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História The Dark Star - Coming Alive


Escrita por: karnsteregui

Capítulo 33 - Coming Alive


Fanfic / Fanfiction The Dark Star - Coming Alive

17 de Fevereiro de 2016

Se existe algo em nós, seres humanos, que parece com um mapa é nosso corpo. Cada parte é como uma região, e existem lugares mais explorados que outros. Têm regiões mais úteis que outras, até um lugar que pessoas podem morar. Visualizando desta maneira, percebemos que podemos ser explorados e nos explorar com a frequência que desejarmos, podemos fazer com que pessoas façam o mesmo, que morem e saiam de certas regiões de acordo com nossa vontade.

Laura havia deixado muitas pessoas a explorarem, muitas pessoas habitaram nela, da mesma forma que migraram de sua vida.

Na vida haverá pessoas que desejarão apenas explorar seu mapa por simplesmente explorar, e logo irão planejar migrar para outro, porém também terão aquelas que após explorar irão querer um lugar para morar, expandir ali um sentimento, e assim chegando aos poucos para trilhar uma vida.

Carmilla gostaria de morar em Laura, de criar raízes e transbordar por ela.

Era manhã, e novamente Carmilla despertou por raios teimosos que a incomodavam, do contrário de tempos atrás, ela até sentia um conforto com o sol que adentrava seu quarto.

Ao sentir a pele quente de Laura nua junto ao seu corpo, sorriu. Não havia sido um sonho, nem um devaneio de sua cabeça, havia realmente tido uma noite de amor, e havia sido fantástica.

- Mmmm, eu sei que está acordada Carm. – disse a loira murmurando com sua cabeça apoiada sobre o seio direito de Carmilla.

A morena sorriu e não se sentia tão viva assim há muito tempo. Aliás, vinha se sentindo mais leve nos últimos dias, como nunca.

- Acabei de acordar – respondeu depositando um breve beijo sobre os cabelos loiros tão familiares –, eu acho que poderia ficar aqui o dia todo.

- Poderíamos se eu não estivesse faminta.

- E quando você não está? – pontuou sorrindo, sendo acompanhada pela risada que lhe agradava da de cabelos claros.

Laura levantou sua cabeça, procurando com seu olhar os olhos que tanto lhe agradava, e lá estavam eles, cheios de ternura e notou estarem mais felizes.

- Por mais difícil que seja devemos ir comer alguma coisa... – Laura disse ignorando a carranca que havia formado no rosto da mais velha – Não me olhe assim, vamos Carm.

- Como quiser. – Carmilla respondeu bufando enquanto deslizava para fora do abraço da mais jovem.

 As duas seguiram para a cozinha, Carmilla usava apenas uma camiseta preta de uma banda que gostava e sua calcinha, Laura não era muito diferente, mas usava um moletom da mais velha, que adorava vê-la usando.

Laura sentou-se na bancada que havia na cozinha, enquanto observava Carmilla desajeitadamente fazendo-lhes ovos mexidos e café ao mesmo tempo.

A morena intercalava entre ter sua atenção na frigideira e na cafeteira que terminava de fazer o café, Laura riu e foi auxiliá-la enquanto retirava o líquido quente em duas xícaras, e seguiu para a mesa.

Minutos depois, Carmilla sentou à mesa, e lhe serviu seu prato, o mais impressionante era que apesar da aparência horrorosa, estava gostoso.

As duas deixaram suas louças na lavadora e foram para a sala, estavam com preguiça demais para fazer outra coisa que não ficar assistindo, afinal Laura tinha que terminar sua maratona de Doctor Who, e Carmilla não queria admitir, mas estava começando a se interessar nas aventuras do Doctor e suas viagens em sua Tardis.

Carmilla preguiçosamente foi alcançar seu aparelho celular que estava na mesa de centro, e estranhou ao ver que não havia percebido as oito chamadas perdidas de Lauren.

- Merda. – Carmilla resmungou baixinho.

- O que foi? – Laura perguntou ainda com os olhos na televisão.

- Bom, parece que Lauren tem urgência em me ver, e acho que eu preciso ir encontrá-la hoje. – respondeu se levantando, mas logo sentiu uma fisgada em sua costela, fazendo uma careta com dor.

- Você tem certeza que pode sair por aí na sua moto? – a loira disse agora dando total atenção para Carmilla, e levando uma de suas mãos até a mais velha.

