História The Heathens - Capítulo LXXX - Momentos que curam.

No último capítulo de The Heathens:

 

 

 

 

 

 

 

De repente Smilly entrou correndo na sala, a morena estava um tanto ofegante e agitada.

 

 

 

 

 

– Capitães… Desculpa entrar sem bater mas… A garota… a loira que sumiu… ela…

 

 

 

 

 

Sem pensar duas vezes, Shikamaru saiu correndo e aleatoriamente o segui, acompanhados dos outros líderes corremos rumo a entrada do portão, todas ali olhavam para ela… Ino tremia dos pés a cabeça enquanto, agarrada ao moletom de Inoichi.

 

 

 

 

– Shi-kamaru… – ela sorriu assim que viu o amigo, antes de fechar os olhos e cair desmaiada no chão….

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Continuação…

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Ino Yamanaka

Enfermaria, base, 8:00AM.

 

 

 

 

 

 

 

 

Lentamente abri meus olhos, inicialmente minha visão permaneceu embaçada mas, aos poucos foi melhorando, pude ver nitidamente Shizune e Itachi conversando.

 

 

 

– Ela ainda está com um pouco de febre mas, o medicamento foi aplicado, vai ficar bem!

– A “fugitiva” acordou… – O irmão mais velho de Sasuke aproximou-se de braços cruzados.

 

 

 

 

Lentamente sentei-me na cama, foi errado fugir só que, não sinto vontade de explicar oque aconteceu e muito menos de conversar com ninguém.

 

 

 

 

– Ino nós deveríamos te reportar de volta para Konoha e cancelar seu serviço como ninja militar, assim você voltaria para a penitenciaria e continuaria presa. – o capitão chamou minha atenção. – Diga… Por que fez isso?

 

 

 

 

 

Automaticamente visualizei a imagem da minha mãe congelada, só de pensar que a essa altura meu pai está do mesmo jeito… Não pude conter as lágrimas, fechei os olhos e comecei a chorar.

 

 

 

 

– Ino… – Shizune aproximou-se colocando a mão sobre o meu ombro. – O que aconteceu?

– Mortos… – solucei. – Meus pais estão mortos...

 

 

 

 

Escondi o rosto com a coberta molhando-a com minhas lágrimas… Dói tanto que não consigo explicar.

 

 

 

 

Do outro lado, País do fogo…

 

 

 

 

 

 

 

 

Sakura Haruno

Mansão da Tsunade, quarto, 9:00AM.

 

 

 

 

 

 

 

Os raios de sol chocaram-se com a pele do meu rosto, fazendo-me despertar, espreguicei e virei para o lado me deparando com o vazio… Cadê ele?

Com o lençol enrolado sobre o corpo, corri até o banheiro procurando-o, mas Sasuke não estava presente no quarto.

 

 

 

 

– Eu não acredito que depois de uma noite intensa como aquela, ele levanta, sai por ai e não me dá nem um bom dia… Não, na verdade acredito sim, o Sasuke não muda… Ele é um GROSSO!

 

 

 

 

 

Vesti minhas roupas íntimas e minha camisola as pressas, tomei rumo ao outro quarto, fechei a porta bufando. Por incrível que pareça Tsunade estava sentada na minha cama, de pernas cruzadas, a mesma parecia esperar por mim.

 

 

 

 

– B-bom dia, Sunbae! – curvei-me em reverência meio sem jeito.

– Bom dia nada, sua safada… Não me diga que você dormiu no quarto do Uchiha?

– Não vou precisar dizer… – sorri. – Parece que a senhora já sabe né?

– E assume assim? Sakura cadê seus modos? Se você ou Shizune pegar uma barriga vocês vão arcar com as consequências. – A senju começou a me seguir pelo quarto enquanto eu arrumava meu uniforme ninja. (Tsunade é pupila da Rochelle e, não vai cuidar de nenhum bebê)

– Ah, minha querida “Sunbae”… Você não conta sobre o Sasuke e eu não conto do Jiraiya…

– Eu não sai pra transar com o Jiraiya…

 

 

 

 

Irritei-me colocando a roupa sobre a cama.

