História The Last Butterfly (Camren) - Capítulo 18

02/07/12

Louis já está morando em Havana a doze semanas. Ele fez a entrevista para uma agencia de publicidade local e conseguiu o emprego sem muitos esforços graças a seu currículo incrível. Eu o questionei o motivo de alguém que se formou em bacharel em música em Juilliard vir para Havana trabalhar criando jingle para comerciais de pasta de dente. Ele riu e me respondeu que ele não conseguia ficar muito tempo no mesmo lugar, ele viveu até seus dezoito anos na Inglaterra, local onde nasceu, mudou para os Estados Unidos e se formou lá e agora era a vez de Havana. Ele disse que não sabia para onde o destino o levaria a seguir, mas no momento ele tinha motivos para permanecer aqui. Ele e Harry estão namorando a um mês e três semanas.

Nós três fomos para o aniversário de Luna que ocorreu em uma bar muito famoso da cidade chamado La Bodeguita del Medio. Pode até parecer nada romântico, mas o pedido foi totalmente o contrário. Louis pediu que eu fosse andando com Harry para o bar e eu, já sabendo para o que era, dei um jeito de fazê-lo ir comigo. Ele reclamou muito, mas no decorrer do caminho, pessoas foram entregando a ele uns papeis com as razões de Harry ser amado e no final, Louis estava parado com um escrito “aceita namorar comigo”.  Alguns até podem achar clichê, mas eu achei extremamente lindo.

Ele e Harry são extremamente fofos juntos. Nós quatro (Luna, Harry, Louis e eu) saímos os finais de semana quase todo nesses últimos meses e isso me fez perceber o quão incrivelmente bem Louis faz a Harry. Eu jamais vi meu amigo dessa forma, seus olhos adquirem um brilho tão intenso quando o vê ou simplesmente quando fala sobre ele. O olhar de Hazza chega a me lembrar o de mama em relação a papa, o que demonstra que ele está sentindo algo solido e real. Eu não poderia estar mais feliz por ele, Harry merece mais do que ninguém ser feliz pois ele é um dos seres humanos mais incríveis que eu conheço.

Ele sempre esteve do meu lado. Todas as vezes em que eu precisei de alguém para chorar, me apoiar ou dá risadas, ele estava lá. Harry esteve do meu lado quando descobri que Austin me traia com minha melhor amiga, jamais esquecerei deste dia. Eu tinha saído da universidade mais cedo e decidi fazer uma surpresa para ele pois já tinha semanas que não nos víamos por conta das coisas que precisamos fechar para o fim de período.

Ao chegar em seu prédio saquei a chave de minha bolsa e percebi tudo quieto, então decidi ir ao quarto. Bom, não preciso nem dizer o que vi lá. Eu saí de lá correndo e liguei para Harry aos prantos, ele mandou eu ficar onde estava que ele iria me buscar e em menos de quinze minutos ele já estava comigo. Harry sempre esteve comigo e eu sei que isso jamais irá mudar. Ele sempre soube o momento certo de falar algo ou de simplesmente ficar em silencio e isso é uma das coisas que mais amo nele.

Mesmo quando fica extremamente preocupado comigo, querendo que o conte o que está acontecendo ou algo do tipo, mas se eu pedir que ele me dê um tempo ele o dá. Foi exatamente isso que aconteceu quando voltei e o que acontece até hoje. Ele quer saber como se sinto em relação a Lauren, mas não pergunta. Ele sabe que quando eu quiser falar eu irei até ele e o contarei absolutamente tudo. Eu sei que posso contar tudo a ele sem medo de ser julgada, mas eu prefiro evitar de falar sobre ele pois isso é mexer em ferida exposta.

Outra coisa que amo em meu amigo é o fato de falar aquilo que preciso e não o que quero ouvir. Nessa última semana fiquei pensando bastante depois da conversa que tive com Harry no carro e percebi que eu estava começando a fazer com Luna a mesma coisa que fiz com Shawn e por isso decidi que era melhor conversarmos sobre este assunto. Eu a expliquei que eu não estava à procura de nenhum relacionamento, que eu não iria corresponder qualquer tipo de sentimento romântico vindo dela pois eu estava apaixonada por outra pessoa e disse que talvez fosse melhor ela encontrar outra pessoa. Ela disse que já sabia de tudo isso e que não estava à procura de relacionamento também, nós somente ficaríamos e quando uma começasse a sentir algo acabaríamos com essa amizade com benefícios. Eu confesso que essa atitude dela me surpreendeu, mas eu não liguei nem um pouco, afinal o sexo com ela é muito bom.

