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História The Judge - The First Day


Escrita por: RGBSfics

Notas do Autor


Olá, meus amores. Só queríamos agradecer as mensagens positivas sobre a nossa fic e dizer que estamos amando responder de volta. Sintam-se a vontade para dar suas opiniões e é isso. Ainda tem muita coisa boa pela frente e continuaremos atualizando sempre. <3 <3

Capítulo 8 - The First Day


Fanfic / Fanfiction The Judge - The First Day

LAUREN'S POV

Yasmim saiu de onde estava e correu em minha direção me abraçando fortemente, chegando a soluçar de tanto que chorava. Afastei a franja de sua testa e depositei um beijo ali, de uma forma carinhosa e tudo o que a garota falava era " ai meu Deus" repetidas vezes. Logo depois vieram a mãe e a irmã mais velha me cumprimentarem, mas em nenhum minuto, a garota me largava. Era como se tivesse um imã entre a gente, fazendo com que ela não me soltasse de jeito nenhum. 

— Como você está se sentindo Yasmim? — O apresentador perguntou estendendo o microfone à ela que me soltou para responder. 

— Eu não sei o que estou sentindo, é inexplicável. — Me abraçou novamente e me deu um beijo na bochecha — Eu estou passando mal. Já estava entrando em desespero porque a África é um fim de mundo e eu não fico um segundo sem notícias da minha Laur... Ai meu Deus. 

— Ela não consegue nem falar, coitada. A Lauren veio ao Brasil para divulgar seu novo album Who I Am que terão as turnês iniciadas no ano que vem, apenas. — Disse o homem e eu concordei. 

— Eu amo você, amo muito! — Exclamou em inglês me apertando em todos os lugares possíveis. — Você é mesmo de verdade. 

— Eu também te amo, minha pequena. Eu sou de verdade e estou aqui com você. — Falei em Inglês e ela pareceu ter entendido algumas palavras, pois sorriu e voltou a chorar me abraçando pela milionésima vez. 

— A Yasmim está aqui representando a todos os fãs de Lauren Jauregui e por conta disso, é ela quem vai entregar o disco de platina à cantora que conseguiu mais de cinquenta mil cópias em menos de uma semana aqui no Brasil. — Disse Luciano pegando o disco emoldurado e dando à menina para que ela pudesse me entregar. 

Não pude deixar de me emocionar com aquele momento e dessa vez, quem grudou na menina fui eu. Segurei o microfone com a mão direita e me posicionei diante às câmeras e à plateia. 

— Eu estou muito agradecida por tudo o que vocês fazem por mim todos os dias. Se eu sou quem sou hoje, devo isso à vocês. Eu amo este país de coração, amo cada um de vocês individualmente, obrigado. — Falei em inglês e a última palavra, pronunciei em português. 

— Agora Lauren Jauregui irá cantar para Yasmim uma de suas músicas, enquanto vocês, mãe e irmã, esperam comigo bem ali no canto. — Luciano disse e se afastou com as duas, deixando apenas a garota ali comigo. 

Havia me apresentado cantando Dope enquanto os fãs me acompanhavam e assim que o programa acabou, fiquei mais uns dez minutinhos nos bastidores com Yasmim e a família antes de seguir para o ultimo show meu no país. 

CAMILA'S POV 

— Ok mãe... Está tudo bem, estou me cuidando. Sim, comendo direito frutas e legumes. Não me falta absolutamente nada. Sim... Não... ok, outro, te amo também...  tchau. — Suspirei um pouco exausta pelo cansaço, mas olhando satisfeita para o meu novo local de trabalho. 

Quatro dias haviam se passado desde o inicio daquelas obras e os caras eram realmente muito efecientes. Haviam bastante operários para que a obra terminasse o mais de pressa possível e, assim como haviam prometido no dia em que lhes informei sobre os problemas, eles haviam entregado pronto no prazo e sem nenhum problema. Lucy e eu não poderíamos estar mais feliz ao recebermos as entregas dos móveis encomendados naquele mesmo dia, não perdemos tempo e começamos a decorar o lugar do nosso jeitinho. De um escuro quase sombrio, o lugar virou um mais claro clássico e bem mais elegante do que era antes. Lucy havia decorado as mesas e os vários jarros de flores em alguns cantos do estabelecimento, enquanto eu colocava os doces, bolos e tortas nas vitrines que seriam usados para atrair os clientes. 

