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História The First - Camren - The First - Final parte 1


Escrita por: LaurenAlaska

Notas do Autor


Sim, eu resolvi dividir o capitulo final em dois. Espero que gostem do rumo que as coisas estão indo.

Capítulo 43 - The First - Final parte 1


Fanfic / Fanfiction The First - Camren - The First - Final parte 1

Harry’s House – Little Freak

5 anos depois…

I was thinking about who you are

Eu estava pensando em quem você é

Your delicate point of view

Seu ponto de vista delicado

I was thinking about you

Eu estava pensando em você

I'm not worried about where you are

Eu não estou preocupado sobre onde você está

Or who you'll go home to

Ou pra quem você volta para a casa

I'm just thinking about you

Eu estou só pensando em você

Just thinking about you

Só pensando em você

 

Memórias, risadas, sentimentos, expressões, atitudes, cheiros, gostos, abraços, todos os sentimentos vindo de uma vez ao sentir o ar de Miami depois de um longo tempo.

- Lauren! - John fala assim que me ver parada em sua porta.

Ele me abraça e me sinto em casa. Ele tentava dar um nó em sua gravata. Parecia desajeitado, seu cabelo bagunçado e a cara de quem não dormia direito a dias faziam com quem ele se parecesse velho e cansado.

- Entre, me ajude aqui. - ele fala, e eu vou tentar ajudá-lo com a gravata.

- Estou orgulhosa de você. - falo pra ele, e limpo os pelos de gato de seu terno. - Hoje é a estreia do seu primeiro livro, como se sente?

- Nervoso. - ele diz, e respira fundo. - Muito nervoso.

- Oi, Lauren! - Verônica fala animada ao me ver. - Chegou bem na hora. Tente acalmar esse homem, porque eu desisto. - ela entrega um copo que eu suponho ser água com açúcar e ele vira de uma só vez.

- Eu sei como resolver isso. - digo, e Verônica vem até mim.

- Boa sorte, eu preciso ir na frente pra preparar tudo. - ela fala e me deposita um beijo na minha bochecha.

Vou até o armário de bebidas do John, e no caminho vejo a fotografia de seu filho. John havia arrumado um jeito de viver com essa dor e com a culpa. A morte de Jason não foi culpa dele, claro. Mas algo dentro dele sempre vai sussurrar que ele deveria ter feito algo. Que ele deveria ter agido.

E isso é o tipo de culpa mais difícil de conviver.

John conseguiu seguir em frente, apesar de carregar tanta culpa e dor, mesmo sabendo que a pessoa a quem ele devia perdão estava morta, ele se reergueu, mesmo que eu as vezes o veja chorando baixinho.

- Beba. - entrego um copo de Uísque puro a ele.

- Só você me entende, Laur. - me sento ao seu lado no sofá. - Mais três doses dessas e estou pronto.

- “Quem é você, Alasca?” - pego o exemplar em cima da mesa. - Triste você não me deixar ler antes de todo mundo.

- Você pode ler depois de hoje. - ele fala, e se serve mais da bebida. - Fico feliz de você ter arrumado um tempo pra estar aqui. Depois que você assumiu os negócios da sua família, parece que esqueceu de como é divertido Miami e seu velho amigo John.

- Bem, você sabe que eu sou uma mulher de negócios agora. Eu sempre tenho trabalho pra fazer.

- Você está feliz? - ele pergunta, e me encara. - Sabe, Lauren, faz tempo que nós não temos essa conversa. A última vez que nos vimos, tomamos café no seu escritório, e aquilo foi muito chato. - ele sorrir. - Quero saber se você está feliz? Quero saber o que andou fazendo nos últimos anos, e eu não aceito resposta que envolvam trabalho.

- Acho que estou melhor em fingir que está tudo bem. - digo, e percebo que ele já esperava por aquilo.

- Chloe finalmente te deixou em paz? - ele pergunta.

- Sim, logo depois de ver Camila no dia trote, eu fui até sua casa. - falo, e o pego de surpresa.

 

 

Los Angeles – 5 anos atrás

Estava dirigindo em alta velocidade até o endereço que achava ser da Chloe.

Sentia que tinha chegado no meu limite. Ter deixado Camila pra trás se apaixonando por outra pessoa, me destruía. Me cortava como uma lâmina afiada e eu precisava me vingar, porque só assim eu perderia meus medos.

Chloe tinha feito eu me sentir como uma criança que chora no canto do seu quarto com medo dos gritos de seus pais. Ela tinha me transformado em um amontoado de inseguranças, e eu estava prestes a me livrar disso.

O fardo de ter errado com Camila, ia me assombrar pelo resto da vida. O fardo de ter colocado meus medos acima de tudo, me faz entrar em pânico antes de abrir a porta daquele apartamento.

- Lauren, eu estava esperando você. - Chloe fala, quando empurro a porta semiaberta - Deixei a porta aperta pra você. - ela sorrir.

- Cansei, Chloe. - digo, e sinto meu sangue ferver. - Eu cansei de você.

