eu fiquei vermelha. — Se você ficar encarando ele assim, vai assustá-lo.

— Cala a boca. — Respondi.

— Seus olhos ficaram brilhando, estavam quase gritando: Frank, por favor me beije, Frank. — Sammy disse fazendo barulhos de beijos com a boca. — Você é tão gostoso, Frank. — Ele disse afeminando a voz.

— Eu não falo assim. — Ditei.

— Você fala exatamente assim. — Ele respondeu rindo.

— Pare de me ligar. — Falei.

— Não liguei para você, liguei para o Frank, sua tapada. — Sammy respondeu. — Passe o telefone para ele. — Ele disse, e eu revirei os olhos. Passei o telefone de volta para Frank.

Frank começou a conversar com Sammy, e após alguns minutos me encarou de cima para baixo, mordendo os lábios. Pai altíssimo, o que esses meninos estão conversando? Meu telefone tocou, e eu fui atender alguns clientes.

Quando a ligação entre eles terminou, foi difícil respirar. Era como se o oxigênio não quisesse mais habitar meu corpo. Eu estava tendo um ataque de nervos. Precisava morder alguma coisa. Optei por começar a morder minha caneta. Algumas vezes podia sentir o olhar de Frank sobre mim, e eu apenas virava o rosto para o lado oposto tentando não sorrir ou ficar vermelha. Não sei o que Sammy havia falado, mas estava funcionado.

Sammy estava fazendo um ótimo trabalho. Eu realmente não me reconhecia. Roupas atuais, cabelo hidratado e escovado, unhas perfeitamente feitas, entre outros detalhes. Minha autoestima havia aumentado, e minha confiança também. Nunca pensei que um garoto de repente me ligaria, e minha vida mudaria completamente. Isso era inacreditável.

Após atender alguns clientes fiz uma pausa, algumas meninas se aproximaram de Frank e o cumprimentaram. Uma delas se ofereceu para massagear suas costas, e nem esperou ele responder. Logo um grupinho o cercava.

— Meu Deus! — Frank exclamou. — O que essa caneta fez pra você? — Ele perguntou rindo. O grupinho se virou em minha direção. Desejei sumir.

— Ela...Hmm.... Não fez nada. — Disse encarando a caneta mastigada. Sentia meu rosto pegando fogo. Desejei que Sammy me ajudasse, me tirasse daquela situação, mas nada aconteceu. As meninas continuaram a rir de mim.

— Nossa, Amanda, o que foi? Está faltando comida em casa?  Calma lá, ratinha. — A que estava massageando Frank disse rindo.

— Ela é ruiva. — Uma menina comentou. — Está mais para um hamster. — Continuou, e as meninas começaram a rir entre si. Desviei meu olhar para a caneta, não queria sequer cogitar a possibilidade de encarar Frank.

— Eu também mordo canetas. — Frank disse, e as garotas pararam de rir. — Às vezes fico nervoso e mordo a primeira coisa que vejo na minha frente. — Ele disse, senti que ele direcionava essas palavras para mim.

— Você pode me morder um dia se quiser. — A garota que massageava Frank comentou.

— Circulando, circulando. — Simon disse adentrando o grupinho junto com Violet. As meninas se afastaram emburradas. — Essas vadias! — Simon reclamou revirando os olhos.

— Gosto delas. — Violet disse sorrindo maliciosa.

— Claro né, meu bem. E da fruta delas que você gosta. — Simon comentou. — Olá, Amanda.

— Oi. — Respondi, e Simon e Violet se sentaram no chão ao meu lado. — O que fazem aqui?

— Estou usando você pra ficar perto do Frank. — Simon respondeu.

— Simon! — Violet exclamou o repreendendo.

— Falo mesmo. — Simon respondeu.

— Oi. — Frank disse sorrindo envergonhado.

— Gato, pra que a vergonha? — Simon disse balançando as mãos. — Então, quero você longe daquelas vadias. Estou falando sério. — Ele falou.

— Simon, você está assustando o menino. — Violet falou. Simon bufou.

— Olá, Frank. — Uma das garotas voltou e alisou seu cabelo, Frank se arrepiou.

— Miga, até o dólar se valorizando e você aí, correndo atrás de boy. Sai de ré. — Simon disse levantando e empurrando a garota pra longe.  Não consegui evitar sorrir. — Ave maria, alguém me socorre. O crush tá vindo. — Simon disse balançando as mãos freneticamente.

— Oi, Amanda. — Sammy chegou sorrindo. — Pronta para o almoço?

— Opa, Brasil. — Simon disse fingindo jogar seu cabelo falso para trás, e arrumar seus falsos seios. — Quero ir junto.

— Ahm... Tá bom. — Sammy respondeu.

— Vamo que quem sobrevive de oxigênio é planta, e não eu. — Simon disse me puxando, e jogando um beijo no ar.

(...)

— Frank disse que vai te chamar pra sair sexta-feira. — Sammy disse assim que Simon saiu correndo para abraçar um minion, tamanho gigante. Quase engasguei com o suco que estava tomando.

— Ele disse? Disse que vai me chamar pra sair? — Perguntei surpresa.

— Eu acabei de dizer isso, sua tapada. — Sammy disse gargalhando.

— Eu te amo! — Disse o abraçando.

— Também te amo. — Ele respondeu.

— Para de mentir. — Ditei.

— Você que começou. — Sammy disse rindo. — Você tem que se preparar. — Ele disse.

— Eu já sei o que tenho que fazer. — Respondi. Sammy arqueou uma das sobrancelhas.

— Com quantos caras você já saiu? — Ele perguntou.

— Não te interessa. — Respondi.

— Encalhada. — Sammy cantarolou.

— Cala a boca. — Ditei. — O que eu tenho que fazer?

— Coisas básicas. — Ele respondeu. — Deixe comigo, sou bom no que faço. Vou fazer seu encontro ser inesquecível.