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História The Fate - Caminhos


Escrita por: DocePerfume

Capítulo 38 - Caminhos


Fanfic / Fanfiction The Fate - Caminhos

Homens guardavam a fronteira entre Clover e o Reino Heart, eles sequer puderam identificar o que os atingia, sequer tiveram tempo de gritar, logo já estavam desmaiados sobre o chão. 

Yuno adentrou na floresta, a capa negra farfalhando as suas costas, Sylph voando ao seu lado. Andou durante longos minutos, diminuindo o ritmo com que avançava na vegetação, não podia voar, pois nunca encontraria os elfos dessa forma, então precisava desviar dos galhos secos no chão para não fazer barulho e ainda manter-se atento a cada pequena movimentação na vegetação. 

Parou em uma clareira, com a inconfundível sensação de estar sendo observado, perscrutou o local, hesitando ao se deparar com a maior árvore ali, tão alta e cheia de folhas que sua visão não podia atravessá-la. Havia alguém ali, Yuno não podia vê-lo, mas sentia sua presença. 

- Muito bem, como esperado do preferido de William.- uma voz disse. 

Os instintos de Yuno aguçaram-se e ele invocou o grimório em sua frente, no entanto, conhecia aquela voz. Yami Sukehiro saltou da árvore, pousando no centro da clareira. 

Yuno não atacou, embora fosse procurado no Reino Clover e, com certeza, Yami possuía ordens de capturá-lo. Mas ainda havia uma chance de ele estar ali para ajudá-lo, era o capitão de Asta, afinal, que havia prometido encontrar uma passagem livre para Yuno na fronteira. Ele não atacaria uma possível ajuda, ainda que considerasse ambicioso demais para ele lutar com Yami naquela situação. 

- Relaxe, garoto.- o homem falou.- Estou aqui para guiá-lo em seu caminho para as terras dos elfos. 

- Asta pediu sua ajuda?- Yuno perguntou, ainda agindo com cautela. 

No entanto, Yami apenas virou as costas para ele, adentrando novamente na mata densa. 

- Vamos.- falou. 

Yuno hesitou, encarando as costas largas de Yami afastarem-se. Se considerasse sua situação tinha certeza que descobriria que estava perdido, não sabia exatamente qual caminho seguir até os elfos e talvez levassem semanas até que encontrasse o local. Yami oferecia uma alternativa muito melhor, ainda que duvidosa. Mas não havia tempo para desconfiança, ele apressou-se atrás do capitão.  

- Você não me respondeu.- ele insistiu, após alcançar Yami.- Asta falou com você? 

- Sim.- ele grunhiu.- Agora fique em silêncio, conversaremos quando for seguro. 

Yuno pensou em perguntar porque ali não era seguro, mas desistiu logo em seguida, não conseguiria nenhuma resposta se Yami estivesse irritado. Eles cruzaram a floresta por uma longa hora, movimentando-se em silêncio, apenas o som dos pássaros nas árvores para entretê-los. 

- O quanto você sabe sobre os elfos?- Yami perguntou, subitamente.

- Pouco.- Yuno admitiu.- Não encontrei nenhum material sobre eles no palácio. 

Yami soltou um bufar de sarcasmo pelo nariz, afastando galhos para o lado enquanto falava. 

- Você não pode entrar nas Terras Élficas sem informações, será sua morte.- Yami falou. 

- Você irá me contar algumas coisas ou já posso me considerar morto? 

Yami soltou uma risada grave. Em seguida, virou-se para Yuno e abaixou-se na mata, acenando para o jovem acompanhá-lo. Yuno suspirou e flexionou os joelhos, aproximando-se de Yami para ouvi-lo. 

- Grande parte das cidades dos elfos seguem o rio que cruza a floresta, mas também há algumas cidades de elfos no centro da floresta.- Yami falou.- Se você conseguir liberdade o suficiente para conhecer essas terras, precisará saber o mínimo de sua geografia. As principais cidades são essas: a capital, Gwyn, onde o rei elfo habita; Vetnya, a cidade talhada em árvores e Algarath, a porta de entrada, guarnecida com um exército.- ele seguiu.- É para lá que estamos indo. 

