História The Intern - Capítulo 8

POV ELENA CARTER

Um motivo bom de hoje: Não vou à faculdade, ainda tenho que me recuperar totalmente de ontem. Na verdade, eu já to bem! Mas sabem como são mães preocupadas. Enfim, aproveitei para acordar um pouco mais tarde, vou tomar café fora e aproveitar para relaxar e pensar um pouco. Como hoje está calor em Chesire, coloquei uma regata básica verde clara, um short jeans e uma alpargata preta. Deixei meus cabelos soltos, coloquei um óculos de sol estilo aviador e peguei minha carteira e chaves.

Desci as escadas rapidamente e me deparei com a sala vazia. Provavelmente papai, mamãe e Lexis deveriam estar dormindo. É, ontem foi um dia muito cansativo para eles. Deixei um bilhetinho na bancada da cozinha caso alguém acorde e sinta minha falta. Saio de casa, respiro fundo e sorrio, o dia estava realmente lindo. Vou caminhado até a Starbucks, já que não é tão longe assim. No caminho vou observando a cidade de Holmes Chapel. É tão simples, porém linda! As pessoas tão simpáticas e todos conhecidos. Sempre tem pessoas te dando “oi” pra você quando passa por elas.

Entrei na única Starbucks de Chesire. Aquele que lugar emanava o cheiro de café para todos os cantos. Fui até o balcão e pedi um café chocolate branco e alguns cookies com gotas de chocolate. Fiquei batucando com os dedos o balcão enquanto o meu pedido não vinha. Retirei da carteira o dinheiro para pagar e o atendente me entregou o pedido. Paguei e agradeci. Virei-me e vaguei meus olhos pelo local a procura de um lugar para sentar, mas encontrei um par de olhos verdes me fitando e sorrindo. Ele estava sentando ao lado de outra garota, muito bonita por sinal. Sorri e ele me chamou para ir até lá. Respirei fundo e fui.

- Elena! Que bom te ver. – Harry falou sorrindo. - Oh, essa aqui é a Gemma. – Completou.

- Prazer Gemma. – Falei cumprimentando-a

- Prazer! – Sorriu. – Senta aí conosco.  – Falou.

- Ah, não quero atrapalhar. – Respondi.

- Capaz! Não vai atrapalhar nada não. – Piscou.

Suspirei , coloquei minha comida na mesa e sentei. Harry e Gemma já estavam na metade de seus cafés.

- Então, está melhor? – Harry perguntou bebericando seu cappuccino.

- Oh, claro. Só não fui à aula hoje por insistência da minha mãe. – Revirei os olhos. – Mas irei para o hospital de tarde. – Completei.

- Ah, vocês trabalham juntos? – Gemma perguntou.

- Sim, ela é minha estagiária. – Harry respondeu.

- E você vai se especializar em qual área? – Gemma perguntou mordendo seu muffin de chocolate.

- Radiologia. – Respondi tomando um gole daquele delicioso café.

- Legal. – Sorriu.

- De folga hoje Harry? – Perguntei.

- Ah sim! Dois dias. Já que ontem tive que ir para cuidar de certa pessoa – Sorriu de lado exibindo sua covinha esquerda.

Corei.

- Desculpe. – Falei olhando em seus olhos e com um meio sorriso no rosto.

-Tudo bem! Nem me importo com isso. Meus pacientes sempre em primeiro lugar! Ainda mais se for um especial, como você. – Respondeu e eu me perdi naquela imensidão verde.

Mordi o lábio e sorri. Olhei para Gemma que nos olhava sem entender nada. Droga! E se ela for namorada dele? Caralho!

- Bem acho que já vou indo. – Falei me levantando.

- Mas já? – Harry perguntando segurando meu braço. Olhei para sua mão que apertava meu pulso e ele retirou rapidamente.

- Ér... Sim, tenho mais coisas para fazer. – Menti pegando meu café e o saquinho com os cookies.

- Foi um prazer ter conhecido Elena. – Gemma falou.

- Prazer foi todo meu! – Falei. – Até mais Harry. – Completei.

- Quer uma carona? – Harry falou.

Gemma arregalou os olhos e eu cheguei a conclusão que ela era mais que uma amiga dele.

- Não precisa! Obrigada. Se cuidem! – Acenei e sai dali.

Suspirei e uma coisa não saía da minha cabeça: O toque do Harry no meu pulso.

(...)

