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História The Duchess - Tradição


Escrita por: Puddins_Pumpkin

Notas do Autor


Oi meus pudinzinhos 🍮

Minha semana de provas acabou e eu me sinto mais morta do que o Viggo (morta, mas nem tanto).

Anyway, eu pulei alguns dias porque não seria nada de importante.

Espero que gostem.

Boa leitura 🍮 💜

Capítulo 7 - Tradição


Astrid respirou fundo saindo do quarto e sendo acompanhada pela Senhora Ingerman, Thorston e Jorgenson. Era a véspera do grande dia, o altar estava pronto, barris de hidromel eram carregados para lá e para cá e os rituais de passagem deviam ser feitos. Astrid estava nervosa, mesmo o ritual não sendo difícil, se perguntava como Soluço estava e se conseguiria passar pelos próprios testes. 

 Balançou a cabeça e seguiu as mulheres pelo vilarejo até uma montanha, onde havia a entrada para uma caverna. Seus sapatos baixos faziam eco quando se aproximou da fonte de água fervente. Desabotoou a capa que lhe cobria os ombros por cima do vestido, a fazendo cair graciosamente no chão úmido. Retirou os sapatos e a senhora Ingerman a ajudou com o vestido. Olhou para as mulheres e recebeu sorrisos simpáticos de todas elas, sorrindo de volta, Astrid entrou devagar na água quente. 

 Soltou a respiração depois de inalar profundamente o vapor d'água e descansou a cabeça em uma pedra úmida. Ela deveria ficar ali por alguns minutos, se banhando na água quente e sentiu um nó se formar em seu estômago, ela estava tão perto, amanhã ela já não seria Astrid Cornélia Hofferson, Duquesa de Cambridge. Seria Astrid Haddock, Duquesa de Cambridge e esposa do herdeiro do trono de Berk, ela seria uma viking, seria a mulher responsável pelos próximos herdeiros, seria aquela que daria sangue, suor e lágrimas por seu povo e tudo aquilo a assustava de uma maneira que antes ela não julgava ser capaz. 

 Astrid era a louca da Corte, a maluca que preferia os plebeus, o desgosto e maior arrependimento de seu pai, aquela que - diziam as más línguas - havia desvirtuado um padre, a que convivia com dragões e havia sido entregue aos pagãos. E depois de ter feito tudo isso, ainda sentia medo. Mesmo sabendo que os vikings não seriam uma ameaça e que aparentemente o futuro marido não era louco, estava aterrorizada e seus olhos se enchiam de lágrimas sempre que repreendia a vontade de correr ou gritar. 

 Saiu da água e ainda molhada foi levada ao lado de fora até uma banheira de água gelada. Entrou submergendo o corpo na banheira de madeira e sentiu o choque percorrer seu corpo enquanto se acostumava com a mudança de temperatura. Se reclinou, colocando os braços nas laterais da madeira e olhou para o céu, limpo demais para um dia gélido e fechou os olhos. 

 Mais alguns minutos e ela saiu da água novamente, desta vez sendo envolta da felpuda toalha de pelo de iaque se secou e pegou as roupas que eram seguradas pela senhora Jorgenson, vestindo o par de leggins, túnica azul e saia de couro, prendeu as ombreiras de ferro, calçou as botas baixas, prendeu os cabelos em uma trança que repousava por cima de um dos ombros e sorriu para as mulheres. Estava pronta. 

 -Isso é mesmo necessário? - Soluço perguntou por cima do ombro, sem olhar oara o pai ou Gosmento atrás dele. 

 -É tradição, Soluço. - Estóico insistiu ficando impaciente e Soluço encarou a entrada de pedra da tumba com o nome "Haddock". 

 Ele deveria entrar, pegar uma espada de um ancestral e sair, não era grande coisa e ele não tinha motivos para não entrar ali, as únicas coisas dentro da tumba eram armas - já que o corpo e outros pertences eram queimados no velório. Engolindo o nó em sua garganta, entrou sentindo um arrepio em sua espinha, a tumba conseguia ser mais fria do que Berk - se fosse possível. Passeou os olhos pelas espadas, lendo os nomes dos guerreiros. Dava pra acreditar que, daqui alguns anos, sua Inferno estaria entre aquelas espadas? 

 Parou ao alcançar uma delas, o nome "Soluço Horrendus Haddock I" se lia na parede atrás da espada. A espada estava presa em uma pedra e ele revirou os olhos ao se lembrar da história que Astrid o havia contado alguns dias atrás, qual era mesmo o nome? Bem, não importava, mesmo assim, em sua cabeça não deixou de fazer um comentário irônico sobre o quanto aquilo era cliché. 

Suas mãos tremeram ao leva-las ao cabo de madeira já deteriorado e precisou engolir mais uma vez o persistente nó em sua garganta. Fechou os olhos e apertou os lábios, puxou o cabo e não pôde evitar a surpresa ao ouvir o barulho da lâmina raspando na pedra e o peso da espada em suas mãos. Sorriu orgulhoso de si mesmo, mas se forçou a fechar o sorriso e concertar a postura quando se virou novamente para a entrada da tumba, saiu de cabeça erguida e sem sequer olhar para o pai ou para Gosmento e Estóico bem que tentou, mas foi difícil esconder o sorriso orgulhoso que apareceu em seus lábios ao presenciar o filho se tornando o homem que deveria ser. 

