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História The Darkness of Sweetness - Everybody hurts


Escrita por: Spwtss

Notas do Autor


Olá meus amores!
Venho esclarecer algumas coisas para quem acompanha The Darkness of Sweetness :3
-Eu não desisti!
Pois é, eu sei que não venho postado com frequência como o prometido. E nem adianta mais pedir desculpas porque vocês já estão de saco cheio de perdoar né? Rsrsrs... Eu estou passando por algumas dificuldades na vida pessoal sabe... Mas isso não quer dizer que esqueci da história, e muito menos de vocês^^
Por isso resolvi estabelecer uma rotina melhor para me organizar. Digamos que a fic tenha estado em um período de "férias", então, queridos leitores, marquem esse dia em seus calendários: 27/11/15, a volta definitiva de The Darkness of Sweetness! 
"Mas vai demorar tanto assim?"
Para compensar a todos, os capítulos novos serão postados duas vezes por semana, as segundas e sextas-feiras, no período da noite. Tentarei fazer de tudo para seguir com os capítulos semanais, prometo!
-Tempo, precioso tempo :3
É que eu sempre quis escrever uma fanfic digna de um livro. E para mim, tudo deve ocorrer gradativamente, ao seu próprio tempo. Mas as vezes, eu mesma me perco nisso, e acabo apressando a história além do que ela deveria ir. Se caso isso tenha acontecido, peço desculpas se te deixei sem rumo na hora da leitura. Erro meu, acontece as vezes ;~;
-Apoio :)
Vocês estão sendo leitores incríveis. Obrigada. Sempre que vejo os comentários, fico muuito satisfeita. O meu maior objetivo é esse, ter a oportunidade de compartilhar essa história com pessoas que possam apreciá-la tanto quanto eu. 
Se você leu até aqui, obrigada *0*
Eu só queria falar isso mesmo... E peço que não desistam de mim, porque eu NUNCA desistirei de vocês!
E se Jeová deixar, até dia 27! (Ou antes, quem sabe? ;) )

Capítulo 8 - Everybody hurts


Fanfic / Fanfiction The Darkness of Sweetness - Everybody hurts

 

   Enquanto andava silenciosamente pelas ruas estreitas de Paris, Peter olhava o relógio preocupado. Faltavam apenas 43 dias para a Cerimônia de Sangue, e ele ainda não possuía seu pacto completo. Havia colecionado jovens com habilidades extraordinárias, como controle mental e a paralização do tempo. Ficou orgulhoso de si mesmo em saber que Lynn agora fazia parte de sua família. Ele esperou 16 anos para que os poderes na menina aparecessem, e não poderia estar mais satisfeito. Mesmo assim, ele sabia que para Damien era insuficiente. A partir do momento em que Peter deixou seu pacto para se tornar seu próprio mestre, Damien decidiu exigir mais dele do que qualquer outro garoto especial. Peter era o preferido de Damien no pacto. Ele o amava como um filho. Mas se sentiu eternamente traído quando foi trocado por uma mulher. 
   Para Peter, Lucia estava longe de ser uma mulher qualquer. Ele tinha noção que o relacionamento de um escolhido com um mundano era algo abominável na época. Mas tinha certeza de que por aquela paixão, deixaria seu pacto e, consequentemente, seu tão amado "pai". Deixar de ser o preferido de Damien não o agradou muito. Mas ser o preferido de Lucia cobriu todas as mágoas sentidas antes.  
   Ele precisava de mais escolhidos. Precisava de mais seguidores. Precisava provar para Damien que ele era capaz, até mesmo de se tornar o próximo Mestre Supremo. Mas enquanto isso não acontecia, ele precisava ensinar suas crianças, antes que a Cerimônia de Sangue faça jus ao nome.

