História The Idiots - Marilina?

Pov Mário

- SAI DAQUI MÁRIO! - Natália me expulsou de casa.

- Tá - Falei de mãos de erguidas indo até a porta - Tchauzinho querida! - Bati a porta com força e fui caminhando até o parque, onde vi uma garota chorando desesperada - Marcelina? 

Sim, Marcelina Guerra estava chorando abatida, parecia que o Paulo tinha morrido. Eu tô bravo com ela, mas... sei lá, eu não gosto de ver ela chorar. Então me aproximei sem chamar a atenção, me sentei ao lado de dela e fiquei observando ela. Daí ela me olhou.

- Que foi? - Perguntou entre soluços - O que você quer? 

- Saber o que ou quem te fez isso - Falei com medo da resposta, sabia que tinha sido eu ou a Maria Joaquina. 

- Se olha no espelho! - Tá, eu podia ter dormido sem essa.

- Marcelina, eu... - O que diabos eu poderia dizer? "Marcelina, eu tô namorando com a Maria Joaquina e te odeio atualmente"? - Não posso te explicar certas coisas, mas quero ver um sorriso no seu rosto. 

- Acho que vai ficar querendo! - 😡 isso já tava me irritando - E vem cá? Você não tem ninguém te esperando? 

- Fala da Maria e dos meus/seus/nossos amigos? - Perguntei ironicamente e ela fez que sim com a cabeça - Nem sabem que eu tô na rua agora, a Natália me expulsou de casa.

- Isso acontece muito? - Perguntou se acalmando. 

- Sim... - Falei calmamente esperando a resposta ou próxima pergunta. 

- Mário, por que ela? - Perguntou. 

- Marce, eu gosto dela, ela me faz sorrir quando eu tô triste - Falei. 

- As melhores pessoas da vida são aquelas que te impedem de ficar triste, te deixando eternamente feliz! - Exclamou limpando as últimas lágrimas. 

- Quer tomar sorvete? - Perguntei. 

- Quero! - Falou. 

Comprei um de chocolate pra mim e um de morango pra ela. Ficamos caminhando embaixo das árvores, ela sorriu, mostrando todos os dentes e riu alto. 

- Marce? - Perguntei estranhando o riso.

- Eu acho engraçado o fato de que agora somos amigos, mas e amanhã? Você vai me ignorar na frente da Maria Joaquina? 

- Marce, eu já te ignorei alguma vez?

- Não, mas existe uma primeira vez pra tudo, não é? 

- É... talvez... 

Fiquei olhando ela, enquanto ela olhava o horizonte. Os cabelos castanhos caiam levemente sobre os ombros, a boca rosada havia novamente se fechado. Então os olhos castanhos escuros se vraram para mim e ela sorriu, mostrando a parte de cima dos dentes. 

- Mário, lembra do nosso esconderijo? - Perguntou. 

- Aham! Quer ir lá? - Perguntei e assim fizemos. 

Chegando lá, ela se sentou em uma pedra, fez sinal para que eu sentasse ao seu lado. Sentei e ficamos vendo o Sol se por, recebi uma mensagem da Maria Joaquina. 

Whatsapp on

Maria Joaquina 

Maria Joaquina: Quer vir aqui em casa? 

Maria Joaquina: ?????

Maria Joaquina: Onde vc tá? 

Whatsapp off 

Não respondi por que sei que ela não gostaria da resposta. Um pouco antes do Sol se por completamente, naquele momento em que ele fica laranja, assim como o céu, a Marce se virou pra mim. 

- Você nem acredita em quantas noites eu chorei por você.

Aquela frase ficou na minha cabeça, ecoando lentamente. Eu separei a Maria Joaquina e o Cirilo, a Valéria e o Davi... magoei a Marcelina... e agora parece que foi tudo em vão, embora eu não saiba o por que. 

- Sabe aquele dia que você foi no internato? - Perguntei e ela confirmou - Eu fiquei mais corajoso, mais respeitado... tudo que eu falava era lei, e ai de quem negasse me obedecer. 

- Então foi minha culpa você ter se tornado sádico? - Perguntou. 

- Não... foi o meu amor por você, não gosto de te ver chorar, de te ver triste, de ver alguém te humilhando ou coisa do tipo! - Agora estávamos muito próximos um do outro, se eu chegasse mais perto, poderia beijar ela - Acho melhor nós irmos para casa, né? 

- É - Falou e ficou séria. 

- Vamos? - Ajudei ela a levantar e fomos indo, em silêncio, pra casa, até que resolvi quebrar o gelo - Você gosta de mim, ainda?

- Gosto, mas não vou mais te atrapalhar, tá? - Respondeu rindo. 

- Tá - Eu ri apenas com o nariz - Quer ser minha amiga? 

- Quero! - Exclamou. 

Depois de deixar minha nova amiga em casa, fui ver a Maria. 

- Nossa, demorou hein? - Disse ela ao me ver. 

- Oi pra você também! - Falei dando um selinho nela.

- Oi! - Falou ao final do selinho - Quer entrar? 

