História The Marauders (Wolfstar-Jily) - Única Exceção

Quarto ano dos Marotos - 1974/1975

Remus durante uma tarde após o almoço resolveu ir para a biblioteca, ele amava aquele lugar. Sentou-se e começou a ler um livro em uma mesa mais ao fundo para ter privacidade e ficar sozinho, depois de algum tempo foi interrompido.

— Oi, é Lupin né? — indagou timidamente um garoto loiro de olhos verdes perto da mesa que o garoto se encontrava.

— Sim... — Confirmou hesitante.

— Meu nome é Kreiver, posso me sentar?

Remus assentiu.

— Tem um tempo que queria conversar com você, mas... você tá sempre escoltado quando eu te vejo... Hum, será que você gostaria de me acompanhar a Hogsmeade no final de semana? — O loiro falou mantendo a atenção estável no rosto do outro.

Lupin ficou mudo, quando notou a confusão no rosto do garoto à sua frente.

— Olha eu... — Começou a dizer.

— Tudo bem se não quiser, talvez você ache estranho...

Remus deu um sorriso tímido para o corvino, achou fofo o cuidado que ele utilizou para escolher as palavras corretas.

— Eu quero sim — contradisse.

— Uau! Jura? — perguntou desconfiado.

O castanho assentiu, e ele abriu um sorriso.

— Te vejo no sábado então Lupin. — Hesitou por um momento, mas se inclinou e beijou a bochecha de Lupin e se foi.

O castanho ficou rubro e continuou mesmo depois que o outro já havia saído. Sorria balançando a cabeça ao ver o jeito que Kreiver ficou feliz por ele ter aceitado.

Remus topou sair com o corvino, pois ficou encantado com o jeito do loiro e afinal ele era muito bonito até demais pra ele em sua opinião, mas havia um motivo maior pra isso. Ele precisava sair com outra pessoa enquanto estivesse em Hogwarts pois tinha que parar de desejar aquela pessoa proibida para ele.

— Então é por isso que nunca sabemos das suas aventuras, elas começam na biblioteca. — Uma voz se endereçava a Remus.

Remus deu um pulo na cadeira.

— Que susto Sirius! A quanto tempo tá aí?

— Tá interessado mesmo? — Sentou-se na cadeira que Kreiver ocupava segundos atrás, observando o castanho.

— Não sei do que você tá falando, ele só me chamou pra sair... como amigos — retrucou Remus.

— Amigos? — insinuou o moreno, dando um sorriso para o outro.

— Calma Six! Só você tem o prazer de me ter — Remus sussurrou se inclinando sobre a mesa na direção do outro.

 Completou ainda sussurrando pausadamente, enquanto Sirius fitava seus lábios.

— Sou. Todinho. Seu!

Black ficou atônito, a provocação de Lupin o fez lhe desejar de maneiras inimagináveis, teve os pensamentos mais enodoados possíveis enquanto contemplava a boca do castanho que agora mordia o lábio inferior. Sirius se levantou e passou por trás do outro e falou em seu ouvido.

— Quero ver se isso é verdade mesmo lobinho. Hoje à noite!

A nuca de Remus se arrepiou.

— Si... Sirius? — gaguejou.

— Oi Moony? — disse de um jeito sensual.

— O que veio fazer aqui? — Mudou de assunto subitamente pois estava se descontrolando.

— Ah, vim pegar um livro. — Levantou a mão que segurava um livro grosso.

— Eu não teria apostado... Você lendo? Está doente Black? — ironizou Lupin.

— Não fico tão sexy como você mas sim, estou lendo.

— Idiota! — riu.

— Até mais tarde lobinho. — Deu uma piscadela e se encaminhou para fora do local.

Mais tarde quando Lupin foi para a torre da grifinoria encontrou James sentado no salão comunal conversando com Peter já estavam arrumados para irem jantar, ele ainda iria tomar banho então subiu para o quarto, chegando lá encontra Black enrolado em uma toalha, o encara por alguns segundos, desvia quando percebe que ele notou sua presença.