 

 

 

 

– Tsunade… Para de agir como se fosse minha mãe ok? Pois ela está morrendo… E daqui uns dias vai deixar de existir. – um nó formou-se na minha garganta. – A vida é minha, quem manda em mim vai sumir do mapa… Para de brincar de mamãe e filhinha comigo e com Shizune.

 

 

 

 

 

 

Pude notar a expressão triste da Senju e me arrependi na mesma hora de ter falado aquilo mas… O dia não é bom, meus sentimentos estão misturados, eu não consigo não descontar em algo.

 

 

 

 

 

– Em nenhum momento eu brinquei de mamãe e filhinha com vocês… – ela passou por mim – Apenas vá tomar café… Vamos sair daqui as 12:00, Kushina e Minato irão também. -- Tsunade fechou a porta.

 

 

 

 

Bufei outra vez… Antes de raiva, agora de arrependimento, corri até o banheiro, vou tomar um banho e tentar lavar a alma… Estou precisando.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sasuke Uchiha

Vilarejo Konoha, 9:30min.

 

 

 

 

 

 

 

Faz tempo que não caminhava pelas ruas de Konoha, isso me trouxe boas lembranças, um sentimento nostálgico tomou meu coração, ao ver crianças correndo e brincando próximo a praça, a feirinha continua famosa e imensa, sem que ninguém percebesse abri um sorriso.

Fechei a cara novamente, e tomei rumo a parte do clã Uchiha com um pouco de receio, apesar de mais parecer uma “cidade fantasma”, eu posso olhar para cada canto desse lugar e sentir boas vibrações.

Cada pedaço aqui carrega uma linha da história do meu clã, apesar de triste… As lembranças felizes também martelam minha mente.

Finalmente cheguei em frente a casa da minha família, antes de entrar respirei fundo... Parei de hesitar, criei coragem, abri a enorme porta e adentrei o local. Ao bater os olhos na sala, pude ver claramente meu pai sentado no sofá tomando seu chá-verde, um nó formou-se na minha garganta.

Caminhei mais um pouco e observei minha mãe cozinhar gentilmente seus famosos bolinhos de arroz…

 

 

 

 

 

 

 

Sasuke FlashBack On

 

 

 

 

 

 

– Omma (mãe)… Estou tão faminto. – abandonei minha mochila sobre a cadeira assim que voltei da academia ninja.

– E quando é que você não está? – Mikoto sorriu entregando-me um prato cheio de bolinhos de arroz.

– Onde meu Hyung está? – questionei observando minha mãe encher um copo de suco.

– Fazendo alguma missão por ai… – ela entregou-me o copo, rapidamente apanhei e bebi.

– Não vejo a hora de crescer e fazer missões também! – mordisquei o bolinho.

– Sabe qual a sua missão? – Mikoto sentou-se próxima a mim. – Comer esses bolinhos e se tornar o ninja mais bonito e forte, de Konoha…

– Ye(sim) – assenti sorrrindo.

 

 

 

 

 

Sasuke FlashBack Off

 

 

 

 

 

Aos poucos a ilusão foi desaparecendo, minha adorável mãe sumiu da cozinha, caminhei até o sofá e Fugaku desapareceu também porém, antes ele sorriu para mim.

Sem me dar conta, lágrimas grossas escorreram de meus olhos, um pouco bambo sentei-me em um dos degraus da escada empoeirada, abaixei a cabeça e chorei tranquilamente, sem ninguém pra ver ou ouvir.

 

 

 

 

No país da lua…

 

 

 

 

 

 

 

 

Kankuro Miura

Refeitório, 10:00min.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Oque Sakura me falou aquele dia, deixou-me um tanto curioso e confuso… Dizem que quando pensamos demais sobre algo, enlouquecemos. Bom, eu prefiro investigar do que ficar louco.

 

 

 

 

 

 

Kankuro FlashBack On

 

 

 

 

– Agora… Preciso te falar uma coisa.

– Diga? – parei de comer para lhe dar total atenção.

– Você não acha estranho o fato da sua mancha doer no mesmo dia que Shukaku apareceu, Temari Unnie também sentiu… E…

– Sakura… – interrompi – Não tente supor que eu tenha ligação com os Sabakus.

– Mas você me disse que sua mãe já partiu e… Temari nunca viu a mãe dela nem por foto.