- Soube que viu Camila hoje. - ela fala, e abre um sorriso debochado. - Isso não estava no nosso acordo, Lolo.

A sala iluminada apenas pela luz da enorme Tv, fazia com o que eu forçasse os olhos para enxergar em minha volta.

Então houve um barulho de soco e um jarro caindo.

- Isso é por Camila. - e lhe dou outro soco nas costelas. - E isso é por ter me feito ter medo. - Sinto minha mão doer quando toca seu rosto bruscamente. - Esse é por ter me feito deixar Camila se apaixonar por outra pessoa. - e eu já não conseguia mais me controlar.

Pouco a pouco sinto as lágrimas se formando em meus olhos. Eu a odiava, mas me sentia vazia. Como se, mesmo a enchendo de socos, eu soubesse que Camila não voltaria.

Camila não voltaria, e agora olhando o rosto da Chloe ensanguentado eu podia entender o quanto fui estúpida.

Estava lutando contra a sensação de desabar em lágrimas, sinto que fiquei mais tempo que deveria presa na ideia de machucar Camila que, sem perceber, eu tinha a ferido de todos os jeitos.

A deixei com dúvidas do meu amor por ela. Eu só queria ficar, mas ela não sabe disso.

Chloe consegue me derrubar e segura suas mãos em meu pescoço. A agarrei pelos braços tentando afrouxar para respirar, mas acabou me causando uma crise de tosse seca e sufocante, que nunca tinha tido igual. As luzes começam a querer apagar em minha volta, e procuro pelo chão algo que eu possa usar.

- Você estava tão preocupada em proteger Camila que não percebeu que você estava destruindo ela. - ela diz, e logo em seguida recebo um soco. - Lauren, você não pode matar alguém que já está morta há muito tempo. - e sinto mais um soco no meu nariz.

Encontro um pedaço do vaso no chão e o acerto bem na sua cabeça.

Vejo Chloe logo em seguida cair, segurando um lado da cabeça, e percebo que está sangrando muito.

Quando consegui respirar novamente, abri e fechei meus olhos repetidas vezes. A garota se arrasta para o canto da parede lentamente e eu passo meus olhos pelo local procurando alguma arma.

As manchas de sangue eram visíveis pelo carpete daquela sala.

Olho para Chloe e seus lábios se moveram, mas não saiu nenhum som. Ver ela encolhida no canto da parede fazia ela se tornar tão frágil. Era dela que eu tinha medo?

A puxei pelo cabelo e levei ao centro da sala, onde estava iluminada pela luz da Tv. Podia sentir minhas veias pulsando com tamanha adrenalina.

- Me matar não vai trazer a Camila de volta. - ela fala e cospe no chão uma poça de sangue.

- Quem disse que eu quero matar você? - falo, e sorriu pra garota.

Ela toca meu rosto, secando minhas lágrimas e deixando sangue por todo local.

- Já ouviu falar em tortura? - pergunto, e coloco uma música na Tv, vou na cozinha e volto trazendo uma faca.

- Tenho pena de você. - ela me olhou diretamente nos olhos, como uma sinceridade inesperada.

Passo a faca de leve em seu pescoço, e a vejo chorar.

- Pense na Camila, Lauren. - ela fala e me encara.

- você não vai conseguir. Não dessa vez. - digo, e faço um corte em sua mão.

Sento em suas pernas, e vejo a garota imóvel e impassível. Sua respiração forte, entrando e saindo do seu corpo estava me dando nos nervos. Só queria acabar com aquilo de uma só vez.

A única coisa que sentia dentro de mim, naquele momento, era o vazio.

Enterrei a faca em sua coxa, e vejo a garota gritar de dor. Ela junta nossos corpos, deixando todas as minhas roupas sujas de sangue.

- Vejo você no inferno. - ela fala, e seu corpo cai bruscamente no chão.

Ela ainda estava viva.

Deixei a garota no chão, gemendo de dor, e fui até a pia lavar as mãos. A torneira soltou um jato leve de água, e por uns instantes fiquei ali, vendo a água avermelhar. Só por um segundo, na penumbra daquela noite, me sinto aliviada.

Estava acabado.

Aquilo parecia tão certo, tão necessário. Precisava achar um culpado por está longe de Camila, e eu tinha um. Chloe.

E agora o que eu faria?

Tinha um vácuo enorme dentro de mim, e não sabia como preenchê-lo.

Camila não voltaria.

Chloe estava acabada.

O que me restava? Por que não estava me sentindo bem?

Sinto o choro vim novamente, e o deixo sair. Um sentimento de que minha missão tinha acabado me preenchia, mas e Camila?

Não era justo.

- Você está me ouvindo? - empurro a garota no chão com o pé, e ela geme de dor. - Não vá atrás de Camila, nunca mais mencione Camila, ou pense na Camila, ou sei lá, não tente fazer nada com ela. Porque eu juro, Chloe, eu mato você. Eu juro que mato você, porque eu não tenho mais nada a perder.

…..

- E depois disso? - John pergunta.