Entrou para tomar banho e o cheiro do moreno estava impregnado no banheiro, o que o fez suspirar e pensar: “Para com isso Remus, ele é seu amigo e hetero”. Quando terminou e saiu do banheiro, viu Sirius sentado na cama lendo um livro, ainda faltava um tempo para o jantar e pretendia fazer o mesmo até dar a hora.

— Ei, nada disso! — Olhou para o moreno que se dirigia a ele. — Você disse que seria todinho meu.

— O que? — Ficou imóvel.

— Você disse que é todinho meu por este motivo irá passar a noite inteirinha coladinho em mim, tendo o prazer da minha magnífica companhia e dos meus carinhos. — Puxou o lupino para o seu colo.

— Sirius, você tá louco? — protestou.

— Não, só tô reivindicando o que é meu por direito. — Ele cravou seus olhos acinzentados nos olhos ambares de Lupin.

— Quem vê o pegador de Hogwarts nem imagina o quão carente ele é. — Remus ria, afrontando Black.

— Não mesmo, pois você é a única exceção — beijou a testa do castanho e lhe deu um chocolate, o que o fez sorrir.

— Carente! — Mordeu o chocolate e levou um pedaço na boca do outro.

James e Peter entraram no quarto justamente quando Sirius mordia o chocolate sem tirar os olhos de Moony.

— Meu Merlin! Pelo menos estão vestidos — riu James — Quando for rolar a pegação me avise pois quero participar.

Remus fuzilou James com o olhar, e Black gargalhava.

— Vocês são completamente estranhos! — Peter disse e saiu do quarto confuso.

Desceram para jantar e mais tarde Sirius levou Lupin para a torre de astronomia, pegou a capa da invisibilidade de James emprestada, para não serem apanhados por Filch. Os dois ficaram lá observando o céu como gostavam de fazer da janela do dormitório, porém agora com uma visão melhor. Trocavam alguns sorrisos quando seus rostos se encontraram, mas o silencio dominava o ambiente. Quase as 3 da manhã retornaram ao quarto, e Sirius arrastou Lupin para cama com ele, usando a desculpa que a noite não tinha acabado.

Quando o final de semana chegou Lupin tinha o seu encontro com Kreiver em Hogsmeade, não estava preocupado e nem ansioso, sairia para conhecê-lo apenas. Os outros três marotos também iriam sozinhos é claro, Sirius convidou Marlene, mas assim como Lily ela não iria naquele final de semana, mas também não queria ir com Sirius. Peter não tava interessado em ninguém, por isto iria sozinho de qualquer forma.

Lupin encontrou Kreiver na saída da escola, e os dois caminharam sozinhos até o povoado. O loiro estava muito elegante, o Natal se aproximava então a neve já começava a cair e usavam cachecóis e toucas.

— Tá muito bonito hoje Lupin — O loiro disse quebrando o silêncio.

— Ah, obrigado… você também, adorei o cachecol! — respondeu corando.

O resto do caminho falaram sobre o tempo, sobre aulas e o que iriam fazer em Hogsmeade, Remus iria comprar uma pena nova e pergaminho, o outro só queria passar o tempo com o castanho e foram ao três vassouras quando o outro terminou suas compras.

— Então Lupin, venho te observando um tempo e tomando coragem pra te chamar pra sair e esperei muito pela oportunidade.

— Sério? O que te interessou tanto? — questionou.

— O kit completo. Inteligência, beleza e um certo ar misterioso que vem de você — Foi direto.

— Não vejo nada disso em mim. Acredito que você esteja precipitado ou me confundindo com outra pessoa — Sorriu.

O garoto tocou o rosto de Lupin, deslizou o dedo até o queixo começava a aproximar o rosto do dele. Mas o castanho quebrou o contato, e tomou um gole de sua cerveja amanteigada que havia pedido.

— Desculpe, as vezes eu me empolgo um pouco — falou o mais velho sorrindo.

