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História The Little Things - Prólogo


Escrita por: Sugi_hide

Notas do Autor


Olá! Eu sou a Sugi e estou aqui com uma HunHan short fic. Já escrevi uma fic do Super Junior, SHINee e agora estou me aventurando no EXO. Quero dedicar esta fic a minha amiga e noiva Misora, também conhecida como meu Hunie, e a Marta que escreve O Simbolista e inspiração para minha fic. Duas pessoas admiráveis.

Um romance básico, creio que levara uns 30 capítulos no máximo... E espero que corresponda as perspectivas de vocês. Ainda não tenho capa, mas a Marta esta fazendo uma pra mim. Obrigada!

Fiquem a vontade <3

Capítulo 1 - Prólogo


A melodia era linda; o som que dançava humilde era levemente instigado pelo vento a tocar ouvidos mais distantes. Algumas pessoas que passavam sem compromisso, erguiam a cabeça, curiosas em saber quem era o dono dos dedos que proporcionavam um conjunto de notas tão melodiosas. Muitos sorrisos brotavam, alguns chegavam a acompanhar com assovios e outros, ainda, dedicavam um minutinho de sua vida corrida para apreciar tamanho talento.

Não era inédita a cena que se passava em uma aconchegante manhã de sábado, afinal escondida por detrás dos altos muros surrealistas, havia a Escola de Artes mais conhecida da cidade. Teatro, música, artes plásticas... O mundo ali era outro. Mas nem todos que traspassavam o largo portão azul da porta de entrada tinham o espírito artístico dentro de si; quem sabe até o possuía, mas com a direção equivocada.

Luhan estava sentado em um banquinho de madeira azul, já bem velho, que ficava em frente a sala de piano. Ao seu lado esquerdo havia uma grande escadaria que levava ao grupo de teatro e de onde as risadas, os dramas e fantasias não cessavam jamais. A sua frente, quando por descuido o professor largava a porta entreaberta, era possível ver os alunos de violino e toda a harmonia destes para com seus instrumentos. Porém, era a sala da direita que fazia com que os olhos do pequeno Luhan tomassem um brilho estrelar. Os garotos pequenos, de sua idade aproximadamente, traçavam rios, rostos, mundos e o que mais a imaginação infantil lhes permitissem direcionar a uma simples folha de papel. A aula de artes plásticas era uma das mais concorridas.

Mesmo que em sua matricula estivesse escrito “curso de piano”, Luhan almejava entrar para o grupo de artes. Outrora cogitou ajoelhar sobre os pés de sua mãe e implorar para que ela lhe tirasse daquelas malditas aulas de piano e o colocasse nas fabulosas aulas de desenho. Porém, do que adiantaria se ela não acreditava no talento do filho? O loiro suspirou fechando os olhos brevemente, apenas para permitir-se viajar em seu mundinho onde ele poderia escolher o que realmente gostava. Por que nascera em uma família de pianistas?  Ora, seu avô deslizava os dedos sobre as teclas brancas e negras como ninguém e captava melodias em seu primeiro contato com a música. Tinha o dom. E seu tio então... Pianista de mão cheia, com os dedos longos e sábios, não havia nada que eles não pudessem reproduzir no piano. Eram brilhantes músicos, mas Luhan não deu sorte para o ramo. E nem gostava.

Seu maior desejo era ser pintor. Queria tanto pegar um pincel e expressar na tela pura todo sentimento reprimido em seu peito que era difícil de verbalizar. Como ansiava por aprender mais sobre sombreamentos, perspectiva e até mesmo sobre desenhos realistas. Mas não podia, tinha que ficar esperando no banco por quinze minutos todo sábado para uma detestável aula de piano.

A música que encantava alguns na rua não passava despercebida por Luhan; mesmo o garoto não apreciando tal gênero musical, tinha conhecimento básico sobre as belíssimas composições de Vivaldi, por exemplo. E as notas perfeitas que saiam pelo vão da janela eram invejadas uma a uma por Luhan que cansado de tentar buscar seu caminho, apenas clamava por um mínimo talento para com o piano.

Enquanto brincava com os dedos tamborilando as próprias coxas, seu professor expôs a cabeça para fora da porta e notou que seu aluno mais novo tentava acompanhar canção de forma desajeitada como já era de se esperar. Resolver dar-lhe um apoio e pigarreou para que o mesmo o percebesse ali.

-Professor? – A voz receosa escapou-lhe a garganta de forma tímida como sempre o fazia.

-Não quer entrar, Luhan? A aula de Sehun já vai acabar...  – O professor de cabelos curtos e encaracolados, um belo óculos na face e a aparência madura, deixou suas palavras pairarem no ar e voltou-se para a sala. Luhan mordeu o lábio inferior sem força e despertou-se do seu mundo da Lua, levantou-se e adentrou a sala em silêncio.

O outro garoto que estava sentado tocando Vivaldi não se deixou abalar pela presença do loiro e findou sua lição com maestria. Tamanha maestria que o professor não conteve um sorriso orgulhoso e uma face até corada de satisfação. O visitante apenas observava calado, agarrado a sua mochila esperando sua vez de enfrentar aquele pesadelo.

O senhor ergueu-se e soltou uma quantidade exagerada de ar dos pulmões, estava eufórico. Fechou o caderno que estava sobre outra cadeira e direcionou o olhar para o jovem que tocava até chegar em seu outro aluno.