***
—Não me toque!—ela gritou.
—Vamos Lynn, pare de ser tão implicante! Você quer ou não quer saber mais sobre os seus poderes?
—E-eu quero, mas...
—Mas nada!—ele a interrompeu—Lynn, escute: Peter Darren tem poder sobre você agora, você querendo ou não. Aprenda a lidar com isso, você está em um pacto agora!
—Eu não estou entendendo, Kentin! Está tudo rápido demais! 
   O garoto passou a mão pelos cabelos, impaciente.
—Olhe, Peter Darren era louco para te encontrar. Ele só falava nisso. Agora ele te achou. Lembra da noite em que você invadiu a escola? Aquela coisa que estava lá era seu mestre, e aquele texto que você encontrou na biblioteca foi um juramento. Você deu sua alma ao seu mestre, a partir do momento em que você o leu!
   Lynn começou a chorar.
—Eu não quero! Não quero conhecer esse cara, eu não entendo! Não quero ser de um pacto! Vocês... Vocês são loucos! Eu quero ir para casa! 
—Lide com a situação! O que está feito está feito, garota! Você acha que eu estou gostando de servir de babá? O mestre quer você! Você foi escolhida Lynn—ele berrou.
—Eu não quero ser escolhida! E eu.... Eu não quero esse poder idiota! Eu quero minha vida de volta!
—Sua vida é ao lado do seu mestre!
—Minha vida é ao lado da minha família!—Lynn rebateu. 
—Peter é o seu pai!
  O estômago dela se embrulhou. Naquela noite da invasão da escola, Lynn foi atrás de respostas, porque precisava de uma confirmação que Peter era seu pai. Agora Kentin estava ali, pronto para responder o que ela precisava saber. Mas tudo o que ela queria nesse momento era não acreditar. Ela tentou, mas Kentin a encarava, e Lynn viu em seu olhar um certo desespero. Uma súplica para que ela acreditasse.
—Eu quero ir para casa, Kentin.
—Lynn, você precisa vir comigo.
   Ela negou com a cabeça.
—Responda porque meus poderes não funcionaram—exigiu.
—Lynn, você precisa vir!
—Não!—ela insistiu—Você vai me responder!
—Lynn, você vem agora!
   Kentin agarrou o braço da garota, mas uma voz fez com que ele a soltasse abruptamente.
—Kentin meu filho, deixe minha menina em paz.
   Lynn prendeu a respiração quando Peter se aproximou dela, e sorriu.
   Não era um sorriso que demonstrava felicidade. Nem alivio. Era um sorriso torto, meio malicioso, assim como seu olhar. Lynn o olhou da cabeças aos pés. Usava uma calça preta, blusa de gola alta da mesma cor, botas de couro... Até aí nada de especial. Mas aí veio o rosto. Peter Darren possuía uma beleza considerável, mas nada anormal, nada divino. Sua pele era clara, mas sinais de envelhecimento já tomavam conta de sua face. Tinha um cabelo preto, com alguns fios grisalhos que estavam penteado para trás. Seus olhos eram verdes como duas esmeraldas, completamente diferentes do vermelho sangue que brilhavam como dois rubis na noite da escola.
—Olhe só para você—o mestre falou, analisando-a de cima a baixo.
—P-pai?—ela atreveu a perguntar.
—Você ainda é fraca, meu bem. Mas eu prometo que a deixarei tão forte que logo poderá usar seus poderes o quanto você quiser.
   Ela ficou parada, sem dizer nada.
—Você precisa descansar, está exausta. Vá para casa. Eu sei que é muita coisa para processar, mas eu estou aqui agora. Conversaremos amanhã. Eu prometo.
   Lynn só assentiu, mesmo sentindo que aquilo era uma má ideia. Mas, o que ela podia fazer afinal?

