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História The freedom in red is blue - ...por que tinha medo da própria escuridão.


Escrita por: Gabymeme

Notas do Autor


A frase que se forma juntando as frases do capitulo 3 e 4 é de Mario Quintana.
Obrigada por comentarem e quero que mais gente comente, fiquei muito feliz.
Espero que gostem.

Capítulo 4 - ...por que tinha medo da própria escuridão.


Alice nunca foi uma peça no jogo e é muito triste que ela esteja pensando que eu a usei desta maneira. Eu nunca faria isso.

A decisão de dar-lhe meu trono era apenas uma opção inicialmente, uma carta na manga que seria usada somente em um momento sem outra alternativa. Eu planejava treina-la, e, muito em breve, contar o que eu havia decidido.

Foi por isso também, que eu escolhi as pessoas certas para revelar o que eu havia planejado. As pessoas que eu teria certeza que jamais colocariam a vida de Alice em risco ou a tornassem uma suspeita.

- Soberana? – Mctwisp foi o primeiro a chegar. – Algum problema?

Eu neguei com a cabeça.

- Sente-se, por favor. Sei que é tarde, mas, eu não podia marcar uma reunião na sala de conferências seriamos obrigados a abrir uma ata, e este... –minhas mãos mexiam-se nervosamente - é um assunto que terá de ser ocultado.

- Entendo - ele disse sentando-se nas cadeiras que eu havia colocado em meu quarto, eram três no total.

Minha irmã foi a próxima a chegar, deu-me um abraço e sentou-se ao lado do coelho.

- Não me diga que é sobre aquele assunto de novo? – Iracebeth perguntou e eu assenti – Você está ficando completamente pirada, isso é um despautério.

- Com licença, majestade. – O Chapeleiro chegou um pouco afobado e abobado, sentou-se ao lado de Iracebeth.

- Falando em maluco... – Iracebeth resmungou, contudo, ninguém importou-se.

- Chamei vocês aqui, por que são da minha extrema confiança e sei que jamais me decepcionariam. – Eu estava nervosa, mas aquilo era o certo a se fazer. – Eu tenho tido sonhos que tiram minha mente do lugar e causam-me um pressentimento muito ruim.

- A soberana já falou com Absolem?

- Sim, mas o farei amanhã novamente. Contudo, venho alimentando está ideia a algum tempo em minha cabeça e...

- Você não irá realmente colocar Alice no trono por causa dos seus sonhos estúpidos com aquela rainha horrorosa vai? – Iracebeth interrompeu-me e causou espanto nos demais presentes.

- É a decisão que tranquilizará meu coração. – Disse simplesmente, minhas mãos em meu rosto.

- Se me permite, majestade, gostaria de dizer que concordo com Iracebeth. Alice não é sucessora natural, isso causaria uma bagunça nos reinos vizinhos que estão em guerra e esperam uma posição sua.

Eu suspirei pesadamente, a guerra parecia cada vez mais perto, quase batendo a porta de nossos limites. – Eu nunca entregaria meu reino para qualquer daqueles reis. Vocês sabem o que eles fariam, sabem como ficaria Wonderland.

 - Porém, você não pode apenas entregar seu reino para Alice. Ela é uma heroína de guerra não uma rainha.

- Eu discordo de você, Mctwisp. Alice se mostra muito responsável e apta para assumir o reino com o devido preparo. – Por que era tão difícil respeitarem minha decisão. – Não acha, Chapeleiro?

- Eu...Eu... – Ele gaguejou por instante parecia não saber o que estava acontecendo. – Alice rainha, eu nunca imaginei ser possível.

Eu sorri, sabia da sua relação com ela e ficava muito feliz.

- Por que ele está aqui, irmãzinha? Ele é o namoradinho dela, é claro que ficaria feliz até saber que se ela for coroada não poderá ficar com ele. – Iracebeth não mediu suas palavras, mas, infelizmente era uma coisa que eu não havia pensado.

- Não estamos falando sobre os relacionamentos de Alice, estamos falando sobre o bem estar do reino e de como podemos salva-lo das pilhagens que um rei desconhecido fará.

- Você sabe que ela não pode ser rainha por causa daquele motivo.

- Nunca foi comprovado, Iracebeth! – Me exaltei assustando a todos. –Desculpem-me. Então, vocês estão do meu lado ou contra mim?

- Eu não concordo com sua decisão. – Mctwisp falou.

- Eu concordo com o que a bola de pelos falou.

Olhei para Tarrent.

- Algum problema, Chapeleiro? – Toquei seu joelho, ele espantou-se um pouco, porém, recuperou seu olhar.

