História The Girlfriend Of My Friend - Capitulo 22

POV LAUREN

- É isso mesmo que você ouviu, eu quero você fora da minha casa. – Minha mãe repetiu aquilo com uma calma o que fez o desespero me atingir com força. As sacolas que eu tinha em mãos escaparam de meus dedos e foram direto para o chão.

- A senhora está brincando, não é? – Perguntei enquanto soltava uma risadinha de nervoso.

- Não me admira você está me fazendo uma pergunta dessas, já que para você tudo não passa de uma piada e brincadeira, eu já estou cansada das suas irresponsabilidades Lauren Michelle, você já não é mais nenhuma criança e eu não sou mais obrigada ficar aturando suas irresponsabilidades dentro dessa casa, eu não te quero mais aqui – Conforme a minha mãe foi falando ela foi se exaltando e eu estava ali completamente sem reação.

- Mãe, a senhora não pode fazer isso, eu... – Tentei dizer e me interrompi, apenas para engolir o bolo que se formava em minha garganta.

- Não só posso, como estou fazendo. – Minha mãe respondeu.

Encarei ela por alguns segundos para que a minha ficha foi caindo do que realmente estava acontecendo ali.

- Ela veio atrás de você, não é? – Perguntei e soltei uma risadinha debochada – Você está fazendo isso por causa da Lucy, você está fazendo isso para agrada-la, por causa da porcaria de dinheiro – Constatei incrédula

- Eu estou fazendo isso porque... – A interrompi

- Você se preocupa mais com a porra do hotel do que comigo – Me exaltei.

- Olha o jeito que você fala comigo – Falou calma e eu ri incrédula.

- E o pior disso tudo é que aquela merda nem é sua, aquele hotel é do MEU PAI – Enfatizei o meu pai – E aquilo só cresceu, porque o MEU PAI e a MINHA IRMÃ trabalharam para isso crescer, você só está ali por ser mulher dele, se acha a primeira dama a toda poderosa, a dona do mundo, mas não sabe fazer nada, a única coisa que você sabe fazer lá dentro é mandar e desmandar nos pobres funcionários e afundar cada vez mais o hotel – Despejei as palavras com raiva e no instante seguinte eu senti o lado esquerdo de meu rosto ardendo como um inferno. A minha mãe havia me batido.

Coloquei a mão sobre o meu rosto e encarei a minha mãe incrédula. Depois disso tudo ficou em silencio, travamos troca de olhar intensa, eu procurava em seus olhos algum tipo de arrependimento, mas eu não consegui encontrar nada a não ser o olhar frio dela.

- Sai da minha casa agora – Falou pausadamente e confesso que senti um calafrio com o tom ameaçador que ela usou, mas não iria deixar ela me abalar, pelo menos não na frente dela.

- Eu vou – A enfrentei – Eu vou, mas eu só estou indo, porque agora quem não quer ficar nessa casa com você sou eu – Completei e em um ato rápido passei por ela trombando os nossos ombros propositalmente e segui em direção as escadas.

- Onde você pensa que está indo? – Perguntou e eu ignorei. – As suas coisas já estão todas aqui em baixo – Falou vindo atrás de mim e eu a ignorei.

Entrei em meu quarto e não controlei o sorriso ao ver Angel dormindo no berço ao lado de minha cama. Eu havia ido compra aquele berço com meu pai e a minha “irmã”, Taylor me fez ficar andando pelo o shopping com uma chamada de vídeo ligada para que ela pudesse nos ajudar a escolher o berço. Quando ela ficou sabendo ela me ligou e ficou falando por horas em meu ouvido, mas claro que no fim ela morreu de amores e ela estava super ansiosa para conhecer o meu bichinho pessoalmente.

Caminhei até o meu closet e dei graças a deus pela mala que tinha ali, abri a mesma e joguei no chão todos os meus jogos de vídeo game e levei a mala até a cama jogando a mesma ali em cima.