- Estamos indo para o posto mais bem guarnecido do território élfico?- Yuno arqueou as sobrancelhas, pronto para protestar quando Yami o interrompeu. 

- Você precisa ser capturado, garoto, se quiser ganhar a confiança dos elfos. Você será o primeiro elfo a vir de fora para essas terras desde que eles se mudaram para cá. Será visto com desconfiança, mas também com interesse. O rei desejará tê-lo em seu governo, para mostrar que está no controle, que não se desespera com outros elfos andando por aí sem seu conhecimento. 

Yuno assentiu, piscando. Não havia pensado naquela possibilidade, devido a sua ignorância quanto aos elfos, sequer havia construído um plano. Ele afastou aqueles pensamentos, focando-se na explicação de Yami, que voltava a jogar informações para cima dele. 

- Os elfos gostam de enigmas e brincadeiras, gostam de intrigas e de enganar, são um povo orgulhoso, mas muito inteligente. No passado os elfos foram imortais, assim como grande parte das coisas vivas, mas atualmente possuem a vida tão curta quanto a de qualquer ser humano. 

- Como você sabe de todas essas coisas?- Yuno perguntou. 

- Eu cresci entre os elfos.- Yami revelou.- Meu caminho foi muito parecido com o seu, eu era um humano entre um povo diferente, desejei conhecer a minha raça. Mas após deixar os elfos não é possível voltar, também é muito difícil sair de lá depois que estiver dentro. Espero que tenha noção desses perigos antes de adentrar naquele território. 

Yuno assentiu, sabia dos perigos que corria. 

- Escute-me.- Yami aproximou-se ainda mais, baixando o tom de sua voz quase a uma sussurro.- Sei quem você é.

Ele ignorou as sobrancelhas franzidas de Yuno, revirando os olhos. 

- Não finja surpresa, garoto, ambos sabemos que eu estou ajudando-o por um motivo. Agradeça a Asta por eu estar aqui, assim, não será jogado desarmado diretamente entre os lobos. É isso o que grande parte dos elfos são: predadores. 

- Você pode ser o herdeiro desse trono, mas não é um rei. Na verdade, é mais humano do que elfo, precisará aprender com eles, observá-los e descobrir a si mesmo. Consigo ver suas características élficas, que o fizeram destacar-se entre os humanos, sua capacidade de fingir e enganar na corte...- e, parecendo achar graça, Yami sorriu para si mesmo.- Você precisará usá-las a todo momento entre os elfos.

- Eles são perigosos, é compreensível, já que sobreviveram por pouco a completa extinção, essa floresta é seu último santuário, onde estão todo o seu povo e tradição. E há muitas tradições, mais do que posso lhe ensinar em uma caminhada na floresta, você precisará lidar sozinho com isso.  

Yuno assentiu para todas aquelas informações, tentando lembrar de tudo, sabia que utilizaria-as depois. O conhecimento que Yami estava passando para ele era precioso, a maior ajuda que poderia ter recebido.

- Conseguirei lidar com isso.- ele afirmou, sobre o olhar atento de Yami. 

- Vai precisar mesmo, garoto, pois esse não é o verdadeiro problema. Não conseguirá seu trono tão facilmente, seu sangue não basta para tomá-lo. Seu primo, Licht, governa da mesma forma que Aster, baseando-se na corte, ele tem ao seu lado os herdeiros das famílias élficas mais poderosas. A Corte o apoia, assim como grande parte do povo. Mas, há algo que pode servir-lhe de ajuda, quando os elfos abandonaram a Floresta Velha de Clover e vieram para a Grande Floresta de Heart, muitos opuseram-se a isso, queriam ficar com seus líderes e lutar. Agora, após 18 anos, ainda restam pessoas dispostas a lutar ao invés de se esconder, e se você for mesmo um elfo e um rei, saberá usar essa informação da melhor forma. 

Yuno havia chegado até ali sem nenhuma pretensão, apenas querendo entrar no reino dos elfos e descobrir um pouco sobre eles, não imaginava aquela rede de discórdia em que envolveria-se. 

- Você falou que possuía interesses em estar me ajudando. Como isso poderia interessá-lo?

Yami levantou-se, suspirando. 