- Eu voltei pra New York, e segui minha vida. - falo.

- Com Keana? - ele pergunta e sentia um julgamento discreto.

- Por que estamos falando de mim? Você vai lançar um livro hoje! Quem é você, Alasca? Caralho! Isso é incrível.

- Está na hora, vamos. - ele vira o último copo e se levanta.

Dirigia tranquilamente enquanto o John balançava a perna sem parar. Chegamos ao local e de longe podia ver várias pessoas sentadas ouvindo uma senhora ruiva falar.

- Você está bem mesmo? - pergunto antes de sairmos.

- Sim, hoje será um dia de muitas emoções! - ele sorrir pra mim.

Ele falava atentamente para todos aqueles jovens sentados que o olhavam diretamente. Pude ver alguns dos meus antigos amigos do outro lado da sala; Dinah, Harry, Vero, Lucy, Normani.

Pareciam tão mais velhos que do que eu imaginava. Harry tinha deixado o cabelo crescer, e parecia mais forte. Lucy estava com a cabeça deitada no ombro de Vero e pareciam concentradas no que o John estava falando.

É inevitável, penso em Camila.

Não conseguia parar de pensar em como tudo mudou, ou em como estaria minha vida agora se tivesse ficado em Miami.

Era esquisito pensar que agora para Camila eu seria uma estranha ou apenas uma velha conhecida. Não que eu esperasse mais que isso dela, mas era estranhamente esquisito.

- Miles tem fascinação pelas últimas palavras que grandes pessoas disseram antes de morrer, mas ele está cansado e entediado. - John falava para todos sobre o seu livro. - Assim, como a maioria dos jovens estão atualmente, cansados e entediados.

Vejo de relance uma garota entrar, forço meus olhos para a direção da porta e a vejo.

Camila.

Seu cabelo cresceu, e sua pele estava um pouco mais bronzeada. Ela carregava uma bolsa enorme e um molho de chaves nas mãos. Parecia atrapalhada e eu riria da situação se não estivesse tão nervosa.

Ela abriu um sorriso largo ao ver Harry, e eu não estava preparada para aquele momento. Em um segundo parecia que eu tinha 16 anos e tudo voltou.

Eu conseguia sentir tudo de uma vez, apesar de todos os anos que se passaram, eu ainda sentia.

Sentia o seu toque na minha pele, e do seu abraço ou de como ela me fazia rir com suas piadas ruins. Lembro dos seus olhos castanhos profundos e radiantes e de suas conversas tediosas sobre Física que eu amava.

Quando eu resolvi ficar na minha e me afastar, porque as circunstâncias me exigiam isso, esperava que todo esse sentimento fosse passar. E passou, mas agora aparentemente tudo voltou, por que eu a vi sorrir???

Droga! Droga! Droga!

- Miles conhece Alasca Young. Engraçada, louca e incrivelmente sexy. Ela vai arrastar Miles para o seu labirinto de sentimentos. - John fala e uma das pessoas levanta a mão. - Pode falar. - ele diz.

- Miles é o estereótipo de nerd e a Alasca da garota popular?

- Não. Miles é um jovem perdido, que se prende as últimas palavras porque é a única coisa que ele tem. E bem, a Alasca está em constante conflito e sofrendo muito, apesar de viver cheia de amigos, ela era solitária. E ela sentia que as pessoas não a viam da maneira que ela precisava ser vista.

- Parece que o John tem sua favorita! - Dinah grita fazendo todos rirem, inclusive Camila.

- Nada disso. - John sorrir. - Alasca apenas é a peça central que une todos desse livro.

Ele continuou falando a respeito do livro, e no final as pessoas que estavam ali formaram uma fila para John autografar.

Fico sentada no final da sala longe de todos, estava orgulhosa de John. Apesar de saber que Alasca era um reflexo meu, ferrada e inconstante, eu queria muito chegar em casa e ler o livro.

Vejo Camila sentada numa poltrona olhando atentamente o John falar. Ainda me lembro das memórias que tivemos juntas. Lembro de como ela ria com minhas gracinhas bestas, ou de como ela me fazia sentir.

Observo Camila de longe. Ela estava empolgada falando com o John e balançava seu molho de chaves nas mãos. Como quem não quer nada vou até o John. Ela ainda não tinha me visto, pelo menos eu não notei.

- Ei! Parabéns. - falo e toco no ombro do meu grande escritor, e sinto os olhos de Camila sobre mim.

- Como eu me sai? - ele pergunta animado, e olha alternadamente para nós duas.

- Muito bem. - Camila fala e sorrir.

- Faz muito tempo, então deixe-me apresentar vocês. - John brinca o que faz Camila ficar sem graça. - Camila essa é a Lauren. E Lauren essa é a Camila.

- Oi, Camila. - falo e sorriu para a garota a minha frente.

- Ah, Oi. - ela me parecia perdida. Podia sentia o cheiro do seu cabelo recém-lavado, e do seu hidratante.

