História The Hybrid - She will be mine

Camila Pov.

Não acredito que isso está acontecendo, estou sendo traída pelo que eu chamava de família. As únicas pessoas no mundo que com quem eu poderia contar, mas vejo que estava errada o tempo todo. Lauren estava certa em não gostar dela, implicar com ela sempre. Ela é mais madura e sabe das coisas. Eu deveria tê-la ouvido.

A mulher elegantemente vestida saiu do carro, e entrou na casa seguida dos homens que eram seus seguranças. Sinuhe olhou para os lados mais uma vez antes de fechar a porta.

— Como ela pôde? — sussurrei sentindo minhas pernas cansadas.

— Não sabemos o motivo. Ela é capaz de tudo. Eu posso ir até lá. — Lauren disse mas segurei em seu braço quando ela ia sair.

— Vamos agir como se não soubéssemos de nada. Quero ver até onde essa farsa de família feliz vai. — falei firme.

— Tem certeza?

— Sim. Estou cansada, vamos para casa.

— Camila, prometa-me uma coisa. — nada falei e a deixei continuar. — Sinto que vão tentar nos por uma contra a outra. Duas Híbridas com rixa entre si seria um Às nas mangas de Richard e Cassandra.

— Aconteça o que acontecer. Eu confio em você. — falei rapidamente. Ela assentiu calma com a cabeça.

Deixei Lauren dirigir dessa vez. Eu não estava com cabeça para nada além do fato que a mulher que me criou está contra mim e pior ainda, com Cassandra que também era da família.

Fomos em silêncio até a mansão Jauregui, lá se tornou literalmente minha segunda casa. Eu só queria um bom banho e dormir, as decepções já tinham sido demais por hoje. Segui em silêncio para o quarto e Lauren não me seguiu ou questionou, precisava de um tempo para pensar. Saber quem são os maiores suspeitos nos deixava a um passo à frente, devo usar essa vantagem com sabedoria.

Na manhã seguinte, acordei disposta a não ser mais tão inocente. As pessoas deviam olhar para mim e não saber do que sou capaz, agora eu não seria mais passada para trás. Acho que a minha convivência com Lauren me deixou assim, e essa nova Camila eu estava adorando.

Sai pelos corredores até o salão, não havia mais ninguém tomando café então só peguei uma fruta, um som chamou minha atenção e fui em direção dos jardins. Encontrei Hayley com duas adagas na mãos indo para cima de Lauren, uma cena comum entre elas; Lauren nunca parava de treinar e me perdi olhando seu corpo, ela usava um top preto que deixava sua barriga exposta, o cabelo preso deixando seu nuca a vista e nela havia uma tatuagem. Eu já havia visto antes mas não identifiquei, era uma libélula.

— Ei garoto, o que faz aqui? — disse ao notar o lobo preto – Dark – olhando para Lauren da mesma forma que eu, só que com menos malícia. Sentei nos últimos degraus da varanda e fiquei ali. O lobo estava com o pelo macio e notei que provavelmente Lauren havia dado banho nele.

Estava distraída quando um adaga tilintou e após isso ela caiu próxima a mim. Fazendo o lobo se afastar rapidamente.

— Hey Laur. Sua namorada chegou. — Hayley disse e me fez corar.

— Ela não é minha namorada. — Lauren falou sem jeito e se seu rosto não estivesse vermelho da atividade eu juraria que ela tinha corado também. — Bom dia Camila, dormiu bem?

— Muito. Será que posso me juntar a vocês? — falei e Lauren arqueou a sobrancelha surpresa.

— Claro. Tente acompanhar nosso ritmo. — ela disse.

Eu não só acompanhei o ritmo como venci as duas de um só vez. Eu me sentia forte e cada vez mais aprendia meus limites. E definitivamente Lauren me agarrando por trás para tentar dar um golpe era meu limite. A pegada era firme e ao mesmo tempo suave, ela não usou sua força para me imobilizar. Mas foi impossível me concentrar com sua respiração batendo na minha nuca.

— Porque abaixou sua guarda?

— É difícil pensar com seu corpo tão próximo do meu. — provoquei e ela sorriu.

Quem imaginaria, eu Camila Cabello flertando com uma deusa chamada Lauren. Me aproximei furtivamente dela e quando íamos nos beijar uma movimentação estranha nos abordou. Homens altos e de terno apareceram, logo atrás Cassandra com um ar debochado e superior. Serrei a mandíbula e suspirei fundo.

