História The Gazette em minha vida - Fim da agenda de shows

- Dá pra imaginar que eu estou na Coréia do Sul? – Dizia Ana em uma chamada de video com Isa, sua melhor amiga, enquanto ela estava andando pelo camarim e indo em direção ao palco. – Isso tudo ainda não é real pra mim! 

- Que invejinha de você!! – Dizia Isa – Só acho que você deveria ter dado uns pegas no Aoi!
- Shiiih! Não fala o nome dele! Podem não entender mas sabem o nome. 
- ok! Do fulaninho aí, maninha hahahaha
- Ele é uma graça, mas estou aqui a trabalho, preciso focar nisso.
- Sei, Uruha faz parte do seu trabalho também
- ISA! 
- Ok, o ciclano aí! – e dava risada. Kai apareceu por trás.
- Ana! – Olhou pro cel, acenou e sorriu pra Ana – Antes de começar o breve ensaio, preciso falar com todos e gostaria que estivesse presente.
- Hai! – Se virou para a amiga – Preciso desligar, falouu! – pronto!
Kai pedia para que todos se esforçassem para que tivesse um show sem problemas, fizeram algumas alterações na ordem das músicas, checaram algumas coisas e cada um foi para um lado executar as tarefas. 

O show foi fantástico, teve um telão interativo, luzes de diferentes cores, fumaça, tudo dando certo, levando o público à loucura. Ayume ficou perto de Ana, que cantava junto e olhava para Ayume na expectativa dela se juntar na cantoria.
Terminado o show, ainda demorou para que todos retornassem ao hotel. Uruha tinha sumido, Reita e Aoi estavam conversando sentados. 

-Hey, Ana – Disse Ruki – O que tem achado dos shows? Gostou desse de hoje?
- Amei todos! Eu tenho me divertido muito, cantado bastante também – Disse envergonhada – Difícil dizer qual eu mais gostei – Abriu um sorriso enorme.
- Que bom que está gostando, sempre tentamos dar nosso melhor em cada show. 
- Hey, alguém viu o Uruha? – Perguntou Kai, abrindo a porta do camarim.
- Não – Responderam.
- Eu posso ir atrás dele se quiserem – Comentou Ana.
- Daqui a pouco ele aparece, é assim mesmo – Comentou Ruki, se virou e sentou. Enquanto desfazia seu penteado e tirava a maquiagem. – Uruha sempre gostou dessa liberdade, ninguém sabe o que faz. 
- Deve estar tentando conquistar uma bela mulher – Reita comentou e riu, Ana ficou sem graça, olhou para o chão. – Sente-se Ana, e me conte se você imaginava a gente assim! – Sorriu e ela sentou.
- Com licença – entrou Ayume alguns minutos depois, todos estavam rindo e conversando – A van para vocês voltarem para o hotel chegou. – ela olhou para Ana – Ana, você sabe inglês, certo? Tô precisando de uma pessoa para me ajudar já que não sei coreano e sabem inglês.
- Que garota mais inteligente – entrou Uruha. 
- Claro, Ayume! – Disse envergonhada – Já volto, com licença.

Elas foram resolver uns problemas com acesso ao hotel e a relação da volta ao Japão. Estavam sem tradutor e as mímicas não estavam ajudando muito. Ao final, Ayume, Ana e a banda partiram para o hotel, descansariam e partiriam na manhã seguinte. Ana queria demais curtir uma noite nas baladinhas da Coréia, mas sozinha não iria e Ayume não queria sair aquela noite. 

Mas isso não significa que ela não se divertiria aquela noite! Uruha mandou mensagem avisando que eles estavam em um dos quartos, bebendo e conversando, que poderia participar.
Não perdeu tempo, colocou uma roupa bonita, se maquiou e foi! 
Ao entrar, se deparou com eles comendo, fumando, dando risada... e cantando no karaokê.
Ela amou poder ouvir os outros membros cantarem e se divertirem, eles a cumprimentaram. 