Mais um dia exaustivo de trabalho estava se iniciando. Eu odeio as segundas feiras pois é o dia em que devemos mostrar a nossa supervisora os progressos feitos durante a semana em fora de relatório. Eu honestamente nunca entendi o motivo de senhora Rodriguez sempre pedir para entregarmos na segunda, afinal é início de semana e isso normalmente acontece no fim dela. Eu estou revisando um dos maiores projetos da empresa, um livro de ficção cientifica que nós estamos apostando muito em seu sucesso. Ele é de uma autora americana e eu estou responsável pela tradução para espanhol. Vantagens de ter feio o fim do ensino superior por lá.

Eu sonho em escrever minha própria história um dia, tenho até uns rascunhos prontos, mas por hora eu estou feliz em adquirir experiência trabalhando na obra de outra pessoa. Será bom para meu currículo e para minha vida pessoal, eu costumo aprender bastante com as experiências dos outros. Bom, eu realmente não tenho pressa pois até mesmo os grandes escritores da história tiveram seus contos publicados anos depois de seu desenvolvimento e para mim é isso que os torna tão especiais. O tempo melhora qualquer coisa.

Eu estava fazendo minha trajetória até a sala de senhora Rodriguez para entregar meu relatório, quando esbarrei em alguém que eu não desejaria jamais esbarrar. Ariana caiu com as pastas e espalhou alguns papeis e eu me agachei para ajudá-la, mama tinha me dado educação. Após recolher tudo eu me levantei e ela me lançou um sorriso tímido antes de me agradecer, eu apenas acenei positivamente e continuei andando. Quando estava entrando no elevador, ouvi alguém gritar meu nome e era ela. Logo depois ela entrou na grande estrutura de ferro e as portas se fecharam deixando nos duas lá dentro sozinhas.

-Camila, eu queria te pedir desculpas. – Ela disse quebrando o silencio entre nós.

-Não tem problema, as vezes isso acontece. Eu mesma esbarro direto nas pessoas.

-Eu não estou falando sobre isso. – Ela ficou claramente envergonhada. – Estou falando sobre o que aconteceu com o Austin.

-Ariana...

-Deixe-me terminar por favor. – Ela disse e eu assenti. – Eu me sinto uma idiota desde o dia em que aquilo aconteceu e eu venho arrumando uma forma de me desculpar desde então. Eu sou realmente uma idiota por ter feito aquilo, trocar uma amizade por um cara qualquer... Isso realmente não é certo, agora eu sei disso.

-Você se arrepende por ter ficado com ele ou por eu ter descoberto? – Disse calmamente.

-Eu... – Ela parou no meio da frase, provavelmente por não saber a resposta.

-Aquilo é passado, eu já superei. Na verdade, eu devo admitir que fiquei mais triste com a sua traição do que com a dele. Eu realmente te considerava uma amiga, mas naquele dia eu descobri que você não era. Entretanto, essa é a vida, certo? Uma caixa de surpresas. Deixe isso para lá, Ariana. Não vivo de passado, mas não pense que isso faz com que voltemos a ser amigas pois isso você jamais foi, já que se fosse, jamais teria feito o que fez. – A porta do elevador se abriu e eu comecei a andar, mas antes de sair eu continuei. – Passar bem.

E a porta se fechou e a Ariana foi junto com ele. Eu dei três batidas na porta da senhora Rodriguez e entrei logo após ela liberar.

-Senhorita Cabello. – Ela sorriu ao me ver entrando. – Sempre pontual.

-Eu tento, senhora Rodriguez. – Sorri de volta. – Aqui está o relatório dessa semana.

-Muito bem. – Ela disse o pegando. – Como está o andamento do livro?

-Está bom. – Disse animada. – Confesso que estou ansiosa para o desfeche da história. Preciso saber se ela vai escolher a vida dela como anja e ou amor. Eu não consigo imaginar como escolher entre sua vida ou amar já que para mim os dois não são praticamente a mesma coisa.