– Mas eu já, minha mãe é morena assim como eu… Como é possível ela ter feito uma filha loira e outro ruivo? E isso não faz sentido.

– Mas Oppa…Você já procurou saber? Já pesquisou? É muita coincidência pra uma noite só.

– Sakura, meu pai pode ser tudo…Frio, ranzinza e não muito presente mas, ele jamais ignoraria outros filhos se ele tivesse, ela não mentiria porque ele odeia mentiras, a história da nossa família é clara e única, minha morreu pra me salvar e ele ficou solitário, as vezes acho que o Rasa me culpa e me faz sentir da mesma forma… Sozinho.

– Oppa… – a rosada colocou sua mão sobre a minha com os olhos cheios d’água.

– Ah não… Não fique com pena de mim está bem? Não faça essa cara e não chore… – Apanhei o bife do meu prato e coloquei no dela – Aqui, coma mais um bife…

 

 

 

Kankuro FlashBack off.

 

 

 

 

 

Abri o celular lentamente e busquei informações sobre a mancha da maldição, não encontrei nada além do que já sabia a respeito. Beberiquei um gole da xícara de café, eu não sei de nada no entanto, agora que a pulga começou a coçar atrás da orelha, eu vou ter que me livrar dela.

 

 

 

 

 

Sabaku No Temari

Enfermaria, 10:30min.

 

 

 

 

 

Nos recusamos a tomar o café, depois do treinamento, Tenten, Hinata, Konan e eu corremos para o quarto onde Ino estava.

Fui a primeira a abrir a porta, a Yamanaka sentou-se na cama com os olhos cheios d’água, Hinata correu rapidamente abraçando-a, a mesma sem reação apenas começou a chorar, Konan juntou-se ao abraço, Tenten fez o mesmo massageando as costas dela.

 

 

 

– Está tudo bem sua loira idiota. – segurei a mão dela. – E mesmo se não tiver vai ficar…

 

 

 

 

Enquanto isso

 

 

 

 

Sabaku No Gaara

Quarto masculino, 11:00min.

 

 

 

 

Recebi a notícia de que a Ino chegou em estado febril, enquanto ela estava longe não conseguia dormir de preocupação porém, depois de uma intensa reflexão e, após observar o entrosamento de outros casais, percebi que talvez todo meu amor e cuidado não é recíproco, Ino nem se quer pensou antes de me abandonar aqui. Por esses motivos não tenho coragem de ir vê-la… Interrompendo meus pensamentos, Pain entrou no quarto e jogou-se na cama ao lado.

 

 

 

– Desabafa meu “parça”… – revirei os olhos assim que notei a péssima expressão do Hyung.

– A Konan é maluca. – o ruivo sentou-se na cama indignado. – Ela quer tirar a criança…

– Que? – arregalei os olhos. – Bom irmão, cê a mina acha que não tá pronta pra ser mãe… Quem é a gente pra ser meter?

– Eu sou o pai do feto que está na barriga dela.

– Exato. – concordei – “barriga dela”, disse tudo.

– Gaara vem cá, desde quando você ficou tão militante?

– Militante? Que nada… Mas eu fui criado por duas mulheres Pain… Dona Chiyo e a ogra da minha irmã… Você começa a notar que tudo oque a gente sofre elas sofrem o dobro “mermão”. – Levantei dando leves tapinhas no ombro dele.

 

 

(Gaara homão da porra)

 

O tatuado bufou… Pain é um cara incrível mas, ele é um tipo de pessoa que quando põe algo na cabeça, não se deixa convencer tão cedo.

 

 

 

– E você? Por que tá com essa cara de gado triste?

– Porque é isso que eu sou, um gado triste.

– Deixa disso mané… “Bora” lá ver a Ino? – Pain levantou-se.

– Sabe o que é? – cocei a cabeça. – Depois… Agora, eu vou tomar banho.

– Ué…

 

 

 

Deixei meu Hyung falando sozinho e caminhei em direção ao banheiro para disfarçar, eu não quero magoar a Ino, fiquei sabendo que ela está sofrendo demais com a descoberta da morte do pai e da mãe… Talvez eu esteja sendo egoísta mas, ela também foi quando fugiu e me deixo maluco… E como foi...