A garota chegou em casa às 16:00 da tarde. Ela estava realmente exausta, pois nao dormia desde a festa do Nathaniel. Ela sabia que Agatha ia surtar por ela ter passado tanto tempo fora de casa, ainda mais estando de castigo. Mas Lynn não estava preocupada. Ela estava pensando em Peter.
   Assim que botou os pés dentro de casa, sua madrinha veio correndo das escadas, e a tomou nos braços com um abraço apertado. Aquele contato fez com que Lynn se desmoronasse. Lágrimas escorriam dos seus olhos.
—Me desculpa, madrinha!
—Você foi presa!—ela exclamou, sem desfazer o abraço—Você foi... Presa.
—Eu posso explicar...
   Agatha se afastou, e olhou nos olhos da garota.
—Você foi presa, Lynn. Presa!
   A garota engoliu a seco.
—Eu já fui jovem também, Lynn. E não vou mentir para você, eu também já tive vontade de jogar tudo para cima e aproveitar minha juventude. Mas você se torna eternamente responsável por aquilo que cativas.
—O Pequeno Príncipe—lembrou, ao ouvir a citação. Lynn havia lido esse livro com sua mãe na infância. Ela era muito pequena para entender a história, mas sua mãe fazia questão de enfatizar essa frase. "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas".
—O que está acontecendo com você?—Agatha perguntou.
   A garota não respondeu.
—Não seria por causa daquele menino de cabelo tingido, seria? Ele está sendo um mal exemplo pra você?
—Castiel? Você acha mesmo?
   Lynn riu.
—Seria bom se ele fosse minha única preocupação–falou.
—O que tanto te intriga?
   Ela hesitou por um instante.
Peter. Peter Darren me intriga, madrinha.
   Agatha a olhou preocupada.
—Ainda com essa história na cabeça?
—Como eu poderia esquecer?—indagou.
—Lynn, Philippe é o seu pai. Foi um erro meu ter te dado aquele diário.
—Como você pode ter tanta certeza de que não estou vivendo na vida errada?—ela gritou.
—Deixe de loucura! Você acha mesmo que Peter é o seu pai? 
—Quer saber? Acho sim! Eu quero um exame de DNA!
   Agatha suspirou.
—Pro seu quarto. Agora. E trate de tirar essa ideia insana da sua cabeça.
—Eu ainda não terminei!
—Mas eu sim!—ela levantou a voz, repreendendo-a—Vá para o seu quarto agora! Seu castigo está dobrado! Quer saber? Você agora está de castigo até o final do mês! Sem sair de casa, só para ir a escola! 
—Você não pode fazer isso, não é minha mãe!
   Lynn prendeu a respiração após ter percebido o que falou.
—Quer saber? Eu não sou mesmo. Mas Lucia me deixou como sua responsável, e vou cuidar de você do jeito que me foi instruído. 
—Eu sei me virar sozinha.
—E eu sinto que não te conheço mais—sua madrinha falou, antes de sair pela porta, a deixando sozinha no apartamento.

***

Na escola, as coisas pareciam estar de volta ao normal. Alguns oficiais ainda circulavam pelos corredores, mas nada em abundância. Enquanto Armin jogava em seu PSP, Alexy tagarelava sem parar aos ouvidos do irmão. Só depois de alguns minutos percebeu que estava sendo ignorado.
—Você é muito desagradável—comentou.
   Armin deu os ombros.
—Eu estou ocupado. Por que você não vai procurar a Kim, ou o Nathaniel?
—Olha, eu sei que eles são meus melhores amigos, mas eu realmente gosto de passar um tempo com o meu irmão às vezes...—ele disse, com seu melhor tom dramático.
   O moreno suspirou, e guardou o jogo no bolso da calça. Alexy sorriu exuberante, revelando covinhas na bochecha. Mas logo em seguida, Kim se juntou a eles.
—Falando em amigos...—Armin suspirou.
   Kim franziu o cenho.
—Algum problema?—ela indagou.
—Não, nenhum—respondeu Alexy—É que eu queria passar um tempo com meu...
—Parece que o Senhor Representante não está tendo um bom dia—Armin interrompeu com um comentário.
   Ambos se viraram para observar Nathaniel empurrar seus livros grosseiramente para dentro do armário, a alguns metros de distância.
—Hey, cara, o que aconteceu com você?—Armin perguntou, parando ao lado dele.
   Nathaniel abaixou a cabeça em uma tentativa de esconder o machucado, mas Kim segurou seu queixo.
—Quem fez isso com você, loiro?
—Ninguém Kim, eu me machuquei sozinho—ele respondeu, sem fazer contato visual com nenhum de seus colegas.
—Você não engana ninguém, Nath. Estou falando sério. Quem fez isso com você?—Alexy insistiu.
—Eu já falei que não foi ninguém!—ele gritou, antes de bater a porta do armário com força, e sair pisando firme.
—Nath, espera!
   Alexy saiu correndo atrás do amigo, e Kim e Armin se entreolharam.

