1. Spirit Fanfics >
  2. The Greatest (2 temporada de Nicest Thing) >
  3. Como você se sentiria? - Parte 1

História The Greatest (2 temporada de Nicest Thing) - Como você se sentiria? - Parte 1


Escrita por: JoyceSantos e LikaPeluso

Notas do Autor


Oi gente!
É a LikaPeluso, vou postar para vocês hoje. Desculpem a demora, como a Joyce disse no capítulo anterior, eu estou com uns probleminhas e estou com dificuldade para escrever. Disse para a Joyce escrever sem mim, mas ela é teimosa e só quer escrever comigo. Então briguem com ela pela demora para a postagem dos capítulos.

Ao capítulo!

Enjoy :3

Capítulo 6 - Como você se sentiria? - Parte 1


Fanfic / Fanfiction The Greatest (2 temporada de Nicest Thing) - Como você se sentiria? - Parte 1

" Como você se sentiria

Se eu te dissesse que te amava?

É apenas algo que eu quero fazer

Eu estou tomando meu tempo

Gastando minha vida

Me apaixonando cada vez mais por você

 

Então me diga que você me ama também"

How Would You Fell – Ed Sheeran

- Você ainda está bravo comigo? – Castiel perguntou ao ver que Lysandre nem tinha tocado na comida enquanto eles estavam almoçando no pequeno restaurante do hotel.

- Eu te odeio... – Lysandre respondeu, seus braços estavam cruzados e seu rosto ainda estava inchado. O roxo na região do nariz e um pouco abaixo dos olhos tinha ficado um pouco pior depois de algumas horas.

- Não foi culpa minha, você sabe disso... – Castiel pegou a última batata frita que tinha em seu prato com a mão e a comeu. Sem mais batatas fritas, ele resolveu roubar uma de Lysandre, mas ele bateu em sua mão antes que ele a pegasse.

- Você acabou com a minha cara, não deixou eu dormir direito, tomou todo o espaço da minha cama e agora quer pegar a minha comida? Sem falar que você me fez de idiota só para se divertir algumas horas atrás. Estou te odiando com todas as minhas forças!

- Eu ia pegar só uma batata já que parece que você não vai comer. E sobre te fazer de idiota, eu não faço ideia do que você está falando... – Castiel desistiu da batata e partiu para o suco.

- Não sabe? Ah, você não sabe? Deixe eu te lembrar! – Lysandre disse olhando no fundo dos olhos de Castiel.

Algumas horas antes

Castiel demorou mais tempo do que devia no banho e só percebeu isso quando viu seus dedos enrugados. Ele estava viajando, pensava em várias coisas sobre uma só pessoa. Ela dominava sua mente e o fazia perder a noção das coisas, como o tempo se passando enquanto ele ficava ali, parado, deixando apenas a água escorrer pelo seu corpo.

Ele desligou o chuveiro ainda um tanto perdido em seus pensamentos, se enxugou, passou a toalha pela cintura a prendendo e caminhou para o quarto. No guarda roupa do hotel estavam as suas roupas. Não tinham muitas, mas seria melhor se tivesse apenas uma. Ele, o Castiel, pela primeira vez na vida, não conseguia decidir o que iria vestir. E ele, o Castiel, nunca imaginou que algum dia fosse pedir a ajuda para o seu melhor amigo, logo o Lysandre, com todo o seu estilo. Mas ele foi.

Ele andou calmamente até a porta do quarto de Lysandre e após algumas batidas na porta, Lysandre a abriu.

- Aconteceu alguma... O que é isso? Vista alguma coisa! – Lysandre se virou de costas rapidamente parecendo estar um pouco irritado. Sem entender, Castiel apenas ficou olhando para ele – Cara, nós somos amigos, praticamente irmãos, mas isso não significa que eu tenha que ver as “suas coisas”!

