1. Spirit Fanfics >
  2. The Leviathan >
  3. "Relíquias"

História The Leviathan - "Relíquias"


Escrita por: Omega_Centuryon

Capítulo 7 - "Relíquias"


 

 Depois de algum tempo, Mark foi solto da mesa. Ele passou alguns dias mostrando, repetidas vezes, como montar a maioria dos aparelhos que ele sabia. Ele era sempre supervisionado por guardas, que evitavam que ele tentasse alguma coisa.

Durante aqueles dias, Mark conseguiu um quarto só para ele com cama, banheiro, TV, poltrona e livros, o que era ótimo. Pois antes, ele tinha que dividir seu quarto com outras 4 pessoas.

Um dia, Dr. Lee entrou no quarto de Mark e se sentou na poltrona. Mark, que estava no quarto vendo TV, perguntou ao Dr. Lee.

Mark: - O que foi doutor?

Dr.Lee: - Mark, eu gostaria de lhe fazer algumas perguntas, se você não se importar.

Mark desligou a TV.

Mark: - É claro! O que quer saber?

Dr.Lee: - Mesmo com todos os problemas com as recuperações de dados, nós vimos que você deveria ter chegado aqui com mais 4 pessoas. O que houve com elas?

Mark pensou por um tempo.

Mark: - Eu não sei.

Dr.Lee: - Você está mentindo.

Mark: - O que? Não estou não.

Dr.Lee abriu um sorriso carinhoso.

Dr.Lee: - Mark, eu tenho dois filhos da sua idade em casa, eu sei exatamente quando algum jovem está mentindo!

Mark: - Não, você não tem duas crianças da minha idade em casa. Não sei se você se lembra, mas eu tenho mais de 1000 anos de idade, eu já passei da terceira idade já faz muito tempo!

Dr.Lee: - Mark, apenas me diga o que aconteceu. Eu e alguns amigos meus estamos querendo saber o que houve com o resto da sua equipe.

Mark: - Por que?

Dr.Lee: - Precisamos de você em outras áreas. Precisamos fazer mais alguns exames de sangue para concluir a cura da peste. Precisamos de alguém que nos ajude a decifrar e entender algumas coisas que achamos. E eu acho que você já fez o suficiente, se você me disser onde eu posso achar seus amigos, eu posso deixar você ir!

Mark: - Não se preocupe doutor, eu posso cuidar de tudo isso ao mesmo tempo, sem problemas!

Dr.Lee pensou um pouco.

Dr.Lee: - Mark, eu não vou mentir para você. Nossos superiores pediram para que nós descobríssemos o que aconteceu com o resto da sua equipe, então, você poderia me dizer se mais alguém viajou mais de uma vez, assim como você fez?

Mark: - Não, eu fui o único que viajou mais tempo do que deveria. Os outros ficaram para trás, obviamente já morreram a muito tempo.

Dr.Lee: - Ok, vou confiar na sua palavra. Obrigado pela informação.

Mark encarou o Dr.Lee durante algum tempo.

Mark: - Mais alguma coisa? Algo que você ou seus superiores querem saber?

Dr.Lee: - Apenas uma coisa. Por que você foi o único que acabou viajando mais tempo do que deveria? Todos os outros ficaram para trás, mas você decidiu entrar novamente na cápsula, por que?

Mark suspirou. Ele se lembrou da carnificina que tinha visto na primeira vez que saiu daquela máquina.

Mark: - Eu me cansei deles. Resolvi viajar até um momento onde eu não precisaria mais aturar cada um deles.

Dr.Lee: - Eu sei que você está mentindo.

Mark: - E você sabe que eu não quero falar sobre isso?

Mark soou meio ríspido de começo, mas Dr.Lee compreendeu os motivos de Mark.

Dr.Lee se levantou e foi em direção a saída.

Dr.Lee: - Bem, era apenas isso que eu queria te perguntar. Mas se você quiser falar mais alguma coisa, qualquer coisa, eu estarei aqui!

Mark assentiu com a cabeça.

Dr.Lee: - Mais uma coisa!

Dr.Lee botou a mão no bolso, e tirou um objeto metálico.

Dr.Lee: - Nós achamos isso na sua cápsula. Fizemos alguns testes, e parece que não tem nada de mais nele, e eu achei que você o quisesse de volta!

Dr.Lee jogou o objeto para Mark, que o pegou no ar.

Dr.Lee: - E já que você se disponibilizou, eu gostaria que você viesse me ver depois do almoço, preciso da sua ajuda!

Mark: - É claro!