   Enquanto Lynn atravessava o corredor da escola, algo parecia diferente. Na verdade, tudo parecia diferente. O clima, as pessoas. Ela mesma. E agora ela se pergunta se tudo isso que aconteceu, foi algo inevitável. Será que se as coisas tivessem sido diferentes, ela ainda se encontraria nessa situação? Se ela não tivesse visto Castiel e Ambre, seus poderes ainda assim teriam aparecido? Se seus pais não tivessem viajado, ela precisaria mudar de escola? E pior... Se nada disso tivesse acontecido, Lynn descobriria que Peter Darren é seu pai?
Talvez fosse só uma questão de tempo para que tudo isso acontecesse. Talvez fosse sim inevitável. Será que ela poderia morrer sem saber que é seu verdadeiro pai? Provavelmente não, pois segundo Kentin, Peter estava a procura dela. E agora que ele a achou, Lynn mal consegue imaginar o que acontecerá daqui para frente. E prefere não pensar nisso, mas é algo quase impossível de se fazer.
   Ela despertou de seus devaneios quando viu Kim e Armin parados na frente dos armários.
—Oi gente—ela disse, ao se aproximar. Aconteceu alguma coisa?
—Oi guria—falou Kim—Está tudo bem...
—Na verdade, o Nath se machucou—Armin interrompeu.
—Como assim ele se machucou?—Lynn perguntou.
—E-ele apareceu com um olho roxo, mas não parece ser grande coisa...
—Castiel!—ela exclamou, e saiu andando.
   Armin e Kim voltaram a se olhar, com o mesmo pensamento de que aquilo não iria acabar bem.

***

—Cast! Por que você fez aquilo?—Lynn gritou a distância, enquanto atravessava o corredor, chegando no armário de Castiel.
—Do que você tá falando? Tá maluca Lynn?
—É logico que eu estou falando da surra que você deu no Nathaniel!
   Ele sorriu sarcasticamente.
—Acho que se eu tivesse batido nele, me lembraria.
—Eu não estou de brincadeira, Castiel! Eu achei que estivesse tudo bem! Você não se divertiu naquela noite?—ela perguntou.
—Foi até legal, confesso. 
—Então por que bateu nele?
   Castiel bateu o armário com força.
—Eu não bati em ninguém, porra!
—Eu já falei para não gritar comigo! Você é tão... Insuportável! Nath nunca te fez nada!—ela provocou.
—Você não sabe de nada. Você acabou de chegar, você não faz idéia nenhuma!—ele retrucou.
—O que acontece entre vocês?! Tudo que você faz é ficar me dizendo que eu não sei de nada, que sou ingênua. Mas você nunca me fala nada!
   O ruivo começou a de afastar, mas Lynn queria explicações.
—Castiel! Volta aqui!—ela disse, correndo atrás dele e segurado seu braço.
   Involuntariamente, o garoto a empurrou, fazendo-a bater de costas no armário. Aquilo fez com que os alunos parassem para olhá-la.
   Lynn escorregou até o chão, e colocou a cabeça entre as pernas. Lágrimas começaram a escorrer dos seus olhos. Novamente. 
   Castiel parou de andar e olhou para trás. Ele sentiu algo estranho ao ver Lynn sentada no chão. Seu coração o dizia para ir até ela e conferir se ela estava bem. Mas seu orgulho o fez voltar a andar para frente.