— Sinto cheiro de trabalho cumprido, parceira! — Vives estendeu a mão para que eu tocasse e eu bati. 

— Agora sim este lugar vai nos render mais do que a gente esperava receber! — Falei sorrindo e olhando para trás encontrando o Sr. John com os seus velhos óculos de grau e pequenas lágrimas no canto dos olhos. 

— Serei eternamente grato por isso meninas. Se não fossem vocês, eu nem sei o que faria. 

— Shh, — disse o acalmando. — O senhor tem que sentar naquele novo banco que compramos especialmente para você e observar todo movimento aqui. 

— E deixar tudo comigo e com Camila que daremos conta disso aqui tudinho. — Lucy completou. 

— Vocês são meus anjos da guarda... Isso aqui é de vocês. Gerenciem, façam o que acharem melhor, eu confio em vocês, minhas filhas. 

— Aaawn o Sr. John é um velhinho tão fofo. Posso te chamar de vô? Posso né, o senhor não deve se importar na idade que tem... 

— Lucy! — Chamei a atenção da menina, fazendo o senhor em nossa frente, rir. 

Decidimos que não abriríamos o café naquele dia. Ele havia acabado de ser reinaugurado e pelas horas, não era o horário mais adequado para aquilo. 

Shawn havia passado para me buscar e aproveitamos para oferecer uma carona a John e à Lucy, que ficavam a caminho de nossa casa. Deixamos cada um em seus respectivos lugares e continuamos com o nosso trajeto para a casa. 

— É amanhã. — O garoto me lembrou e senti meu coração bater mais forte em meu peito. 

— É, eu estou nervosa. 

— Não fique. 

— Você vai me levar? — Perguntei. 

— Uhum. — Respondeu ríspido, ainda de olho no trânsito tranquilo da cidade. 

Havia percebido o quão calado ele estava e não era de hoje. Aquela situação estava me incomodando bastante porque eu odiava não ter assunto com quem quer que fosse, ainda mais essa pessoa sendo ele, que eu convivo, que estou sempre junto, que acordo junto... Arght. 

No dia seguinte, foi a mesma coisa. Ele havia acordado, atendido a um telefonema, me dado um breve "bom dia" e ído para a cozinha preparar algo de café da manhã para que não saissemos com fome. Dei de ombros e resolvi ignorar a situação. 

Após bebericar apenas um suco de laranja,  fiz minha higiene matinal e me arrumei para a audição que aconteceria em breve. Cada minuto que se passava, me parecia uma morte lenta, como se eu não tivesse como voltar atrás e, de repente, tudo o que eu mais queria era me enfiar debaixo da cama e só sair de lá depois ganhar o programa. Respirei fundo, calcei minhas sandálias sem pressa e penteei os meus cabelos. 

— Vamos Camila! — Mendes gritou e eu revirei os olhos impaciente. Se tem uma coisa que eu odeio, é alguém me apressando. 

Peguei minha bolsa que estava pendurada no closet, coloquei as mesmas coisas de sempre — como se estivesse indo para o Alasca — dentro dela e saí, trancando a porta e indo para o estacionamento logo em seguida. Depois de alguns longos minutos dentro daquele carro silencioso, Shawn parou de repente e o carro desligou sem mais nem menos. 

— Morreu! — Exclamou, batendo no volante. 

— O que morreu? 

— O carro! 

— Eu tenho uma audição para daqui a meia hora. Ele não pode morrer, você ficou louco? — Falei cruzando os braços e balançando minhas pernas freneticamente enquanto ele ligava o carro e não obtia resultado. 

— Vamos ter que empurrar. — Disse e eu arregalei os olhos, exclamando um sonoro "que?!" e ele me encarou. — Eu não vou deixar meu carro no meio da estrada. Você me ajuda a empurrar... 

— Olha bem pra mim, vê se eu tenho cara de quem empurra carro Shawn? Pelo amor de Deus, como a gente vai fazer para pegar um táxi no meio dessa estrada? 

— Não sei. 

— Faz alguma coisa, tente ligar o carro novamente ligue para a polícia... 

— Polícia? — Interrompeu-me gargalhando. — O que nos resta é sair para empurrar e pegar uma carona até que o reboque venha. 

— Isso não pode estar acontecendo. Não no dia da minha audição! — Pus as mãos na cabeça em desespero e suspirei. — Desculpa mesmo, mas eu não vou empurrar. 