- Eu posso suportar isso. Mas vou de carro e prometo não me esforçar tanto, estou bem melhor. Como temos alguns amigos do seu pai fazendo rondas por aqui, vou mais tranquila, mas se ouvir, ou apenas sentir algo estranho, por favor, não hesite em me ligar. Ok?

- Claro, eu sei que não vai ser preciso, mas eu prometo.

- Ótimo – Carmilla disse por fim, ainda ficando preocupada em ter de deixar Laura sozinha na enorme casa. – Nos vemos depois.

Carmilla subiu para colocar roupas mais apropriadas, e quando desceu, antes de sair da casa, foi até a loira lhe dando beijos rápidos. Pegou seu carro, e avisou um dos amigos de Lucy que estavam por ali, para que ficasse de olho na casa, e fez o mesmo na esquina para um policial.

Ao chegar à empresa, estacionou em sua vaga e pegou um elevador restrito que levava diretamente para a sala de reuniões, onde Lauren a aguardava, e não estava sozinha. Quando as portas metálicas abriram, pôde ver como sua prima havia ficado contente, assim como Dinah que estava sentada na enorme mesa, assim como Lucy.

- Carmilla! Finalmente resolveu nos dar atenção também. – disse Dinah com um falso tom afetado.

- Desculpe eu estava tratando de assuntos mais importantes – respondeu sarcástica. – Mas vamos direto aos assuntos, como pode ver eu estou aqui, estou andando melhor e precisando de novidades.

- Certo. – Lauren se pronunciou sentando na ponta da mesa, maneou com a cabeça para que Carmilla fizesse o mesmo – Lucy está aqui para que possamos compartilhar com vocês duas tudo que descobrimos sobre Hunter.

- O que Lauren deduziu tem muito sentido, e eu acabei pesquisando e vi que pode ter fundamentos, esperamos que possam ser boas notícias.

- Então vamos, nos diga! – Carmilla intercalava entre olhar para Lauren e Lucy.

- Bom, como descobrimos, Hunter está fraco, e vai estar ainda mais vulnerável na lua cheia, e será aí que o pegaremos, o que não será fácil por causa de seus aliados, já temos os nomes, menos de uma deles, que ainda não foi possível de se rastrear. – Lauren se levantou e andou até onde havia Uísque e gelo, servindo-se enquanto prosseguia – Ela pode ser tão poderosa quanto Bruce, mas felizmente descobrimos suas fraquezas.

Lauren lançou um olhar para Lucy, para que a morena prosseguisse.

- Sabemos que Hunter matou seu predador, anos depois de ter sido transformado, pelo fato de que não queria tornar-se humano novamente, cego pelo poder.

- Novamente humano – Carmilla acabou interrompendo brevemente. – Mas, como isso poderia ser possível? E me desculpe pela intromissão.

- Sem problemas, e respondendo sua pergunta, sim é possível. Pelas minhas pesquisas, vi que durante a lua cheia, em um determinado horário e local, onde a lua possa estar totalmente cheia e com o céu limpo, se você sugar o sangue de quem lhe mordeu, é possível que volte a ser humano. – Lucy despejou tudo, observando os rostos incrédulos de Carmilla e Dinah. – Eu sei que parece insano, mas eu sei quando poderíamos fazer isso, e temos três semanas para a lua cheia.

- Então quer dizer que, se conseguirmos derrotar os recrutas nojentos de Zorak, e chegarmos nele por fim, sugando seu sangue, durante a lua cheia, poderemos ser humanas novamente? – Dinah perguntou perplexa para Lucy, que lhe respondeu positivamente acenando com sua cabeça – Isso é, isso é-

- Impossível. – completou Carmilla.

- Não é impossível Carmilla, tudo que Lucy disse é verdade, uma bruxa na América do Sul nos confirmou isso, e nos deu as dicas que precisamos para realizar um breve ritual, assim podemos conseguir recuperar a mortalidade.

- Outra coisa que descobri, se me permite continuar Lauren – Lucy prosseguiu após a de olhos verdes ter maneado sua cabeça em concordância –, Hunter tem o poder de mesmo vivo, para que possamos ficar fracas, ir devolvendo-nos a mortalidade, eu aposto que você está sentindo isso há alguns dias Carmilla...