- Eu fui criado por elfos, Yuno. Assim como você jamais esquecerá os humanos, jamais esqueci esse povo, que também faz parte de mim. Eles merecem um bom líder, merecem alguém que queira lutar pelo futuro.

Yuno assentiu, sem saber como se sentir sobre isso. Era suposto que ele fosse aquele líder, mas não se sentia nada régio naquele momento. 

Yami afastou alguns arbustos com os braços, revelando uma trilha escondida por entre a vegetação. 

- Siga esse caminho, irá levá-lo até Algarath. Cuide-se, garoto. 

Yuno virou-se para agradecer, mas Yami já estava voltando pelo caminho que haviam cruzado, sem olhar para trás. Então Yuno seguiu a trilha que levava até Algarath, sentindo um estranho nervosismo que lhe ocorria poucas vezes na vida. Seria ele capaz de segurar todos aqueles problemas? Agora que estava ali sentia tudo mais intensamente, não haveria volta, estava seguindo um caminho perigoso. Mas não havia resposta para a principal pergunta que girava em sua cabeça, ele queria ser rei? 

Deixou aquelas questões de lado por hora, retirando o feitiço que recobria suas orelhas, fazendo-as parecerem humanas. 

- Estamos chegando.- Sylph falou, voando ao seu lado após Yami partir. Ela costumava esconder-se da maioria das pessoas. 

Yuno percebeu como a estrada parecia se alargar, tornando-se mais fácil avançar, sem precisar desviar dos galhos. Então, subitamente, Yuno parou. Sentindo-se observado, como quando Yami o esperava nas árvores. 

Ele caminhou por mais alguns metros, quando o caminho abriu-se tão largamente que uma carruagem poderia passar por ali, então Yuno viu o dardo voando em sua direção, ele poderia desviar, seria fácil até mesmo desviá-lo com uma rajada de vento, mas ele sabia que precisava ser acertado para poder entrar pacificamente nos domínios dos elfos. Precisava ser capturado primeiro, depois poderia convencê-los de que era um amigo. 

O dardo fincou-se em seu pescoço, espalhando dormência na região, expandindo para o resto do corpo, Yuno sentiu os olhos pesados, vislumbrando figuras pulando entre as árvores antes de cair no chão.

 

Noelle havia drenado todas suas lágrimas, depois havia caído em um sono profundo e sem sonhos, vazio, como ela se sentia. Quando acordou, havia um sanduíche e água para ela no banco, mas não conseguiu comer, apenas bebeu a água. 

Sentia-se esgotada, o pior havia acontecido, Yuno estava longe, seus irmãos estavam longe, Nina estava… Ela arregalou os olhos, enfim lembrando-se das palavras do pai. Não, Nina não estava morta, era um truque de Kun, queria fazê-la sofrer ainda mais, queria fazê-la acreditar que Nina havia a traído e que agora estava morta, mas não era verdade. Noelle não aceitaria aquilo enquanto não pudesse presenciar com os próprios olhos, ela voltaria ao palácio e encontraria Nina lá, mesmo que a tivesse traído, Noelle a encontraria e a abraçaria. E se não a encontrasse, bem, ela não sabia o que faria. 

Quando enfim havia repassado todos os acontecimentos dos últimos tempos na cabeça, ela recostou-se no banco e sentiu uma incrível onda de obstinação tomar conta de si. Não estava disposta a desistir, ainda não e, quem sabe, nunca. 

Havia visto com seus próprios olhos a maldade em Kun, ele era o próprio mal, envolto em sombra e crueldade, dominaria a todos e espalharia sofrimento, deleitando-se no processo. E só após ter esse objetivo completo ele acabaria com o mundo. 

Havia algo de muito errado no cocheiro do pai, o homem não havia parado sequer uma vez por todo o caminho, nem para comer ou beber, eles haviam cruzado o reino até Diamond em apenas um dia. 

Ela observou pela janela as terras secas de Diamond, longos campos sem vegetação, apenas algumas árvores sem folhas e retorcidas. O céu estava cinzento, e até mesmo parecia estar caindo cinzas do céu, estendendo as mãos para fora Noelle sentiu a poeira grudar em sua pele. Ela avaliou o pó negro que sujava seus dedos, restos de coisas queimadas, chovendo sobre a cabeça do povo, o ar era pesado e ela imaginou o quão ruim seria respirar aquilo todos os dias. 

