História The Love Together... - Noite dos lobos

- O que aconteceu? - Abri meus olhos e dei de cara com Simone me encarando. Eu estava deitada no sofá.

- Dimitri te trouxe pra casa. - Seu rosto transmitia alívio, e eu também fiquei aliviada em saber que estava na segurança da minha casa. - É Verdade que você quase foi abusada por três garotos da aca... da faculdade? - Nao tinha Entendido sua hesitação, mas deixei pra lá.

- É, eu acho que eles disseram que estudava lá, mas eu nunca os vi lá.

- Eles estudam à tarde. - Dimitri comentou sem nos olhar, ele estava com seus olhos fixados na vista do lado de fora da janela. - Mas o importante é que eles não iram fazer mais isso. Eu já cuidei de tudo.

- Eu não quero mais falar disso. - Fechei os olhos com força tentando afastar os pensamentos. - Eu quero ficar sozinha. - Quando tentei me levantar, senti uma fisgada na perna e gemi de dor.

- Hey, não mexa a perna. - Scott estava sentado na minha mesa de centro com a minha perna em seu colo. Sem demora percebi que ele estava dando pontos na minha perna.

- Scott? - Não esperava sua visita ali.

- Não mexa a perna, moça. - Disse ele tranquilamente. Imediatamente, Olhei para Simone.

- Não vou com a cara dele, mas ele era a única esperança que me veio à cabeça. - Sussurrou ela perto do meu ouvido para que Scott não ouvisse.

- Está tão grave Scott? - Não esperava scott ali, mas confesso que fiquei feliz com sua presença, sem contar no contato carinhoso com minha ferida. Eu sei, isso é ridículo e nojento, mas ele tinha tanta delicadeza.

- Não está tão grave não. Alguns cortes são superficiais, já outros, são um pouco profundos, mas nada grave. - Ele falava comigo, mas sua atenção estava toda na minha coxa descoberta.

- Como consegui esses cortes?  - Perguntei.

- Os vidros quebrados da van estava todos pelo chão do mesmo. Dimitri disse que quando o garoto acelerou, você rolou pelos cacos de vidros e aconteceu isso. - Ela deu uma pausa. - Tinha alguns pedaços grandes enfiados na sua perna e no seu braço, mas como Scott disse: não é grave. Que bom.

- Que bom mesmo, eu nem gosto de pensar no que passei que me dá desconforto.

     Então, Simone se afastou e Scott ficou perto de mim, já preparando uma seringa.

- O que você vai fazer com isso? - Me levantei assustada, mas fui barrada por ele.

- Não se mexa, senão o sangue vai começar a sair de novo.

- Scott. O que você vai fazer com isso? - Falei denovo.

- Isso é uma anestesia. Preciso aplicar em você para dar os pontos que precisam no seu braço.

      Quando ele falou do meu braço, eu fui dar uma olhada na ferida, e estava terrivelmente horrível, que dava para ver a carne viva. Senti uma leve tontura e voltei a me deitar, enquanto tentava manter a calma. Como eu queria estar desacordada naquele momento.

    Com os meus olhos fechados, tentei ter pensamentos fofinhos como de carneirinhos, mas isso foi substituído por um dor horrível. Abri meus olhos e vi que Scott aplicava anestesia bem no meio de minha ferida. Xinguei ele de tudo que é nome, e ele apenas riu.

   Quando Scott terminou, eu me levantei e fui tomar um banho para logo deitar na minha cama e ficar por lá mesmo por horas, Talvez Dias ou anos. Eu só sabia que não queria mais sair pra lugar nenhum. Depois da ducha, eu me deitei na minha cama, e começei a chorar. Eu nao estava acreditando que aquilo tinha acontecido comigo, eu estava horrorizada e ficar acordada não seria uma opção ali, afinal, toda vez que fechava meus olhos, parecia que eu estava novamente naquela van, com aqueles garotos encima de mim, tirando minha roupa. Enquanto eu mergulhava em meus pensamentos terríveis, não senti alguém deitar ao meu lado, só fui perceber quando uma mão grande acariciou meu braço nu, e quando isso aconteceu, eu pulei da cama e dei um grito. Só depois que fui ver quem era.

- Dimitri?! - Falei enquanto arfava, tentando recuperar meu fôlego. Coloquei a mão no peito numa tentativa falha de me acalmar mais rápido.

- Me desculpe. Não queria assusta- la. - Ele estava sentado na minha cama, me encarando seriamente. - Só vim ver como você estava.

     Fiquei o encarando, até decidir me sentar na cama também.

- Já tirou suas conclusões?

- Sim. - disse. - Quer que eu fique aqui com você?

- Por que está dizendo isso? Já sabe minha resposta.

- Fique calma, Kate. Não tentarei nada. - Ele deu uma pausa. - Eu quero dizer se você quer que eu fique aqui até você pegar no sono.

     Ficamos trocando olhares intensos até finalmente alguma palavra sair da minha boca.

- E a Sophia?

- Simone está lá embaixo vendo tv. Eu pedi pra ela olhar a Sophia dormindo no seu sofá por uns tempos, até eu descer.

     voltei a olhar dentro dos seus olhos até concordar com sua solução. Então, eu me deitei e Dimitri me abraçou, e minhas lágrimas voltaram com força e com força Dimitri me abraçou. Eu gostava daquilo, de ficar abraçada com ele em silêncio, apenas ouvindo meus soluços baixos ( tá, isso não é tão legal), mas era legal ficar com ele. Não era o que eu esperava, mas eu acabei adormecendo mais rápido que pensava.