- Como assim? Eu estou de... – Castiel olhou para baixo finalmente percebendo que a toalha não estava mais cobrindo “suas coisas” – Acho que a toalha caiu no meio do caminho. Foi mal... – Apesar de ter sido um acidente que o deixava um tanto constrangido, Castiel não podia deixar de admitir que foi um tanto engraçado. Então ele riu indo pegar a toalha que tinha ficado para trás e depois voltou para perto de Lysandre – Pronto, já pode olhar...

- Diz logo o que você quer... – Lysandre se virou para Castiel com receio, não queria correr o risco de ver mais nada de desnecessário.

- Preciso de ajuda. Não consigo escolher uma roupa para vestir... – Ele disse como se fosse algo normal, mas Lysandre encarou isso como se ele tivesse lhe jogado uma bomba.

- Se você não estivesse seminu, eu filmaria você dizendo isso. Não acredito que precisa mesmo da minha ajuda para decidir o que vestir e... Você não conseguiu escolher nem a cueca? Não quero ter que escolher uma para você, isso é estranho demais, até para a gente... – Lysandre passou por Castiel e foi caminhando em direção ao quarto de Castiel na frente dele.

- A cueca foi só um detalhe que eu esqueci, eu posso escolher sozinho. O que quer dizer com “até para a gente”? – Castiel foi andando calmamente atrás de Lysandre.

- Você sabe, pelo nosso nível de amizade, fazemos coisas um pelo outro que amigos normais não costumam fazer... – Lysandre respondeu quando estava quase passando pela porta do quarto de Castiel.

- Como o que... Por exemplo? – Castiel olhava para Lysandre sem acreditar que o amigo não estava percebendo o quanto aquilo que ele estava falando era “estranho”.

- Como dividir a cama do jeito que nós fizemos essa noite. Você colocou o pé na minha cara e mesmo assim eu não te empurrei para fora da cama. Nenhum outro amigo faria o que eu fiz por você... – Lysandre explicou.

- Lysandre, é por você falar com tanta inocência coisas assim que as pessoas pensam que nós somos... Como vou explicar de um jeito que a sua cabeça pura e devagar entenda? Um exemplo: A recepcionista do hotel pensa que você é meu... “parceiro”...

- Mas você é o meu parceiro, não vejo onde você quer chegar com esse exemplo... – Lysandre já tinha entrado no quarto de Castiel e foi direto ao guarda roupa. 

- Ela pensa que nós somos um casal, Lysandre. Todo mundo do hotel pensa isso... – Ele tentou ser um pouco mais claro

- Oh... – Lysandre colocou a mão no queixo para refletir um pouco sobre o que Castiel disse e quando pareceu ter chegado a uma conclusão, ele sorriu enquanto abria o guarda roupa – Nunca pensei por esse lado, mas acho que também podemos nos classificar como um casal. Somos um casal de amigos, Castiel. Não tem nada de errado com a maneira que a recepcionista pensa sobre nós dois... – Se pesquisar no dicionário Aurélio, o significado da palavra “casal” poderia ser:  1. Par formado por macho e fêmea; 2. Par formado pelos cônjuges; 3. Conjunto de duas pessoas que têm uma relação sentimental e/ou sexual; 4. Propriedade rústica menos importante que a quinta; 5. Pequena povoação; 6. Conjunto formado por duas coisas iguais ou semelhantes. Estaria Lysandre errado de pensar assim?

- É, Lysandre. Nós somos um casal de amigos, ninguém desse hotel está pensando nada errado sobre nós... – Castiel disse ironicamente.

- Que bom que agora você entendeu. Talvez minha mente não seja tão inocente, é a sua que é poluída demais... – Castiel revirou tanto os olhos que Lysandre quase conseguiu ver mesmo estando de costas para ele – Qual é a sua dificuldade em escolher algo para vestir? Aqui só tem roupa preta!

- Só porque é tudo preto, não quer dizer que é tudo igual...