***
 —O que está acontecendo aqui?—Saikamura perguntou, ao entrar na casa e se deparar com Kentin e Peter sentados no chão.
—Estávamos esperando por você—o mestre falou.
—Cadê a garota? Kentin não iria trazê-la?
   Saika largou sua bolsa no chão, e tirou seu casaco.
—Lynn esta tendo alguns... Problemas ao tentar entender o que se passa. Achei melhor dar um tempo para ela—Peter respondeu.
—Só que não temos tempo!—rugiu Kentin.
—Eu não estou querendo questionar seu instinto de liderança, mestre. Mas Kentin tem razão. A Cerimônia de Sangue está chegando e você tem um pacto de 2 pessoas. Se chegarmos lá assim, Damien irá arrancar nossas cabeças—disse a loira.
—Eu tenho mais escolhidos—Peter falou.
—Então onde eles estão? Não vejo ninguém aqui! Só uma casa velha da qual você chama de local de treino, e um velho que se acha um mestre! Acho que eu deveria ter entrado para outro pacto!
   Peter lançou ao garoto um olhar furioso, e em segundos Kentin se contorcia no chão, gritando de dor.
—Peter, pare!—Saikamura gritou, indo ao encontro do irmão.
—Vocês são inúteis!—o mestre disse.
   Peter se levantou bruscamente.
—Quero os dois na sala de treinamento. Agora.
—Que seja rápido! Eu tenho que trabalhar—a loira resmungou.

***
—Lynn?
   A garota levantou a cabeça, seu rosto marcado por lágrimas havia deixado claro que estava chorando. Ela viu fios de cabelo loiros caindo por cima de um olho machucado.
—Nath— falou, claramente desapontada. Lynn esperava que Castiel voltasse para pedir desculpas.
—O que aconteceu com você?!—os dois perguntaram em coro.
—Eu... Escorreguei—Lynn mentiu.
—É, eu também.
   Nathaniel sentou ao lado dela.
—Você não precisa fazer isso, não precisa mentir por causa dele—ela disse.
   O garoto olhou confuso para ela.
—Por causa de quem?—ele perguntou.
—Castiel.
—Ah.
   Foi o que ele conseguiu dizer. Era óbvio que todos iriam achar isso. Todos iriam achar que Castiel que lhe deu uma surra. Bom, ele preferiria apanhar do Castiel do que de seu próprio pai.
   Maldita noite, ele pensou. A vida doméstica dele passou a ser um inferno a exatamente dez anos atrás. Não se sabe quem é o culpado ao certo, ele ou a irmã. O que Ambre fez foi algo doentiu, mas Nathaniel sabe que quem a provocou foi ele. Se ele pudesse voltar no tempo, o faria. 
—Não foi ele que me bateu, Lynn.
—Não?
—Não.
—Ah—ela disse, com um suspiro.
   A culpa bateu no peito dela.
—Talvez eu tenha merecido isso—Lynn pensou em voz alta.
—Merecido o que? Por que você estava chorando? Foi Ambre?
—Não, sua irmã não tem me causado muitos problemas ultimamente. Por incrível que pareça.
—Então o que está acontecendo?—ele indagou.
—Você não faz idéia—Lynn respondeu, abaixando a cabeça de novo—Minhas notas estão horríveis, meu pai... M-meu pai... E ainda tem o Castiel...
   Ele a olhou com as sobrancelhas franzidas.
—Castiel? O que tem o Castiel?
   Lynn engoliu a seco.
—Lynn? O que tem o Castiel?—ele perguntou novamente, agora levantando o tom de voz.
—E-eu irritei ele... Não foi culpa dele... 
—O que ele te fez?
—Ele acabou me empurrando, mas não foi nada...
   O garoto se levantou bruscamente.
—Nath! 
   Ela correu atrás dele.
—Nathaniel! Espera! 
   Lynn segurou o braço dele, mas ao contrário de Castiel, Nathaniel não reagiu. Só parou de andar.
—Por favor, não brigue com ele—ela pediu.
—Ele não tem o direito de te machucar.
—Mas ele não me machucou. Eu juro.
   A garota olhou fixamente nos olhos dele, e disse:
—Você precisa parar de tentar ser o herói.
—Herói?—ele perguntou—Como posso ser um herói se mal consigo proteger a mim mesmo?
—Talvez eu possa te ajudar se eu souber o que está acontecendo!—ela insistiu.
   Nathaniel a ignorou.
—Você não escorregou, né?—a garota questionou.
   Ele não respondeu. Lynn se aproximou um pouco, e o abraçou.
—Você não precisa ter vergonha de admitir fraqueza, Nath. Não pra mim—ela sussurrou ao seu ouvido, antes partir pelo corredor. 
    Por mais bonitas que aquelas palavras fossem, Lynn sabia que a pessoa mais vulnerável naquele momento, era ela mesma. E não haviam palavras para reconfortá-la.