       ***

       Quando as aulas voltaram, eu estava muito melhor, claro que àquelas lembranças do passado ainda estavam na minha mente, mas minha vida havia voltado praticamente a ser como era.

- Bom dia alunos. - Dimitri entrou na sala sorrindo, com um bolo de papéis A4.

- Hoje é dia de prova, professor?  - Falou a loira Ashley.

- Não. - Ele chegou até sua mesa, e soltou os papéis ainda olhando para todos nós com um sorriso de lado.  - Melhor do que isso.

- E desde quando prova é algo bom? - Josh falou baixo apenas pra mim e Simone ouvir. Josh era um moreno alto e musculoso, tinha olhos castanho- claros. Ele era o típico playboy pegador, mas fora isso, ele era um ótimo colega de classe. Nós bricava- mos direto, ele era realmente muito gente boa, e eu particularmente gostava de conversar com ele.

- Professor é assim mesmo. - Falei. - Adora nos botar numa cilada.

- Pois é, mas pagar uma bebida, não quer. - disse enquanto ria.

- Deve ser porque ele é nosso professor, não acha? - Comentou Simone.

- Mas os professores podem pagar uma bebida pra nós, até por que não somos mais crianças. - Josh continuava a falar asneira, e eu continuava rindo, mas logo parei ao ver os olhos de Dimitri encima de nós. Disfarçadamente, bati na coxa de Josh para ele perceber que Dimitri estava olhando. Quando percebeu, ele logo se ajeitou na cadeira.

- Obrigado. - Falou Dimitri com reprovação. - Enfim, o que eu ia dizendo?

     Ashley logo levanta seu braço. Ashley era uma loira dos olhos verdes, uma das garotas mais bonitas da escola aparentemente, e a mais interessada no Dimitri, aparentemente também. E ela não tinha medo de mostrar seu interesse nele, e eu não gostava disso.

- Diga, senhorita Kendall

- Você estava falando em algo melhor que a prova.

- Ah, sim. Enfim. Eu acabei de saber que esta sala foi contemplada esse ano para a noite dos lobos.

      Cochichos e mais cochichos se acumulavam na sala. Todos se perguntava o que era a noite dos lobos até a dona " estou interessada no Dimitri" levantar sua mão.

- O que é isso?

- Bom, não sei se vocês sabem, mas hoje vai ser noite de lua cheia, e como de constume, sempre sorteamos uma turma para passar a noite na escola para proteger a mesma dos lobisomens e também pra ver como está o desempenho de vocês quando o assunto é exterminação de lobos. - Disse ele com um sorriso. - É isso. Vocês foram escolhidos dessa vez, porém, aos merdinhas que não quiser participar, tudo bem. Isso não é obrigatório, mas para vocês participarem, tem que pelo menos, 20 pessoas assinar esses termos de responsabilidade. Se for menos que isso, terei que escolher outra turma. Entendeu?

- Então aquilo encima da mesa é um termo de responsabilidade? Por que não fico surpreso. - Disse Josh para mim e Simone.

- Termo de responsabilidade por quê? - Perguntei.

- Porque se você morrer esta noite, ninguém vai poder processar a academia, pois você assinou o termo dizendo que estava ciente que poderia  acontecer qualquer coisa ruim com você.

- Eles são espertos. - Comentou Simone.

- Pois é. - Concordei.

- Bom, alunos. - Dimitri pegou novamente o bolo de papel e foi distribuindo em cada mesa. - Os bebês que não forem participar, não precisam escrever nada, apenas coloquem o termo na minha mesa e estão liberados da aula de hoje. E os que resolver participar, quero que continuem na sala. - Ele finalmente chegou na minha mesa e me encarou intensamente que eu fiquei sem graça. - Entendido, senhorita Benson?

     Continuei à encarar ele também, e eu sabia que meu rosto estava esquentando.

- Sim. Claro.

    Ele riu e entregou a folha para Josh e depois para Simone e foi para outras mesas.

- Esse professor parece um maníaco. - observou Josh.

- Por que disso?

- Sei lá. Desde seu chilique no começo do ano, esse cara não sai da sua cola, como se esperasse um escorregão seu, para te tragar.

- Que observação incrível, Josh. - Simone riu. - Não poderia escolher uma palavra melhor. - Ironizou ela.

- Tragar é uma forma de dizer que ele quer fazer ela se dar mal.

- Dimitri não faria nada de mau com ela.

- Por que?? - Josh se aproximou com um sorriso malicioso no rosto.

- Chega pra lá com essa cara safada, Josh! - Falei. - Dimitri faria, sim, mal à mim. Só que eu não estou mais debatendo com ele, por isso que ele não pode fazer nada.

- Faz sentido. - Ele se afastou e pegou minha caneta que eu estava brincando. - Me empresta.

- Vai participar? - Perguntei.

- Claro. Não quero ele me chamando de merdinha ou de bebê pelo resto do ano. - Falou enquanto me entregava a caneta, logo depois de ter assinado seu nome no termo. - Pronto. E também é uma ótima oportunidade pra mim saber como estou quando o assunto é luta.

- Quer saber. - Agora foi a vez de Simone tirar a caneta da minha mão e começar a assinar seu papel. - Eu quero participar também disso. Até por quê não tivemos aulas práticas.

    A Simone e o Josh tinham razão. Essa é uma oportunidade única de ver como está nosso KI quando o assunto é lutar com algum lobisomem. Sem demora, peguei outra caneta do meu estojo e também assinei meu nome.

- Isso vai ser incrível. - Simone juntou nossos papéis e foi entregar na mesa do Dimitri.