 Já longe do pai, Soluço soltou a respiração e relaxou os ombros carregando com cuidado a espada em suas mãos. Estava na praça quando viu Astrid do outro lado com as mulher que a preparavam para o casamento. Seus olhos se encontraram e ela parou de seguir as mulheres e, mesmo com a praça inteira entre eles, foram capazes de sorrir um para o outro, ainda que timidamente. 

 As mulheres, é claro, não demoraram a notar que não estavam sendo seguidas e a senhora Jorgenson voltou correndo para buscar a noiva rebelde. 

 -Vamos, criança, ainda precisa ajustar o vestido! - A senhora Jorgenson a apressou e Astrid murmurou um pedido de desculpas genérico e a seguiu novamente. 

 Soluço a viu partir, mas logo teve a mente ocupada com o desespero de um Perna-de-Peixe apressado. 

 -Soluço! - O Ingerman estava sem ar, provavelmente por ter corrido até ele e Soluço o deu alguns momentos para recuperar a respiração. - O que está fazendo aí parado? O casamento é amanhã e você sequer provou as vestes cerimoniais! Vamos logo! - Ele não deu tempo para que Soluço respondesse e o empurrou pela praça até a casa Haddock. 

 -Então...? - Perna-de-Peixe perguntou ansioso enquanto Soluço observava a si mesmo. 

 -Perna-de-Peixe, se acalma, até parece que quem vai se casar é você! - Soluço brincou, mas ganhou apenas mais um grunhido impaciente do amigo que tinha escolhido como padrinho. 

 As vestes cerimoniais era nada mais do que uma armadura feita quase inteiramente de metal, o que acabou sendo extremamente desconfortável para o pobre noivo acostumado com couro revestindo as chapas de metal de sua armadura. A espada ancestral descansava ao pé da cama que em algumas horas não seria mais apenas dele. 

 As risadas de Melequento entrando no quarto chamou a atenção e Soluço revirou os olhos já prevendo o tipo de comentário que estava por vir. 

 -Você está completamente ridículo nessa coisa. 

 -Sabe, Melequento, eu vou adorar te ver nas suas vestes cerimoniais no dia do seu casamento. - Soluço comentou, seu tom podia ser considerado normal, mas não era difícil perceber o sarcasmo ácido por trás de suas palavras. 

 -Se ele conseguir se casar com alguém. - Perna-de-Peixe completou, rindo junto com o Haddock. 

 -Continuem rindo, não vão rir assim quando Heather for a nova senhora Jorgenson. - Melequento disse orgulhosamente, como se estivesse convicto de que a morena acabaria ao seu lado. 

 -Boa sorte com isso, se bem me lembro, ela é irmã do Dagur. - O comentário de Soluço abalou o ego de Melequento, que parecia ainda não ter levado em conta o fato de que, se se casasse com a Heather, Dagur seria seu cunhado. 

 Com o ego ferido, mas não querendo perder uma discussão para o próprio líder, Melequento se atreveu a abrir a boca. 

 -E a Astrid é... - Ele se calou, não tendo pensado em um argumento, um sorriso torto apareceu nos lábios do Haddock. 

 -Uma refinada Duquesa cujo os parentes estão a três meses de distância. - Soluço completou a frase por Melequento, ouviu o Jorgenson murmurar algum insulto, mas não deu importância. 

 Começou a retirar a armadura, a guardando em seu lugar de origem e não pôde evitar pensar em Astrid. Astrid era uma linda e refinada Duquesa e ele não podia mentir dizendo que não apreciava a companhia da moça, mas era uma das duquesas mais ricas da Inglaterra - o que faria com que Soluço se tornasse um poderoso Duque após o casamento - e ele estava certo de que ela estava na linha de sucessão do trono inglês e isso fez com que ele se perguntasse: se o momento chegasse, estaria ele pronto para sentir o peso de duas coroas sobre sua cabeça?   


Notas Finais


➡Os banhos que Astrid precisou tomar no capítulo era um ritual real pré-casamento na época viking e devia ser supervisionado pelas mulheres casadas da família da noiva, como Astrid foi sozinha para Berk, Estóico nomeou as mulheres para superviosonar e orienta-la, o ritual simbolizava a pureza e inocência sendo "lavada" do corpo da noiva e a abdicação da vida que levava como solteira.
➡O ritual feito pelo Soluço também era real e deveria ser supervisionado pelos homens casados da família do noivo, como o Melequento é primo do Soluço nos livros, achei melhor colocar o Gosmento na cena pra não ficar só o Estóico, o ritual simbolizava a passagem do noivo de um garoto para um homem e também a abdicação da vida de solteiro.
➡Eu não encontrei informações sobre as vestes cerimoniais masculinas, então não dei muito detalhe.
➡O título de Duque de Cambridge é atualmente do Príncipe William, o segundo na linha de sucessão inglesa, o que faria a Astrid ter mais ou menos a mesma posição na fanfic.

Então, gostaram?
Comentem expectativas.

See ya 😘


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