- Eu não concordo, majestade. Alice era apenas uma criança quando chegou aqui, jamais demonstrou a muiteza para ser rainha, apesar de ter matado o Jaguardarte. Ela não é uma heroína de guerra por que nunca quis o fazer, mas, também não é forte o suficiente para ser uma rainha, digo, não lida com as pressões. – Quando ele terminou parecia mais aliviado, todos o olhavam com certa admiração e confusão.

- Eu acho que ela é capaz justamente por sua coragem, Chapeleiro. Claro que ela não pode lidar com tudo, pois até mesmo para mim, demorou até que conseguisse expor o que eu queria e achava justo, mas, com o tempo tenho certeza que conseguirá a confiança de todos assim como conseguiu a minha.

Ele suspirou pesadamente.

- Eu não concordo, Mirana. – Respondeu-me abaixando o olhar.

- Bem, então não posso fazer nada. – Levantei e andei pelo quarto. – Concordando ou não, eu ainda sou a rainha e vocês me devem obediência. – Iracebeth revirou os olhos, eu não me importei. – É uma medida de segurança, apenas. Só irá acontecer se eu... – minha boca ficou seca – morrer. É para evitar que qualquer um sem as qualidades necessárias assuma.

- Medo daquele alguém voltar, irmãzinha?

- Silêncio, Iracebeth! – Ela se calou. – Certo, Tarrent quero que guarde essa carta para mim. – Fui até o criado mudo destranquei e peguei o testamento – Ninguém deve saber onde está, nem mesmo eu, você entendeu?

- Mas é o testamento! – Mctwisp falou e eu assenti. – A senhora mudou-o novamente?

- Sim, eu mudei. – Virei-me para o Chapeleiro – Esconda na biblioteca, mesmo que passem anos procurando quero isso escondido. Iracebeth, você jamais deve revelar o que sabe e muito menos tentar ter o reino novamente, está bem?

- Eu sei minha punição. Não sou tão – ela olhou para o Chapeleiro – maluca assim.

- Mctwisp, meu fiel amigo e conselheiro, quero que cuide de Alice como cuidou de mim, quero que a ensine, quero que a prepare e principalmente que não a deixei cometer algum erro grave.

- Farei o meu melhor soberana.

Eu assenti, as ordens estavam dadas. – E por último, Tarrent Hightopp, quero que cumpra as ordens desse testamento mesmo que elas não o fizerem feliz, mesmo que não concorde e mesmo que você não entenda.

- Mas....

- Prometa em nome de sua lealdade a mim.

- Eu o farei. – Ele abaixou os olhos e concordou.

*

Ser soberana traz muitas preocupações e eu vejo que Alice já está sentindo isso na pele.

Depois do que o Chapeleiro disse, ela ficou desesperada. Infelizmente, ela acabou entendendo tudo errado. Infelizmente Tarrent colocou seu sentimento a frente das minhas ordens confundindo a então rainha.

- Alice! – Iracebeth a chamou quando a viu correndo para fora dos jardins. – Volte aqui, garota estúpida!

Mesmo a contragosto e com lágrimas em sua face ela virou-se. Era de cortar o coração.

- O que foi, Iracebeth? Eu estava ocupada. – Enxugou as lágrimas rapidamente.

- Brigou com o maluco novamente.

- Sim. – Respondeu mesmo não sendo uma pergunta. – Eu fui apenas usada? Eu sou uma peça?

Iracebeth aproximou-se e a olhou de cima a baixo. –Você é um pouco magrinha demais para ser uma peça de tabuleiro, ainda mais, uma rainha.

Alice sorriu e isso deixou Iracebeth confusa. – Não é disso que estou falando.

- Então do que é, soberana palito de fósforo.

- Acho que isso se encaixa mais a você, afinal não sou eu que sou a cabe... – A frase morreu por que ela viu que a rainha vermelha ficava irritada. – Desculpe. – disse meio sem graça.

- O que aquele chapeleiro te disse? Falou que não te amava?

- Ele disse que eu estou sendo usada, e que naquela carta está o nome de meu futuro marido.

Oh sim, ela achava que eu faria uma coisa dessas? Eu sempre fui muito clara que ela jamais se casaria com quem não quisesse! Desaponta-me ela pensar isso, mas consigo compreender, quando assumi o reino a primeira coisa que me fizeram foi empurrar-me um marido como rei.

- Mirana nunca faria isso. Ela só foi maluca uma única vez na vida, e foi quando te colocou como sucessora do reino. Além do mais, você viu aqueles velhos pançudos? Um bando de calhordas.

- O Duque de Hawley? – Ela perguntou.

- Sim, ele não é como os outros se é que me entende.

A face de Alice em interrogação – Não entendi.

