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História The Lost (Jackson) One - Bruno Mars' P.O.V


Escrita por: alwaysxtired

Capítulo 5 - Bruno Mars' P.O.V


“Bruno Mars”

Era esse o nome que rondava a cabeça de Peter Jackson.

Não o leve a mal, Peter adorava seu próprio nome, tinha muito orgulho e sentia muito carinho por ele, pois sabia que seu pai havia dado como homenagem a um personagem que gostava muito e escolheu dar especificamente para ele.

Entretanto, para o mundo artístico ele achou que não seria o suficiente.

“Peter Jackson”

Sempre que repetia seu nome em voz alta ou em pensamento seu rosto se contorcia em uma expressão nada boa. O mais novo simplesmente não conseguia visualizar a si mesmo subindo aos palcos e ouvir a plateia gritar esse nome.

Então tentou pensar em outro.

Peter teve a ideia de usar seu antigo apelido “Bruno” como primeiro nome e depois começou a tentar achar seu sobrenome artístico. 

Num dia qualquer enquanto estava deitado no gramado de Neverland observando os céus, hábito que havia herdado do seu pai, ponderava vagamente sobre o quão ‘fora desse mundo’ ele se sentia.

Para muita gente aquilo poderia ser só uma fase adolescente onde ele sentiria que é excluído de tudo, que o mundo o odiava, todos os adultos estavam contra ele e blá, blá, blá. Todavia, no caso de Peter não era tão simples assim e por inúmeros motivos.

“As vezes eu só queria sumir” comentou para ninguém em específico. “Desaparecer do planeta, ir pra outro, sei lá. Marte talvez- Espera, é isso! Bruno Mars!”

E foi assim que surgiu o nome artístico, de forma bem aleatória e inesperada.

“Bruno Mars” O jovem repetiu para si mesmo em meio ao vento que soprava levemente seu rosto. “Gostei.”


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“Espera, espera, repete isso, porque eu acho que não entendi direito. Você vai escrever músicas pra outros artistas fingindo que é outra pessoa?”

“Não Taj!” Peter retrucou. “Eu só vou usar outro nome, nome artístico.”

Seu primo mais velho cruzou os braços, lançando um olhar de descrença. “E você acha que isso vai dar certo, Bru?”

“Tem que dar, Taj” O mais novo tirou seu boné e sentou-se na beirada de sua cama. “Ainda faltam alguns anos pra eu me formar e eu não vou começar minha carreira oficialmente antes disso pelo meu pai, já que ele sempre dizia que os estudos vinham em primeiro lugar e eu quero respeitar isso.”

Taj assentiu.

“Mas eu também não quero começar muito tarde, acho que compor músicas pra outros artistas não vai ser nenhum problema.”

“E você já compôs alguma vez?”

“Eu…” Peter coçou sua nuca. “Já, algumas.”

“Posso ver?”

“Pode…” Respondeu incerto, indo até sua escrivaninha onde pegou alguns papéis da gaveta e os entregou a seu primo, que não havia saído do lugar em frente a cama. 

Enquanto Taj lia música por música, o caçula balançava ininterruptamente sua perna enquanto suas mãos deitavam-se em seu colo. 

“Cara” A voz do primo o desconcentrou. “Isso aqui tá muito bom, sério mesmo.”

Seus lábios soltaram ar que nem percebeu que havia prendido. "Que bom, mas e aí? Acha que alguma dessas tem chance?"

"Olha, provavelmente sim, só achar o artista certo" Seu primo ergueu-se e lhe devolveu os papéis. "Mas presta atenção Bruno, você precisa ter um senso crítico. Por mais que você tenha gostado, que eu tenha gostado, você precisa da opinião de um crítico. Tenta falar com o Quincy por exemplo."

O mais novo contorceu sua boca. "Não queria falar com o Quincy, ou o Brad" Exalou. "Mas fazer o quê, né? Eu preciso."

"Pense que isso vai te fazer bem, pra você e sua carreira." 

Peter exalou profundamente. "É, né."


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"Peter, você ficou doido!? Não, não mesmo. Absolutamente não!"