Ao longe, ela viu a origem daquelas cinzas. Estavam queimando montanhas de dejetos, o fogo erguia-se alto, chamativo em meio às cores fracas da paisagem. Noelle tossiu, tapando o nariz com o odor infernal. 

Algumas cabeças viraram-se para vê-los passar na carruagem branca e elegante com o símbolo de Clover. Noelle perguntou-se se eles a odiavam ou a invejavam, observando os rostos sérios e cansados que espiavam pelas janelas. 

As conversas com Mars pareciam ter ocorrido há séculos atrás, no entanto, ela se lembrava quando ele afirmou que ela salvaria seu povo, que seu pai daria comida e exércitos para eles. Mars sequer poderia imaginar o monstro que habitava em Aster, um monstro que arruinaria tudo e não salvaria nada. Ele acreditaria nela? Noelle esperava que sim, pois era sua única esperança. 

A paisagem foi mudando quando eles se aproximaram da capital, Rigel, erguendo-se com muros altos e negros. Noelle semicerrou os olhos, tentando desvendar o que eram aqueles pontinhos ao redor da muralha. 

Ela ofegou, arregalando os olhos e tapando a boca para não gritar. Piscou, tentando negar o que seus olhos viam. Monstros, por todo o lado. Um exército deles, haviam criaturas distorcidas, com pele verde e verrugas por todo o corpo, dentes afiados e olhos animalescos, maldosos. 

Eles não estavam atacando a cidade, organizavam-se ao redor dela, seguindo ordens do rei, provavelmente. Preciso contar isso para Layla, ela pensou, desesperadamente. Preciso avisá-los do que está acontecendo, do que irá acertá-los. 

Noelle quase vomitou quando eles aproximaram-se do portão da cidade, as criaturas estavam longe, e mesmo assim seu cheiro chegava até ali, cheiro de morte e podridão. Eles passaram pelos grandes portões, cercados por guardas humanos, Rigel era uma cidade feita para a guerra, ao contrário da capital de seu reino. 

A cidade de Noelle era linda, uma obra de arte. Suas ruas eram feitas de pedras brancas que brilhavam ao sol e não mantinham a sujeira, as casas eram organizadas simetricamente, todas convergindo para a praça principal, que convergia para o palácio, lindo e ostensivo, com seus vitrais e mármore polido. 

Já Rigel possui ruas estreitas e muitos becos escuros, há sujeira nas pedras marrons do chão, e as casas e lojas estão desbotadas, assim como as pessoas que andam nas ruas. Há mais soldados que cidadãos comuns pelas ruas, a estrada principal que seguiam levava ao palácio, que erguia-se cinza contra o ambiente cinza, trazendo ainda mais obscuridade. Haviam mais muros ao redor do palácio e ainda mais soldados, na verdade, o palácio era uma fortaleza de pedra, com torres de observação em cada lado. 

Noelle sentiu-se ainda mais deprimida, descendo da carruagem quando eles pararam em frente ao palácio. Mars a esperava lá fora, com o rei Rhodes ao seu lado e alguns homens com vestes de nobres. 

- Senhores.- Noelle fez uma reverência, tentando transparecer realeza e tranquilidade, embora só houvesse descoberto que viria para ali há vinte e quatro horas atrás. Deveria estar com o rosto cansado e manchado pelas lágrimas, mesmo assim, tentou manter a compostura.- Majestade.- ela exagerou ainda mais na reverência, virando-se para Rhodes. 

- Princesa Noelle Silva, é uma alegria recebê-la em meu reino. Vejo que estava apressada para casar-se, embora eu não esteja reclamando.- ele riu, sendo acompanhado pelos homens ao seu redor. Noelle forçou seus lábios a abrirem-se em um sorriso educado. 

- É claro, senhor, não vejo a hora desse momento chegar.- talvez ela estivesse exagerando demais, mas os nobres não pareciam ligar para isso, sorriam e a cumprimentavam, mais interessados em paparicar a princesa. 

