História The killer of my life - 22 O circo está se fechando

Point Of Views Morgana Kummer Lavigne

A voz de Zayn soando no ambiente me deixou meio assustada, quase entregando que eu estava a esconder coisas dele, mas o sorriso que eu dera na sequência foi uma maneira de dizer que estava tudo bem, não para confortá-lo, mas para me confortar.

— Daddario é o contador da minha empresa, Zayn. — Eu suspirei. — Há alguns meses percebemos algumas lacunas no dinheiro que sai, coisas que não se encaixavam e estamos investigando.

— Por que não me falou nada? — Eu revirei os olhos.

— Porque não é a sua jurisdição, Malik. — Eu disse com a voz dura. — E você tem problemas de mais na sua área, não precisa de uma demanda maior ainda. — Eu completei a fala e tentei sorrir, mas a feição do moreno era séria.

— É, Morgana. — Ele riu balançando a cabeça negativamente. — Mas eu conheço pessoas, eu poderia ajudá-la com informações.

— Querido, eu agradeço a sua preocupação, — Eu alisei o seu rosto. — mas não somos casados e portanto eu não tenho que te contar tudo sobre o lado profissional da minha vida. Não é pessoal. — Eu sorrir e ele se afastou. — Malik! — Ele não me respondeu, voltou a fechar os olhos e eu suspirei pesado.

O restante da noite eu passei acordada, esperando notícias de Daddario que logo me mandou mensagem dizendo que precisava das filmagens apagadas antes que a polícia colocasse as mãos na gravação, então logo eu mandei mensagem para Ahsley que segundos depois me respondeu com um okay e logo em seguida respondeu a mensagem dizendo que estava apagada. Provavelmente Daddario pegaria o jatinho hoje bem cedo e chegaria no começo da tarde, pelas minhas contas levaria de 5 a 6 horas de voo e mais alguns minutos de carro para chegar até em casa. Acionei o jato para o local, o piloto era um de meus homens, claro, ele pousará em uma pista de voo particular e lá encontrará Daddario.

Quando amanheceu, Malik estava acordado, mas não falava comigo, suspirando eu me aproximei e beijei o pescoço dele, que continuou intacto.

— Me desculpe! — Ele me olhou. — Zayn, eu não queria ter soado tão grosseira com você. — Suspirei. — Daddario é o contador da minha empresa desde que ela passou para o meu nome, meus pais resolvem a parte financeira e burocrática, que envolve advocacia e tudo mais. Peter é advogado de empresas e, eu admito que ele é muito bom, Daddario foi falar com ele, para eles analisarem o caso e então vieram falar comigo que alguma coisa estava errada e alguém estava desviando o dinheiro. — Eu disse. — Eu não te contei, nem te pedir ajuda, porque eu tenho pessoas experientes trabalhando nisso e de minha confiança.

Em partes até que era verdade. Peter é advogado, Emma é formada em administração e eu, ironicamente não sou formada em nada, mas tenho mais do que metade da empresa em meu nome. Mesmo sendo de faixada para escondermos nossos roubos e cargas ilegais, eu ainda tinha que manter meus pais de fora e participar de reuniões e fazer negócios chatos que não nos acrescentam em nada. Eu não sirvo para essa vida de escritório, então deixo tudo nas mãos de homens que me relatam todos os dias o que está acontecendo, quanto de dinheiro sai e quanto de dinheiro entra, eu já dei várias provas que me roubar não é o certo e depois de um tempo eles passaram a ser cem por cento leais a mim.

— E você confia nesse tal de Daddario? — Zayn perguntou.

— Confio, Zayn. — Eu assentir. — Ele foi para uma conferência em Madrid e está tentando resolver as coisas com alguns sócios de lá, mas como você ouviu não deu certo muito certo.

— Eu fui infantil. — Eu assentir em concordância e ele suspirou. — Mas, começa a me contar os seus problemas, não precisa passar por todo o estresse sozinha, Mor, eu estou aqui para te ajudar e para te reerguer quando precisar, então começa a confiar em mim. Eu prometo não me meter nos seus assuntos, ao menos que você peça. — Ele disse cansado e eu o selei rapidamente.

— Tudo bem! — Concordei. 

— Você passou o restante da noite mexendo nesse celular. — Disse de repente e eu continuei da mesma maneira.

— Eu estava enviando as coordenadas para o piloto e resolvendo pendências com Ashley. — Alisei sua mão. — Quer ver?

— Claro que não, Morgana. — Eu quase soltei um suspiro aliviada, mas me contive e dei de ombros apenas. — Eu confio em você! — Beijou a minha testa e eu o abracei.

É, Malik, mas não deveria.