— Tudo bem, só... rápido demais vamos com calma.

O loiro concordou.

Não seria a primeira vez que Lupin beijaria um garoto, ainda lembrava da primeira vez que havia tomado os lábios de um garoto, uma noite durante as férias sentado em um parque próximo a sua casa, quando havia socorrido um garoto muggle após uma queda de bicicleta.

Estando tão próximo do garoto que não parava de olhar os seus lábios enquanto ele limpava o sangue do ombro dele, ele havia dito sarcasticamente que ele poderia beija-lo se quisesse e o garoto o beijou deixado o castanho completamente surpreso e abstruso, pois ele havia gostado daquele beijo ao contrário das garotas.

Entre conversas e cervejas amanteigadas, o clima já não estava tão tenso como quando chegará, pessoas entravam e saiam os outros marotos entraram em um determinado momento, mas não notaram a presença um dos outros.

Conversavam animadamente, até que o loiro tentou novamente uma aproximação, tocou a mão do licantropo deixando a sua pousada sobre ela.

Com a outra mão Kreiver afastou o cabelo de Remus do olho, passou o polegar em seus lábios finos estavam a poucos centímetros de distância. Lupin mantinha os olhos fixos sem se mexer, sentiu os lábios do loiro pregarem nos seus logo pedindo passagem para adentrar a sua boca com a língua no que Remus permitiu rapidamente, o beijo era calmo e o fazia desejar uma intensidade maior, tinha um gosto leve de cerveja amanteigada.

James tagarelava em uma das mesas do local e começou observar as pessoas que falavam sem parar, tomou um gole de cerveja olhou para um canto a sua direita, cuspindo todo o líquido na cara de Peter na sua frente.

— James Potter! — Esbravejou Peter.

— Me desculpa Peter… Mas olha ali o Rem! — Estava espantado.

Os dois olharam na direção apontada por James e arregalaram os olhos.

— Pelas barbas de Merlin! — falou Peter. — Não sabia que Remus era…

— Gay? — Sirius disse, levantando uma das sobrancelhas.

— Astuto no beijo — completou ainda encarando o casal.

Os outros dois cravaram os olhos em Peter, não acreditavam que ele já sabia e Lupin nunca havia contado pra eles.

— Espera. Remus é gay? — perguntou James.

— Não sei, também vi ele com uma garota da Lufa-Lufa parecia estar flertando, mas só da parte dela ele não parecia interessado.

— Quem te viu e quem te vê em Remus! — falou James olhando em direção a mesa do amigo, que beijava o corvino.

— Brinquei com ele sobre sair com esse aí, mas ele disse que sairiam como amigos... — comentou Sirius encarando a mesa. — Só suspeitava mesmo, achei que era coisa da minha cabeça porque Moony é discreto. Mas agora... caramba.

— Eu ainda estou chocado, achei que Rem era um anjo. Pelo visto o único anjo sou e… —suspirou — é o Peter. — Gargalharam.

Embora o clima estivesse descontraído Sirius se sentia mal, não pensou que ver o licantropo beijando alguém lhe deixaria com a sensação de ter um dementador o rondando. Mas manteve um sorriso afinal aquilo não era da conta dele.

No final da tarde retornavam a Hogwarts, o dia fora das paredes da escola havia sido maravilhoso. Já na porta do castelo, conversavam a atração do três vassouras.

— Obrigado pela companhia Lupin eu adorei passar o dia com você... — Beijou o rosto alheio. — Hum… a gente se vê!

— O prazer foi todo meu — Lupin sorriu educado, sequer queria a princípio um encontro e Kreiver foi só uma distração.

Quando chegou a comunal os amigos estavam reunidos, ele se aproximou dos outros.

— Como foi o encontro Moony? — James perguntou.

— Não foi um encontro, já disse. — Revirou os olhos.