— Camila... 

— Vou te esperar ali do outro lado da rua. — Falei depositando um beijo em seu rosto e saindo do carro com a minha bolsa nas mãos. 

O observei bufar e sair do carro batendo a porta com força, enquanto eu sentava na calçada. Desenhos abstratos com as unhas em minha calça eram feitos por mim, apenas para mostrar que eu não estava dando a mínima e que eu não tinha mudado de ideia quanto a carregar o carro para um canto qualquer daqui. 

Os carros foram feitos para quê? Levar os humanos até o seu destino e não o contrário. E ele já havia me estressado bastante aquele dia para eu agir como se nada estivesse acontecendo. 

Depois de alguns minutos, um homem baixinho e careca, de aparentemente uns cinquenta anos, se aproximou do garoto e o ajudou a conduzir o carro até uma calçada que não corresse risco de ser atingido de repente por outro veículo. 

Levantei-me e sacudi a poeira do chão em minha roupa enquanto o esperava atravessar a rua. Em outra situação, eu riria até me cansar de sua cara carrancuda, mas não. Resolvi deixar pra lá e esperar a boa vontade de surgir um táxi aqui, no meio desse nada. 

Os minutos passavam e nada de algum veículo parar, eu já estava quase tendo uma convulsão de desespero pelo meu atraso para o The Voice, mas ainda sim resolvi não me pronunciar até porque reclamar com ele não adiantaria de nada. Quando finalmente parou um, entramos rapidamente e pedimos para que o motorista voasse porque não seria apenas uma audição perdida, seria a minha vida perdida. 

Chegamos ao local marcado e eu estava completamente nojenta. Suada, descabelada do vento, meu perfume já tinha saído e o pior, minha maquiagem estava borrada de tanto que meu olhos chegavam a lacrimejar de medo, caso não conseguisse. 

— E-er, eu vim para as... As audições, eu me atrasei um pouco... — Falei ofegante depois de correr metros até a entrada. 

— Senhorita, sinto lhe informar, mas as audições acabaram de terminar. — Olhei em seu crachá e li que a mulher fazia parte da produção, além de se chamar, também, Camila. 

" Sinto lhe informar " Eu já tinha ouvido tanto essa frase na minha vida que eu poderia matar cada um que a pronunciava em minha frente. 

— Camila, não é? Prazer, eu sou Cabello... Q-quer dizer, eu também me chamo Camila, eu sou cubana, vivo atualmente em Miami com os meus pais, minha família é pobre... 

— Muito prazer, Camila Cabello — A mulher me interrompeu. — Mas eu, infelizmente não posso te ajudar. 

Não pode me ajudar? Ela tinha que me ajudar. Precisava me ajudar. Eu poderia ter um treco ali a qualquer momento, já estava extremamente desesperada, com os nervos à flor da pele e ela me diz isso? Não se diz " Infelizmente não posso te ajudar " para uma pessoa que estava prestes à ter um infarto bem na sua frente. 

— Eu me atrasei!!! — Gritei um pouco nervosa, mas logo me recompus — Me desculpe, eu estou nervosa, eu tenho problemas de ansiedade, o carro do meu namorado quebrou, eu juro que fiz de tudo para chegar na hora certa, até acordei às cinco! 

— Eu sei, mas... 

Não, você não sabe

— Por favor Camila. Será que tem uma outra forma de eu conseguir me apresentar? Você precisa me ajudar, eu preciso dessa chance moça. — Eu disse limpando as grossas lágrimas do meu rosto e mordi o lábio inferior, aguardando uma resposta. 

— Eu não posso te ajudar, sinto muito. 

— Eu imploro, por favor... Eu não irei te decepcionar. — Funguei e suspirei, soltando o ar pesadamente pela boca pedindo mentalmente à Deus para que me ajudasse, ou eu iria encontrá-lo mais cedo do que eu desejava. 


LAUREN'S POV 

— Foi. Tudo. Maravilhoso, Veronica Iglesias! — Falei me jogando exausta em seu sofá. 

A casa dela era a que ficava mais próxima do programa e eu precisava compartilhar minha euforia com alguém. Havia ligado para Harry e Normani, mas ambos os dois não atenderam minha ligação. 

Desde que cheguei do Brasil, aquela seria a primeira vez que eu via minha amiga, talvez porque eu estaria fugindo um pouco das suas zoações ainda sobre o dia da boate e não estava nem um pouco afim de voltar neste assunto novamente. 