Ela era daquele tipo de garota que seria facilmente amada. A garota que qualquer cara gostaria de ter ao lado, porque isso implicaria em momentos extremamente fofos e divertidos. Ela era aquele momento onde o vento bate no seu rosto na beira da praia, ela era a vida percorrendo em cada veia.

- Eu preciso ir, tenho aula daqui vinte minutos. Mas foi tudo incrível, John. Tipo, “Quem é você, Alasca?” Eu tenho certeza que você vai me fazer chorar de novo. - ela falava para John animada, enquanto fingia não me ver.

- Eu tenho certeza que você vai gostar, Mila. Miles é a garoa e Alasca um enorme furacão. Você sabe, o oposto um do outro. - ele fala, e eu quero acreditar que isso não tem nenhuma ligação entre nós duas. - Leia e me ligue para me contar o que achou. - ele fala quando a garota o abraça para ir embora.

Então ela sai, e meus olhos a acompanham até saída.

Tentava reprimir qualquer sentimento de saudade. Eu não deveria sentir isso, eu não deveria sentir nada disso.

Cinco anos se passaram e ela me parecia a mesma.

Cinco anos é tempo o suficiente para superar alguém. Então, por que eu ainda sinto isso?

- Lauren? - escuto John falar.

- Oi, grande escritor. - falo e sorriu para ele.

- Tenho um presente pra você. Vem comigo. - ele puxa meu braço até uma sala reservada.

- Você é casado, pare! - brinco quando ele afrouxa a gravata.

- Cala boca. - ele rir e procura algo na sua mochila. - Obrigado por me dar inspiração para escrever “Quem é você, Alasca?” Isso é pra voce. - e me entrega um livro.

The First.

- Eu não estou querendo revirar algo do passado ou qualquer coisa parecida, mas eu escrevi sobre você e Camila, e não sei se existe mais um momento certo para entregar isso, não ache que estou querendo forçar você a algo, enfim pegue.

- The First? - olho a capa sem entender nada. - Uma garota fumando cigarro o que tem a ver comigo e a Camila?

- Eu queria muito por uma foto de vocês na capa. - ele rir. - Mas seria algo muito fanfiction, sei lá. Peguei a primeira foto que achei na internet. - ele diz e é minha vez de rir.

- Ai meu deus, John. O que você escreveu aqui? - pergunto ao folhear o livro.

- Você sabe, vocês, a viagem, o pós viagem. Tem até um capítulo só meu. - ele sorrir animado. - Adoro quando o escritor se autointitula um personagem e entra na obra. A história é de vocês. Eu juntei tudo o que vocês me contaram. Camila desabafou comigo a noite que você foi embora, porque eu era algo mais próximo que ela tinha de você.

- John…

- Quero que leia tudo isso. Sem nenhuma pressão, eu fiz porque amo vocês. Eu amo você, e amava o jeito como você levava a vida. Amava o seu Eu quando estava com Camila, e eu quero isso de volta. Quero a Lauren desse livro de volta, com Camila ou sem. Isso não importa pra mim, eu quero a antiga Lauren Jauregui.

- Eu estou bem aqui, John.

- A Lauren que eu conheci nunca aceitaria trabalhar dez horas por dia dentro de um escritório. A Lauren que eu conheci não tem medo, ela correria atrás do que ela quer sem pensar duas vezes.

- Eu sou uma mulher adulta agora, eu tenho responsabilidades. - falo tentando me defender.

- Você só tem 23 anos! Você está na flor da idade! Ainda dá tempo de roubar outro carro e sair por ai cometendo irresponsabilidades. E se sua mãe perguntar, eu nunca disse isso.

- Obrigado, John, mas o carro era emprestado. Amo você. - falo e dou lhe dou um abraço apertado. - Prometo que vou ler.

- Amanhã a gente vai se encontrar na lanchonete da Tiffany, porque quero debater The First com você. - ele sorrir pra mim e me entrega outro livro. - Leve o meu, porque se não Verônica vai acabar vendo e querendo ler, e embora eu tenho tirado todas as cenas explícitas, acho que você não vai querer isso.

- Então nos vemos amanhã na lanchonete da Tiffany para o nosso clube de leitura. - falo e ele concorda com a cabeça.

- Amanhã as quatro horas da tarde. Nunca tem ninguém lá esse horário.

(…)

Amadurecer era aquele momento da vida onde começamos a gostar de café, porque mesmo ele amargo ele acaba agradando no paladar. É aquele momento quando olhamos para nossos medos do passado e rimos, porque achávamos que não íamos sobreviver e estamos de pé até hoje.

Amadurecer é quando dormimos em paz sem pensar tanto no que nos disseram, porque palavras e atitudes de outras pessoas já não nos afeta tanto. É aquele momento quando você vive sem ressentimentos, quando você se perdoa apesar de tudo.

Acordar todos os dias tendo coragem para enfrentar seus medos, sabendo que sempre terá mais um próximo dia, uma próxima chance, um próximo adeus, um próximo Oi. Amadurecer é isso, é acreditar que algo sempre pode ser consertado, e quando no fim você achar que não puder, você sobrevive com isso.