Ela trocou um olhar com Mars, que não havia falado nada até aquele momento. Ele parecia pálido, talvez pela falta de sol em seu reino, mas também parecia cansado, havia uma barba clara e rala crescendo em seu rosto, que dava a ele uma aparência mais velha. Apesar disso, ainda não haviam sobrancelhas sobre seus olhos. 

- Pai.- Mars falou, chamando a atenção do rei.- Gostaria de falar a sós com minha noiva por um momento. 

- Ah, claro, faça isso.- o rei Rhodes riu de maneira asquerosa.- Só requeiro que estejam na festa em homenagem a princesa essa noite. 

Ignorando o pai, Mars aproximou-se dela, tomando sua mão e erguendo-a para os lábios. Noelle afastou o olhar, sabendo que ele fazia aquilo por pura encenação. Mars ofereceu seu braço para ela, Noelle aceitou a oferta, afastando-se do grupo que a recebeu. 

Quando já estavam longe, ela falou. 

- Mars, isso está errado.- ergueu os olhos para vê-lo encará-la com seriedade. 

- O que exatamente está errado? 

- Tudo isso! Há um exército de monstros do lado de fora da cidade, você acha isso normal? Não se perguntou porque estou aqui antes da data marcada para nos casarmos? Você sabe que eu não viria antes se não fosse forçada. 

- Estou ciente de que há algo acontecendo, mas não vejo como isso pode ser relevante. Sempre há alguma coisa acontecendo quando falamos de reinos, sempre há uma conspiração e tratados a serem feitos, é como a Corte funciona. 

- Não me venha com esse papinho, Mars!- ela afastou seus braços, postando-se em frente a ele.- Dessa vez é pior do que apenas negócios entre reinos, é pior do que uma simples guerra entre povos. 

Mars desceu os olhos frios para ela. 

- Não quero saber, Noelle. Seja o que for que você tenha para me contar, guarde para você. Minha vida já está complicada o bastante, não posso me preocupar com assuntos que estão além de minha ajuda. 

- Mars, eu preciso de sua ajuda.- ela implorou.- Nós não podemos nos casar, eu não o amo, você não me ama. 

- Nunca foi por amor, Noelle, você entendia isso antes.- ele endureceu o rosto.

- Não posso ajudar seu povo, ninguém pode a não ser você mesmo, e não está ajudando agora.- ela observou a mandíbula de Mars tensionar, mas ele não demonstrou irritação. 

- Eu realmente pensei que poderíamos ser amigos, Noelle, mas vejo que não pretende facilitar o processo.- ele segurou seu queixo, erguendo a cabeça de Noelle e fazendo-a encarar seus olhos frios como gelo.- Nós nos casaremos, com você querendo ou não, não é a única que tem coisas a perder, eu tenho tudo a perder, estou confiando em você para fazer o que é certo e manter esse acordo.- Noelle podia ver que ele falava sério, não poderia convencê-lo, Mars realmente acreditava que aquilo era o melhor. 

- Mars…

Ela tentou argumentar, mas então ele a beijou. A boca de Mars era fria contra a sua, ele puxou-a para perto, tentando aprofundar aquele contato, prensando os lábios contra os dela. Noelle quis chorar, bem ali, enquanto Mars apertava seus ombros e tentava empurrar a língua para dentro da boca dela, Noelle sentiu que finalmente desabaria. Empurrou-o, acertando um tapa no rosto do príncipe.

- Não sou seu objeto para agarrar e beijar quando quiser, ainda não sou sua esposa, Mars, então, se me tocar novamente, irei arrancar seus lábios em uma mordida.- ela olhou para ele com raiva, nojo. 

Mars pareceu encolher, voltando a ser a imagem fria e inexpressiva do príncipe de gelo. Olhando através dela, ele falou:

- Pedirei que alguém venha levá-la até seus aposentos.- Mars deu as costas para ela, fugindo como um covarde. 

Noelle soltou um suspiro trêmulo, ainda sentindo o coração bater rápido no peito. Tocou os lábios, ainda sentindo os lábios de Mars, sentiu-se suja. Aquele beijo fora errado de todas as formas, e parecia ainda mais errado que não pudesse evitá-lo. Ela olhou para o céu e as cinzas que choviam ao redor, criando uma camada de fuligem no chão, perguntando-se para que céu Yuno estaria olhando naquele momento. 



 



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