- Digamos que ele se importa mais com soldados do que com as cortesãs. – Alice riu. – Não sorria muito, quase que eu cortei a cabeça dele quando foi ao meu castelo, ficou olhando para meu Stayne.

A lembrança de Stayne gelou um pouco meus ossos, era triste, mas, minha adorada irmã, apesar de tudo ainda o amava.

- Quem você nunca ameaçou cortar a cabeça, Iracebeth?

- Stayne. E ele mentiu para mim. – Sabia que esse assunto deixa Iracebeth mais sã, e isso era triste, por que ela se lembrava do quão enganada foi.

- Eu sinto muito. – Alice disse com pesar, Iracebeth em um rompante caiu na gargalhada.

- Mas, ele me dava o que eu precisava, assim como o Chapeleiro dá o que você precisa.

Alice ficou tão vermelha que eu achei que iria desmaiar. – Eu não sei do que está falando. – Ela desconversou.

- Sabe sim. Todo mundo sabe que ele estava atrasando as encomendas por sua causa. Conta Alice, somos rainhas podemos compartilhar uns segredinhos...

- Isso é muito pessoal, rainha vermelha. – Alice corava cada vez mais.

- Mas, sente falta dele no seu quarto, na sua cama... – Iracebeth deu uma pausa e abaixou um pouco a voz - ...dentro de você.

Alice praticamente engasgou em sua própria saliva. Usou a distração como rota de fuga. – Então... Você sabe o que está escrito na carta-testamento? – Ela gaguejava um pouco.

Minha irmã não tinha limites quando o assunto era constranger alguém, isso só ficou pior com o tempo.

- Sei, mas se eu te contar terei que mata-la.

- O que?

- É um acordo que assinei.

- Eu lerei a carta de qualquer maneira.

- Podemos adiantar as coisas, então.

- Como assim?

- Eu sei onde a carta está, segui o maluco quando Mirana pediu para que ele escondesse a carta em algum lugar da biblioteca. – Iracebeth seguia para o castelo. – Você não vêm?

Alice assentiu e seguiu Iracebeth.

*

O Chapeleiro seguia arrumando as vestes que lhe foram encomendadas, segundo a punição logo deveria começar seu serviço para os mais humildes.

- Vim lhe devolver esse chapéu fascinante. – Chessur disse.

- Você o pegou novamente então. Por que não consegue segurar a língua dentro desse sorriso, gato trambiqueiro?

- Eu não disse nada para Alice.

- Claro que não, só ajudou a rainha a roubar a carta. – O olhar de Tarrent era laranja, ele ainda não havia olhado diretamente para o gato.

- Também era endereçado para ela, você sabe disso.

- O que eu sei é que fui punido. O que eu sei é que não posso tê-la. O que eu sei é que ela se casará com outro.

- Ela nunca faria isso. – O gato aproximou-se dele.

- O que eu sei é que ela me estapeou hoje de manhã. – Continuou ele ignorando o gato. – O que eu sei é que ela ainda me ama.

- Você não devia se importar tanto com a menina, ela é adulta e capaz.

- Capaz de fazer uma besteira, você quer dizer. – O chapeleiro completou parando de costurar.

- Olha quem fala, o Maluco numero um do reino.

- Olha quem me corrige, o transmorfo mais larápio que Wonderland já teve.

- Sabe que é uma honra familiar, Chapeleiro. – O gato evaporou e apareceu mais perto do ruivo.

- Sabe que é da minha profissão, gato de Chessire. – Ambos se encaravam – Agora, saia do meu quarto, tenho muuuito trabalho para fazer.

- Uma punição inteira, adeus.

*

CARTA TESTAMENTO

A rainha que morreu, este era o principal sonho que eu havia tendo nos últimos dias. Não me matou o medo, ter conversado com Absolem, mesmo ele garantindo que eu estava protegida, segura e que meu reinado seria próspero e longo.

Tudo aconteceu se estiverem lendo esta carta.

O reino estava bem, e isso me deixa feliz, por que, em meio a guerra que assola várias partes do mundo subterrâneo, meu reinado conseguia manter-se longe das disputas. Não por tempo, temo eu.

Por que ela não me amou? Perguntava-me sempre a respeito de Iracebeth, sempre fiz de tudo por ela, ela nunca se importou, contudo, antes de morrer, ter voltado a me relacionar com minha irmã como há muito não fazíamos, se é que fizemos algum dia, foi de grande valia para mim.

No entanto, por não ter herdeiros ao trono e por sempre manter-me firmemente disposta a diplomacia ao invés da guerra, é meu dever nomear e passar meus totais poderes, em minha sanidade e saúde a Alice Kingsley, aquela que matou o Jaguardarte e renovou nosso reino, fazendo dele um lugar alegre.