"Ai Quincy, larga de ser antiquado!" 

"Antiquado!?"

"Parem vocês dois, que coisa!" exclamou Brad Buxer, tecladista e arranjador de várias músicas de Michael Jackson. "Isso não vai levar a lugar nenhum."

"Então tenta colocar um pouco de juízo na cabeça desse garoto e convencer que isso não é uma boa ideia!"

Brad respirou fundo e apontou para a porta do estúdio. "Tá bem Quincy, tá, deixa que eu me resolvo com Peter. Pode ir."

O veterano deu de ombros e assim saiu do estúdio, resmungando suficientemente baixo para nenhum dos dois escutar suas palavras claramente.

Assim que a porta se fechou, Peter sentou-se num puff bege que havia ali. "Graças a Deus foi embora."

"É, mas a gente ainda precisa conversar", retrucou, tomando assento de um banco ao seu lado. "Me diga Peter, o que você quer?"

O mais novo contorceu os lábios. "Eu… Eu não sei."

"Não, você sabe. O que você não sabe é como pôr em prática e isso a gente deixa pra depois, eu quero saber qual sua pretensão."

Era estranho, entretanto aliviante ter enfim alguém que estivesse de fato interessado no que ele queria. As únicas pessoas que ficavam entusiasmadas eram apenas seus amigos.

"Bom, eu quero algo que soe novo, mas familiar, sabe? Que faça as pessoas dançarem, relembrar de momentos bons, tipo uma sensação de nostalgia."

"Eu sei que não vou escrever ou fazer nada melhor do que meu pai fez, mas se eu puder fazer música que englobe todos os gêneros e que faça as pessoas gostarem já tá bom."

"Todos os gêneros, é? Tem alguém que eu quero que você conheça."

E assim foi desdenhada uma longa conversa que terminou no encontro entre Bruno Mars e Phillip Lawrence.

Desde que o Jackson não quis assinar com a Motown e se encontrou com o produtor, seus olhos voltaram-se a outra gravadora: Atlantic Records.

Após uma reunião entre Mars, Lawrence, Buxer e Ari Levine, todos concordaram em permitir Bruno entrar para a dupla chamada "The Smeezingtons" onde Phillip e Ari compunham para outros artistas

Entretanto, o estudante pediu sigilo sobre sua identidade, pois queria que o público apenas soubesse quem era assim que lançasse seu trabalho solo.

E assim foi feito.

Dessa forma, o público só foi saber que Bruno Mars e Peter Jackson eram a mesma pessoa no lançamento de "It's Better If You Don't Understand", seu EP e lançamento de estréia.

Antes, as pessoas só viam seu nome nos créditos e sua voz em colaborações, mas nunca sua face. "Nothin' on You", do rapper B.o.B, "Billionaire", de Travie McCoy, e "Fuck You!", de Cee Lo Green, foram apenas um de seus trabalhos fora do holofote.

Agora todos conheciam suas músicas e viam um rosto atrelado a elas.


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"E agora estamos de volta dando continuidade a nossa entrevista com Bruno Mars!" 

Palmas e gritos da plateia foram ouvidos enquanto a câmera focava no Jackson caçula que sorria e acenava para quem o assistia no momento.

"Agora Bruno, como falávamos antes, você disse que sempre tenta homenagear seu pai como pode e uma dessas formas foram com algumas tatuagens, não é?"

"Sim, isso aí."

"Poderia nos mostrar?"

"Claro!" Bruno levantou sua manga direita e inclinou um pouco seu corpo para o lado, mostrando melhor a tatuagem. "Essa daqui já tem alguns anos, foi a primeira que eu fiz."

Com as câmeras, a plateia conseguiu enxergar bem o desenho que constituía num coração vermelho e uma faixa em volta com o nome 'Michael'

Em seguida, o cantor levantou seu tríceps esquerdo e apontou para a imagem de uma adaga com "Daddy's Baby" escrito embaixo. 

"Muita gente me pergunta sobre essa aqui" Iniciou sua explicação. "Mas é que- Teve uma entrevista que fizeram com meu pai, e eu e meu irmão participamos, coisa rápida, sabe? E me perguntaram meu nome e eu respondi que eu era o 'bebê do papai'."