Dirijo até a lanchonete me questionando se passei meus últimos cinco anos enganando a mim mesma. Eu gostava de manter a minha mente ocupada nas coisas da empresa, porque eu chegava tão cansada que não conseguia pensar em mais nada além de dormir.

Trabalhar tinha me mantido ocupada para pensar em coisas como Camila.

Apesar de amar Keana, e da amizade dela ter se transformado na minha coisa favorita do mundo. O vazio da Srta Careta não seria preenchido.

Mesmo eu tendo todos os motivos para amar Keana do jeito certo, eu não conseguia.

 

New York - 3 anos atrás

- Nós somos infinitos! - Keana grita com a cabeça pra fora da caminhonete.

Estávamos dirigindo em alta velocidade em alguma rodovia de New York e seus olhos brilhavam.

Ela amava viajar no banco do passageiro. Ela dizia que conseguia observar melhor o mundo, que conseguia sentir melhor ele girando ao seu redor.

Keana tinha esse lado todo poético que eu amava. Ela era minha companhia em todas as noites de sábado, e pelo menos uma vez na semana eu me sentia viva de novo.

- Por que paramos? - ela pergunta.

- A vista daqui é linda. Dá pra ver toda a cidade. - falo e desço do carro.

Subo na traseira da caminhonete e ela faz o mesmo.

- Você é engraçada. - ela fala sentada ao meu lado. - Gostei do seu cabelo assim.

- Eu só cortei um pouco. - digo, e encaro os prédios a minha frente.

É engraçado como o amor é amplo e infinito.

Amava estar com Keana, e sentia que poderia me apaixonar por ela a todo instante, mas isso nunca acontecia. Talvez porque eu pensasse demais nisso, e as coisas não fluíam da forma que deveriam.

Era muito complicado pra mim, eu não sabia o que queria. Tenho e não sei exatamente o que quero. Parece que o tempo todo eu quero outra coisa, nunca é o que meu cérebro tenta me convencer. Sempre faltava algo, mesmo que eu tentasse ignorar. Nada era o suficiente e eu sabia que devia deixar ela ir, mas eu saberia que ia doer.

Estava sendo egoísta mais uma vez. Dessa vez com Keana.

- Feliz aniversário. - ela fala baixinho ao meu lado. - Eu sei que você odeia essa data, e por alguma razão tenta fugir dela. Mas eu estou feliz por hoje.

- Marie, você é tão fofa. - digo, e deito a cabeça em seu ombro.

- Você se sente melhor? - ela pergunto e entrelaça nossos dedos.

- Sim, sinto que estou finalmente entrando nos eixos. Eu tenho uma empresa pra cuidar agora, e uma terapeuta gata

 

Yes, I'm changing – Tame Impala

Yes, I'm changing, yes, I'm gone

Sim, estou mudando, sim, eu me fui

Yes, I'm older, yes, I'm moving on

Sim, estou mais velho, sim, estou seguindo em frente

 

- Deixe-me te contar uma coisa, você não pode ser salvar por ninguém. - ela fala e eu a encaro. - Você acha que quer ser salva por alguém, mas ninguém pode fazer isso, Michelle.

- Como assim? - pergunto confusa.

 

Life is moving, can't you see?

A vida segue, você não vê?

There's no future left for you and me

Não há futuro para você e para mim

I was hoping and I was searching endlessly

Eu estava esperando e procurando incessantemente

But, baby, now there's nothing left that I can do so

Mas, querida, agora não há mais nada que eu possa fazer

 

- Eu li uma vez algo como quando você pega no sono numa floresta e um lobo aparece. E você espera ser acordada por alguém. Ou espera que alguém espante o lobo, ou atire nele. Mas quando você se dá conta de que o lobo está dentro de você, é quando finalmente percebe que ninguém pode te salvar. Você não pode fugir dele, e ninguém que você ama pode matá-lo, porque ele faz parte de você. Eles não vão atirar porque estão vendo seu rosto nele.

- Ninguém pode me salvar de mim mesma. - falo e suspiro. - Você não pode me salvar, é isso que está querendo dizer.

- Mesmo que eu queira, eu não posso.

Existem muitas formas de demonstrar amor. A da Keana era me dar sermões os quais eu ia passar a semana toda me questionando.

Podia sentir a respiração de Keana. Dou um beijo no seu nariz e a puxo para um abraço apertado.

- Obrigado por estar aqui. - falo, ainda a segurando no abraço.

Keana me encara e sorrir, e sem pensar direito eu a beijo.

Seu beijo é profundo e intenso, mas tímido e lento. Parecia que nossas bocas imploravam um pouco mais de tempo ali. Sentia sua mão em volta da minha nuca acariciando suavemente o local.

Eu senti todas as fibras do meu corpo quando ela me puxou mais para si. E eu retribui, e como não poderia retribuir? Tudo que eu queria naquele momento era beijá-la

 

So don't be blue

Então, não fique triste

There is another future waiting there for you

Há outro futuro esperando por você

 

Era quase como que de certa forma, eu estivesse me apaixonando por ela.