— O que está acontecendo? — falei ao ver que eles vinham em nossa direção, uma marcha dura e firme.

— Camila, você confia em mim? — ouvi Lauren sussurrar.

— Com a minha vida. — falei olhando em seus olhos.

Os homens a seguraram pelos braços e Lauren não revidou.

— Lauren Jauregui, você virá conosco. — Cass falou em tom cínico.

— O que pensa que está fazendo Cassandra?

— Camila, querida. Deixe os assuntos para os adultos. Eu avisei para se manter longe dessa mulher.

— O que fiz dessa vez Cass. Comi seu pão de alho? — Lauren disse.

— Não exatamente. O conselho questionou suas últimas ações e chegamos à conclusão de que você é perigosa. — Cass disse e Lauren caiu na gargalhada.

— Você quer testar? — Provocou ela. Lhe lancei um olhar repreensivo e ela revirou os olhos.

— Só viemos lhe avisar que se você sair da linha, o mínimo que seja, terá consequências.

O clima pesou e já havia boa parte do clã Jauregui no jardim, assistindo toda a cena, alguns prontos para atacar em algum momento. Meu sangue fervia com a tentativa de impor uma farsa, Cassandra queria afastar Lauren a todo custo de mim. A pergunta é porquê?

Lauren se rendeu, incrivelmente não causando um banho de sangue e eu sabia que ela estava querendo isso. E quando ela se afastou fiquei imaginando quando iria vê-la novamente.

Cassandra estava pior que um cão de guarda, nem Lady gostava dela. Ela queria controlar os meus passos e deixei que fosse assim até agora. Eu estava no meu limite.

— Onde está Elliot? — falei firme quando cheguei em minha mansão. Em segundos o homem estava ao meu lado.

— Deseja alguma coisa?

— Avise a todos que a partir de hoje eu dou as ordens por aqui. — falei e Elliot sorriu, sorri junto. — Vamos brincar de realeza Elliot.

Até agora as ordens que dei foram atendidas, Cassandra não sabia mas aos que eram leais a mim ela não teria chance de mandar neles. Senti que nasci para isso.

Os dias foram passando e deixei Cassandra pensar que podia mandar, ela andava misteriosa, mais do que o normal. Ela saia à noite para seus encontros com quem deduzi ser minha mãe. Porém, fui tão curiosa que pedi a Elliot para segui-la e eu deveria dar um prêmio a ele que instalou uma escuta no carro dela, e o que descobri foi chocante.

“Não podemos deixar elas felizinhas para sempre. O clã Jauregui sozinho já é poderoso, e a união com Camila só daria mais poder a eles. Lauren é uma pedra no meu caminho, é difícil a remoção de Richard então vamos começar com ela.”

A voz no gravador era de fúria, então tudo se encaixou. Ela queria o poder de tudo. O motivo de não nos querer juntas era o nosso poder juntas, realmente quem obtivesse o controle de duas híbridas teria o que quisesse. Somos uma ameaça a seus planos. Pena que não dará certo.

“Eu cuido da Lauren. Eu posso criar um cenário maravilhoso, Camila não iria quer vê-la nem pintada de ouro”

Serrei o maxilar quando ouvi a segunda voz, é claro, por que pensei que ela estaria do nosso lado depois de nos alertar sobre Cassandra? Demi pensa que irá me passar para trás, logo eu, a rainha do clã Estrabao.

Lauren Pov.

Cassandra colocou seu plano em ação. Como eu esperava ela não me quer próxima de Camila; o que ela não esperava era que ser pega era somente uma parte calculada dos meus planos. Desmascarar ela em frente dos dois clãs seria um prazer imensurável. Aceitei me afastar dela e como não teve resistência da minha parte, Cassandra não teve motivos para me arrastar dali. Eu estava na minha própria casa e ela não tinha nenhuma influência sobre um Jauregui.

Infelizmente Camila foi embora com ela, seu olhar estava vidrado em mim até ela passar pela porta da mansão. Me passava confiança era como se tivéssemos um diálogo apenas com o olhar.

— Ela te mudou mesmo? — ouvi uma voz atrás de mim.

— Não sei do que está falando, Dinah.

— A antiga Lauren não deixaria ser mandada. Você está mesmo caidinha por Camila. — ela disse e eu sorri.

