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História The Darkness Of Dawn - Capítulo II


Escrita por: satangie

Notas do Autor


Oi!
Quero agradecer pelos favoritos e comentários, vocês são demais! E estou postando o capítulo hoje, porque não terei tempo amanhã.

Ah, boa leitura!

Capítulo 2 - Capítulo II


A pouca, mas quente claridade da manhã me despertou e por um momento suspirei, acreditando que, como sempre, eu estava sozinha. Mas meu cérebro fez questão de me bombardear com as lembranças da noite anterior e já sem fôlego, busquei minha arma pela poltrona.

Daryl e Beth me olhavam sentados à mesa. Mastigavam alguma coisa e vi no prato a frente deles um pequeno monte de frutinhas vermelhas e pretas.

- Bom dia – disse Beth sorrindo.

- Bom dia – respondi guardando a arma nas costas.

Passei a mão pelos cabelos e estiquei as pernas. Daryl não tinha me matado e faltava pouco pros dois irem embora. Tudo voltaria ao normal. Sorri brevemente e me levantei indo em direção ao banheiro. Joguei um pouco de água no rosto e me olhei no pedaço de espelho preso a parede de madeira. Ao lado do espelho, havia uma fenda, um espaço entre as vigas de madeira por onde vi algo se aproximando entre as árvores. Botei meu olho próximo à fenda e vi. Era um grupo bem grande deles. Busquei minha arma imediatamente.

- Gente... – murmurei – Gente! – falei alto, saindo do banheiro – Eles estão vindo.

Daryl pegou a coisa que atirava flechas aos seus pés e se levantou vindo até mim.

- Quantos? – perguntou olhando para dentro do banheiro – Como você os viu?

- Muitos.

- Vamos dar o fora daqui. Vem – ele agarrou meu braço – Beth, vamos!

Ele me puxou até a porta da frente, Beth logo atrás de nós, largou meu braço e a abriu com força. Estávamos fodidos. Eu não tinha um carro e eles muito menos. Teríamos que correr pela mata até despistá-los. Isso se não aparecesse mais deles a nossa frente.

- Por aqui! – chamou Daryl.

Nos enfiamos entre as árvores que naquele ponto pareciam mais juntas e grossas. Eu olhava para todos os lados enquanto andava rápido com a arma pronta nas mãos e o coração a mil.

- Aqui. Melhor usar isso... – murmurou Daryl parado a minha frente e me estendendo uma faca.

Quando eu estava sob pressão, meus pensamentos ficavam lentos e minhas ações rápidas. Eu também tinha uma faca na bota, mas agarrei a que ele me estendia apertando-a forte em minha mão e guardei a arma.

Beth parecia estar mais assustada que eu. Quando ouvia algum barulho, erguia a faca como se estivesse pronta pra pular em cima de qualquer coisa que aparecesse, mas dava pra perceber em seus olhos, que ela não queria ter que fazê-lo. E quando olhava para Daryl, algo em seus olhos parecia acender. Enquanto a observava, acabei tropeçando e cai de cara no chão.

- Porra!

- Eu te ajudo – murmurou ela me puxando pelos ombros.

- Obrigada... – agarrei a faca do chão antes de me levantar completamente – Ai! – levei uma das mãos até a testa.

Estava sangrando. Daryl apareceu tão do nada que acabei levantando a faca em sua direção. Ele nem piscou. Abaixou a faca com a mão sobre a minha e chegou mais perto olhando para o corte. Ele era pelo menos uma cabeça mais alto que eu.

- Não é nada. Cuidamos disso depois.

Quando pisquei, ele já estava metros longe de mim e Beth.

- Vamos – chamou ela me puxando pela mão.

           

******

 

- Acho que os despistamos – o alívio era claro tanto no tom quanto no rosto de Beth – Ei, Daryl, você poderia me ensinar agora.

- Ensinar o que? – perguntei esfregando o sangue que havia secado em minha bochecha.

- Isso vai ajudar – disse Daryl aparecendo do nada mais uma vez e  colocando alguma coisa sobre o corte em minha testa.