***
     A aula de história estava para começar, mas Lysandre viu que seu bloco de notas não estava na mochila 
   Porra, é terceira vez essa semana.
 —Professor, posso ir na coordenação, acho que perdi me bloco de notas.
—De novo, Lysandre? —perguntou o professor.
—Eu sei, eu sei. Por favor—o garoto implorou.
   Faraize fez um sinal com a mão, e voltou a escrever no quadro.
 —Ele só tá indo lá pra comer a psicóloga—um dos alunos murmurou, enquanto ele saía da sala de aula. Isso o deixou irritado.
       Ele bateu duas vezes na porta antes de entrar.
—Srta. S? Eu posso...—ele interrompeu sua própria fala ao notar os vários cortes e hematomas nos braços e rosto dela—O que aconteceu com você?!
—Ah, oi Lysandre! Eu estava... Cozinhando. Isso! Eu estava cozinhando, e acabei me cortando—ela falou.
—Isso não são marcas de quem faz o jantar. Como que aconteceu?
—Eu escorreguei.
   Obviamente aquilo não o convenceu.
—Como?
—Você não tem aula agora?—ela perguntou.
—Estou preocupado com você—ele disse, com um tom de seriedade.
   Ela o olhou fixamente.
—O que você quer?
—Meu bloco de notas. Eu o perdi.
   A loira colocou a caixa de achados e perdidos em cima da mesa, sem desfazer o contato visual.
—Saika...
—Saia da minha sala, por favor—ela pediu.
   Ele fez que sim com a cabeça, e saiu, fechando a porta.
  Algo naquele pequeno diálogo o deixou desconfortável. Ele sabia que ela estava mentindo, o que fez com que Lysandre ficasse mais determinado a descobrir como ela se machucou. Será que alguém a agrediu? Ou será que ela sofreu um acidente de carro, ou algo do tipo? Mas se for o caso, por que ela mentiu?
   O garoto despertou de seus devaneios quando a loira esbarrou com ele no corredor.
—Ai! Você não deveria estar na sala?! Eu já falei que estou bem! 
—Onde você vai?—ele perguntou.
—Para casa. Vou sair mais cedo hoje, tenho um compromi... Por que eu continuo  falando com você, afinal?
   Com isso, ela subiu as escadas e desapareceu.
   Lysandre não era do tipo stalker maníaco que persegue garotas, mas estava decidido. Ele iria seguir Saikamura até sua casa. E iria fazer isso agora. Só havia um problema que se sobressaía de todos os outros: como sair da escola antes do sinal tocar. E com que ninguém descubra. Depois de alguns segundos olhando para o teto, ele viu a ventilação.
—Não acredito que vou fazer isso de novo— murmurou, subindo em uma cadeira.
  Quando finalmente abriu a pontinha de metal, Lysandre olhou diversas vezes para os lados e subiu, entrando naquele estreito túnel. Engatinhar por ali outra vez o trouxe memórias daquela noite da invasão da escola. O engraçado era que as memórias pareciam incompletas. Ele se lembra de ter entrado na ventilação, mas não se lembra de ter saído. Era como se a história tivesse um início e um fim. Não um meio.
   Ele se arrastou por mais alguns minutos, até que saiu no ginásio, onde havia um portão que dava para fora da escola. O garoto correu para a entrada do colégio, rezando para que Saikamura ainda não tivesse saído. Ele esperou um, dois, cinco minutos, até que a loira aparecesse. Então ela seguiu para o ponto de ônibus, pegou o celular e discou um número. Ele deduziu que ela estava chamando um táxi, ou simplesmente ligando para alguém vir buscá-la. Então Lysandre fez o mesmo. Pouco tempo depois, Saikamura entrou em um carro amarelo. O taxi do garoto chegou em seguida.
