Passaram-se alguns dias, e o plano seguiu normalmente. Esperei mais um pouco pra pedir ajuda de Hani, deixaria ela criar uma certa liberdade com ele, pra depois pedir sua ajuda, já que eu tinha algo já montado e arquitetado em minha mente. Ela já teve dois encontros com Chansung durante os dias que se passaram, e ela acabou descobrindo algumas coisas sobre sua empresa, e alguns de seus funcionários, já que ela havia estado durante esses dois encontros, ido na casa do mesmo. Descobriu também que Chansung tem muitas coisas valiosas em sua casa, e um cofre em uma sala especifica. O quê despertou e muito, o interesse dos garotos.
- Seria uma boa vingança, não acha? – Yoongi pergunta, fitando minhas pernas.
- Eu não sei opinar sobre essas coisas, mas se for fazer mesmo, espere um tempo e tenha cuidado. – digo.
- Claro que eu vou ter. – diz, daquela forma de sempre, que só ele tinha.
- E a empresa, como anda? – pergunto.
- Tenho que ir para lá agora pra resolver alguns problemas, mas Seokjin passará aqui mais tarde, pra ver algumas papeladas sobre nossas transferências. – leia-se, tráfico. Yoongi tentava ser o mais formal possível falando comigo sobre isso, e eu ria muito à maioria das vezes.
- Certo. – me levanto, vendo ele se levantar também. – Procurarei algo pra fazer, até Seokjin chegar pra conversamos.
- Conversar sobre? – se aproxima.
- Não sei, ele é muito aleatório, e legal também. – digo rindo, e ele ri também.
- Ele é mesmo. Bom, vou indo. – se aproxima, e leva seus lábios aos meus, num longo selinho.
- Se cuida. – digo, soltando seus lábios dos meus.
- Isso foi uma ameaça? – diz rindo e o empurro.
- Idiota. – digo, e ele abre a porta do quarto e segue para sua empresa.
Desço para à cozinha, pegar algo para comer, e encontro apenas coisas gordurosas. Não queria comer nada com teor muito calórico, não posso fazer exercícios, então quanto mais dieta, melhor. Não que eu não quisesse ser gordinha, eu acho muito fofo, mas é que realmente não iria me cair bem.
Sigo em direção à sala, e fico deitada de “qualquer” jeito no sofá, assistindo uma série na Netflix.
Passaram-se algumas horas, que eu nem havia percebido. Pego meu celular no criado-mudo, e acesso uma de minhas redes sociais “fakes”. Eu queria acessar algum perfil da minha mãe pra ver se alguém postava ou dizia o quê estava acontecendo. Acesso seu perfil, e vejo que ela foi marcada em vários acontecimentos, onde segurava um fofo bebê. Não podia ser meu irmão... ele nasceu prematuro?
Eis que leio algumas das marcações, postada no dia sete de maio:
“Hoje o pequeno Choi chegou ao mundo! Foi muito de repente, e tinha muitos riscos. Mas graças ao nosso bom Deus, ele chegou com saúde, e muito forte, apesar de tudo. Você perdeu uma filha recentemente, sabe-se lá o porquê, ela podia não ter um bom temperamento, mas ainda sim era sua filha. Espero que Choi consiga lhe dar todo o amor, e preencher a falta que Yuno nos faz! Jamais será substituída, mas iremos procurar ver em Choi, a felicidade que nos falta!”
Soltei um sorriso involuntário ao ver a foto do meu pequeno irmãozinho, mas logo desaparece, lembrando que era o filho daquele monstro. Aish Yuno, é apenas uma criança. Fiquei emocionada – pouco – ao ler o quê a prima de minha mãe havia escrito. Mas eu não entendia, porque não me procuram? Minha mãe sabe que vim para Seul, eu cheguei a falar com ela no último dia que nos vimos... ah, com certeza Leo fazia sua cabeça, como sempre, para não vir me procurar! Mas não me importo, estou bem, finalmente, posso dizer que estou bem.
Minha mãe deu a sorte de dar à luz a dois taurinos... meu pequeno irmão nasceu no mesmo mês que eu, com apenas seis dias de diferença. Mas, espero que nosso o gênio não venha de signo, espero que com ele, minha mãe consiga ser feliz, e sentir orgulho.