- Isso explica o motivo de eu ainda ter hematomas, não estou tão machucada como se fosse totalmente humana, mas também não estou como se fosse, imortal. – constatou abismada em como tinha fundamento ter se sentido mais humana. – Isto é loucura, eu havia me esquecido totalmente como é estar mais viva, que certos detalhes me passaram despercebida.

- Mas Lucy, você acha que podemos mesmo derrota-lo? Sabe que nem sabemos onde ele está! – pontuou Dinah, com ansiedade aparente na voz.

- Acho que será uma luta um tanto quanto intensa, mas sim, podemos, até porque como Hunter está fraco, ele não poderá recrutar mais vampiros, nem transformar, muito menos lhes dar mais poder ainda. Descobri que a cada um deles que matarmos, faz com que o outro tenha sua força diminuída, logo restará apenas Bruce, a pessoa sem nome, e Hunter. Daí sim será uma batalha mais justa.

- Isso é interessante, muito interessante Lucy, você e Lauren fizeram um trabalho incrível pela América do Sul. – disse Dinah com orgulho.

- Vocês acham então que, eu provavelmente vou ficar mais “humana”? – Carmilla questionou enquanto pensativa coçava sua nuca.

- É uma possibilidade, você não irá perder totalmente sua parte vampira, ou voltar a ser mortal, mas uma parte humana irá se intensificar, porque certamente ele quer você mais vulnerável, e isso que não podemos permitir, não ainda. Não antes de usarmos nossas habilidades contra nosso predador. – a de olhos verdes concluiu por fim.

- Fazendo um adendo, que vejo ser necessário, se nós não derrotarmos seus recrutas logo, será impossível chegar até ele, uma vez que tenho um de meus amigos seguindo pistas dos que conseguimos identificar. – disse Lucy concentrada – Precisamos agir logo, e temos já nosso primeiro alvo para combater, é o recruta de nome Elijah Wood, ele tem aproximadamente oitenta anos, e antes de vir para cá, me foi informado que está rondando a parte sul da cidade-

Lauren havia congelado, não escutou o final da frase com clareza, não sabia daquela informação, o que fez um estalo disparar estrondosamente em sua cabeça.

Era onde Camila morava, ela estava também em perigo. É claro que Hunter iria ser baixo o suficiente para também feri-la.

Sentiu uma sensação gelada percorrer sua espinha, mas logo foi tirada de seus pensamentos por uma mão em seu ombro.

- Lauren? Laur você está aí? – Dinah perguntou sabendo exatamente porquê sua amiga havia ficado nesse estado.

- Sim, sim eu estou. Perdão eu apenas estava em alguns devaneios.

- Como eu ia dizendo – Lucy prosseguiu sem suspeitar do pequeno desvio de atenção da de olhos verdes –, temos que pegar Elijah e prosseguir rapidamente para o segundo alvo, Isaac Díaz, que tem três apartamentos na cidade.

- Então chegou a hora, nossa hora. – disse Carmilla enquanto levantava-se. – Eu sei que é cedo, mas depois dessa breve reunião, preciso voltar para casa, me desculpem, eu não posso deixar Laura sozinha. Qualquer coisa deixe-me atualizada, e não hesitem em me ligar.

- Claro, você deve ir, saindo daqui Lauren e eu vamos conversar com os nossos aliados, e armar uma emboscada para os recrutas falados aqui. – Lucy disse com um sorriso confiante no rosto.

Carmilla havia repensado nas vezes que não viu Lucy com bons olhos, afinal ela era boa. A morena então caminhou até Lucy e lhe deu um abraço sincero, fazendo com que Dinah sorrisse contente com o gesto, assim como Lauren.

- Nos vemos depois então. – a morena despediu-se mandando um beijo no ar, e vestindo sua jaqueta de couro.

Quando Carmilla entrou em seu carro, encostou sua cabeça no volante, processando em tudo o que havia ouvido, saber que poderia ser humana novamente era tão animador, e ao mesmo tempo assustador. Não sabia mais como era estar doente, ou ter o que era notável a ausência, seu coração pulsando forte novamente.

Carmilla notou que sua sede por sangue havia diminuído essa manhã, e agora, ali em silêncio notou também que... Tinha pulsação. Estava fraca, mas, o suficiente para paralisa-la completamente.

Estava tornando-se humana novamente.

Merda. Sorriu.



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