Dr.Lee saiu do quarto de Mark. A porta se fechou automaticamente, deixando Mark sozinho no quarto.

Mark abriu a mão para ver o que Dr.Lee tinha o entregue.

Mark arregalou os olhos. Dr.Lee havia lhe entregado um anel de caveira de platina, o mesmo anel que Marcos o tinha dado.

Ele atirou o anel no chão. Ele se lembrou da voz em sua cabeça, ele se lembrou da sensação de não poder comandar o seu corpo, se lembrou da carnificina que ele presenciou, e de todo o esforço que tinha feito para recuperar o controle de si mesmo. Ele encarou o anel durante algum tempo.

Mark se lembrou de Richard lhe falar sobre um "plano", e de seus olhos brilharem como uma esmeralda.

Mark foi até a beira de sua cama, se abaixou, e puxou sua velha mala, cheia de peças e fios. Os cientistas disseram que aquela era a única coisa que tinham achado na cápsula dele, e obviamente Mark conseguiu recuperar tudo o que ele tinha naquela mala.

Ele abriu a mala, e tirou um fio preto, um rolo cheio de filamentos de cobre, uma faca, e um pedaço grande de tecido.

Ele cortou o tecido em um pequeno quadrado, e fez dois furos nele. Em seguida envolveu o anel no tecido, e passou o fio pelos dois buracos, fazendo um tipo de colar. E com o filamento de cobre, ele enrolou a abertura do tecido, para garantir que o anel não iria cair dali.

Agora Mark tinha um colar, com um saquinho que guardava o anel de platina.

Mark: - É melhor manter isso longe das pessoas. E até eu descobrir o que isso faz com as pessoas, é melhor eu manter isso longe de qualquer um.

Em seguida, uma sirene tocou. Era hora do almoço.

Mark seguiu para a cantina, com seu novo "colar".

A cantina era cheia de remendos metálicos nas paredes rachadas. Haviam vigas que tiveram que ser substituídas e o teto foi completamente reconstruído enquanto ele estava "fora".

Mark se sentou numa pequena mesa, sozinho, como sempre. Ele comeu um tipo de patê cinza e sem gosto que davam todo dia, junto com um copo d'água. As pessoas da cantina diziam que aquilo era uma pasta cheia de nutrientes e outras coisas que o manteriam saudável. Mas Mark simplesmente odiava aquilo, era nojento, era sem gosto, e era frio. Ele não sabia se do lado de fora seria pior do que aquilo, então ele apenas ficava em silêncio.

Depois do almoço, Mark vagou pelos corredores, até achar o Dr.Lee.

Dr.Lee: - Mark! Que bom que você apareceu. Eu estava achando que você tinha se esquecido do meu pedido.

Mark: - É que fica meio difícil de achar uma pessoa, quando ela não diz onde ela vai estar depois do almoço!

Dr.Lee: - Eu não disse?

Mark: - Não!

Dr.Lee o encarou, tentando se lembrar se ele havia avisado ou não.

Dr.Lee: - Enfim, você me achou. E eu preciso que você me ajude numa coisinha! Nós achamos algumas coisas num tipo de câmara, ela estava lacrada. e provavelmente tiraram todo o oxigênio no processo. Isso deixou tudo praticamente intacto!

Mark: - E vocês querem que eu faça o que?

Dr.Lee: - Já que os itens que recolhemos são considerados como relíquias. Estamos com medo de danificar alguma coisa que possa ser importante.

Mark: - E vocês querem que eu ensine a vocês como "ler" essas relíquias?

Dr.Lee: - Basicamente. Nós desconfiamos que elas são dispositivos de armazenamento de dados!

Dr.Lee conduziu Mark até uma sala, onde haviam vários dispositivos de armazenamento de dados (como pen drives, HDs, CDs e etc).

Dr.Lee: - Algumas dessas coisas tem seu nome, então achamos que você saberia o que fazer.

Mark olhou ao redor, e cada uma das "relíquias" estavam separadas em pequenas mesas circulares. Mark correu os olhos por cada uma.

Mark: - Achei!

Mark saiu correndo até o final da sala e pegou uma caixa preta com alguns fios saindo para fora.

Dr.Lee: - E o que seria isso?

Mark: - Minha caixa de memória! Eu ganhei ela quando eu era criança, de um parente muito distante que eu tinha. No início eu não sabia o que fazer com ela, então nem mexia, mas depois de alguns anos, e algumas alterações, ela virou uma caixa com 5 Terabytes de memória interna, e eu guardei cada filme, revista, roteiro e vídeo que eu gostava aqui dentro! Todo o que eu preciso fazer é conectar isso numa entrada de um computador.