- Ana! Você será a próxima a cantar! – Kai estava sorrindo para ela enquanto Reita terminava de cantar. 
-Ah... Eu, ahn... Não sou boa com canto – sorriu.
- Se divirta! – Aoi passou o microfone para ela. Na tensão, ela pediu o cigarro dele, deu duas tragadas e escolheu uma musica não muito antiga de uma banda que ela gostava muito. 
Ela não se considerava uma boa cantora, mas era afinada o suficiente pra deixar muitas pessoas com inveja.
Quando começou a cantar, eles ficaram tentando entender que musica e banda de J-Rock era aquela. Foi se formando um silêncio pois todos queriam apenas escutar ela a cantar. 

Ana começou a se soltar quando percebeu que estava atraindo a atenção de todos. Aoi a olhava com os olhos brilhando, como se sua vontade fosse a beijar assim que acabasse a música. Não só ele estava hipnotizado, e Uruha bem percebeu suas intenções com Ana. Ao final da música a elogiaram. Uruha fez questão de mostrar a ele o quanto eles eram íntimos, se levantou, abraçou Ana por trás pela sua cintura, a parabenizou e pegou o microfone para cantar a próxima, a fazendo imaginar que na verdade ele só gostava dela e estava deixando escapar umas carícias na frente deles. Seu coração se derreteu ao sentir seu perfume. Aoi ficou quieto e bebeu um gole de cerveja.

O resto da noite foi engraçada, cantaram até enjoar,  ficaram conversando e fumando até umas 4 da manhã.
- Amanhã, na verdade hoje, teremos um voo, vai ser cansativo, preciso estar descansada – Olhou pra eles – Vou precisar ir. Agradeço por dividirem a noite de vocês comigo, vocês não fazem ideia de como essas coisas me fazem feliz. – Aoi se levantou e a abraçou.
- Como se fala “abraço”? – ela disse para ele como se pronunciava em português.
- Aburaço? – ele disse e riram, todos vieram e a abraçaram juntos. 
- Obrigada, boa noite!

A volta foi tranquila, estavam serenos. A agenda de shows estava completa, iriam poder voltar para o estúdio e focar em músicas novas por alguns meses. Ana agradeceu por um lado pois agora tinha um tempo mais regrado, mas sentiu falta das mordomias de ficar em hotéis e de sempre ter um show deles num lugar diferente para assistir. 

Ainda nos meses que se seguiam, Ana e Uruha estavam em perfeita sintonia. Ela sentia que ele não chegava a amá-la, mas em sua cabeça poderia sim o fazer se apaixonar verdadeiramente por ela. Ayume ficou mais amiga de Ana, e começou a namorar bem sério com o rapaz que gostava. As vezes Ana saia com Aoi, ele sempre era um amorzinho com ela e tinham conversas longas e gostosas. 
Era por volta de Setembro quando Ana ficou distante de Uruha. Ela percebeu que não era a única, que por mais que a tratasse bem, não era ela a moradora de seu coração. Quando o apertou com umas perguntas, acabaram brigando. E por mais que aquilo a doesse, era uma porta que se fechou, mas eles continuavam se falando normalmente, nada de sentimentos atrapalharem suas vidas. Bom, Ana chorou bastante, mas preferia mostrar que era bem forte.

Ana começou a focar mais no seu japonês, queria poder continuar mais um ano trabalhando com eles, e melhorar a língua era requisito no contrato que fizera meses atrás. 
Em novembro, os rapazes gravavam uma nova música, e Ana conversava com Ayume, que estava com medo de estar grávida de seu namorado. Então Ana ficou de levar no dia seguinte um teste pra Ayume e logo saberiam o que estava acontecendo de verdade.
 Naquele mesmo dia, Aoi disse que precisava falar com ela, como estava atarefada, deixaram para um futuro dia, mas mesmo assim ele não disse sobre o que era.