Palavras perdidas, fizeram muitos desacreditarem que seriamos salvos, mas, como nunca neguei, sempre confiei em Alice, de tal sorte, que a vejo apta para tornar-se rainha em minha ausência. Não trazem solução ao problema, todos aqueles que questionarem, desmerecerem e até conspirarem contra minha sucessora, por isso peço, tão logo for constatada minha morte, que Alice seja coroada.

Motivos não me faltam para basear minha decisão. Em um mundo sombrio, onde os piores tipos de afrontas a felicidade e a natureza, eis que surge alguém suficientemente forte para salvar Wonderland e os seres que aqui habitam.

Casamentos arranjados não a pararam, e quando ela sentia-se incerta quanto ao que fazer, seu coração, puro como da primeira vez que chegou a nossas terras, a guiou pela decisão certa.

Não me param, não, eu não fiquei maluca. Minha decisão é esta, e assinando como rainha ninguém terá como contestar. Alice será a rainha de Wonderland, será preparada, e não me decepcionará.

Tenho certeza que Mctwisp como principal conselheiro real, não deixará Alice cair nas mãos de nenhum dos homens influentes, pois, não é segredo para ninguém que conspiram contra mim as escondidas, e não será diferente com a nova rainha. Por isso lhe digo para não confiar em nenhum deles, Alice. Você nunca entendeu, porém era para sua proteção.

O chapeleiro maluco é são o suficiente para saber que em nenhuma hipótese, está carta deve ser revelada antes da hora, e confiando em sua descrição, ela deve ser ocultada na biblioteca, pois, em meio aos livros estará protegida. Também é de seu dever proteger Alice, e levar esta obrigação até o fim.

A Alice é a errada, é assim que devem continuar pensando os que a matariam. A guerra não começa enquanto houver dialogo, e é isto que Alice deve manter. E a canção não é encerrada, enquanto ela manter-se fora do alcance dos boatos que a condenariam ou atrapalhariam sua soberania.

Quero também que mantenham Iracebeth com o titulo de rainha vermelha, mas que fique claro que ela não tem nenhum poder real, foi distituida por mim, e assim deve permanecer, o acordo que assinamos é bem claro, se ela voltar ao trono é morta. O povo está ciente.

Em Wonderland só destruição restará se nada for cumprido como deve ser. Um rainha fraca e um reino na mão podem ser capazes de destruir tudo que construímos ao longo de vários e vários desabroches de rosas.

Por isso que eu peço para que tenha coragem e que seja dura e corajosa, que mantenha seu melhor e adquira o necessário. Que sejam duas Alices em uma, e que sempre escute seu coração.

Com todo amor e confiança,

Soberana de Wonderland. Rainha Mirana.

Alice leu meu testamento inúmeras vezes.

- Isso tudo é muito estranho.

- Eu concordo, tem certeza que não a matou? – Iracebeth perguntou.

- Claro que tenho. Ela escreveu isso quando?

- Uma noite antes. Na tarde seguinte apareceu morta. Minha pobre irmã.

- Algum suspeito?

- Todo o reino, mais ou menos.

Alice revirou os olhos. – Eu não sei. – Iracebeth deu de ombros. – Pergunte para bola de pelos com paletó. Ele que está investigando.

- No momento pintando suas flores. – Iracebeth correu corredor a fora. – Aonde vai?! – Perguntou Alice.

- Mandar ele pintar uma segunda mão ou me fingir de morta! Fale para seu namorado ser menos óbvio! Clã das Cartolas? Poderia ter escolhido melhor livro.

Alice sorriu tristemente pela lembrança do antigo clã de Tarrent e eu também, Iracebeth continuava a mesma de sempre.

Como eu queria estar viva para explicar o por que de tudo aquilo, mas eu não estou. Minha luz se apagou e agora sou apenas uma lembrança ou uma estrela.

Espero que me mantenha assim, e que nunca seja revelada minha escuridão, ou lugar para onde fui depois da morte.

Minha bondade sempre foi meu maior orgulho, e minha morte foi apenas uma última tentativa de não sucumbir a escuridão. A última chance que eu tive. O último ato por um amor que não era meu. Espero que isso pese ao meu favor.

*

- É inebriante ver tudo acontecendo não é?

Virei-me e vi quem eu não queria. – Nem depois de morta, você me deixa em paz?

Sorriu – Eu sou seu pior pesadelo, e digamos que posso ir aonde eu quiser e agora que você não pode me impedir mesmo.

- Isso ainda vai te matar.

- Como se você se importasse. Boa morte Mirana, e espero que queime junto

com todo mal que me fez.


Notas Finais


Gostaram?
Obrigado a todos que favoritaram também.
Até o próximo e fica a pergunta: Quem vocês acham que esse "alguém" é?


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