A fala de Bruno foi interrompida pela plateia que vocalmente mostrou que achou fofo. O mesmo riu um pouco sem graça, entretanto dá continuidade. "Sim, eu sei, mas em minha defesa... Sou mesmo." Deu uma gargalhada.

A entrevistadora riu junto, porém logo em seguida suavizou a própria expressão enquanto observava seu convidado em silêncio. "Sente falta dele, não é?"

No mesmo instante o sorriso de Bruno se desmanchou, apesar do mesmo tentar mantê-lo. "Muita."

Com seu coração apertado, olhou em sua volta e ao ver aquele tanto de gente se sentiu levemente acuado, entretanto tentou manter-se calmo e prosseguir. "As tatuagens são só uma forma de manter ele mais perto, sabe? Marcar pra sempre na minha pele e sempre que olhar vou me lembrar dele."

"Isso é muito bonito." A entrevistadora comentou.

Bruno apenas assentiu, deixando a cabeça levemente baixa.

Falar sobre seu pai após sua morte nunca foi um grande problema, ele costumava conversar abertamente sobre qualquer tópico: musicalidade, personalidade, conquistas, etc.

Entretanto, falar especificamente da saudade que possuía do pai era um tópico bem sensível. Ele poderia falar de forma superficial, ponto, pois entrar em detalhes retomaria uma angústia muito forte.

Não só angústia como ansiedade.

Podia-se notar pelas pernas inquietas e olhos que rodeavam o ambiente e não encontravam um foco. Como meu pai fazia isso?, questionou mentalmente.

Mesmo com tamanho nervosismo, o Jackson conseguiu finalizar a entrevista para seu alívio. Ao chegar em seu carro, percebeu que estava suando, porém alívio refrescava seu corpo ao estar fora dos holofotes.

"Tudo bem, Bru?" Taj, que estava o aguardando, perguntou.

"Sim, só estava nervoso, muito na verdade. Não sei como meu pai lidava com isso, sinceramente."

"Bom, mas agora vai ter que se acostumar."

"É" exalou. "Pelo menos a entrevista foi tranquila, a moça me fez várias perguntas legais, não focou só em eu ser filho do Rei do Pop, nem nada. Aliás, preciso passar lá no estúdio pra discutir sobre o marketing do EP."

Apesar de já ter planejado as estratégias de divulgação, ele precisava ir se certificar que tudo ocorreria bem. 

E de fato ocorreu, mas não como Bruno imaginava.

Seu desempenho foi ótimo, porém esperava bem mais e como se já não estivesse chateado, ao ver as matérias praticamente o caçoando e dizendo que as expectativas que tinham para o filho do Rei Pop foram menos do que atendidas ele ficou enfurecido.

Por essa razão agilizou seu álbum que estava planejando e decidiu lançá-lo meses depois, em 4 de outubro de 2020, cinco meses depois do seu EP, em 11 de maio, contrariando todas as opiniões das pessoas do ramo. 

"Doo-Wops & Hooligans", seu álbum de estréia, debutou na 3ª posição da Billboard 200, com a venda de 55 mil cópias em sua primeira semana de vendas. Atingiu também o Top 10 em países como Austrália, Canadá, Irlanda, França, Nova Zelândia e Brasil.

Ao contrário do EP com um single, seu álbum teve cinco; O primeiro, "Just the Way You Are", chegou a ficar na 1ª posição da Billboard Hot 100 por quatro semanas consecutivas, enquanto o segundo, "Grenade", além de também liderar as paradas norte-americanas, atingiu o 1° lugar em mais de quinze países mundialmente.

O terceiro single, "The Lazy Song", apesar de não ter sido tão bem sucedido quanto os anteriores, alcançou a 4ª posição na Billboard Hot 100, como a melhor, além do Top 20 em outros 11 países.

Mesmo com as críticas variadas, agora o caçula estava mais satisfeito com o desempenho. O público estava amando, dançando, cantando, e isso para ele já era o suficiente até certo ponto.