 

 

 

 

 

Do outro lado, País do fogo…

 

 

 

 

 

Pietro

Centro de Konoha, 11:00min.

 

 

 

 

Fui informado de que Sakura estava na cidade, meu coração se alegrou por um instante, quando soube o motivo não pensei duas vezes para ir visitá-la, comprei chocolates para animá-la, aquela garota trabalhava comendo doces, tomei rumo a enorme mansão da Tsunade, nunca ando a pé por aqui… Mas hoje, vou.

No meio do caminho acabei esbarrando com ele, alguém inesperado, esperava a presença de qualquer um menos dele… Sasuke Uchiha, o mesmo percebeu minha presença e paralisou encarando-me, ele é realmente assustador como falam, tem um olhar frio, e com essa máscara, parece um maníaco de filme de terror.

Meu corpo arrepiou-se por inteiro… O sangue de jesus tem poder. (tem poder… tem poder… o sangue de jesus tem poder faz o inferno estremecer, Faz o satanás correr...)

 

 

– Sasuke… – estendi a mão para cumprimentá-lo mas, o Uchiha deixou-me no vaco. – Eu sei que não gosta de mim porque eu fiquei com a sua “garota” mas… Agora ela não é mais sua, então supere.

 

 

Estava prestes a passa por ele, quando um dos últimos sobreviventes do clã Uchiha, lenda de Konoha… Passou a rir sarcasticamente.

 

 

 

– Ela não é minha? Já que está indo vê-la pergunte pra rosada em qual cama ela dormiu ontem a noite? Dormiu não… – senti meu sangue esquentar todavia, já estava acostumado, a Haruno sempre gostou dele. – Independente de estarmos juntos ou não… Sakura sempre vai ser minha porque ela me ama.

 

 

Um aperto tomou conta do meu coração, apesar de nunca acontecer nada entre Sakura e eu, não é fácil saber que a garota que você gosta… Deixa pra lá.

 

 

– Você não merece ela… – sorri morrendo de medo de levar um soco, levando em conta que Sasuke já estava com os punhos serrados. – Ela viu você beijando a Lilly naquela noite Sasuke e…

 

 

 

 

Pietro FlashBack on

 

 

 

 

– Sakura… – pigarreei – Eu não quero me intrometer na sua vida mas, não posso ir embora sem saber disso… – cruzei os braços – Como você e o capitão Uchiha estão?

– Terminados… – a mesma mordiscou o sorvete – Ele na dele e eu na minha… Sasuke no norte e eu no sul… Ninguém se fala, ninguém se esbarra, tudo certo.

– Mas… o que você falou pra ele?

– Nada demais… – a Haruno sorriu com uma cara de sapeca, ela começou a comer a casquinha do sorvete e desviar o olhar. – Sódissequejátinhatraídoelecomvocê… – de um jeito embolado ela falou algo que não consegui escutar.

– Repete… – aproximei-me – Eu não ouvi…

– Oppa… – Sakura sorriu mais uma vez com cara de sapeca – Quer terminar de comer minha casquinha? – aquela coisa pálida estendeu as duas mãos segurando o sorvete e me oferecendo.

– Não tente me comprar apenas diga…

– TÁ… TÁ… EU DISSE QUE TRAI ELE COM VOCÊ, POR QUE APENAS NÃO VAI EMBORA SEM QUERER SABER DAS COISAS? – A rosada emburrou-se mas, temeu minha reação.

 

 

Novamente comecei a rir, dessa vez de nervoso, Sakura me usou para terminar o namoro?

 

 

– Você não pensa nos meus sentimentos mesmo? – lamentei-me – Esse homem apaixonado aqui se sentiu usado…

– Oppa… Não conte nada pra ele está bem? – ela piscou diversas vezes tentando ser fofa.

– Não… – bati levemente em sua testa – Não sou nenhum fofoqueiro, fique tranquila…

 

 

Pietro FlashBack off

 

 

 

Respirei fundo…

 

 

– A Sakura… Viu… – Sasuke inquietou-se.

 

 

 

 

Ele deu as costas, por um instante esqueci da promessa que fiz a rosada e o gritei.

 

 

 

– Uchiha… – Sasuke olhou para trás,

 

 

 

Devo contar? Sim ou não? Droga… Esquece, eu prometi.