— Secou alguém? Deu em cima da Jessie J. ? Se pegou com alguma gostosa nos bastidores? 

— Por que será que você só pensa em mulher? Toma vergonha na cara, Iglesias. — Falei pondo os meus pés para cima e a mulher andou até mim e os colocou para baixo novamente. — Implicante. 

— Meu sofá é novo, caso não saiba! 

— Ih, não está mais aqui quem colocou os pés para cima. — Levantei as mãos em rendimento e me sentei normalmente. — O que te deu hoje heim? Falta de sexo? Tá na fossa? 

— Menstruada, estressada, enjoada, tudo ada, Jauregui. 

— Você menstrua? — Perguntei divertida e recebi uma almofada na cara. 

— Lógico, quer vir aqui e dar uma olhadinha palhaça? — Perguntou e eu gargalhei alto. 

— Credo, sai pra lá! — a mulher riu e eu continuei. — Voltando às audições, tinha um garoto que entrou e cantou Side to side da Ariana. Ele cantou a música inteira de olhos fechados e quando viu que fui a primeira a virar, saiu de onde estava e avançou em minha cadeira. Velcro, eu fiquei desesperada. 

— Ele era seu fã ou o que? — Perguntou indo ao frigobar e pegando uma garrafinha de ice para nós duas. 

— Na hora eu pensei que fosse um psicopata. O garoto grudou em mim pior do que a garota no programa do Brasil e não quis largar de jeito nenhum. 

— E passou? — Balancei a cabeça positivamente e ela gargalhou. — Sabe que nos próximos, ele será mais esperto e irá te estrangular, fique esperta. 

— Que droga Vero, agora vou ficar paranoica sempre que ver ele. — Rimos e eu bebi gole do ice em minhas mãos. — Os outros eram normais. Os que cantavam muito, eram feios e os que não cantavam nada, eram bonitos. 

— Mas e as mulheres? Virou para alguma gata? — Perguntou eufórica, me fazendo rir. 

— Já te mandei tomar vergonha nessa cara hoje? 

— Virou ou não, jagunça? 

— Fui bem justa, se você quer saber. Eu estava lá para avaliar apenas a voz do candidato, se eu quisesse avaliar beleza, eu estava no esquadrão da moda e vai ser assim até o final, minha cara amiga. 

— Hum, justa sempre! Jauregui para presidente. — Levantou as mãos com o ice em uma delas e fez sinal de protesto. 

— Vote 666 para Veronica Iglesias, a besta. 

— Ahaha, só não te mando tomar no cú porque eu não xingo na presença do meu filho! — Disse me fazendo arregalar os olhos. 

— Está grávida? — Perguntei. 

— Dedos engravidam alguém? 

— Não, mas... Whatever, que filho é esse então? 

— Calminha aí, vou te mostrar. — Deixou a garrafa de bebida em cima da mesinha de centro e andou até a cozinha. Segundos depois, voltou com uma miniatura de cachorro nos braços, sorrindo feito uma tonta. — Esse é o Dereck. 

— Dereck? Que porra de nome é esse para um cãozinho? — Perguntei me aproximando dela e encontrando uma pequena bolinha com pelos brancos enrolado em uma toalhinha. 

— Não xingue perto dele. Ele só... tem cara de Dereck, oras. 

— Não tem Vero. 

— Tem Laur! 

— Ele tem cara de Branquinho. Branquinho é um belo nome, não é Branquinho fofo? Aaai meu Deus, me dá ele aquiiiiiii! — Falei pegando-o em meus braços. — Tudo bem coisinha fofa? Sorri para a dindinha... 

— Branquinho? Vai te catar Lauren, é Dereck e ponto final! E você não é a dindinha dele coisa nenhuma. 

— Ah não? — Perguntei fazendo uma careta triste e ela negou. — Então quem é a vadia? 

— A Mani. E eu vou contar a ela que você a chamou de vadia, a propósito. — Fez uma cara convencida e eu revirei os olhos. 

— Isso é porque vocês têm um caso. — Dei um beijo na cabeça do animalzinho e ele se encolheu ainda mais em minhas mãos. 

— Caso? A gente não tem um caso. 

— Isso por que ela não quer! — Exclamei voltando a me sentar no sofá e ela fez o mesmo. 