Keana havia me ensinado que minhas dificuldades não são defeitos, são partes de mim que me tornam completa. Ela me ensinou a ser a melhor pessoa que eu poderia ser. Ela me conheceu, ela conheceu todos os meus monstros e permaneceu.

 

Yes, I'm changing, can't stop it now

Sim, estou mudando, não posso parar agora

And even if I wanted I wouldn't know how

E mesmo que eu quisesse, não saberia como

Another version of myself I think I found, at last

Outra versão de mim mesmo acho que encontrei, finalmente

 

Os lábios de Keana tinham gosto de Champane e morango, e tocá-los me dava esperança. E apesar deu saber que ela não poderia me salvar, ela estava me ajudando com o lobo dentro de mim, e eu seria eternamente grata.

Deslizo minha mão até seu rosto e o seguro afastando nossos lábios para encará-la.

Vamos, coração. Deixe Keana entrar.

Sentia que os pensamentos que eu tanto afastava iam retornar; Camila.

Descobri que Camila não era uma exceção.

Descobri que podem existir garotas incríveis, assim como ela.

Descobri que haviam outros universos bonitos para serem explorados.

Descobri que existiam piadas tão ruins quanto as dela.

E mesmo fazendo todas aquelas descobertas, eu ainda queria que fosse ela.

E que no final de tudo eu terminava o dia pensando em Camila.

Droga, Lauren!

- Isso foi… estranho. - Keana fala e parecia confusa.

- Desculpe, eu meio que te peguei de surpresa. - falo, e a vejo sorrir.

- Foi uma surpresa e tanto. - ela fala, e volta a deitar sua cabeça em meu ombro. - Mesmo sabendo que você não deveria ter feito isso.

- Por que? Foi ruim pra você? - pergunto assustada.

- Não, não é isso. Eu gosto de estar com você, Lauren. Eu gosto de subir no terraço quando você chega do trabalho e dançar com uma música imaginaria que só existe na nossa e que nunca decidimos qual é. Eu posso está dançando sei lá Michael Jackson, e você Billie Eilish. - ela sorrir. - Eu gosto disso, eu gosto de você. E não estou te cobrando nada, eu nunca cobraria. Eu estou feliz com o que você tem a oferecer, e isso é o suficiente.

- Keana… - tento falar, mas sou interrompida.

- Vamos manter as coisas na área da amizade. - ela fala.

- Está me dando um fora? - pergunto, de certa forma sentindo um alívio. Um alívio que eu não queria sentir.

- Oh, não! Vai por mim, eu queria muito namorar você, mas sabemos como histórias de amor terminam.

Eu também, Keana. Eu queria muito poder me apaixonar por você, mas não é assim que o universo funciona. Ele nunca faz o que queremos.

- Nós somos feitos de Histórias, Lauren. - ela me diz.

Engraçado ouvir isso, pois tinha aprendido com Camila que somos feitos de átomos.

….

 

- Lauren? - Tiffany fala com a caderneta em mãos. - Meu deus, garota! Como você cresceu.

- Ei, tudo bem? - levanto e abraço a mulher na minha frente.

- Sim, e você? - ela falava animada. - Agora só quer saber do frio de New York. O que vai querer?

- Torta de Mirtilo. A velha e boa torta de mirtilo. - falo e ela anota.

- Está esperando alguém? - ela pergunta.

- Sim, o John já está chegando.

Estava observando como a lanchonete continua a mesma apesar dos anos. O mesmo carpete, o mesmo papel de parede. O que facilitava minha mente a pensar em Camila.

Foi aqui que começamos a viagem e foi aqui que terminamos ela. E agora, depois de cinco anos eu estava aqui novamente.

 

Stay – Gracie Abrams

 

You told me something when I left but I don't remember

Você me disse algo quando fui embora, mas não me lembro.

Maybe 'cause all I could do then was stare at the floor

Talvez porque tudo o que eu pude fazer foi encarar o chão

 

Vejo a porta da lanchonete se abrir e passo meus olhos procurando o John. Mas não era ele.

A garota que eu amei de verdade tinha acabado de chegar e aquilo me assustou. Tinha virado a vilã, tinha carregado toda a culpa, eu peguei o papel da sem coração, na esperança de que um dia ela se lembrasse de quem eu era, e de quem eu fui.

 

And maybe I should've but I never told you I'm sorry

E talvez eu devesse, mas eu nunca te pedi desculpa

Know that I tried but my words always got in the way

Saiba que eu tentei, mas minhas palavras sempre entraram no caminho

 

Estava cansada de ter medo. Estava cansada de me esconder e tentar lutar contra o meu coração.

Vejo ela se aproximando de mim, e me parecia confusa também.

- Você viu o John? - ela pergunta. - Ele marcou comigo aqui as quatro.

Filho de uma mãe. - penso e riu mentalmente.

- Ele marcou comigo aqui as quatro também. - falo e a vejo sorrir.

- Acho que ele nos pregou uma peça. - ela fala e rir.

