História The Grey Girl - Uma aluna da Grifinória?

- Harry, temos que sair daqui! - falei com um grande desespero na voz, não conseguindo desgrudar os olhos da horrível cena.

- Não podemos simplesmente deixá-los aqui! Temos que avisar alguém - disse Harry, com um semblante de preocupação.

- Eles vão ser encontrados de um jeito ou de outro, daqui a pouco o sinal já vai tocar e todos vão sair para os corredores. E além disso, como você espera que acreditem que não temos envolvimento sendo que já somos suspeitos? Não precisamos arranjar mais encrenca e... - fui interrompida por um barulho distante que estava se aproximando aos poucos. 

Era Pirraça, o poltergeist, que, quando viu que a cena em que nos encontrávamos, gritou:

- ATAQUE! MAIS UM ATAQUE! NEM MORTAL NEM FANTASMA ESTÃO SEGUROS! ATAAAAAAQUEEEEE!!!

Pronto! Todas as portas do corredor se abriram com um baque e vários alunos e professores saíram apressados. Vi Ernie sair de toda essa confusão e gritar, apontando para nós:

- Apanhados na cena do crime! 

- Agora já chega, Macmillan - disse a Profª McGonagall, que produzira um estampido com a varinha para que todos se calassem.

Pirraça, parecendo estar se divertindo com toda aquela cena, estava cantando alegremente flutuando acima do corpo de Justino:

Ah, Potter, podre, veja o que você fez,

Matar alunos não é nada cortês...

- Já chega, Pirraça! - vociferou McGonagall. Em minutos, o corpo de Justino foi levado para a ala hospitalar, mas ninguém parecia saber o que fazer com Nick Quase Sem Cabeça. Por fim, a Profª McGonagall conjurou um grande leque no ar e mandou Ernie abaná-lo até o andar de cima. Enfim, nós ficamos a sós com ela.

- Por aqui, os dois.

- Professora - começou Harry depressa -, juro que não fomos nós!

- Sim - continuei -, nós apenas encontramos eles aqui e...

- Receio que isso não esteja mais em minhas mãos, Potter - interrompeu ela secamente.

Ela nos direcionou por alguns corredores até pararmos em uma gárgula de pedra feíssima. Ela disse o que me pareceu uma senha: ''Gota de Limão'', e imediatamente a gárgula ganhou vida e se afastou para o lado. A parede atrás dela se dividiu em dois e atrás havia uma escada em caracol, que subia suavemente. Nem bem nós três pisamos na escada, a parede se fechou com um barulho seco. Subimos em círculos, cada vez mais alto, até chegarmos a uma porta de carvalho, com uma aldrava em forma de grifo. Com certeza ali era o escritório do diretor, o Prof. Dumbledore.

A Profª McGonagall bateu a porta e nós entramos. Disse para que esperássemos ali e nos deixou sozinhos.

- O que vamos fazer agora? - disse, quase aos prantos e me jogando em uma cadeira - Provavelmente seremos expulsos!

- Calma Vi, vai dar tudo certo - senti a mão de Harry pousar em meu ombro, em uma tentativa de me acalmar.

Foi aí que seus olhos pousaram em algo que estava do outro lado da cadeira em que estava sentada, em uma prateleira. Ele rapidamente chegou até lá e esticou a mão para alcançá-lo.

- Harry? Por que que você quer pegar o Chapéu Seletor? - indaguei, olhando confusa para o chapéu velho e remendado.

- Eu... bem... - hesitou meu irmão - Ele queria me colocar na Sonserina no ano passado, fui eu que falei que não queria.

- QUÊ? Está me dizendo que poderíamos ter ficado na mesma casa? 

- Sim, poderíamos. Mas eu nem sabia que você iria acabar lá. 

- Por que você não quis? 

- Eu pensava na época que era uma casa de bruxos maus. Rony me falou no trem e Sirius repetia isso o tempo todo. - ele parecia estar bem nervoso, como se estivesse me dizendo algo que queria me contar há muito tempo, mas tinha medo da minha reação - Mas todos mudamos nossos pensamentos com você - acrescentou, vendo minha cara aborrecida.

- Tá, e o que quer fazer com ele agora? Já foi selecionado para a Grifinória, o que aliás na minha opinião combina muito mais com você.

- Obrigado. Na verdade eu estive pensando muito que eu deveria estar na Sonserina, já que todos estão achando que somos os herdeiros de Slytherin, entendeu? Vai que realmente somos, e eu deveria estar na mesma casa que você?

- Eu discordo, você é um verdadeiro grifinório e essa história de que somos os herdeiros é tudo besteira, mas se quiser ter certeza, ele está logo ali - falei, apontando para o chapéu.

Harry concordou com a cabeça, parecendo mais aliviado. Pegou o chapéu e o colocou na cabeça. Imediatamente, soltei uma risada porque ele era largo demais e lhe cobriu os olhos. Harry parecia concentrado em ouvir o que o chapéu dizia. Murmurou algumas palavras que não consegui ouvir, falando com o chapéu e, tempo depois, o retirou, disse que estava enganado e colocou-o de volta na prateleira. Perguntei na mesma hora o que havia acontecido:

- Ele me disse a mesma coisa do ano passado. Que eu teria me dado bem na Sonserina - ele parecia bem cabisbaixo.

- Ah esse chapéu não sabe de nada irmãozinho. Me dá ele aqui, vamos ver o que fala para mim - Quis manter o alto astral, para ver se conseguia animá-lo. Sei que ele não gosta tanto assim da minha casa e não é obrigado a isso. Ele pegou o chapéu novamente e o entregou a mim. Coloquei ele na cabeça e, da mesma forma que Harry, o chapéu estava largo e cobriu meus olhos:

- Caraminholas na cabeça, Violet Potter? - ouvi ele dizer.

- Na verdade não. - murmurei - Coloquei você de novo apenas para me certificar da minha casa. E também porque o único que acha que o Harry é sonserino é você. E está errado.

- Pois bem, se você tem tanta certeza... Bem agora sobre a senhorita, sempre foi uma grande dúvida onde colocá-la. Acabei lhe selecionando para a Sonserina porque era o melhor que conseguia pensar na ocasião, mas analisando melhor agora...

De repente, tudo ficou em um silêncio absoluto. Comecei a ficar nervosa. Como assim? Quer dizer que a minha casa não é Sonserina? Mas ele poderia me selecionar para outra agora, no meio do meu segundo ano em Hogwarts? Depois de mais um tempo, ele murmurou umas palavras de aprovação para si mesmo e finalmente falou em voz muito alta, que ecoou por toda a sala:

- Grifinória!!!