 

 

 

– Toma… – entreguei os chocolates para ele. – Entregue pra Sakura por mim e, diga a ela que estou com saudades.

 

 

Sem escutar uma resposta deixei o local…

 

 

 

 

Enquanto isso, no país da lua…

 

 

 

 

Konan Kondo

Enfermaria, 13:00min.

 

 

 

 

 

Ino não queria conversar muito, apesar de tudo permanecemos ao lado dela, Hanare também, ela vem sido uma grande amiga para todas nós… Naruto veio vê-la minutos atrás, Pain, Neji e Shikamaru também… Até mesmo seu ex, Sai, lhe fez uma visita entretanto, Gaara não apareceu. A Yamanaka perguntou por ele, nem nós sabemos.

No mesmo instante a porta se abriu, dessa vez, para aquecer o coração da loira, era ele. Ino sentou-se na cama, sua pele pálida e os olhos inchados entregavam o quão estava mal.

O Sabaku apertou os lábios encarando-a com seus olhos verdes, a mesma retribuiu o olhar com seus olhos azuis cansados e abriu um fraco sorriso.

É tão lindo quando dois olhares apaixonados se encontram pois, é como se acontece um encontro de almas.

 

 

 

 

– Eu pensei que estivesse com raiva… – a loira comentou ao ver o irmão mais de novo de Temari caminhar até ela.

– Não se preocupe. – Gaara sentou-se na cama. – Apenas saiba e sinta que estou com você…

 

 

 

 

Ino abraçou-o intensamento derramando algumas lágrimas, sinalizei para Tenten, Temari e Hinata… Precisamos deixá-los sozinhos. Abri a porta e as três passaram por mim, fui a última a deixar o quarto.

 

 

 

– Ela está de volta. – Tenten grudou no braço de Hinata que assentiu. – Estou tão feliz…

– É um alívio! – a Hyuuga concordou.

 

 

 

Todas estavam empolgadas e felizes pela volta de Ino, por este lado meu coração se alegra porém, por outro… Hanare notou e aproximou-se de mim.

 

 

– Por que está roendo as unhas ansiosamente? – a morena questionou fazendo todas olharem pra mim.

– Bom… – senti vontade chorar mas, me segurei naquele corredor frio da enfermaria. – Estou prestes a me livrar de duas pessoas… Um filho que não desejo e um namorado que não me compreende.

– O que? – Temari encarou-me um tanto indignada.

– Pain disse que terminaria caso abortasse nosso filho então… Serão duas pessoas perdidas.

 

 

 

Minhas amigas me olharam um tanto emocionadas, invés de me lançarem palavras positivas me fizeram sentir o apoio, cada uma depositou em mim um intenso abraço.

 

 

 

 

 

Horas depois…

 

 

 

 

 

Sakura Haruno

País do fogo, Aldeia da folha, montanha, 16:00PM.

 

 

 

 

 

Já faz algumas horas que estamos caminhando rumo a casa no topo da montanha, Sasuke entregou-me alguns chocolates e, não disse nada. Apenas seguiu o caminho sem expressão alguma… O que aconteceu entre nós ontem? Foi um erro? O que está passando na cabeça dele?

Apesar desse assunto me intrigar, não consigo pensar em outra coisa agora a não ser minha mãe, eu só quero vê-la, meu coração está acelerado, a ansiedade percorre todo meu corpo e pausa sobre minha barriga, transformando-se em um terrível frio, chega a doer.

 

 

 

– Eu trouxe um dos chás favoritos da Mebuki… – Kushina sorriu caminhando ao meu lado. – Assim podemos tomar juntas…

– Sim. – assenti sorrindo, um sorriso forçado entretanto, não deixa de ser um sorriso.

– Tsu… Está tão quieta. – a mãe de Naruto aproximou-se dela.

– Quer que eu fale o que? – a Senju estava um tanto irritada, deve ser por conta da nossa discussão de hoje cedo.

 

 

 

Ao perceber o mau humor da amiga, Kushina apenas afastou-se passando a caminhar ao lado de seu marido, Minato.

Coloquei a mão sobre o peito, meu coração bate tão rápido. Assim que notou minha ansiedade, Sasuke achegou-se e passou a caminhar juntamente de mim, o Uchiha pigarreou.