Eu nunca teria a feito sofrer se eu não soubesse que esse seria o único caminho. E naquele momento, eu sentia que precisava quebrar o silêncio de cinco anos, porque vendo ela ali, eu sabia que nunca a esqueceria, e não ia mais lutar contra isso.

- Sente-se. - falo, e a garota parecia indecisa se deveria ou não ficar ali.

- Tudo bem, acho que tenho um tempo antes da próxima aula. - ela fala, e quero perguntar se ela dava aulas ou se estava terminando seu curso ou o que ela estaria fazendo.

 

Could you hold me without any talking?

Você poderia me segurar sem falar nada?

We could try to go back where we started

Poderíamos tentar voltar para onde começamos

 

- Ele te falou porque te chamou aqui? - pergunto, e sentia minha mão tremer de nervosismo ao estar de frente com Camila.

- Ele disse que tinha um livro pra me entregar. - ela fala, e desbloqueia seu celular.

 

I don't even have to stay

Eu nem tenho que ficar

I don't even have to stay but

Eu nem tenho que ficar, mas

 

- Camila. - falo, e ela me encara.

- Oi, Lauren. - ela diz neutra enquanto me olhava nos olhos. - Seu cabelo está mais curto de como eu costumava me lembrar. - ela toca nas pontinha que iam um pouco abaixo dos meus ombros.

- É bom ver você. - falo, e ela sorrir.

- É bom ver você também.

- Acho que John queria te entregar isso. - falo e tiro os dois livros da minha bolsa.

The First.

- São os rascunhos de Quem é você, Alasca? - ela pergunta confusa ao tocar no livro.

São os rascunhos do nosso amor. - penso.

- Ele escreveu sobre a gente. - falo e engulo em seco. - É a nossa história resumida em algumas páginas.

 

If I woke up with you in the morning

Se eu acordasse com você de manhã

I'd forget all the ways that we're broken

Eu esqueceria todas as maneiras que estamos quebrados

I don't care if you've changed

Eu não ligo se você mudou

 

- Isso é sério? - ela pergunta surpresa e folheia as páginas.

Eu tinha lido todo o livro na noite passada, e sabia que quando Camila lesse ela descobriria sobre Chloe, sobre tudo que eu tive que fazer. Isso fazia meu estômago doer, porque não sei qual seria sua opinião quando ela descobrisse que eu fugi dela, que eu fui embora por medo.

- “Personalidades diferentes, vidas diferentes, estilos diferentes, pensamentos diferentes, sentimentos iguais” - ela ler muito empolgada e começa a rir. - Ai meu deus, não acredito que ele fez isso!

- Eu li tudo ontem a noite. - falo, ao observar ela lendo o livro. - Bom saber que você ficou com a Vero, Camila. - brinco e ela me olha surpresa.

- Ele colocou isso? - ela pergunta com um sorriso divertido. - Você estava com a Lucy! E a Vero é muito sexy na verdade.

- É bem triste ler sobre o cachorrinho que a gente não voltou para pegá-lo.

- Ei! Não me dê spoilers! - ela brinca e rimos.

Apesar dos apesares, ainda existe aquela pessoa que conheci há uns anos.

Seria estranho eu contar pra ela agora que meus sentimentos não havia mudado? Será que ela acreditaria em mim? E se eu a abraçasse e falasse que eu ainda estou aqui e que sempre vou estar? E se eu contasse que ela era única coisa que me deixava vulnerável? Ela sairia correndo e me acharia louca?

 

I don't remember the last time I heard from your sister

Não me lembro da última vez que ouvi sobre sua irmã

Didn't expect to but I sorta thought that I would

Não esperava, mas eu meio que pensei que iria

Wish I could tell you by now that I felt more indifferent

Gostaria de poder te dizer que eu me sinto mais indiferente

catch myself thinking about you more than I should

Me pego pensando em você mais do que deveria

 

- Ele colocou muitas coisas. - falo, e temo. - Muitas coisas que eu queria que você ouvisse por mim, mas eu não tenho coragem de falar.

- Coisas como o que? - ela pergunta e seu sorriso se desfaz.

- Coisas sobre o porque de eu ter ido embora de Miami.

- Você não só enjoou daqui? - ela pergunta séria. - Sei lá, New York não era mais legal que Miami?

- Não, não foi isso. Eu não consigo dizer, parece que tem um nó na minha garganta. Eu nunca enjoei de Miami, eu nunca enjoei de você.

- Lauren, não vamos voltar nisso, certo? - ela parecia fria e indiferente. - Não somos mais a mesma de cinco anos atrás. Aquilo não tem mais importância. Isso não tem mais importância. - ela fala e me mostra o livro.

- Não, Camila. Eu fiquei em silêncio por muito tempo. E agora eu estou de volta, e não posso deixar isso de lado.

- Você não me deve nada, Lauren. - ela diz e aperta minha mão. - É bom ver você. Bom saber que está bem depois de tanto tempo. Acho que por muito tempo eu me questionei isso. Mas o que a gente teve acabou, não me faça voltar nisso.