Dr.Lee se aproximou dele.

Dr.Lee: - E o que exatamente tem aí dentro? Esses "filmes" ou "vídeos", tem algum conteúdo importante?

Mark: - Para mim, sim!

Dr.Lee: - E o que, exatamente, teria aí dentro?

Mark: - Na maioria, coisas Nerd's.

Dr.Lee: - E a outra maioria?

Mark abriu um sorriso malicioso.

Mark: - É particular!

Durante um bom tempo, Mark explicou a funcionalidade de cada objeto da sala, e enquanto ele explicava, Dr.Lee anotava tudo em um tipo de tablet.

Porém chegou um momento, em que eles chegaram no último item, era um roteador de internet comum.

Mark: - Bem, esse aqui é o mais fácil de explicar, eu acho. Esse é apenas um roteador de internet. Ele permitia que as pessoas acessassem a internet por cabo ou wifi.

Dr.Lee: - Vocês tinham internet?

Mark: - Sim, nós não éramos homens da caverna. A internet foi inventada em mil novecentos e . . . alguma coisa!

Dr.Lee pigarreou.

Dr.Lee: - Eu queria saber se vocês tinham uma internet como a de hoje! Uma rede que contém a maioria do conteúdo científico e social do mundo.

Mark: - Não. A internet daquela época não continha a maioria das informações do mundo!

Dr.Lee se decepcionou com a resposta de Mark.

Mark: - Ela continha todo tipo de informação possível. Incluindo informações históricas, científicas, sociológicas, biológicas, e até umas bizarrices que o ser humano inventou!

Dr.Lee se animou com aquilo.

Dr.Lee: - Você acha que, você poderia nos ajudar a acessar o banco de dados dos servidores da "sua" internet? Nós achamos servidores repletos de informações criptografadas. Estamos tendo dificuldades muito grandes em decifrar o que tem lá. Mas a alguns anos, descobrimos que os servidores se comunicam diretamente com satélites em órbita da terra, isso facilitou muito no processo de descriptografar informações. Mas se você nos ajudasse, nós teríamos acesso a toda a informação que precisássemos! Então, você poderia nos ajudar?

Dr.Lee parecia uma criança de tão feliz. Uma criança peluda, enorme, super forte e com cara de macaco.

Mark: - Bem, eu acho que eu tenho um tempo livre na minha agenda! Então sim, eu ajudo. Mas vou precisar conectar isso num computador, e provavelmente vou ter que adaptar muita coisa. A interface dos computadores atuais são bem diferentes!

Dr.Lee: - Mas você consegue?

Mark: - É claro que sim, vai ser chato, mas eu consigo!

Dr.Lee abraçou Mark com força.

Dr.Lee: - Hahahaha, muito obrigado!

Mark sentiu seus ossos estalarem, o abraço do Dr.Lee começou a sufocá-lo.

Mark: - s . . . soc . . . corro. . .

Dr.Lee o soltou.

Dr.Lee: - Desculpe, o que você disse?

Mark caiu no chão, sentindo dor em todo o seu corpo.

Mark: - Nada, eu apenas disse "de nada".

Dr.Lee: - Então vou providenciar todo o material necessário para que você nos ajude. Deve estar tudo pronto amanhã!

Mark, com muita dor, se levantou.

Mark: - Ótimo, então, eu acho que eu vou voltar para o meu quarto agora! Já que nós terminamos aqui, eu acho que vou tomar um banho e descansar um pouco.

Dr.Lee: - Descansar? Está tudo bem?

Mark: - É claro, não é nada.

Mark andou em direção a saída.

Mark: - Até amanhã doutor!

Dr.Lee: - Até amanhã!

Mark saiu, e foi direto para o seu quarto. Aquele foi o abraço mais agressivo que ele tinha recebido na vida. E ele tinha que se preparar para ajudar os cientistas da base a terem acesso a internet da sua época. Ele não sabia se depois disso, os cientistas iriam achar alguma utilidade nele. Se ele não tivesse mais utilidade, ele seria mandado embora da base, e ele não tinha para onde ir, ou com quem ficar. Isso deixava Mark com medo, e ansioso ao mesmo tempo.

Mark se deitou na sua cama.

"E agora, o que eu faço? Se me mandarem embora, eu não tenho para onde ir. Eu vou ficar perdido num mundo cheio de mutantes!"

Pensou Mark, enquanto se perdia em outros pensamentos.



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...