Bruno queria mais, queria se superar. Ele tinha essa mesma vontade que seu pai tinha de fazer melhor, era algo que corria em suas veias e pulsava desesperadamente dentro de si.

Foi isso que o motivou a conseguir conciliar sua primeira turnê, "The Doo-Wops & Hooligans Tour", cujo início foi marcado em 16 de novembro do mesmo ano, enquanto produzia seu segundo álbum.

Bruno sempre assistiu seu pai se apresentar, fosse por vídeo ou no backstage quando criança, mas nunca teve ideia de como deveria ser, como deveria ser estar no palco e se transformar numa estrela embaixo dos holofotes e de frente para uma multidão.

Entretanto agora, atrás da cortina enquanto segurava o microfone e ouvia um coro gritando por seu nome, percebeu um pouco dessa dimensão.


"Por você, pai."


Foi o amor que sentia por Michael que lhe deu forças contra a ansiedade que tinha, além do medo e nervosismo em enfrentar as pessoas. Mas como o próprio costumava dizer, seu amor pelo pai o tornava invencível.

Uma das formas que achou de homenageá-lo foi incluir "Billie Jean" na setlist da turnê, como um gesto simbólico, o que obviamente não passou despercebido pelas pessoas que achavam belo como Bruno sempre fazia questão de enaltecer o pai como suas obras.

O mesmo aconteceu quando foi chamado para o Super Bowl XLVIII onde estudou o pai como artista, suas técnicas, danças, treinos, até assistiu e reassistiu a apresentação do pai no próprio Super Bowl.

"Você é tão incrível pai" comentou para si mesmo enquanto assistia em seu quarto que era iluminado apenas com a luz da televisão. "As vezes nem dá pra acreditar que alguém como o senhor realmente existiu."

"Às vezes nem consigo acreditar que sou seu filho, que tenho o mesmo sangue que o senhor sendo essa pessoa incrível sendo que não vou ser nem um terço disso" Lentamente pôs sua mão na tela. "Se eu pudesse trocar toda a música pra te ter de volta eu trocava, papai."

Sua garganta começou a doer por tanto estar restringida para não chorar apesar de seus olhos lacrimejarem. "Eu faria qualquer coisa pra te ter de volta, qualquer coisa."

Não importava o quão bem sucedido Bruno se tornasse, tampouco quantas turnês fizesse, álbuns criasse, fãs o admirassem, etc, nada supriria o vazio que Michael deixou em seu peito.

Parecia que a cada dia essa dor e a saudade aumentavam cada vez mais, e as pessoas não tornavam as coisas fáceis para o Jackson ao viver comparando-o ao pai tanto indiretamente como diretamente.

Esse assunto chegou ao auge quando Mars foi indicado ao Grammy e então começaram os burburinhos se ele bateria o recorde do pai, se levaria algum prêmio sequer, etc. 

Isso acarretou numa crise existencial onde Peter começou a achar que não merecia nada daquilo, que estava 'roubando' o sobrenome do pai, que ele não era tão talentoso assim e nem deveria ganhar nada.

Apenas seus amigos, chamados por Taj, foram capazes de acalmar o rapaz que estava trancado no quarto em puro pânico. Às vezes Bruno se culpava por ser tão dependente dos seus companheiros, até para acalmar a si próprio.

"Desculpa fazer vocês virem aqui" esfregou a palma da mão em seu rosto.

"Que isso Bru, não precisa pedir desculpa não" Jessica reassugurou, encostando sua cabeça na dele enquanto o abraçava de lado. "Amigo é pra isso."

"Amigo é pra ajudar, não ter que ser babá do outro." comentou amargamente.

Sem saber o que dizer, Jessica apenas lançou um olhar de dúvida para Eric que estava de pé observando.

O amigo a encarou de volta, sem ideia do que dizer para consolar, decidiu fazer a única coisa que lhe veio à mente. 

Jackson foi surpreendido com um abraço apertado do amigo, que ficou em silêncio, porém posicionou suas mãos nos braços dos amigos, apreciando o que tentavam fazer.

Sendo tentar a palavra-chave.



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