Emma chegou no hospital com Angel no finalzinho da manhã, nesse meio tempo eu e Zayn fomos ver Peter que estava se recuperando bem e amou conhecer Zayn. Minha irmã quando me viu soltou das mãos da mãe e veio correndo ao meu encontro, sorrindo ela pulou em meu colo, abraçando-me com toda a força que conseguia.

— Oi, princesa! — Abracei-a também e beijei suas bochechas avermelhadas.

— Eu vou ver o papai, a mamãe disse que ele tá MUITO bem. — Deu ênfase no muito e eu assentir. — Depois eu vou embora com você, porque a mamãe disse também que eu não posso ficar muito, porque hospital é cheio de bichinhos ruins. — Ela disparou e eu a tirei do meu colo.

— Então vá ver o papai, querida. — Ela assentiu e olhou Zayn.

— Oi, Za. — Sorriu tímida e meu namorado alisou sua bochecha.

— Oi, An! — A garotinha riu e saiu saltitante para a mãe, que logo a levou até o pai.

— Morgana! — A voz de Ashley soou de repente na sala de espera e eu a encarei, sua feição estava normal, então eu previ que ela não assistiu a gravação.

— Oi, Ashley! — Eu sorrir fazendo a loura sorrir de volta.

— Vamos pra casa? — Eu assentir e olhei Zayn.

— Zayn, você pode ir para casa e descansar, tá bem? — O moreno negou com cabeça. — Olha, você tem assuntos pendentes para resolver, não é justo eu prendê-lo aqui enquanto seus companheiros estão trabalhando. — Selei-o rapidamente. — Eu amo você!

Zayn estava prestes a negar, a argumentar ou sei lá o que ele pensava em fazer, mas decidiu em concordar e abraçou-me forte, sussurrando que também me amava e no minuto seguinte, depois de se despedir de Ashley, ele saiu.

— Movimentação estranha ao leste daqui. — Ela disparou e eu neguei com a cabeça para ela não continuar, atendendo ao meu pedido ela se calou.

— Vamos esperar Angel e conversamos no carro. Vou mandar Nice ir lá para casa.

— Ela já está lá. — Ashley disse e começou a roer a unha. — Morgana, as coisas estão começando a dar errado, eu estou começando a ficar apavorada, você precisa bolar algum plano e rápido. Olha a sua família, olha o que aconteceu com o seu pai, o próximo pode ser qualquer um: Angel, Malik, eu — Ela passou as mãos pelos fios louros. — Você precisa dar um jeito nessa situação.

— Ashley Benson! — A repreendi e ela me olhou. — Se controla, mulher, porque se você desesperar agora, não vai ser nada, nada legal. — Eu disse e ela assentiu ainda com os olhos arregalados. — Vamos embora! — Eu completei a ver a cabeleira loura de Angel.

Quando ela chegou perto eu me despedir de Emma e sair do hospital, bem a tempo de ver o carro de Malik dobrando rápido a esquina, meus olhos voltaram-se para Ashley que arqueou a sobrancelha e deu de ombros.

— Será que ele estava ouvindo a nossa conversa? — Perguntou enquanto eu prendia Angel com o cinto de segurança.

— Eu espero que não. — Fechei a porta e encarei Ashley. — Ele já está fazendo perguntas demais, drogas de perguntas que qualquer resposta errada pode nos comprometer. — Fechei os olhos. — O circo está se fechando, Ashley e não é um bom sinal.

Sabíamos que logo a situação começaria a esquentar e precisávamos estar preparadas para todo o tipo de empecilho que surgisse. Quando Ashley deu partida no carro eu suspirei, eu precisava contar a verdade para ela, mas precisava de tempo, a porra do tempo que eu não tenho. Não tardou para chegarmos em casa e quando adentramos eu mandei que Nice levasse Angel para um banho e assim ela fez. Meu celular apitou avisando uma mensagem: Daddario estava chegando.

— Ashley? — Eu a chamei e ela respondeu em um resmungo. — Eu tenho uma coisa para te contar. — Ela franziu o cenho.

— O que você fez? — Eu suspirei, mas não tive tempo de contar, apenas sussurrei um sinto muito e ela me olhou como se não entendesse onde eu estava querendo chegar.

Então ela foi abrir a porta, sorriu ao ver Daddario, mas sua expressão mudou para assustada quando viu a outra pessoa que estava atrás dele.

— Está de brincadeira com a porra da minha cara. — Deu as costas para eles e passou a mão pelo cabelo. — Cadê a droga da nossa confiança, Morgana? Você é uma cretina.

Eu engoli em seco e sentei-me no sofá, feliz e triste.