- É tudo igual... – Lysandre olhava todas aquelas roupas e dizia sinceramente. Tudo parecia ser igual para ele.

- Para de falar e escolhe logo uma roupa! – Castiel disse já começando a ficar sem paciência.

- Tudo bem, vamos ver... – Lysandre escolheu uma camiseta e uma calça qualquer – O que você acha?

- Pode escolher mais algumas, eu ainda não consigo me decidir... – Castiel se sentou na cama enquanto Lysandre olhava para ele de braços cruzados.

- Achei que eu ia escolher por você... – Lysandre não sabia onde Castiel queria chegar.

- E você vai escolher. Anda logo, preciso de mais opções...

Lysandre foi dando várias opções até sobrar apenas uma camiseta e uma calça dentro do guarda roupa.

- É, vai ser isso mesmo... – Castiel disse pegando as roupas que sobraram no guarda roupa e indo para o banheiro se vestir.

- Mas eu não escolhi essas roupas! – Lysandre viu Castiel voltar para o quarto já que tinha esquecido a cueca e depois voltar para o banheiro.

- Eu queria usar a que você não escolhesse... – Castiel disse de dentro do banheiro.

- Eu te odeio... – Lysandre, revoltado por ter perdido seu tempo e ainda ter seu amigo tirando sarro dele de uma forma “discreta”, pegou uma cueca em uma das gavetas e jogou para dentro do banheiro que Castiel estava – E essa cueca combina mais com a sua roupa do que a que você escolheu...

- Tem razão, eu vou usar a que você escolheu... – Castiel disse de dentro do banheiro.

- O que... Por que? – Lysandre perguntou confuso.

- Porque a cueca ela não vai ver... – Ele respondeu.

- Mas o que... O que tem haver? Não faz sentido algum! Eu não entendo você! – Lysandre disse antes de sair pisando forte.

- Eu também não! – Castiel disse, mas Lysandre não chegou a escutar.

Parecia ser o “dia do contra”, as escolhas de Castiel não faziam muito sentido nem para ele. Mas o verdadeiro motivo de toda essa confusão era a insegurança que Castiel tentava esconder. Lysandre foi apenas uma vítima para a tentativa dele de espairecer.

Agora

- Eu não te fiz de idiota, você realmente me ajudou... – Castiel já tinha terminado o suco e pensava se ia pedir uma sobremesa ou não.

- Vamos mudar de assunto antes que eu me irrite mais... – Lysandre finalmente resolveu começar a comer – Não acredito que vou ter que encontrar a Haley com essa cara. Eu tentei de tudo, até maquiagem, mas não funcionou. As coisas já começaram errado...

- Eu não sabia que você tinha maquiagem... – Castiel tentou escolher alguma sobremesa, mas nada lhe agradou. Então ele deixou o cardápio de lado e resolveu prestar atenção em Lysandre.

- Tem algum problema nisso? – Lysandre já pensou que Castiel tinha maldade em seu comentário.

- Claro que não, só acho que vai ter mais maquiagem no seu rosto do que no dela... Devia ter deixado do jeito que estava. Seu problema não é ter maquiagem, seu problema é não saber usar... – Castiel não tinha mesmo maldade no comentário. Por incrível que pareça.

- Tem razão... – Lysandre concordou com Castiel. Haley poderia pensar “A cara dele não vai ficar assim para sempre” e isso o animava um pouco – Você disse “Porque a cueca ela não vai ver”. Isso quer dizer que... Vocês não vão... Você sabe...

- Não nos vemos há anos, Lysandre. Vamos apenas conversar, eu não sei nem o que ela sente por mim agora. Talvez ela tenha... Mudado. Eu não sei nem o que vou fazer quando eu a ver, então... – “O que ela sente por mim agora?” Era a pergunta que Castiel se fez várias vezes desde a ligação de Dressert até aquele momento. Ele tinha um pouco de medo de saber a resposta – Eu não sei nem o que nós somos agora...