- O que você pensa que está fazendo? – Minha mãe perguntou e eu a ignorei e eu peguei o saco de fraldas fechado que havia ali em meu quarto e coloquei dentro da mala, fui para dentro do meu closet que estava praticamente vazio semas minhas roupas e peguei em uma das gavetas a carta que Alycia havia me dado e guardei em meu bolso. Voltei para o quarto e abri a gaveta onde ficava as roupas de Angel e peguei tudo de uma vez sem me importar em desdobra-las e joguei dentro da mala – Você está achando que vai levar ela? – Minha mãe perguntou e fechou a mala impedindo que eu colocasse os restos das roupas lá dentro.

- Você está achando que eu vou deixar ela? – Perguntei no mesmo tom que ela e arquei as sobrancelhas.

- Você não vai tirar a minha neta daqui! – Falou e eu soltei uma risada incrédula

- Eu não vou deixar a MINHA filha aqui, você só pode estar ficando louca em pensar numa coisa dessa. – Falei e empurrei a mão dela abrindo a mala novamente

- Você nem ao menos tem para onde ir – Minha mãe rebateu e dessa vez a minha risada foi alta, e dei graças deus pela a minha pequena não ter acordado com isso. Guardei os restos das roupas na mala, a Angel não tinha muita, estávamos comprando aos poucos ainda.

- Você se importa, por acaso? – Perguntei debochada e puxei a mala de cima da cama e sai do quarto levando a mesma lá para baixo.

- Você está saindo com uma criança, eu me importo sim, com a sua irresponsabilidade, ela vai ficar muito melhor aqui. – Disse e eu ignorei, colocando todas as malas dentro do porta malas do carro.

- Você sabe que eu não vou morar na rua, quando a Taylor souber disso ela.... – Minha mãe não deixou eu terminar.

- VOCÊ NÃO VAI METER A SUA IRMÃ NO MEIO DISSO! ESTÁ ME OUVINDO LAUREN MICHELLE? – Se exaltou e eu soltei uma risadinha debochada. Chegava a ser irônico a toda poderosa Clara Jauregui Morgado, morrer de medo da filha.

Taylor sempre teve autoridade dentro de casa, eu me lembro de quando eu era criança e Chris fazia aquele típico irmão mais velho e quando brigávamos, minha mãe nos repreendia e nem dávamos bola, e ai ela ameaçava a chamar Taylor e pronto, obedecíamos na hora. Taylor sempre foi bem mais que uma irmã mais velha, muitas das vezes eu via ela como uma mãe para mim, pois ela sempre nos dava mais atenção do que minha mãe, e o incrível disso tudo é que ela nunca gritou com ninguém para conseguir o respeito que ela tem hoje, é sempre conversando da maneira mais educada, as broncas são na base da conversa e muitas vezes me faz chorar e me deixa bastante envergonhada. Taylor tem apenas 28 anos e com seus 15 anos ela me educava mais do que a minha própria mãe.

- Eu não preciso meter ela no meio disso – Respondi e a encarei– Você sabe que ela vai se meter nisso sozinha – Fechei o porta malas.  – E ai eu quero ver a desculpinha que a senhora vai inventar para ela – Completei em deboche e voltei pra dentro de casa.

Entrei no meu quarto e senti um aperto no peito ao ver o meu bichinho dormindo, a coisa mais linda do mundo. Eu não queria ter que acordar ela então com cuidado eu me aproximei e a peguei no colo

- Own meu bichinho, dorme – Falei carinhosa ao ouvir o seu resmungo, ela abraçou meu pescoço deitando sua cabecinha em meu ombro. Sorri abobada e beijei o topo de sua cabeça.

Quando me virei para sair do quarto, a minha mãe estava parada na porta me olhando de uma forma que eu não soube identificar.

Passei por ela e fui descendo as escadas, e quando eu cheguei na sala encontrei o meu pai sorridente ele havia acabado de entrar em casa e cantarolava uma musica baixinho e girava a chave do carro em seu dedo.

Ele me encarou e o seu sorriso se alargou

- A princesinha do vovô está dormindo? – Perguntou sorridente e eu apenas assenti. Ele veio até a mim e beijou o topo de cabeça de Angel e em seguida beijou meu rosto. – Vocês vão sair? -– Perguntou curioso quando eu fui abrir a porta da sala.

Olhei para o meu pai e olhei para a minha mãe e um sorriso foi nascendo em meu rosto. É logico que ele não sabia de nada.