— Aquele beijo parecia mesmo que era mais do que um encontro — Remus ficou apreensivo ao ouvir James falar. — É a gente viu, três vassouras pode ser um lugar com muita gente, mas eu tenho quatro olhos como você diz — sorriu triunfante.

— Então… — Mordeu o lábio. — Não era pra ser um encontro, não pra mim pelo menos, mas acabou rolando e eu deixei, foi só uma distração é claro não quero compromisso.

— Uhum. Não sabia que você era gay! — Indagou o de óculos.

— Nem eu... — Os outros o encararam confusos — Eu tinha ficado com garotas e foi desastroso e eu me perguntei se era assim mesmo, desconexo...

— Então é a primeira vez? — Sirius perguntou dessa vez.

Remus o encarou após ser interrompido.

— Claro que não. É hora de assumir pra vocês e pra mim mesmo... Eu sou gay!

“Toma Sirius, quem manda ser curioso podia dormir sem essa!” — Sirius pensou.

Os outros ficaram calados, ninguém se moveu.

— Eu sei o que vocês devem tá pensando, sobre as nossas brincadeiras e por que eu gosto de homens que vou sentir atração por vocês, mas não funciona bem assim... Eu não vejo vocês de outra forma e não quero que vocês achem que eu escondi para tirar proveito... — O castanho falava rapidamente ao ver que nenhum esboçou reação.

— Remus, por mim tá tudo bem eu não me importo — James se apressou em dizer.

— Eu já tinha noção, mas eu nunca me importei mas deixo claro que gosto de garotas — Pettigrew informou.

— Obrigado James — disse aliviado. — Peter você não faz o meu tipo, não se preocupa! — disse sarcasticamente.

Os outros riram. Black continuou calado, nem parecia estar prestando atenção naquela conversa, mas o lobisomem não insistiu.

— Por favor não contem para mais ninguém, não estou pronto para me assumir para toda Hogwarts, acho que muitas pessoas não entenderiam... — Pediu aos amigos.

Os outros assentiram e o castanho se retirou lançando um último olhar a Sirius que ainda fitava o chão.

Mais tarde no dormitório Sirius se deita em silêncio na cama de James fitando o teto, era raro ficar em sua cama sem ser para dormir. O castanho estava na sua, mas Black não quis ficar com ele.

— O que foi melhor a nossa noite juntos ou o encontro com metidinho? — A pergunta saiu de repente da boca de Sirius sem um aviso prévio. Remus levantou a cabeça.

— Que tipo de pergunta é essa? — perguntou incrédulo.

— A noite comigo ou o encontro? — insistiu.

— São coisas diferentes Sirius.

— Moony...

— Tá, não teve beijo mas a noite contigo foi bem mais cativante e agradável. — Remus falou olhando para o moreno — Sirius sorriu ainda deitado.

Naquela noite ele iria ficar com Marlene, mas mudou os planos quando viu que Lupin teria um encontro queria levar ele pra sair sozinho sem os outros dois marotos, como um encontro antes do corvino colocar as mãos nele.

“Que bom que você ainda é meu” — Foi a única coisa que passou pela cabeça de Sirius.

— Sirius?

— Hum?

— Você não disse nada sobre o que eu contei... Hmm...Está tudo bem pra você?

— Moon... Eu aceitei o fato que você é um lobisomem! Acha que isso mudaria alguma coisa? — Sirius franziu a testa, ainda olhando para o teto.

— Bem... O seu comportamento comigo com certeza!

Sirius se levantou da cama e foi em direção ao outro, arredou alguns livros para o canto e se deitou no colo de Lupin.

— Não muda Moon... A única coisa que modifica é que eu te admiro ainda mais por ser tão decidido! — esclareceu olhando nos olhos de Remus.

— Eu fico feliz que isso não atrapalhe a nossa amizade Six, eu não posso perder você. Nem Peter e James é claro, vocês são meus melhores amigos — disse.

“Caramba ia ficar estranho se eu não completasse” — Lupin pensou.

— Ei Moony, você nunca vai perder a gente!