- Pode definir como “bons amigos” por enquanto... – Lysandre percebia a preocupação de Castiel apenas pelo olhar dele.

- Bons amigos? Não. Isso é uma coisa que eu não consigo aceitar... Prefiro não ter nada definido do que pensar que somos apenas bons amigos. Ela não é “apenas” alguma coisa para mim, muito menos minha “amiga”...

- E se ela... – Lysandre ia perguntar “disser que vocês serão apenas bons amigos?”, mas ao invés disso perguntou – Disser que quer voltar? O que você vai fazer?

- Eu... Não sei responder com certeza... – Ele respondeu.

- Não importa o que aconteça hoje, eu já estou feliz por você... Olha, você até tentou roubar uma batata frita de mim hoje. Eu consigo ver o Castiel que eu sinto tanta falta voltando agora... – Não foi só apenas a tentativa de roubo de uma batata frita. Castiel não abandonou sua comida pela metade dizendo que estava sem fome, nem evitou conversar sobre qualquer coisa com Lysandre enquanto comiam como ele fez várias vezes na maioria dos dias por estar deprimido.

- Eu não sei do que você está falando, eu nunca deixei de ser eu mesmo... – Castiel sabia do que Lysandre estava falando. Sentia algo mudando dentro dele como se estivesse o trazendo de volta de algum lugar, mas não ia admitir isso. Talvez fosse cedo demais para dizer que ele estava... “Melhorando”.

Os dois terminaram de comer e se retiraram do restaurante. Lysandre subiu para lavar o rosto antes de sair para ir ao encontro de Haley e Castiel esperou que ele voltasse na recepção do hotel com as chaves da moto na mão e vestindo sua jaqueta. Lysandre não demorou muito para voltar e enquanto ele não vinha, Castiel conferia o endereço que Dressert tinha mandado para ele.

- Vai chover, tem certeza de que não quer ir de carro comigo? Eu te deixo lá antes de ir me encontrar com a Haley... – Lysandre disse. Seu rosto realmente parecia menos pior sem a maquiagem.

- Tenho certeza! Absoluta! – Castiel não queria correr o risco de se envolver em um acidente de carro e perder seu encontro com a Dressert por Lysandre ser um péssimo motorista.

- Você que sabe... Boa sorte... – Lysandre abraçou Castiel antes de ir. Castiel conseguiu ver a recepcionista do hotel olhando para os dois com os olhos brilhando e as bochechas coradas.

- A recepcionista está shippando a gente. Não gosto dessas demonstrações de afeto, principalmente em público... – Castiel disse irritado.

- Então tudo bem se eu te abraçar quando estivermos sozinhos? – Lysandre perguntou inocentemente.

- Para de falar antes que eu soque a sua cara “sem querer” mais uma vez até você perder os dentes... – Castiel começou a caminhar para a saída do hotel, indo em direção ao estacionamento.

- Grosso... – Lysandre foi andando atrás dele até eles chegarem no estacionamento – Castiel...

- Sim? – Castiel já estava colocando seu capacete.

- Ela te beijou na boate, não foi? Depois de tudo ela te ligou, te procurou. Deve significar alguma coisa... – Lysandre disse enquanto abria a porta do carro.

- Estou contando com isso, Lysandre... – E então Castiel subiu na moto e a ligou.

Os dois saíram do estacionamento, Lysandre logo após Castiel, e foram em direção ao endereço que lhes foram passado. Vinte minutos depois, Castiel parou em um posto de gasolina para abastecer. Minutos depois que ele chegou lá, Lysandre também parou por lá para fazer a mesma coisa. Castiel achou estranho. Os dois estavam indo na mesma direção até agora?

O céu começava a ficar cada vez mais feio. Castiel tinha esquecido sua roupa de chuva no hotel, mas não estava se preocupando tanto com isso já que tinha planos de chegar no local antes da chuva começar. Ele continuou seguindo e trinta minutos depois ele percebeu a primeira gota de chuva o atingindo. 