— Eu também não quero! — Disse a mulher bufando. 

— Raciocina comigo, na matemática, o "não" seria menos, e o menos significa negativo e todos nós sabemos que menos com menos é positivo, e positivo significa "sim". Então, esse "não" de vocês, matematicamente falando, significa "sim". 

— Que porra é essa que você falou? 

— Quando vocês vão entender que a Laurenzinha aqui é exper em mensagens subliminares? — Perguntei piscando um dos olhos e a mulher gargalhou, xingando baixo. 

— Você? Exper? Eu li isso no instagram um dia desses, sua ridícula, nem disfarça que anda kibando as falas dos outros, isso me surpreende vindo de você. — Falou ainda rindo e eu revirei os olhos. 

Leu do instagram? Ham? Não sei do que ela está falando. 

— Ah, falando em surpreender, eu cansei do meu apartamento e estou negociando uma mansão maravilhosamente surpreendente! Tem lugar pra você, pra Mani e pro Harry. Vou fazer um quarto enorme para o Branquinho agora. — Falei sacudindo o bichinho para um lado e para o outro. 

— DERECK!!! 

— Tanto faz, Iglesias. 

— Você mal se mudou para o prédio e já quer comprar outra casa? — Fiz que sim e ela fez um grande "O" com a boca  — Eu, com aquele seu apartamento, estava feliz. Nada é melhor do que aquilo Lauren. 

— É sim! Vocês vão ver. Por enquanto é surpresa, mas logo eu me mudo. E quanto ao apartamento, pode ficar de presente. 

— O que?! — Perguntou incrédula. — De presente para mim? 

— Para o Branquinho, é claro. Mas como você é a mãe dele... 

— DERECK, CARALHO! 

— Ok, Dereck. 


CAMILA'S POV

Havíamos chegado exaustos em casa. Eu não tinha mais forças nem para me locomover sozinha, sem contar a fome que me deu no caminho e eu não quis pedir para Shawn descer do taxi para que pudéssemos comprar algo. Ele ainda estava muito estranho comigo, por essa razão, resolvi voltar quieta da mesma forma que fui. 

Me tranquei no banheiro e me me despi, entrando debaixo do chuveiro em seguida. A água gelada batia em minha cabeça de uma forma tão maravilhosa, que eu poderia ficar ali, apenas naquela posição, para o resto da minha vida. 

Enquanto me ensaboava, estive pensando na melhor forma de chegar nele e conversar como dois adultos, como um casal maduro que somos — talvez eu nem seja tanto assim — e por tudo em pratos limpos. Será que ele estava assim pelo que aconteceu na sala? Ou pela noite na boate? Ou pior... E se Lucy tivesse razão dizendo que ele estaria me traindo? 

É uma possibilidade à se pensar.

Tratei de tirar o sabão o mais depressa do meu corpo e desliguei o chuveiro, saindo do box e pegando minha toalha que estava pendurada. Sequei mais ou menos o meu cabelo e a enrolei ali, vestindo-me com o roupão rosa que havia comprado semanas atras. Calcei minhas pantufas e segui para o quarto, entrando em meu closet e escolhendo algum pijama levinho que não me incomodasse muito. O vesti vagarosamente e liguei o secador na tomada, secando os meus cabelos com certa dificuldade, mas finalmente havia conseguido um bom resultado, coisa que raramente acontecia. 

Peguei meu celular para checar as horas e percebi, na tela de fundo, que havia quatro chamadas perdidas de Ally. Preocupada, resolvi retornar a ligação, mas não obtive nenhum resultado. Entrei no whatsapp e visualizei seu visto por último, antes de mandar uma mensagem. 

" Eu: Estou tentando te ligar, você está há uma hora sem entrar, aconteceu algo? " 

Esperei uns cinco minutinhos e dei de ombros antes de sair do quarto e ir para a cozinha. A qualquer momento ela terá que me responder, então nada melhor que esperar bebendo um belo de um chocolate quente. 

O cômodo estava vazio e apagado, assim como os outros vários cômodos da casa, e o único som emitido era o da TV ligada em um jogo de futebol que provavelmente havia acabado de começar. 

— USA contra China? — Me aproximei tentando puxar algum assunto, mas tal esforço foi em vão. 

