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História The Killer - A origem


Escrita por: Leonnae

Capítulo 1 - A origem


     Me chamo Mauro Moraes, conhecido pela família como Maurinho. Venho de uma família rica da Gávea, meus pais são grandes advogados renomados. Qualquer um poderia dizer que somos uma família perfeita, não estariam mais enganados. Minha mãe sempre teve um problema grande com o álcool e meu pai era extremamente agressivo com ela. Era como se ele descontasse todo o estresse nela e ela descontava toda a dor na bebida.

    Eu sempre fui uma criança diferente das outras ao meu redor, como eu sempre fui muito focado nos estudos nunca tive tempo para o que chamam de “amigos”, eu também nunca me interessei em fazer amizades. Eu sempre fui o tipo de criança que enquanto as outras brincavam na rua do meu condomínio, eu estava no meu jardim queimando as formigas com uma lupa e a luz do Sol. Ah... eu poderia passar o dia inteiro fazendo isso. Sempre tive prazer em ver as formigas desesperadas. Sempre gostei de ver as tais formigas sofrerem e também de ser o motivo de tal sofrimento.

    Quando completei meus dez anos, percebi o quão era sem graça ficar queimando formigas no jardim e decidi expandir meu “império” de tortura. Esperei dar a hora de meus pais irem trabalhar e como a rua estava passando por uma infestação de gatos obviamente me aproveitei da situação. Avistei um gato totalmente branco, seus olhos negros brilhavam e recebiam a luz do Sol em completa harmonia, bem, seria ele. O atraí até meu colo e o prendi em meus braços, fiz todo o percurso de volta para casa, peguei uma faca na cozinha e subi ao meu quarto de imediato.

     Bem, suspirei, era a hora. Amarrei o gato no chão do meu quarto de barriga para cima, claro, prendendo as patas no meu pé da cama.

–  É a minha primeira vez, vou apenas seguir meus instintos. – Encarei o bichano que não apresentava uma boa expressão.

      Peguei a faca e passei pelo pescoço do gato de leve pensando no que fazer, parecia ser muito cedo para o matar assim, precisava de algo que o faria sofrer. Enrolei, enrolei enquanto encarava o animal e em seguida cortei uma de suas patas, o animal deu um miado alto, eu sequer me importei, apenas fiquei admirado com as expressões de desespero do animal e em como o sangue corria com facilidade. Enfiei a faca em sua barriga e fui abrindo aos poucos, cada vez ficando mais encantado com a cena e tendo uma visão mais ampla por dentro do animal. Fui passando os dedos por cada parte aberta do gato, a essa altura eu já estava com as mãos cobertas de sangue. Sem mais delongas enfiei a faca no local que parecia ficar o coração do gato e acho que foi ali que eu o tirei dessa vida.

– Considere isso um livramento dessa vida imunda. – Esbocei um sorriso.

Com muita cautela limpei todos os rastros possíveis e acabou ficando imperceptível o local do “crime”. Eu sempre fui muito perfeccionista em tudo, me deixando em vantagem e facilitando meu “trabalho”, acho que eu posso chamar assim.

      Depois da minha primeira vez eu fiquei obcecado por aquilo, ser o motivo do desespero de alguém tinha virado meu vício, eram compulsões atrás de outras. Porém eu sempre fui muito vaidoso e aparentemente simpático, eliminando qualquer suspeita que pudesse ocorrer. Sempre estava com uma camisa social bem abotoada, sapatos engraxados, cabelo arrumado e dentes totalmente corretos e bem escovados. Você deve conhecer a sociedade em que vivemos, se você é rico e apresenta uma boa aparência nunca vão suspeitar que você é um criminoso. E isso é muito bom para mim.

      Bem, quando completei 18 anos me sentia pronto para cometer um delito mais sério, dessa vez queria sentir o desespero de um ser humano. Queria sentir alguém tremer, chorar, implorar para parar e todas essas coisas que envolvem o hormônio da adrenalina. Não seja por isso, meus pais orgulhosos do bom menino que tinham, claro, o filho perfeito que sempre tirava as melhores notas, não pensaram duas vezes, me presentearam com um carro. Eu disse que iria fazer uma visita para um amigo que morava em outro estado e assim decidi ir pra Minas Gerais fazer o meu trabalho. Comprei tudo que precisaria, inclusive uma máscara do “Mickey Mouse”, sim, do Mickey Mouse. Eu sempre tive as famosas “orelhas de abano” e todos os meninos viviam me importunando, me chamando é claro de Mickey. Eu não poderia não deixar uma marca registrada do começo do meu legado. Como eu disse eu sempre fui muito perfeccionista, então estudei com precisão cada um de minhas vítimas e consegui achar até a ficha de avaliação psicológica de uma das vítimas, que estava lá alguns de seus medos, me deixando com cartas na manga.

        Me despedi de meus pais como se estivesse indo a uma festa, e era como se fosse uma festa para mim. Foram longas horas da Gávea até Congonhas, em Minas. Chegando lá fui para o hotel, eu precisava descansar. Minha ansiedade tomava conta das minhas poucas horas de sono me mantendo acordado. Estava tudo planejado, meu primeiro alvo era um menino chamado Carlos, ele tinha apenas 7 anos. Eu sabia até o horário que seus pais saíam para trabalhar, foram bons meses trabalhando nisso. Ele estudava a tarde, e isso só facilitava o processo. Seus pais saíam as 06:20, como eu não queria esbarrar com nenhum deles por engano acabei esperando até umas 07:10 no final da rua que se encontrava vazia, era uma rua pacata demais para ter algum movimento, ainda mais essa hora.

        Quando eu tinha certeza que não tinha ninguém em casa, pulei o muro de tamanho mediano. Carlos estava dormindo, tudo corria bem. Sem muito esforço consegui abrir a porta dos fundos. Fui até o quarto de Carlos e fiquei examinando cada parte do menino, o menino tinha longos cabelos lisos que cobriam uma parte da sua face e seus olhos eram castanhos, porém um castanho incrivelmente claro. Bem, estava na hora de brincar.

          Encostei no menino e o mesmo acordou, logo em seguida ele deu um pulo para trás. 

 – AHHHHHH! Q-q-q-uem é você? – O menino, aparentemente assustado ia sentando na cama e se afastando de mim.

– Você não gosta do Mickey? O Mickey só quer brincar. – Dei um sorriso, que foi abafado pela máscara de qualquer maneira.



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