Depois que sai da Starbucks, fui para casa onde subi e troquei de roupa. Coloquei um jeans branco skinny, uma blusa rosa clara de meia manga e nos pés, meu bom e velho all-star branco. Arrumei minhas coisas para levar pro hospital e logo após fui almoçar com a mamãe e a Alexia. Nós conversamos e rimos bastante. Ajudei minha mãe com a louça e me despedi da Alexia que disse: “Manda um ‘beju pro ‘Hali”. Revirei os olhos e sorri. Fui caminhando calmamente até o hospital. Optei por ir andando o caminho inteiro mesmo, já que estava com um tempo sobrando. O tempo estava realmente bem agradável hoje à única coisa que estava me incomodando era a maldita calça branca que resolvi botar. Acho que de cada cinco homens que passam por mim, quatro me olham e dão sorrisinhos maliciosos. Culpa das minhas coxas grossas que ressaltaram com a calça, enfim, os homens de hoje estão cada vez mais tarados. Cheguei ao hospital querendo botar meu jaleco mais rápido possível e tapar de uma vez meu bumbum. Porém lembrei-me que havia deixado ele em casa. Deve ter caído quando peguei minhas coisas.

Agora, cá estou eu, esperando um milagre, digo, táxi passar para eu voltar em casa e pegá-lo. E é claro que iria me atrasar. Droga! Isso não é legal e eu to achando que os taxistas estão em greve hoje. E é nessas horas que queria ter um carro.

POV HARRY STYLES

Estou achando que esse hospital não tem outros cardiologistas a não ser eu. Por que justo na minha folga, eles me ligam me pedindo para ir lá assinar uns documentos? Sério, só porque minha irmã está aqui. Veio de Nova York para me ver. Bufo e resolvo ir rápido para voltar logo. O caminho inteiro vou pensando na Elena. Será que ela já estaria lá? Ou não? Mas porque que eu to pensando nela?!

Estaciono minha Land Rover na primeira vaga que vejo, saio e entro no hospital. Pego o elevador até o segundo andar onde fica o setor que precisa de mim ou das minhas assinaturas. Dirijo-me até o balcão e peço o raio daqueles documentos.

- Porque eu tive que vir hoje fazer isso? – Perguntei a enfermeira que estava ali.

- Ah, desculpe. Achei que o senhor gostaria de assinar isso mais rápido possível. – Ela sorriu.

- Sério? Essa cirurgia aqui, só vai acontecer semana que vem! – Exclamei. - Nem sei por que to assinando esse termo de compromisso agora. – Completei.

- Sua letra é linda, Doutor. – Essa enfermeira só pode ‘ta de brincadeira com minha cara. – Na verdade, você é lindo. – Sorriu.

- Só pode tá brincando né? – Perguntei olhando pros lados e depois para ela. – Sabe, se você tem realmente amor por sua profissão, comece-a levar a sério, por que medicina não é brincadeira. Por mais insignificante que seja sua função, cada segundo vale ouro. Então, na próxima vez, me chame se for realmente uma emergência. Entendeu? – Falei e ela concordou assustada.

Bufei e me dirigi logo à saída desse prédio. De boa, não me surpreendo com mais nada nesse mundo. Pego o elevador e vou até a porta de saída. Sabe aquele papo de surpreender? Então, esquece! Deparo-me com ninguém mais que a Elena esperando alguém ou alguma coisa. Mas o que me deixou realmente surpreso foi aquela calça branca. Cara, como ela pode ser tão gostosa? Essas coxas grossas e... Harry! F-O-C-O! Balanço minha cabeça e tenho afastar esses pensamentos. Aproximo-me dela e não posso deixar de reparar mais uma vez no seu bumbum. Ah qual é gente?! Sou homem também, oras.

- Elena? – Perguntei o que a fez dar um pulinho de susto.

- Jesus! – Botou a mão no peito. – Da próxima vez, tenta não me assustar. – Riu. – Esqueceu que eu sou cardíaca? – Sorriu.

- Não, mas seria um prazer cuidar de você novamente. – Sorri. Mas o que eu acabei de falar?!

- Ér... Por caso os taxistas estão em greve hoje? – Perguntou, mudando suavemente de assunto.

- Acho que não. Por quê? – Respondi.

- Preciso voltar em casa para buscar meu jaleco, acabei esquecendo. – Fez uma careta. – E se demorar muito, vou me atrasar para o estágio. – Completou.