Ele olhou no relógio de pulso, iria chegar em cima da hora. Sem tempo a perder ele acelerou mais e em poucos minutos já estavam caindo mais e mais gotas de chuva. Quando a chuva estava forte o suficiente para deixá-lo ensopado, ele resolveu parar um pouco em um posto de gasolina que encontrou por sorte no meio do caminho e esperar a chuva diminuir. 

Ele esperou por vinte minutos e ao olhar para o relógio mais uma vez, percebeu que em dez minutos estaria atrasado. “Droga, eu devia mesmo ter ido com o Lysandre!” ele pensou e logo depois achou ter visto o carro de Lysandre passando por lá. Talvez fosse apenas imaginação.

Sem paciência, ele resolveu seguir em frente, mesmo embaixo da chuva forte. Se tiver sorte, talvez tenha algum lugar para ele arrumar roupas secas perto do endereço que Dressert lhe passou, o que seria muito difícil já que até aquele momento ele não estava com sorte. Um pouco mais a frente tinha um acidente entre dois carros e estava difícil até para as motos passarem. Não, o Lysandre não estava envolvido no acidente. Isso também foi a primeira coisa que Castiel pensou, mas felizmente, não era o carro do Lysandre.

Castiel passou com dificuldade por lá, demorando muito mais para passar por ali do que tinha calculado e isso tinha o deixado bastante irritado. Mas, passando-se mais alguns minutos, ele já estava quase no endereço quando viu uma loja de roupas. A chuva já estava quase parando, então seria uma boa ideia arrumar roupas secas antes de se encontrar com Dressert. Mesmo com a jaqueta, a camiseta de Castiel que ele usava por baixo também molhou. Não tanto quanto a calça, mas molhou bastante. Assim, mesmo atrasado, ele resolveu arriscar e comprou roupas, as mais neutras que tinha loja, com cores pretas e cinzas. Vestido, ele guardou suas coisas no baú da moto, vestiu de volta sua jaqueta que já não estava tão molhada e resolveu seguir em frente. 

Ele estava parado no farol vermelho quando se distraiu por um instante. Um casal atravessou, a mulher segurava um bebê, uma menina que devia ter mais ou menos um ano de vida. A pequena olhou para Castiel e sorriu para ele. Mesmo sem saber o que a menina tinha achado de tão interessante nele, ele retribuiu o sorriso mesmo que ela não pudesse ver por causa do capacete. O casal chegou na calçada e Castiel continuou olhando para eles sem saber o que exatamente estava pensando sobre eles e sem perceber que o farol já ia abrir para ele. Se ele tivesse escutado o barulho das buzinas dos carros atrás dele primeiro, talvez tivesse conseguido fugir do banho que o ônibus que passou com velocidade por cima de uma poça de agua e lama ao lado dele o deu.

- MAS QUE MERDA!

Com isso, ele não teve escolha a não ser voltar na loja de roupas.

- Pode me dar roupas novas das mesmas que eu estou vestindo? – Ele disse para a atendente que tinha o atendido a pouco tempo.

- Hoje não parece ser o seu dia de sorte, senhor... – Ela comentou com um pouco de pena dele.

- É, você não precisa me dizer... – Ele disse enquanto tentava tirar um pouco da lama que estava secando em sua jaqueta. Sem paciência, ele resolveu ficar sem a jaqueta desta vez, usando apenas a roupa que tinha acabado de comprar.

Acreditando que nada o impediria de encontrar com Dressert com roupas secas desta vez, ele tomou de volta o seu caminho. Mas ele mal saiu da loja de roupas e começou a chover de novo.

- Isso só pode ser praga do Lysandre! – Ele disse olhando as gotas de chuva caindo do céu.