Era frio e tinha um cheiro forte, devia ser alguma planta esmagada, mas preferi não perguntar.

- Hã, obrigada.

Ele olhou em meus olhos por um breve momento antes de tirar os dedos de minha testa e se virou para Beth.

- Toma – disse estendendo a coisa com as flechas para ela.

- Ele prometeu me ensinar a rastrear... – sorriu ela – E a atirar com a besta.

O nome daquele troço era besta, ok, beleza. Agora era ela que estava a frente, Daryl e eu atrás dela. A besta era tão grande comparada a Beth que era até engraçado vê-la segurando-a na altura do ombro.

- O que estamos rastreando?

- Diga-me você – devolveu Daryl.

- Ok. Bom, alguma coisa passou por aqui, as folhas estão mexidas... – dizia enquanto olhava para o chão, a besta apontada para baixo – O padrão é em zigue-zague. Hm... É um errante!

 - Ou um bêbado – Daryl e eu dissemos ao mesmo tempo.

Ele me olhou, sério. Beth riu.

- Continue rastreando – disse ele por fim olhando para Beth.

Alguns metros à frente, realmente encontramos um deles de joelhos no meio de uma clareira. Se alimentava de algo.

- Ele tem uma arma – murmurou ela e olhou para Daryl que acenou com a cabeça em sinal positivo.

Ela começou a caminhar lentamente com a besta apontada na direção do errante que nem havia notado sua presença quando de repente, uma armadilha escondida entre as folhas se fechou em seu calcanhar e ela caiu. Ele a percebeu e se levantou indo em sua direção, Daryl correu e arrancou a besta das mãos de Beth batendo-a com força na cabeça do errante que caiu para trás, quieto. Corri até Beth e tentei abrir a armadilha, mas Daryl afastou minhas mãos bruscamente e a abriu fácil.

- Consegue mover? – perguntou a ela.

- Sim.

Ajudei a levantá-la. Ela mancava.

- Vamos – disse ele colocando uma das mãos em sua cintura, a besta na outra.

Seguimos pela mata por mais algum tempo até sairmos no meio de um enorme gramado. Era um cemitério e do outro lado havia uma casa aparentemente vazia.

- Podemos parar por um minuto? – pediu Beth segurando o joelho.

- Você tá bem? – perguntou Daryl.

- Só preciso me sentar um pouco.

- Ok. Aguente aí – ele colocou a besta em frente ao peito e chegou mais próximo dela se abaixando – Suba.

Ri.

- Tá falando sério?

- Sim. Suba.

Ela hesitou por um momento, mas subiu.

- Você é mais pesada do que parece.

Beth riu e eu também. Voltamos a caminhar.

- Talvez hajam pessoas lá – disse ela.

- Se tiver eu cuido delas.

Olhei para ele.

- Ainda existem pessoas boas, Daryl – afirmou Beth.

- Eu não acho que pessoas boas sobrevivam – devolveu.

Engoli em seco. Passamos por uma lápide e percebi que Beth não tirou os olhos dela, então olhei também. Apenas a data de nascimento e de morte de alguém e os dizeres “AMADO PAI” abaixo. Senti meu coração apertar. Voltei meu olhar para ela, mas não disse nada.

Chegamos à frente da casa e Daryl tentou a porta. Estava aberta. Ele bateu com força no batente algumas vezes e assoviou.

- Esperem um momento.

O silêncio permaneceu. Entramos.

- Tudo está tão limpo – disse Beth enquanto eu fechava a porta atrás de nós.

- É, alguém a está mantendo assim. E ainda pode estar por aí – atentou ele passando para o cômodo vizinho.

Não reparei que havia um espelho logo ao meu lado na parede abaixo da escada e me assustei com meu próprio reflexo. Meu cabelo estava uma bagunça, o corte em minha testa era maior do que eu pensava, pegava todo o lado esquerdo e havia mesmo uma coisa verde em cima dele. Beth tinha ido para o outro cômodo também e fui atrás deles depois de tentar dar um jeito no cabelo, mas eles já não estavam mais lá. Havia um caixão com um morto dentro na sala, parecia morto de verdade, mas mesmo assim coloquei a mão sobre a arma em minhas costas.