- Pode ser... - Falei, mas hoje eu só queria conversar, espero que ela também - Maria, podemos conversar? 

- Claro, eu tava com medo que você quisesse fazer "aquilo" hoje, eu não tô no clima pra isso - Falou. 

- Eu também não, eu tô com remorso - Desabafei - Vi a Marcelina chorando hoje no parque, perguntei o por que e ela disse pra eu olhar no espelho. 

- Cirilo me bloqueou no whats, no insta e me excluiu dos amigos no Facebook - Desabafou - Não jogou pedras na minha janela o dia inteiro. 

- Isso, em outra época, deixaria você feliz - Falei - Só mostra que você está se tornando uma pessoa melhor. 

- Talvez, né? - Disse rindo.

- Às vezes me pego pensando em como seria se eu nunca tivesse voltado pra escola Mundial, sabe? - Ela faz que sim - Você, provavelmente, seria mais feliz, a Marcelina também, o Cirilo também, a Valéria também, o Davi também...

- Mário, entenda: se você nunca tivesse voltado, eu ainda seria mandona, mais do que eu normalmente sou, Alicia e Paulo nunca assumiriam que se gostam, o Davi ia viver pra sempre como corno, a Marcelina ia ficar com o Jaime, que não gosta dela! Sim, estaríamos mais felizes, mas as chances de sermos felizes no futuro são de 1 em 1 milhão. 

- E é por isso que eu te amo! - Falei. 

- Eu te amo também, cachorrinho! - Falou. 

No começo desse relacionamento, a Maria só queria novas experiências, assim como eu só queria o corpo dela. Depois, o afeto cresceu e eu me apaixonei pelo jeito dela, e mais tarde ela também se apaixonou por algo que ainda tento descobrir o que foi. Separamos algumas pessoas, mas, de certa forma, melhoramos algumas coisas. 

Mas... eu... ainda... eu ainda sinto algo pela Marcelina. É difícil de explicar, ela me deixa estranho. Eu não sei o que é, mas algo me diz que brevemente eu vou ter que escolher entre as duas. 

Pov Paulo

A Marcelina ainda não tinha voltado. Liguei pra primeira pessoa que achei que ela poderia ter ido buscar "consolo".

Chamada on 

Jaime: Quem é? 

Paulo: Sou eu, balofo! 

Jaime: Oi Paulo! 

Paulo: Tá ofegante por que? 

Jaime: Não tô com a Marcelina, fica tranquilo. 

Paulo: Não? 

Jaime: Não, mas eu e a gatinha que tá comigo vimos ela no parque. 

Paulo: Tá, tchau! 

Jaime: Tchau...

XXX: Jaime, desl...

Chamada off

Parecia a voz da Laura com a Alicia. Ahh... eu tô ficando é doido! Nesse exato momento, a Marcelina abriu a porta e eu vi o Mário com ela. Pensei que ele fosse entrar, mas ele foi embora. 

Duas horas depois, a Alicia me ligou.

Chamada on 

Paulo: Oi Lilicia!

Alicia: Paulo, tenho que te contar uma coisa. 

Paulo: Fala!

Alicia: Sabe que não estamos namorando, né? 

Paulo: Sei... Felizmente! 

Alicia: Você ficou com alguém? 

Paulo: Não, mas eu tô querendo ficar, mas eu não posso. É quase um crime. 

Alicia: Seja lá quem for, fica! Senão eu vou ficar com a consciência pesada.

Paulo: Você tava com o Jaime e a Laura, né? 

Alicia: Como cê sabe disso criatura? Era você que tinha ligado pra ele?

Paulo: Era! Do mesmo, eu vou te ouvir, vou ficar com a garota. 

Alicia: Beleza... Tchau! 

Paulo: Tchau! 

Chamada off 

Eu fui até o quarto da Marce, onde ela tava em cima da cama, deitada. Ela olhou pra mim, de cima a baixo, como se tivesse me avaliando. 

- O que quer? - Perguntou sentando. 

- Eu quero você! - Falei e sentei do lado dela.

- Ficou doido? - Perguntou assustada.

- Doido por você, talvez! 

- Paulo!

- Marce, intenda que não é fácil viver com você. Eu sou obrigado a te ver com outros garotos, usando roupas coladas e decotadas, sem nunca poder evitar a ereção - Ela tava apavorada - Sei lá, você me deixa louco das ideias! 

- Paulo, eu sei que eu não devia falar isso, mas... - Ela olhou fundo nos meus olhos - A Margarida ainda vai numa boate de swing aqui pertinho, eu fui uma vez... se você estiver interessado.

- Vamos! - Falei. 

Saímos logo após o jantar, na frente da boate estava a Margarida. Disfarçada, toda de preto. Passamos quase que toda a noite lá, até umas 05:42 da manhã. Voltamos bêbados pra casa, a Marcelina dormiu comigo. Eu fiquei com a Marcelina, com a Margarida, com umas 7 outras meninas e fui obrigado a beijar um garoto. Foi divertido, na maior parte. 

Fim do Capítulo 9