— Isso não é mais segredo. Só dei o primeiro passo Dinah. Cass quer nos separar; mas eu pretendo ficar com Camila.

Ela me olhou séria e depois sorriu.

— Pode contar comigo. — batemos um hi-five e lhe contei tudo sobre o que descobri junto de Camila.

— Sinu nunca me convenceu, desde a primeira aparição do nada dela por aqui. — Jane disse com o cenho franzido. Concordei e encerramos o assunto, não queria que boatos se espalhassem pela casa.

Hoje faz quatro dias que não vejo Camila, e ninguém toca em seu nome, principalmente perto de mim. O que é estranho, é como se ela nunca existisse. Permaneci alguns minutos deitada em minha cama e o corredor estava o mais perfeito silêncio, mas minha mente passava um pequeno filme dos momentos que tive com ela. Céus, eu estava sentindo uma terrível falta dela.

Rolei pela cama e parei em frente ao espelho, me arrumei de qualquer jeito. Eu me sentia faminta. Eu terminava de escovar os dentes quando ouvi um barulho terrivelmente fofo, momentos depois eu estava sendo empurrada para fora do quarto por Camila.

Juntas nós entramos suavemente na cozinha. A luz do sol, muito brilhante, passava pela porta de vidro, refletindo no balcão branco e azulejado da cozinha, cobrindo nós duas com luz. Ela estava cantarolando, então comecei a pegar os suprimentos.

— O que faz aqui? — sussurrei enquanto me movia pela cozinha, Camila ia atrás, seus dedos encontrando meu cotovelo e a palma dela passando pelas minhas costas, encontrando desculpas para me tocar.

— Eu precisava te ver. Então eu fugi, se Cassandra entrar no meu quarto vai encontrar algo dormindo e achará que sou eu.

Com o canto do olho, eu podia ver ela me encarando quando ela achou que eu não iria notar.

— Quem exatamente está te cobrindo? — perguntei. Ela sorriu largo antes de responder.

— Lady! — exclamou.

— No que você está pensando? — eu perguntei, quebrando um ovo e servindo um copo de suco de laranja.

— Que você está me fazendo café. — Camila riu.

Era uma resposta muito simples; eu não tinha certeza se podia acreditar. Não quando eu tinha centenas de pensamentos competindo por espaço na minha cabeça ao mesmo tempo.

— No que mais está pensando?

— Que é muito legal conhecer você. E eu espero que saiba cozinhar ovos.

Mas os olhos dela se ergueram dos ovos para minha boca, só por um segundo, e eu sabia que ela não estava pensando apenas em ovos. Ela se afastou e puxou as cortinas, instantaneamente mudando o humor na cozinha.

— E está muito claro aqui. — A luz foi filtrada pela cortina, lançando linhas horizontais através dos olhos castanhos dela e na linha dos lábios dela.

Eu voltei para os ovos mexidos e os coloquei num prato assim que a torrada pulava da torradeira. Eu fui pegar ao mesmo tempo que Camila, e foi um daqueles momentos perfeitos de filme onde as mãos se tocam e você sabe que os personagens vão se beijar. Só que dessa vez eram meus braços de alguma forma circulando ela acidentalmente, a prendendo contra o balcão enquanto ia pegar a torrada, e tocando à beira da geladeira enquanto eu me inclinava para frente. Perdida em embaraço por causa da minha trapalhada, eu nem percebi que era o momento perfeito até que eu vi os olhos de Camila fechados, o rosto erguido em direção ao meu.

Eu a beijei. Só um leve tocar dos meus lábios contra os dela. Nada carnal, mesmo naquele momento, os segundos entre quando eu toquei seus lábios e quando ela abriu seus olhos. Camila sorriu para mim. As palavras dela eram provocadoras, mas sua voz era gentil.

— É tudo que você tem? — Eu toquei meus lábios nos dela de novo, e dessa vez, foi um beijo bem diferente. Os lábios dela ganhando vida sobre o meu, com gosto de laranja e desejo. Os dedos dela passaram pelas minhas costelas e no meu cabelo, antes de demorar no meu pescoço, vivo e frio com o calor da minha pele.

E então eu abri meus olhos e era apenas Camila e eu - nada em lugar algum à não ser Camila e eu - ela pressionou seus lábios juntos como se quisesse manter meu beijo dentro dela, e eu, segurando esse momento que era tão frágil como um pássaro em minhas mãos.