Shawn dormia tranquilamente no sofá com o controle nas mãos. Peguei o objeto e desliguei o aparelho antes de voltar à cozinha e começar o que eu havia planejado. Coloquei todos os ingredientes em cima da bancada, antes de por a panela no fogo, para que não viesse me esquecer de nada. Assim que terminei  voltei ao quarto com uma xícara grande nas mãos e sentei-me na cama, aguardando alguma resposta de minha melhor amiga. 

Minutos depois de ter me sentado, o celular vibrou em cima do criado mudo e eu o peguei. Visto que havia uma mensagem de Ally, abri o whatsapp em nosso chat rapidamente e logo li o que ela havia enviado, sem mais perda de tempo. 

"Ally: Foi mal Mila, eu estava ajudando a lerda da Lucy, que acabou de queimar um bolo todinho no forno" 

Sorri imaginando sua cara ao digitar aquilo e respondi: 

" Eu: Uma hora dessas, ela põe fogo na casa haha. Eu só queria saber o motivo das suas quatro ligações. :) " 

" Ally: Eu quero saber como foi lá. " 

" Eu: Tirando a parte de que o carro do Shawn deu um treco no meio da estrada, só cheguei atrasada e não me deixaram entrar para fazer a audição :( " 

" Ally: Ah mentira?! Que droga heim. Mas ainda não acabou amiga, você pode tentar outras vezes :D Mas está tudo bem? Cadê o Shawn? " 

" Eu: Pois é. Eu nem te conto. Ele está estranho comigo há três dias ou mais um pouco e eu não sei por quê. Estive conversando com Lucy e o que ela me disse sobre ele me trair, me deixou mais paranóica do que eu já sou. " 

" Ally: A Vives te falou isso??? Ela não sabe o que fala Mila, você não pode absorver as coisas que essa louca fala. O Shawn te ama, ele não iria fazer essa sacanagem com você, pode ficar tranquila. " 

" Eu: Não vão brigar aí vocês duas, por favor. Obrigado Ally, por tudo mesmo. Agora vou dormir, amanhã a gente se fala. " 

" Ally: Não vamos. Pode sempre contar comigo sua boba. Vai lá, até amanhã e boa noite :* " 

Terminei de beber o pouco de chocolate que havia restado na xícara e bloqueei meu celular, o colocando em cima do criado mudo novamente. Calcei minhas mesmas pantufas do banho, e abri a porta do quarto andando lenta e preguiçosamente de volta à cozinha com a louça nas mãos. 

Depois de ter dado alguns passos, parei de repente no corredor e ouvi Shawn falando no telefone com alguém. Ele nunca ligava à noite, muito menos acodava para atender à uma chamada a não ser que ela fosse de muita importância. Voltei alguns passos para trás e resolvi prestar atenção na conversa, por mais que a sensação de culpa por estar invadindo sua privacidade crescesse em mim. 

— ...Não, ela acha que eu dormi, relaxa... Não sei, acho que podemos nos encontrar para ver isso melhor... — Sentou-se no sofá com as mãos na cabeça distraidamente e encarou o chão, ainda com o celular no ouvido. — Então ótimo! Estou tomando o maior cuidado possível... Também sinto sua falta... 

Engoli em seco e respirei fundo, decidida a ouvir aquilo até o final. 

— Também amo você... Sempre vou amar... 

Aquelas palavras me atingiram como se fossem várias facadas por trás, e era como se eu estivesse sentindo a dor de cada uma delas perfurando o meu coração. Por que ele falaria daquele jeito tão íntimo com alguém? 

Ouvi o próprio estrondo da xícara que eu segurava ir de encontro ao chão. Meus olhos ardiam como se estivessem jogado um chumaço de areia neles e toda aquela conversa com Lucy tinha voltado à minha memória. 

Ela tinha razão. 

Era por isso que ele estava estranho durante esse tempo todo. 



— ...você namora há dois anos com o cara, está morando com o cara, dorme na mesma cama com o cara... 

— Eu sei de tudo isso, não precisa me lembrar. 

— E ele não insiste? — Balancei a cabeça negativamente — Nem um pouco? — Repeti o ato e ela arregalou os olhos. — Desculpa te dizer isso amiga, mas ele te trai. Ele é homem, tem necessidades...




— ... Eu tenho que desligar! — Se apressou em desligar o aparelho e andou apressadamente até onde eu estava, ajoelhada no chão e com a respiração falha — Camila? Olha... Eu posso explicar! 


Notas Finais


E ai? Como estamos?

:)


~RGBS


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