- Até te emprestaria o meu, mas isso é meio antiético e ele ficou em casa. – Falei. – Quer uma carona? – Ofereci.

- Olha, dessa vez sou obrigada a aceitar... – Falou.

Disse ok e fomos até meu carro, que não estava muito longe dali e entramos. Já sabia onde ela morava então, tive que puxar algum assunto:

- E a Alexia? Tá bem?

- Oh sim! Ela mandou um “beju pro Hali”. – Falou imitando a voz da irmã e eu ri com isso.

- Diga a ela que agradeço. – Falei. – E mande outro, obviamente.

- Se você quiser, pode descer e ir falar com ela, enquanto eu pegar minhas coisas. – Falou pondo uma mecha de seu cabelo para trás da orelha.

Ok. Isso era um convite não só para eu entrar na casa dela, mas também para eu levar ela de volta ao hospital. Não que eu não iria fazer isso, mas me animei um pouquinho com sua atitude.

- Ela está em casa? – Perguntei dobrando na rua da casa dela.

- Sim! Hoje sim, por precaução mesmo. – Respondeu tirando o cinto e abrindo a porta do carro.

Estava tirando o meu e prestes a descer, mas minha irmã me liga no exato momento.

- Ah, outro hora eu falo com a Lexis. Preciso atender. – Respondi. – Te espero aqui. – Completei.

Ela apenas sorriu fraco e foi rapidamente para dentro de casa. E eu atendi a ligação.

POV ELENA CARTER

Entrei em casa e não tinha ninguém. As duas deviam ter ido ao supermercado, enfim, subi as escadas e encontrei meu jaleco caído no chão do meu quarto. O pego rapidamente e olho na minha janela. Harry conversando animadamente no telefone. Devia ser a Gemma. Bufo. Respiro fundo e certifico que não está faltando mais nada. Dirijo-me até a porta da minha casa. Tranco a porta e volto ao carro, onde Harry desligava da chamada.

- Pronta? – Perguntou.

- Sim. – Respondi fechando a porta e botando o cinto logo após.

- A Alexia gostou do meu beijo? – Perguntou sorrindo e dando partida no carro.

- Ah, ela nem estava em casa. Deve ter saído com minha mãe. Mas mandarei seu beijo assim que a ver. – Respondi.

- Ah, ok então. – Falou e voltou sua atenção ao trânsito.

- Podia ligar o rádio né? – Perguntei.

- Até onde eu sei meu rádio não tem vida e nem morde. – Riu. – Ligue você ué. – Respondeu.

Revirei os olhos e sorri. Liguei a porcaria do rádio e logo começou a tocar Slave To The Rythm – Michael Jackson Feat. Justin Bieber. Animei-me com a música e comecei a fazer uma dancinha. Harry voltou sua atenção a minha e riu fraco. Ele cantarolou a música enquanto prestava a atenção no trânsito.

- Harry... – Falei.

- Diga. – Respondeu.

- Seu celular tá tocando. – Ri.

O visor estava com Gemma escrito, bem grande. Sério, essa menina é a sombra dele? Não faz nem cinco minutos e ela já está ligando de novo.

- Depois eu atendo. – Sorriu.

- Tudo bem. – Falei enquanto mexia em um dos botões do meu jaleco

- Ela tá me ligando toda hora. Sabe o como é, preparativos do casamento e tal. – Ele falou

Meu coração parou e voltou. Eu ouvi bem? Casamento? Meu Deus! Ele nem aliança usa.

- Oi? Você vai casar? – Perguntei olhando fixamente pra ele.

- Oh não! Mas minha mãe vai. – Sorriu orgulhoso. – Gemma está ajudando com a decoração e essas coisas que as mulheres fazem. – Completou.

Suspirei aliviada.

- Mas porque a preocupação toda? – Harry sorriu de canto.

- Ah é porque, hã, sei lá! Você nem usa aliança e só curiosidade mesmo. – Falei. Na verdade mais me enrolei do que falei.

Harry riu.

- Tá um pouquinho longe pra eu casar. Acho que tenho um tempinho ainda. – Piscou.

“Sério? Quantos dias? Até a Gemma descobrir que está grávida de você e vocês casarem? Depois explodirem de felicidade e viverem felizes para sempre?”

- Oh sim! Concordo com você. – Óbvio que não falei meu pensamento.

- Chegamos! – Harry falou.

- Muito obrigada Harry! Sério, valeu mesmo! – Falei.