Mas se o mundo estivesse acabando, você viria, certo?

Eu quis que o mundo acabasse infinitas vezes só pra ter uma desculpa para estar aqui.

- Eu senti sua falta. - falo de uma só vez. - Eu não sei se o momento é oportuno, mas eu senti sua falta, Camila.

- Você não pareceu se importar quando foi embora. - ela fala, e eu sinto o peso de suas palavras. - Sabe, Lauren. Eu lembro que teve uma época que eu chorava todo dia no banheiro da escola. Porque eu só queria que você me amasse. Que voltasse pra mim.

- Todas as minhas fugas foram tentativas de salvação. - digo e encaro minhas mãos.

- Acho que finalmente aceitei que você estava passando por algo e nunca foi realmente comigo. Por isso, não conseguia te odiar como todo mundo. Eu espero entender o que se passou ao ler isso. - ela sorrir ao ver o livro.

- Obrigado por não me odiar. - falo e percebo que estou quase chorando.

Eu me privei todo esse tempo de dizer o que sinto, mesmo a vendo a chorar, mesmo a vendo sofrer, porque sabia que se abrisse a boca eu arruinaria seu futuro. Futuro esse que eu não faço a mínima ideia de qual ela está vivendo.

Eu não sei seus novos hobbies, não sei se está com alguém novo, não sei se ela está estudando Física. Eu não sei mais nada a seu respeito.

- Você está bem? - pergunto depois de um tempo.

- Sim. Eu tenho bons amigos aqui em Miami e amo meu trabalho na mesma intensidade que amo meu curso. É bom permanecer aqui. Ver minha irmã crescer. Poder reunir os amigos final de semana e conversar bobagens em frente uma fogueira.

- Está trabalhando?

- Oh, sim. - ela diz e coloca o livro no canto da mesa. - As vezes eu esqueço que você passou tanto tempo longe. Eu sou professor na universidade que eu estudo. - ela fala e eu sorriu orgulhosa.

- Você é tipo um prodígio? - pergunto.

- Digamos que sim. Eu estou estudando Física Teórica, e os diretores da universidade me convidaram para ministrar algumas aulas. Sabe, não é algo tipo cansativo. Eu gosto, consigo aprender mais ensinando.

- Isso é incrível. - falo, e ela sorrir.

- Eu preciso ir agora. Vou tentar ler The First o mais rápido possível. - ela diz e seu celular toca. - Oi, Rex. - ela fala ao atender. - Estou indo pra lá agora. Quer carona? Certo, passo ai em alguns minutos. Tchau, Baby. - e ela desliga.

- Nós vemos depois? - pergunto. - Eu preciso ter alguém pra debater o livro. - me justifico.

- Dinah vai dá uma festa esse final de semana. Venha, e nós podemos fugir por uns dez minutos e montar nosso clube de leitura. - ela se levanta. - Não fuja de novo. Eu também senti sua falta.

Eu nunca entendia quando lia nos livros sobre borboletas no estômago. Ou querer tanto alguém que essa vontade ultrapassaria o Espaço Tempo. E naquele momento eu sentia tudo aquilo como na primeira vez.

O som da sua voz me fazia querer a ouvir por horas. Eu ouviria todas as histórias que ela quisesse me contar. Conhecer Camila foi o maior acontecimento da minha vida, e com ela eu me sentia invencível. E poder sentir tudo aquilo voltando de novo, ardia meu coração.

- Nós vemos final de semana, então. - digo. - Aproveite o livro.

- A maior história de amor que nunca foi contada. - ela fala e sorrir pra mim.

Quando Camila sai, percebo que eu estava sorrindo feito idiota.

Oh, deus, eu ainda a amo.

Pego meu celular e resolvo ligar para a Keana.

- Oi, Michelle. - ela fala assim que atende.

- Preciso que pegue o Algernon, e leve pra sua casa.

- Por que? - ela pergunta confusa.

- Decidi que vou passar um tempo em Miami, eu preciso que cuide dele.

- Eu não sei cuidar de um rato. - ela fala, mas sabia que ela já estava saindo do seu apartamento.

- Você só precisa da comida e brincar com ele um pouco. Vai por favor, eu não tenho mais nenhum amigo pra pedir.

- A Leah vem dormir aqui hoje. - ela fala. - Eu não posso pegar ele amanhã?

- Não, Marie. - digo, e finjo tristeza. - Ele não pode dormir sozinho.

- Tá bom, Michelle. - ela diz e sei que revirou os olhos. - Vou ficar com sua coleção de cartinhas do Yu-Gi-Oh!

- Ta, ta bom, fechado. Mande um abraço pra Leah, e usem proteção! - brinco e posso ouvir o som da sua risada.

- Idiota. - ela diz.

Estou de volta, Miami. E mostraria pra Camila que apesar de tudo, eu sempre a amei. John havia me dado a oportunidade de uma segunda chance, e eu não ia desperdiçar.


Notas Finais


Sim, agora temos uma Lauren decidida.


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