- Yuno? – acordo de meus devaneios, vendo Seokjin surgir em minha frente.
- Oi!? – digo, ainda distante.
- O quê viu de tão interessante no celular? – pergunta.
- Ah... – o bloqueio e o jogo no criado-mudo novamente. – Nada, eu sempre tenho algumas crises de devaneios mesmo. – rimos.
- Certo. – assente. – Vou conferir algumas papeladas no escritório de Yoongi, depois vamos conversar um pouco? – pergunta e assinto. – E eu quero um lanche!
- Ah, vai fazer, folgado! – digo rindo, jogando uma almofada em seu rosto, e ele ri de volta.
Ele entra no escritório, e me levanto para fazer seu lanche. Iria preparar um pra mim também. Nessa casa tinha quinhentas funcionarias, mas fazer meus lanches, apenas eu queria moldá-los. Odeio lanches, então não como qualquer um.
[...]
Estava com um pequeno incomodo na coluna, deve ser por ter ficado desajeitada mais cedo no sofá.
- Então, você e Yoongi estão juntos, né? – ele diz, e quase cuspo o suco que bebia no tapete da sala.
- O quê? Não! – digo, de forma estranha. – Apenas estamos juntos... morando juntos, ele me comprou né? – digo, desajeitada e ele ria feito bobo.
- Não precisa mentir pra mim, idiota. – ele diz e dou-lhe um leve empurrão. – Yoongi me disse, ele me conta tudo.
- Ah... – digo aliviada. – Sendo assim... mas porque só pra você?
- Ele confia mais em mim. – diz, dando de ombros e mordendo seu lanche.
- E porque nos outros não? – pergunto.
- Digamos que... eu e ele somos praticamente irmãos. Fomos criados juntos. E eu sou muito mais calmo e paciente, e procuro entender as situações. Os outros nem tanto... gritam por tudo e apontam o dedo na sua cara por qualquer coisa. – ele diz, e assinto lentamente.
- Vocês tem a mesma idade? – pergunto.
- Sim. Eu sou de dezembro de noventa e dois, e ele de março de noventa e três.
- Ah... – digo, assentindo.
- E você? – pergunta.
- Eu sou de maio de noventa e sete. – digo.
- Esse mês? Quando é seu aniversário? – solto um leve riso, mordendo um pedaço do meu lanche.
- Já passou, foi dia primeiro. – digo, e ele me olha incrédulo.
- E você só me diz agora? – pergunta, fazendo um tom irritadiço e dou risada.
- Achei que não tinha importância. – falo, e ele ri de meus risos.
- Não ache que não é importante. – ele diz. – Nos tornamos bons amigos.
- E fico feliz com isso. – digo. – Mas você deve saber muita coisa da vida de Yoongi, né? – pergunto.
- Muita coisa? – pergunta arqueado. – Eu sei tudo! – diz firme.
- Yoongi já se envolveu com drogas? – pergunto, me lembrando quando vi aquelas coisas idiotas em seu escritório.
- Foi uma fase, que já passou. – ele diz sério.
- Certo, que fase foi essa? – pergunto.
- Uma muito chata Yuno, não vamos relembrar, certo? – diz, bufo internamente, e assinto externamente.
- Uma vez Yoongi me citou uma tal de Dayoung, quem ela foi? – pergunto, e noto seu nervosismo.
- Ela foi alguém importante, mas não está mais entre nós. – ele diz. Então ela realmente havia morrido?
- Eles foram namorados? – pergunto.
- Quase isso. – responde dando de ombros.
- E como ela faleceu? – pergunto, e ele ainda estava nervoso.
- Foi assassinada. – minha boca gradualmente se abre em forma de um “o”.
- E vocês sabem quem foi? – pergunto, pouco assustada.
- Não importa agora. Chega de perguntas? Que tal jogarmos um Street Fighter? – diz, se levantando, para ligar o vídeo game.
- Certo. – assinto desconfiada.
Essa conversa... essa Dayoung. Ela com certeza era a menina da foto. Mas porque diabos ele guardava sua foto picotada ainda em seu escritório? Ele não esqueceu ela ainda, não é?
Questionava à mim mesma.
E porque diabos naquela foto ela está ao lado de Chansung? Era realmente muita coisa para minha mente.
Mas algumas coisas estavam começando a se interligar... pelo menos em minha fértil mente.
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