 

 

– Os chocolates… Eram do Pietro.

– Por que não me disse antes. – reclamei olhando-o de lado. – Eu poderia ter ido agradecer.

– Agradecer pelo que Sakura? – o Uchiha parecia um tanto enciumado. – Por que não chamou ele pra vir com você então? – o moreno afastou-se novamente antes que eu dissesse algo.

– Aish… – resmunguei pra mim mesma. – Grosso…

 

 

 

Com a mente distante e o clima tenso, tão estranho quanto aquela tarde, finalmente chegamos na última casa do topo da montanha. Todos paralisaram próximo a porta e me olharam, na hora… Tsunade até esqueceu o quão chateada estava comigo.

 

 

– Entre primeiro… – a Senju sorriu com um intenso brilho no olhar. – Nós estaremos logo atrás de você…

 

 

Olhei para Sasuke, o moreno assentiu, fechei os olhos, caminhei até a porta, lentamente coloquei as mãos sobre a maçaneta, e girei.

Meu coração parou no tempo assim que adentrei aquele lugar, meu pai lia um jornal enquanto balançava na cadeira próximo a cama da minha mãe… A mesma olhou-me com seus olhos cansados, a cabeça careca e sorriu, junto com o riso lágrimas surgiram escorrendo sobre sua pele enrugada.

 

 

– Mãe… – tremendo dos pés a cabeça tomei rumo até a cama dela, mesmo sem forças, Mebuki colocou-se de pé e abriu os braços para mim feito uma criança quando pede colo.

– Minha criança… – ela chorava, um choro doído… Que doeu em mim… Abracei-a fortemente, pude sentir suas mãos magras agarrarem meu colete ninja.

 

 

 

Mebuki encosto sua cabeça sobre meu ombro, depositei um beijo em sua testa pálida a medida em que lágrimas caíam do meu rosto.

 

 

– Eu queria tanto te ver minha filha… – a mesma segurou meu rosto e sorriu com os olhos cobertos por lágrimas…

– Mãezinha… – olhei-a gentilmente e sorri entre lágrimas.

 

 

 

Tsunade Senju

País do fogo, Aldeia da folha, montanha, 17:00PM.

 

 

 

 

Kushina emociona-se facilmente, ela chorou feito criança com o reencontro de Mebuki e Sakura e, ainda reclamou comigo, Minato e Sasuke chamando-nos de “frios”. A verdade é que sentimos também entretanto, não demonstramos igual ela.

 

 

 

– Será que já conversaram tudo que tinham pra conversar? – Kizashi estava cansado de esperar do lado de fora, aquele velho nem se quer cumprimentou sua própria filha.

– Eu vou verificar… – Sasuke também estava impaciente.

 

 

 

Mebuki e Sakura começaram a conversar faz uma hora e não pararam mais….

 

 

 

 

Mebuki Haruno

País do fogo, Aldeia da folha, montanha, 17:00PM.

 

 

 

Reencontrar a Sakura foi como tomar um bom remédio, apesar de meu corpo doer, meu coração se alegra. Minha filha cresceu bem e continua bonita… Há tantos anos que não a via, muitas noites sem dormir mas, agora finalmente, estou olhando para esses lindos olhos verdes enquanto, a minha criança me conta tudo lhe que aconteceu.

De repente a porta abriu-se, um rapaz moreno muito bonito que usava uma máscara qual tomava metade do seu rosto e uma imensa capa preta, surgiu… Ele reverenciou-me. Minha filha e o mascarado trocaram olhares…

 

 

– Todos querem entrar… Então, podemos nos juntar a vocês?

– Sim. – sorri. – Diga pra que entrem…

 

 

 

Sakura não tirou os olhos um minuto se quer do rapaz, ele parecia estar tímido, assentiu e deixou o local indo avisar os outros.

 

 

– Então é ele… – olhei-a. – Seu pai me contou sobre o tal Sasuke…

– Nós não estamos mais juntos. – a rosada falou com um tom de lamento na voz. – Mas, não importa.

– O que houve? – preocupei-me. – Kizashi me disse que você estava totalmente apaixonada pelo Uchiha…

– Bom… Não queria tocar nesse assunto mas, já que a senhora quer saber...