-Vou tomar um café rapidinho. Pode se ajeitar já, Luhan. –Dito isso, saiu em quase pulos rumo à cafeteria da escola. O garoto menor encarou rapidamente seu colega que exibia uma feição desinteressada, como se seu talento não lhe fosse importante. Ah! A inveja ardia no peito de Luhan. Sehun recolheu as partituras e as ajeitou batendo-as repetidas vezes até que as folhas estivessem alinhadas, em seguida desocupou o piano para que o próximo estudante pudesse usá-lo. O loiro não se demorou, logo retirou de sua mochila a apostila que costumava a utilizar e buscou a página onde estava a partitura a qual deveria ter estudado. Deveria, mas não o fez.

Sentou a contra gosto e os músculos de seu frágil corpo tencionaram ao notar que Sehun não pretendia deixar a sala tão cedo, acomodando-se em uma cadeira para assistir seu desempenho. Não era algo novo de fato, Luhan e Sehun eram conhecidos há poucos meses e o maior sempre ficava na aula de seu colega para depois ir embora com ele. A questão é que Luhan sentia vergonha e humilhação ao tocar perto de Sehun; enquanto o mais novo conseguia reproduzir qualquer sinfonia de Beethoven com perfeição, o mais velho não saia das práticas iniciantes. Era frustrante demais.

De Vivaldi a Beethoven; a música que Luhan deveria saber ao menos a melodia era a Sinfonia n.º 9, entretanto, o pequeno não havia nem olhado para as notas que foram arduamente escolhidas pelo compositor alemão. Mordeu o lábio inferior uma vez mais e debruçou as mãozinhas sobre as teclas analisando com cautela cada nota da partitura exposta. Estava apreensivo e o suor frio lhe causava certos arrepios, mas manteve-se forte e mexeu as falanges reproduzindo um tipo de som. Desajeitado e sem harmonia. Nem Beethoven identificaria sua música segundo a interpretação de Luhan. E a cada erro pausava e demorava a recomeçar deixando que o compasso fosse assassinado por sua falta de ritmo.

- Si, si, do, ré, ré do, si, lá, sol, sol, lá, si, si ,lá, lá. – Luhan repetiu a seqüência tentando memorizá-la para quem sabe conseguir tocar, tentou primeiramente com a mão direita deixando para aprender a esquerda depois. Assim que se julgou pronto, voltou a tocar, mas o resultado não foi muito satisfatório e o jovenzinho de apenas dez anos cruzou o braço zangado e formou um bico inconformado com sua boca. – Esse “ré” não tem nada a ver com a música!

Sehun olhava tudo com atenção, mas não esboçava reação alguma e isso levava a Luhan sempre crer que o mais alto o tratava com desprezo apenas por ele não ter a inteligência musical que o mais novo tinha. Sua vontade era sair correndo de lá e nunca mais voltar a por os pés naquela maldita sala. Estava tão raivoso que suas bochechas ganharam um tom escarlate e o mais novo que parecia atônito a tudo, pronunciou-se.

-Ele fará sentido quando você tocar direito. – A voz grossa invadiu o ambiente de forma preponderante, mas no fundo não era essa intenção do menino.

-Eu sei disso! – Respondeu ríspido, o loiro com os olhos magoados.

- Então eu quero ver você tocando a Nona Sinfonia dando sentido a esse “ré”, certo? – Sehun esboçou um sorriso que surpreendeu Luhan. Eles não eram amigos, apenas colegas, mas o espanto de pequeno foi notar que por entre as palavras de Sehun havia algo como apoio moral e motivação. E talvez fosse isso mesmo que Luhan precisasse... Um motivo para se empenhar nos estudos musicais.

Depois que a aula terminou, Sehun e Luhan foram embora juntos como a rotina mandava-os fazer; o maior, de cabelo castanho, acenou para o menor assim que atravessou a rua e o garoto que continuou sua caminhada passou a sentir vontade de conseguir.  Conseguir tocar aquela música de forma que agradasse Sehun. Apenas agradasse, pois Luhan era ciente do talento desigual de seu amigo. Amigo...

Uma semana depois, Luhan chegou animado para sua aula de piano, mas o garoto que havia implantado tal euforia em seu peito não estava lá. Nem na semana seguinte. Nem na outra. E assim, as aulas de Luhan voltaram a monotonia. E quando o loiro confirmou que Sehun havia abandonado sem mais nem menos as aulas de piano, sentiu vontade de largar tudo também.

Com a desculpa de que as aulas no ginásio eram mais pesadas, Luhan convenceu sua mãe a deixá-lo sair do sofrimento e assim o loiro nunca mais se sentou a frente de um piano. E mesmo treinando desde cedo, mesmo com a herança genética, a única música que Luhan sabia tocar sem a partitura era a Sinfonia n.9 de Beethoven. Um dia ele poderia encontrar Sehun para lhe mostrar que entendia a colocação do “ré”, não poderia? 


Notas Finais


Obrigada a quem leu.
Não sei com que frequência postarei, afinal a faculdade pega pesado. Garanto que concluirei a fic, mas não me cobrem uma data fixa porque não será possível.

Qualquer contato, eu estou sempre no twitter @pandora_s então fique a vontade para falar comigo.

Um beijo <3


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