-É uma decisão e tanto, devo admitir. Eu não queria estar no lugar de Ariel. – Ela disse sorridente.

-Acho que ninguém queria. Eu jamais conseguiria escolher entre os dois pois, do que adianta viver, ter tudo o que sempre sonhou, mas ter uma parte faltando? Deve ser uma sensação horrível. Eu acho que me mataria se tivesse que escolher tal coisa.

-Bom, algumas coisas são maiores do que nós. As vezes não entendemos o motivo das coisas acontecerem, por elas serem assim e tudo o que nos resta é jogar conforme as regras.

-Está dizendo que somo simples marionetes na mão do destino?

-Maios ou menos por aí.

-Bom, eu devo descordar. –Disse ficando séria. – Eu acho que sim, algumas coisas estão destinadas a acontecer, mas eu acredito também que nós influenciamos no tempo, ocasião e modo ao qual elas acontecem. Isso para mim nós torna influenciadores e não marionetes, entende?

-Essa é uma ótima forma de ver a vida. – Ela disse sorrindo. – Senhorita Cabello, eu preciso conversar com a senhorita sobre uma coisa.

-Eu vou ser demitida? – Disse e ela começou a rir.

-Acho que o dia em que isso acontecer a empresa vai a falência. – Ela sorriu. – Como você sabe, a autora do livro mora nos Estados Unidos e bom, como estamos chegando a reta final, todas as filiais de nossa empresa deve mandar alguém para representar o desenvolvimento do livro no país. O que estou querendo dizer é, como a senhorita se tornou minha assistente, queria que você fosse para lá com o intuito de nos representar. O que você acha?

-O que? Uma reunião geral entre as filiais? A senhora tem certeza que isso é uma boa ideia? Não seria mais prudente a senhora ir?

-Não. – Ela sorriu novamente. – Você é a pessoa mais qualificada para mostrar nossos progressos e desenvolvimentos. Você conhece a história muito bem, é a corretora e ajuda na estrutura do livro, está envolvida com as artes e com os meios de publicidade. Você definitivamente é nossa melhor candidata. O que me diz?

-Que seria uma honra representar a nossa filial em uma reunião tão importante. – Eu disse com um sorriso enorme no rosto.

-Perfeito! – Ela disse contente. – Você ficará em Miami por dois meses, serão várias reuniões ao longo das semanas e eu vou querer um relatório de cada uma delas quando voltar. Parabéns, senhorita Cabello.

-Espera, Miami? – Disse saindo de meu transe. – Flórida?

-Sim, o fechamento do livro será em Miami. – Ela disse eu fiquei totalmente sem reação. – A senhorita está bem?

-Sim... – Disse fraco. – Estou sim, obrigada novamente pela oportunidade.

-Não nós decepcione, senhorita. Mais tarde eu mandarei minha secretaria lhe entregar a passagem e lhe passar os detalhes de hospedagens e essas coisas. A senhorita embarca amanhã à noite.

-Se a senhora não se importar, eu gostaria de ficar hospedada na casa de uma amiga que fiz quando fiz um intercambio para lá.

-A senhorita tem certeza?

-Tenho sim senhora. – Disse ainda em choque.

-Tudo bem. – Ela disse por fim. – Alexandra lhe entregará somente a passagem, o horário e os locais da reunião. Isso é tudo, senhorita.

Eu saí daquela sala totalmente em choque. Não pensei duas vezes e peguei meu celular para ligar para única pessoa que poderia me ajudar naquele momento. Estava tão desnorteada que nem olhei a hora para saber se ela poderia ou não me atender, somente disquei o número e levei o telefone a orelha. Após uns cinco toques ela me atendeu e eu consegui respirar mais aliviada.

-Chancho! – Dinah disse animada. – Ao que devo a honra de sua ligação?

 -Eu voltarei para Miami. – Disse tudo de uma vez.

-Isso é ótimo! – Ela praticamente gritou ao telefone. Ela provavelmente percebeu que tinha algo errado pois parou de gritar e ficou séria. – Certo?

-Eu não sei, Chee. – Disse e ela suspirou.

-Isso tem a ver com Lauren? – Perguntou e eu nada disse. – Ao julgar pelo seu silencio imagino que seja.