—Siga aquele carro—ele disse para o motorista, do qual não falou nada, so obedeceu.
   O motorista seguiu o outro carro, a corrida durou 10 minutos, até que o taxi de Saikamura parou. Quando ela saiu do carro, Lysandre jogou o dinheiro para o taxista e rapidamente pulou para fora do veículo, com cuidado para que a garota não o visse.
    Saikamura logo entrou no parque natural da cidade, e seguiu em direção de uma trilha. Lysandre se lembrou do lugar, pois costumava fazer caminhadas matinais ali nas férias. A loira entrou na mata, ainda seguindo a trilha do parque que levava a saída da cidade. Depois de alguns minutos, Lysandre se deu conta de que estava no meio de um bosque. Sozinho. Seguindo silenciosamente os passos da psicóloga da sua escola. Ele começou a ter mais cuidado quando o único barulho que se podia ouvir era de suas botas amassando as folhas secas.
    Teve uma hora que ele se jogou em uma moita para escapar dos olhos dela.
   Ainda de longe, ele viu uma coisa. Uma casa. Uma casa vitoriana. Com cores escuras, parecia a casa de um seriado atual do qual ele não lembra o nome. A casa ficava em uma área aberta, mas sem muitas arvores. Era tudo tão deserto. 
   Como aquela casa sobrevivia? Ou como alguém sobrevivia lá? Será que era onde Saikamura morava?, ele se perguntou.
   Por um minuto, ele a perdeu de vista. Não conseguiu saber se ela entrou pela porta da frente, ou pelos fundos. Subiu os degraus rústicos da entrada, e encarou a maçaneta. 
   O que eu estou fazendo?, ele pensou. 
  Lysandre não seria um delinquente juvenil, ou seria? Ela já invadiu a escola, mas... Invadir a casa de sua psicóloga? Ele confessa estar mais preocupado com ela do que com qualquer outra coisa. E por algum motivo, seu peito dói só em pensar na possibilidade de que alguém possa estar agredindo-a.
  Ele pegou na maçaneta, e esperou uns minutos. Mas até que tivesse coragem, demorou. Quando finalmente entrou, com o frio percorrendo suas veias, ele viu, sangue, facas, espadas, era um horror. 
   O garoto ouviu um som no quintal.  A casa era imensa, quase não conseguiu encontrar os fundos.
   Saikamura estava junto de um homem de preto, um garoto que ele já tinha visto antes, Kaio, Karlos, Quentin? Isso, era Kentin. O mesmo garoto da piscina na noite da festa do Nathaniel. Os dois estavam lutando com um tipo de espada, enquanto o homem os observava atentamente.
—Saika? O que é tudo isso?
    Os três se viraram para ver o garoto de cabelos quase brancos na porta do quintal.
Fodeu!—gritou Kentin.


   

 


Notas Finais


Olá amores!
Se você leu até aqui, mais uma vez, obrigada!
Peço a todos que leem as notas do autor, tenho coisas importantes a dizer lá :3
Espero que todos tenham gostado, mesmo. Quero também pedir desculpas se caso haja algum erro ortográfico^^
Ainda tem muita coisa por vir!
Um beijo, e um queijo <3


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