- De nada! Seu praticamente seu anjo da guarda. – Sorriu.

- Digamos que sim! – Ri – Agora tenho que ir. – Dei um beijo rápido na sua bochecha e sai do carro. Andei até a porta do hospital e acenei para ele que me olhava com um mega sorriso, destacando suas covinhas. Entrei no hospital e vesti meu jaleco ali mesmo. Ajeitei minha bolsa no ombro e fui até o elevador. Quando abriu dei de cara com ninguém mesmo que o Zayn.

- Achei que não viria hoje! – Falou.

- Tive uns imprevistos. – Respondi entrando no elevador.

- Tudo bem! Pronta para começar? – Sorriu.

- Claro! – Respondi e nós saímos do elevador quando ele chegou ao terceiro andar.

(...)

Confesso que trabalhar com o Zayn é bem divertido. Suas histórias com pacientes são demais. Contou que teve um garotinho que enfiou uma bolinha de apito dentro do ouvido e ele teve que tirar, outra que uma menina segurou um espirro tão forte que acabou estourando o tímpano, resultando uma mini cirurgia e outra de outro garotinho que teve que fazer um exame em seu nariz com uma câmera introduzida no mesmo, mas o menino espirrou na hora e sujou todo o equipamento de secreção, Zayn disse que isso foi a coisa mais nojenta que ele já viu. Ele é um ótimo médico e além de ser lindo, não pude deixar de reparar e conclui que a Lali é uma puta sortuda.

Ajudei Zayn a retirar drenos do ouvido de uma garotinha. Ela havia feito uma cirurgia e os botado para ouvir melhor, e agora já estava na hora de retira-los. Peguei os dois drenos todos sujos de cera, e joguei no lixo. Enquanto jogava minhas luvas no lixo, Zayn despedia-se da paciente.

- Então, o que é esse potinho ali? – Perguntei apontando pro mesmo que se encontrava na mesma dele.

- São amídalas. – Falou calmante. – Tirei de um paciente. Eu perguntei se ele queria, e lógico que uma criança de seis anos vai querer para brincar. – Finalizou.

- Sério isso? – Perguntei.

- Sim! Quer vê-las? – Ameaçou abrir o pote.

- Não! Obrigada. – Sorri. – Não sabia que podia levar pra casa. – Falei.

- Pode sim. As amídalas são nada mesmo que duas bolotas de pele que crescem e podem fechar sua garganta. Por isso retiramos. – Explicou.

- Entendi.  – Falei. – Zayn... Você e a Lali já... – Fui interrompida.

- Se já transamos aqui? Pra falar a verdade, ontem teve uma rapidinha bem ai onde você tá sentada. – Mordeu o lábio.

- O quê? – Exclamei levantando rapidamente da cadeira.

Zayn riu.

- To brincando! A gente usa mais minha mesa mesmo. – Piscou. – Você devia experimentar. – Falou ajeitando uns papéis.

- Porque você e ela estão me dizendo isso?! – Apertei os olhos para ele.

- Não sei. – Riu fraco. – Quem sabe daqui um tempo você descobre. – Piscou novamente.

O que eles queriam dizer com isso?!

(...)

Já estava na hora de ir embora. Depois do meu dia legal ao lado de Zayn, estava cansada. Despedi-me dele e fui até o elevador. Tirei meu jaleco e o guardei na bolsa. Soltei meus cabelos e entrei no elevador. Chegou ao térreo e eu dei de cara com o Niall, eu acho.

- Elena! – Me cumprimentou.

- Niall, certo? – Perguntei.

- Certíssimo. – Sorriu. – Então, amanhã é seu dia comigo! Tive que trocar com o Louis. De tarde, ele vai ir à festa de aniversário de sua irmã, Lottie. – Falou.

- Ah, tudo bem! – Respondi – Então... A gente se vê amanhã, Tch... – Fui interrompida.

- Elena, você quer ir a uma festa amanhã comigo? – Perguntou fitando o chão.

- Niall, não sei é que.... – Fui interrompida novamente.

- Vai ser legal! Todos do hospital vão! Se você quiser, nós podemos ir juntos para festa, depois do expediente. – Colocou suas mãos nos bolsos do jaleco.

Encarei aqueles olhos azuis e pensei, porque não?

- Tudo bem. – Suspirei. – Eu vou sim! – Respondi.

- Que bom! E eu prometo que a festa será especial. – Beijou minha bochecha e saiu dali.