- Na verdade.... – Comecei a falar mas parei ao olhar para cara de minha mãe e soltei uma risadinha fraca negando com a cabeça. – Acho melhor deixar dona Clara explicar para o senhor, beijo pai, te amo – Falei sorrindo e fui até o meu carro.

Abri a porta do banco de trás e coloquei a Angel sentada na cadeirinha. Com cuidado eu prendi o cinto da cadeirinha nela e fechei a porta. Entrei no carro em seguida e soltei um suspiro longo, uma vontade de chorar me atingiu, mas eu não deixei que as lagrimas rolassem, eu era mais forte que isso.

Suspirei mais uma vez e coloquei o meu cinto, eu iria para a casa da única pessoa que eu tenho certeza que me ajudaria.

POV CAMILA

- Eu sabia que uma hora essa merda toda iria explodir – Ally falou irritada e eu soltei uma risadinha fraca e me joguei no sofá de sua casa.

Ally sempre soube de tudo o que acontecia entre mim e Lauren desde o começo, não que eu não confiasse nas outras meninas, mas porque a Ally nos conhecia o suficiente para perceber as coisas, e a Lauren sempre usou a Ally como desculpa para dar as escapadinhas dela. Então quando a minha mãe saiu do quarto, a primeira coisa que fiz foi ligar para a baixinha, eu precisava falar com alguém, e como ela não podia ir para a minha casa eu vim até a casa dela.

- Você não sabia de nada, para – Falei e Ally me olhou suspirando.

- Só é ruim o clima pesado que vai ficar entre a gente agora, a Lucy também é nossa amiga e eu não sei nem o que fazer – Lamentou e se sentou ao meu lado com a bacia de pipoca em mãos.

- Sinto muito por isso. – Pedi baixo, eu estava realmente me sentindo culpada. Eu não contei tudo o que Lucy havia me dito, eu havia resumido bastante contando apenas que Lucy pegou eu e Lauren juntas e me falou coisas horríveis que eu não entrei em detalhes, sabia que Ally iria querer acabar com Lucy se soubesse exatamente as palavras que ela usou, principalmente as que se referiam a Lauren.

- Normani estava me dizendo a pouco que Lucy ligou para ela aos prantos, eu estou me sentindo um monstro por estar aqui com você agora – Falou e eu encarei ele, e já iria dizer que eu ia embora quando ela começou a rir – Eu estou brincando – Sorriu me abraçando de lado.

Enfiei a mão na bacia de pipoca em seu colo e coloquei um punhado em minha boca.

- Vamos mudar de assunto – Falei com a boca cheia. – Como que está o seu namoro? Você trocou a gente por aquelas ogras – Resmunguei e Ally riu.

- Não fale assim delas, elas são legais – Arregalei os meus olhos fingindo indignação.

- Você está as defendendo? – Perguntei e a baixinha riu.

- Eu estou. – Respondeu dando de ombros e eu arquei as sobrancelhas – Ai, sabe o que eu descobri? – Me olhou animada e eu fiz um som nasal esperando que ela continuasse – Sabe aquela Kat que vive com a Lauren? – Perguntou e eu arquei as sobrancelhas tentando me lembrar.

- Aquela moreninha? – Perguntei enfiando a mão na bacia de pipoca novamente.

- Sim, essa mesmo – Ally falou e riu – Ela me disse que a Normani tem um abismo pela Dinah. – Falou e eu cuspi toda a pipoca que havia colocado em minha boca – Ai credo, nojenta. – Resmungou limpando o seu braço e eu arregalei os meus olhos.

- Como é que é essa história? – Perguntei espantada e Ally e assentiu.

Mas antes que ela pudesse falar qualquer coisa, a campainha tocou e Ally correu para abrir a porta, eu ainda estava bem chocada com a informação.

Quando Ally abriu a porta eu senti como se o meu coração fosse saltar pela a boca quando eu vi quem estava parada ali. Lauren estava com a Angel deitada em seus ombros, mas o que me chamou a atenção foi as malas que ela tinha em sua mão.

- Será que tem um lugarzinho ai pra nós está noite? – A voz rouca e embargada de Lauren fez com que eu me ajeitasse rapidamente no sofá.

Ally que estava parada na porta com a mão na maçaneta, olhou para mim e olhou para Lauren em seguida.