- Gente?

- Aqui! – ouvi a voz de Beth abafada vindo do outro lado da sala.

Então notei uma entrada ao lado do caixão e fui até lá, havia uma escada que levava para baixo. Desci os dois lances que a compunham e dei de cara com Daryl. Ele se afastou, mas só o bastante para que eu conseguisse descer do último degrau e entrar no local que, pelos dois corpos deitados em macas atrás de Daryl, deveria ser onde cuidavam e vestiam os mortos antes de velá-los e enterrá-los. Beth estava sentada num balcão a minha direita olhando para os corpos fascinada. Um par das botas no pé e o outro no chão, o tornozelo esquerdo enfaixado.

- É melhor lavar isso.

- O que? – perguntei voltando o olhar para Daryl confusa.

- O corte.

- Ah, sim. Ok.

- Tem uma torneira bem atrás de você – disse ele segundos constrangedores depois.

Me virei rápido e abri a torneira sentido meu rosto esquentar. Joguei água por todo o rosto até que eu pudesse sentir que era seguro olhar para Daryl novamente sem ficar vermelha feito um tomate. Ele me ofereceu um punhado de gaze e eu mal tinha secado o rosto quando senti seus dedos em minha pele que formigava... por conta do corte, claro.

 

******

 

Agora eu tinha um curativo. Depois do pequeno procedimento, subimos de volta a sala e fomos em busca da cozinha. Estávamos mortos de fome. Senti meu estômago roncar mais alto quando vi os armários, mas não havia muita coisa. Refrigerante diet quente, pasta de amendoim, geleia e pé de porco.

- Café da manhã de gente pobre – disse Daryl.

- Parecem bons pra mim – devolveu Beth.

Tudo estava organizado e limpo.

- Parece que acabaram de colocar aí – falei.

- Deve ser o estoque de alguém. Pode estar vivo ainda... – ponderou Daryl – Pegamos um pouco e deixamos o resto, certo?

Sorri. Ele não estava olhando para mim, mas sorri.

- Eu sabia – riu Beth ao seu lado.

- O que? – perguntou ele abrindo um dos potes de geleia.

- É como eu disse. Ainda existem pessoas boas.

- Eu ia dizer o mesmo – emendei.

Em resposta, Daryl pegou um naco de geleia com os dedos e enfiou na boca. Eu ri um pouco alto demais e Beth fez cara de nojo.

 

******

 

Beth e eu tínhamos achado um piano em uma das salas e agora, ela tocava e cantava Be Good de Waxahatchee. Sua voz era tão doce... Sentada ao seu lado, eu olhava para os seus dedos finos tocando as teclas tão delicadamente que na verdade pareciam nem tocá-las.

De repente, Daryl pigarreou atrás de nós e Beth parou de tocar bruscamente. Nos viramos quase que simultaneamente.

 - A casa está bem fechada... Só da pra entrar pela porta da frente – disse ele ainda na porta.

Olhou para o sofá bem ao seu lado e colocou a besta em cima dele cuidadosamente. E então, dirigiu-se até o caixão vazio a esquerda do sofá e simplesmente deitou-se.

- O que você está fazendo? – perguntou Beth.

- Essa é a cama mais confortável que me deito em anos... Sem brincadeira – acrescentou ele me olhando.

 Balancei a cabeça sorrindo.

- Continue cantando, Beth – pedi.

- Não. Daryl acha meu canto irritante.

- Não. Continue cantando, Beth – respondeu ele colocando as mãos atrás da cabeça.


Notas Finais


E aí? Comentários? Posto o próximo capítulo na sexta! Ou na quinta, quem sabe?

P.S.: se alguém quiser me seguir no twitter (já aviso que só falo de séries e Norman Reedus) sou a @ disenchantrd lá também!


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