-Como você espera que eu ache isso ótimo sabendo que irei vê-la novamente? – Disse e comecei a criar algum tipo de reação referente a notícia que recebi mais cedo. – Eu não estou preparada para vê-la casada com outra pessoa, Dinah. Eu sei que disse que isso não me preocuparia pois se fossemos destinadas a ficarmos juntas ficaríamos, mas eu não sabia que na pratica séria completamente o oposto. Eu tenho medo dela não estar esperando do outro lado.

-Isso foi uma referência a música da Lana ou é impressão minha? – Ela riu e eu revirei os olhos. Será que ela não consegue falar sério nunca? – Sobre isso, eu preciso te falar uma coisa...

-Eu não quero saber, Dinah. – A cortei pois eu realmente não queria saber o que estava acontecendo pois eu já tinha muita coisa para absorver. – Eu te liguei para saber se teria problema de ficar na sua casa e de Mani novamente. Dessa vez serão apenas dois meses.

-Você sabe que eu adoraria tê-la aqui novamente. – Ela disse com aquele tom de que viria um “mas” logo a seguir. – Mas eu e Mani já estamos com uma hospede aqui em casa. Sinto muito, Chancho.

-Tudo bem, Chee. Vou pensar em outra coisa. – Disse mais calma. – Bom, preciso ir pois tenho que arrumar as coisas para a viagem. Eu embarco amanhã mesmo.

-Sério? – Ela perguntou surpresa. – Desde quando os Estados Unidos ficou tão bonzinho para embarcação?

-Aparentemente a senhora Rodriguez tem influência. Vantagens de ser podre de rica. – Disse e rimos. – Nós vemos em menos de 48 horas, Chee.

-Mal vejo a hora, Chancho.

Encerrei a ligação e telefonei para a segunda pessoa que poderia me ajudar. Ally logo me atendeu e a perguntei a mesma coisa que perguntei a Dinah e ela me disse que não tinha problema algum eu ficar na casa dela. Ela me contou que estava sozinha em casa, o que me fez entender que Lauren não morava mais com ela. Era isso que Dinah queria me contar, ela e Lucy finalmente estavam juntas. Bom, ao menos agora sei que a veria menos do que esperava. Eu não tinha mais cabeça para ficar na editora e por isso fui para casa, quando Alexandra foi me entregar as passagens, ela me disse que senhora Rodriguez havia me dado o resto do dia de folga e que amanhã não precisaria aparecer no trabalho. Eu nunca fui tão grata em toda minha vida.

Fui direto para casa, precisava tomar um banho de água gelada e depois ir para um bar e beber o máximo que eu aguentasse. Ao chegar, dei de cara com papa e ele me perguntou se estava tudo bem. Eu menti e disse que só precisava de um banho e ele assentiu me deixando ir para meu quarto. Fui para o banho e, enquanto a água fria batia contra meu corpo, eu deixei meus pensamentos vagarem a um ano atrás. Aqueles olhos verdes, aquele sorriso e aquela voz rouca invadiram minha mente. Eu me lembrei da sensação de beija-la, de como meu corpo reagia a seus toques, de como eu estremecia com seu olhar. De como eu era tão dela sem ao menos perceber.

Após algum tempo sai do banho e me vesti. Eu não ligaria para Hazza ir comigo pois hoje ele já tinha planos com Louis e eu não queria estraga-los por meus dramas amorosos. Pensei em ligar para Luna, mas eu não queria vê-la sentindo tudo o que estava sentindo. Por fim optei em ir sozinha até o bar, era melhor assim. Papa não estava mais na sala e eu estranhei aquilo, mas tudo o que eu não queria era ter que me preocupar com mais coisas e por isso optei por mandar uma mensagem para ele avisando onde iria. Quando estava quase em meu carro ouço alguém me gritar e o vejo correndo, arrumado, em minha direção.

-Onde vamos? – Ele perguntou após parar a minha frente.

-Ao bar? – O perguntei confusa.

-Então nesse caso vamos de táxi.