 

 

 

Sakura levantou-se e cruzou os braços, pelo que conheço da “Matraca”, ela vai disparar na fala…

 

 

 

– Eu me apaixonei por ele, a gente namorou… Só que, Sasuke foi pra base primeiro que todo mundo, não me avisou… Fiquei louca, adoeci, perdi peso… Veja mamãe. – ela apertou as próprias nádegas, mordi a língua para não rir. – A bunda que eu perdi quando fiquei deprimida por ele, não recuperei até hoje…

– Seu corpo está ótimo querida. – afirmei. – Continue…

– Recebi a oportunidade de ir pra base só que, escolhi ficar… Precisava treinar… Quando finalmente fui enviada, reencontrei ele mas, dei de cara com o safado beijando a cara de Pinscher da Lilly… Terminamos…

 

 

 

Sakura puxou a “cabeça dura” do pai dela.

 

 

 

– Filha… Você ao menos chamou ele pra conversar e perguntou o por que de tudo aquilo?

– Não. – a rosada voltou a sentar-se na minha cama. – Só dei o troco e, inventei que já tinha traído ele primeiro com o meu chefe.

– SAKURA… – indignei-me.

– Que foi mamãe? Vai defender ele?

– Não… Nem ele e nem você minha querida. – ajeitei a franjinha bagunçada da Haruno. – Mentir é errado, não importa a situação.

 

 

 

A rosada desviou o olhar, coisa que o Kizashi faz quando não quer admitir que está errado… Tal pai, tal filha.

 

 

 

– Ei… – segurei o rosto dela. – Apesar de tudo, você ainda gosta dele?

– Por que isso importa, mãe?

– Bom… – respirei fundo. – Existe uma antiga crença chinesa chamada “Akai ito” que diz “um fio invisível conecta pessoas que estão destinadas a se conhecerem, independente do tempo, lugar ou circunstância… O fio pode esticar e se embaraçar… Mas, nunca vai partir”. – segurei o dedo indicador dela, a mesma olhava-me atenciosamente. – Se Sasuke é o rapaz que está na outra ponta do seu fio… Não, importa as brigas, não importa o tempo, muito menos as mágoas… Vocês vão se reconectar outra vez, lembra? O fio… Ele nunca parte.

– É… talvez eu ame ele… – Sakura sorriu. – Ontem eu me entreguei pra ele mãe… E foi tão… lindo.

 

 

 

A mesma deitou sua cabeça em meu colo… Ah… o Amor da juventude… Ele é tão intenso.

 

 

 

– Então… – acariciei os fios róseos dela. – Não deixe que o orgulho estrague as coisas…

 

 

 

 

De repente o rapaz entrou, Sakura sentou-se comportada ligeiramente, junto dele Minato e Kizashi, os três sentaram-se no único sofá que havia ali. Kushina e Tsunade caminharam até nós empolgadas…

 

 

– Vamos fazer um chá? – a ruiva encarou-me sorrindo.

– Ye(sim)… – assenti retribuindo o gesto.

 

 

 

Observei Minato conversar com Kizashi, o jovem rapaz olhando apaixonadamente para minha filha enquanto ela colocava a água para esquentar próximo ao fogão. Kushina e Tsunade separando os sachês de chá. Existem momentos que curam… Se eu fechasse meus olhos agora… Fecharia feliz, meu marido entendeu que dinheiro não é tudo, minha filha é uma linda médica ninja que não ficará sozinha… Não, é mesmo Sasuke? E eu? Sou alguém que viveu oque tinha que viver e, ensinou oque tinha que ensinar.

Observei minha filha sorrir para o Uchiha e o mesmo retribuir discretamente, lentamente fechei os olhos… Foi a última coisa que vi… Sou grata por ter visto.

 

 

 

 

Continua…

 

 

 

 

“Na vida, estamos sujeitos a ganhar muitas coisas… E perder na mesma intensidade… Seja acessórios ou pessoas” Cacau Oliveira.

 

 

 

 

 

No próximo capítulo de The Heathens…

 

Sakura e Sasuke retornam pra base.

Konan aborta.

Kankuro conversa com Temari.

Kizashi procura Sakura