Agora ele já não tinha mais tempo para se preocupar com a roupa molhada, estava muito atrasado e ela provavelmente estaria esperando por ele há um bom tempo. Ele foi o mais rápido que pode e chegou no local. Era exatamente o endereço que Dressert passou, ele até conferiu o nome da rua e o número. Eles se encontrariam na frente de uma livraria que tinha lá, mas na frente da livraria não tinha ninguém. Castiel olhou seu celular, não tinha nenhuma mensagem e para ajudá-lo, estava sem sinal.

- Droga...

Ele entrou na livraria e depois em todos os outros estabelecimentos que tinham por ali, um por um, procurando por ela. Ela não estava em lugar algum. Castiel olhou mais uma vez seu celular, ainda sem sinal, o relógio mostrando que ele chegou com mais de uma hora de atraso. Ela teria ido embora? Provavelmente.

Ele deixou sua moto estacionada na frente da livraria e deu uma volta pela região a pé, olhando todos os lugares, procurando por ela, mas nada. A chuva estava forte de novo e com os pés molhados e doendo de tanto andar, ele voltou para a frente da livraria.

- Porcaria!

Ele deu um chute em sua moto antes de dar alguns pulos para trás com fortes dores no dedão do pé por ter feito aquilo, caindo sentado na escada da entrada da livraria.

- Não é justo... – Ele disse olhando para o céu totalmente cinza – Não é justo...

Ele abraçou seu joelhos e escondeu seu rosto entre eles pensando no quanto foi idiota em não ter aceitado ir com Lysandre mesmo que corresse o risco de não chegar vivo no lugar. O dia tinha começado bem para ele, então como que tudo virou de cabeça para baixo de uma hora para outra? Não era para ter sido desse jeito. 

Ele se sentia mais idiota ainda ao pensar que ela esteve bem naquele lugar e esperou por ele. Se sentiu idiota por ter se preocupado  tanto com roupas secas quando tinha a chance de encontrar a única pessoa que poderia fazer tudo ter algum sentido em sua vida de novo. 

Ele era um idiota. Um idiota azarado.

 Talvez fosse justo. “Nós íamos nos encontrar. Seria tão perfeito que eu provavelmente não merecesse algo tão bom assim. O que deu errado na verdade foi o certo. É justo...” Ele pensava quando a chuva de repente parecia ter parado de cair sobre ele. Tinha parado de chover? Foi muito de repente... Ele levantou a cabeça para ver.

A pessoa a sua frente usou um guarda-chuva para proteger Castiel da chuva. Ela estava agachada na frente dele e o olhava com ternura.

- Desculpe pelo atraso, mas eu tenho um guarda chuva... – Ela disse sorrindo.

O nó na garganta não era por ele estar segurando um sentimento ruim dentro dele. O nó na garganta era a vontade de colocar para fora a felicidade de finalmente ela estar ali, o tirando da chuva, aquecendo seu coração solitário, clareando aquele lugar escuro e chuvoso que ele se encontrava desde quando ela partiu.

Ele não queria parecer um idiota, mas... Ele era um idiota de qualquer jeito, então... Ele a abraçou tão de repente que ela acabou deixando o guarda chuva escapar de sua mão. Aquele nó na garganta não iria sufocá-lo. Assim, ele desabou em lágrimas enquanto abraçava com força a pessoa mais especial para ele em todo o universo. Ela estava lá, ela estava mesmo lá, tão real que nem os melhores sonhos que ele já teve poderiam confundi-lo. Era perfeito. Tão perfeito que ele não sabia o que tinha feito de tão bom para que fosse dele. Mas era dele. 

Aquele momento ia pertencer apenas à eles e mais ninguém. E eles não tinham pressa para que terminasse, mesmo que não parasse de chover Agora a chuva poderia vir de novo, e de novo, e de novo. Não importava. 

Ela estava ali com ele.


Notas Finais


Continua no próximo episódio


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...