Ele guardou a chave de meu carro em seu bolso e nós começamos a caminhar até o ponto de táxi em silencio. O caminho para o bar foi feito de igual forma, papa sabia que eu não queria falar nada naquele momento. Ele era de longe meu melhor amigo, eu sabia que poderia conta-lo tudo sem medo de ser jugada ou criticada. Ele somente me aconselharia conforme aquilo que achava certo, mas no final mandaria eu seguir meu coração. Ele e mama são os melhores pais que eu poderia ter. Chegamos ao bar e sentamos no balcão, uma banda se apresentava e isto fez com que o local estivesse um pouco cheio. Pedi uma dose de tequila e papa de whisky e depois começamos a prestar atenção na banda. A banda começou a tocar o cover da música de um artista mexicano que eu conhecia muito bem.

-Eu vou voltar para Miami amanhã e ficarei lá dois meses. – Disse após a terceira dose. – Vou a trabalho pois fui promovida a um mês atrás a assistente pessoal da chefe de edição.

-E por que eu acho que não estamos bebendo para comemorar isso? – Ele disse eu suspirei.

-Porque não estamos. – Disse e a eles começaram a cantar, a primeira frase da música. – Estamos bebendo pois eu irei voltar a ver Lauren, só que dessa vez ela será a senhora Jauregui Vives.

-Ela se casou então? – Papa perguntou e eu confirmei com um aceno. – Sinto muito, hija.

-Não sinta. Eu sabia que isso iria acontecer desde o momento que entrei naquele avião. Só tinha uma leve esperança de estar engada.

-E o que lhe garante que não está?

-Ally me disse que eu poderia ficar na casa dela pois agora ficava sozinha em casa. Ela me disse que só via Lauren durante os plantões e que seria bom ter companhia para variar. – Repassei as coisas que Ally me contou na ligação. – Eu sei como as duas são ligadas e para isso acontecer Lauren teria que ter se mudado.

-Mas ela falou especificamente que ela estava casada? – Neguei com a cabeça. – Então o que estou vendo é alguém sofrendo por algo que colocou em sua própria mente. Você não sabe se isso de fato aconteceu, hija, e mesmo se tiver acontecido você não sabe como Lauren se sente em relação a você. Pelo o que você me contou, a última coisa que ela te disse foi que estava disposta a lutar por vocês, certo?

-Sim, mas ela também disse que não poderia falar que não a amava. –Disse e senti meu coração apertar-se.

-Hija, ao meu ver o seu problema é medo de se entregar a isso que você sente. – Papa disse eu virei a dose que o garçom acabara de me dar e já pedi outra. – Você sempre encontrou uma forma de negar para si mesma que o que sentia por ela era recíproco por medo de este sentimento te levara ruinas. Eu devo te dizer que o amor é exatamente isso, Camila, ele é perigo. Ele é você ter a certeza que a incerteza sempre estará com você. Ele é imprevisível, mas ao mesmo tempo totalmente previsível, ele te faz não ter a certeza de mais nada e ficar totalmente confusa sempre. Mas ele é algo tão bom de sentir, minha filha. Ele te faz se sentir completo com apenas uma troca de olhar, ele te faz sentir-se bem com somente um abraço. Te faz ter vontade de lutar para ver somente um sorriso vindo da pessoa amada e te faz deixar de lado todas suas necessidades para vê-la bem. O amor nos ensina a sermos menos egoístas, mas ao mesmo tempo egoístas. Você, no caso, foi egoísta por privar Lauren de tentar de fato ter algo com você, suas inseguranças e medos a fizeram agir desta forma. O destino está lhe dando uma segunda chance, filha, não estrague tudo dessa vez.

Eu logo voltarei para Miami e isso significa que em eu irei voltar a vê-la. Já faz mais de um ano que eu não a vejo ou sei algo sobre sua vida e saber que logo isso irá mudar traz meus temores à tona. Eu pedi para ficar na casa de Dinah pois eu sabia que não iria conseguir encarar aquela situação sozinha. Eu precisava da ajuda de minha melhor amiga já que eu não teria meu melhor amigo ao meu lado em um dos momentos mais temerosos de minha vida, mas aparentemente o destino nãos quis assim. Eu irei ficar na casa da melhor amiga da pessoa que eu queria evitar, correndo o risco de vê-la a qualquer momento. As palavras de papa estão se repetindo até agora em minha mente. Será que realmente o destino me deu uma segunda chance? Será que eu poderei despertar e fazer deste amor algo real?