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História The Memories - Feita de mudanças


Escrita por: Love_harry

Notas do Autor


Hello o/
Aqui estou eu com mais um capítulo.
Eu só queria compartilhar com vocês, que por incrível que pareça são momentos como estes que essa fanfic está passando que eu realmente vejo como tenho ótimos leitores. Porque mesmo com minhas enrolações, e com poucas vizualizações e comentários, cada visualização e cada comentário é mágico e importante. Vocês são fantásticos e só quero dizer obrigada.
Dedico a vocês esse capítulo.
(E Nina, tá aí a parte de Lied que você tanto me enxeu pra ter)
Boa Leitura ;)
Mari <3

Capítulo 22 - Feita de mudanças


 

"Pulamos, sem nunca perguntar por quê 

Nós nos beijamos, eu cai no seu feitiço 

Um amor que ninguém poderia negar 

 Nunca diga que eu apenas saí andand

Eu sempre irei te querer 

Não posso viver uma mentira, fugindo pela minha vida 

Eu sempre irei te querer"

- Wrecking Ball, Miley Cyrus 

POV JESS

Era pra eu me sentir uma nova pessoa quando o avião pousasse? Porque tudo que eu sentia era que eu estava esgotada. 

Assim que o avião se locomovia da pista para a área de desembarque, quando o aviso dos aparelhos celulares foi liberado; Eu liguei meu telefone e então vi dar início a sequência dos "bibs". Eu tinha três novos áudios no WhatsApp. Todos enviados em horários parecidos da noite anterior, quando eu estava embarcando com o celular desligado. 

Respirei fundo e fui ouvir o primeiro que era da Grace, mas antes não deixei de notar que no nosso grupo do Whats, Grace removeu o Zayn. Eu coloquei o fone de ouvido e comecei a digerir a primeira mensagem. 

"- Jess eu só quero que saiba que independente da sua escolha, nós apoiamos você. - Grace dizia calma no áudio. 
- Apoiamos nada! Jessica não entra nesse avião! Eu juro que embarco o Zayn pra Inglaterra.- Jenny disse alto com alvoroço. 
- Cala a boca.- Grace diz e eu ouço a voz dos outros ao fundo.- Zayn está indo agora atrás de você.
- Se o vir acaba com ele, mas não entra nesse avião!- Jenny ainda estava nervosa. " 

Será que eu tinha feito o certo? E se eu ficasse, o que aconteceria? 

Eu não queria continuar lá, queria sair daquele país pelo menos com as lembranças boas que aconteceram antes do baile, se eu continuasse iria ser um clima tenso e eu não teria as memórias da viajem de formatura dos sonhos. 

Eu tinha a impressão que quanto mais pensava sobre minhas atitudes mais eu queria me livrar de tudo. Aquilo de tentar ser racional não estava dando certo. Então eu fui ouvir outro áudio que era do Harry. 

"- Jess, eu sei que fui um péssimo amigo durante a maior parte dessa viajem. Eu devia ter percebido! A Med e eu brigamos e o Niall acabou de sair atrás do Zayn, estamos no estacionamento tentando pegar um táxi e ir atrás dos dois. - no fundo eu podia ouvir o barulho de movimento e a voz dos outros. Parecia que tudo estava um caos.- Eu te amo muito amiga, e mesmo eu parecendo o melhor amigo gay não só o melhor amigo, eu vou te dizer uma coisa: não faça merda, não se desgaste ou se destrua se enchendo de bebida ou chocolate! Você merece coisa melhor. Por favor- Harry mudou o tom de voz e começou a gritar um pouco.- Me responda! "

Depois que o áudio dele acabou eu sorri, porque eu senti que era querida e que, mesmo estando do outro lado do mundo, eu tinha um ótimo melhor amigo. 

Logicamente tinha um áudio do Niall puto da vida comigo, mas tentando ser um irmão fofo e protetor...Sem tentar ser muito sufocante. Esse era um áudio enviado a uma e meia da manhã, o que, de todos, foi o enviado mais tarde. 

"- Eu deveria estar embarcando no próximo voo agora! - Niall dizia alto.- Mas depois de ir atrás de você no aeroporto e do Zayn desaparecer, eu voltei pro hotel e conversei com o Harry...- Ele parecia um pouco mais compreensivo e fofo.- ...E talvez ele esteja certo no que diz respeito que você prescisa de um tempo, e que nós temos que respeitar isso. Mas eu vou comprar a passagem e estarei de volta daqui a uma semana. Use esse tempo pra pensar, mas se prescisar saiba que sempre vai me ter aqui. Te amo mana." 

O tempo parecia não passar, e tudo que eu queria era chegar em casa e me jogar na minha cama sem olhar pra trás. Mas eu devia uma resposta a eles, Niall devia estar surtando já era de tarde no Brasil. 

Eu fechei os olhos e tentei pensar no que iria dizer aos meus amigos sobre o fato de, eu sair correndo de uma festa em um dia e no outro dia estar do outro lado do mundo. No próprio grupo nosso, onde todos estavam, menos o Zayn que foi expulso, eu mandei minha explicação. E nem pensei duas vezes, apertei o botão e comecei a gravar o áudio.

- Niall me desculpe por sumir assim e espero que não culpe a Med porque ela só queria me ajudar.- Eu dizia rapidamente e um pouco confusa.- Harry e Medson não discutam por favor, Harry você tem o seus próprios problemas. Não foi sua culpa, acho que, assim como eu,você tem que ter um tempo e pensar.- Eu respirei fundo tentando deixar minha linha de raciocínio mais clara. - Agradeço por vocês respeitarem o meu espaço, e eu vou tentar não cometer muitas besteiras. Eu já cheguei, estou bem e daqui a pouco vou pra casa. Me desculpem por qualquer coisa, eu espero não estar sendo muito egoísta. E me façam um favor: não é porque eu decidi acabar com a minha viajem de formatura que vocês tem que acabar com a de vocês. Curtam toda a putaria ai por mim, eu vou ficar bem. Amo vocês e obrigada por toda a preocupação. 

Eu somente soltei o botão e enviei o áudio encarando a tela do meu celular. E então eu fui notar que existia um quarto áudio: do Zayn. Mas esse eu não tinha força pra ouvir. O avião estacionou e tivemos liberação pra descer, então devagar eu apaguei minhas conversas com ele do Whats, sem ouvir o áudio. 

Tudo depois disso foi sem importância e com zero emoção: o desembarque, pegar a mala, passar pelos procedimentos... Eu só fui desmoronar a hora de pegar o taxi, porque Vanda estava lá me esperando, sentada em um banco com o seu olhar acolhedor. 

Meus olhos queimaram, porque ao ver ela ali eu sabia que tinha voltado a realidade; Que o tempo em que vivi em um andar de um hotel por duas semanas, com os meus amigos no Brasil, o tempo que eu dormia com Zayn todas as noites; Esse tempo paralelo e repleto de fantasias havia ficado pra trás. Agora eu estava de volta a Inglaterra, na cidade onde todos sabiam tudo de todos, onde eu seria tachada de corna e mais adiante de vaca. 

Dramático? Sim 

Mas tudo que eu fiz foi andar levando minha mala e meu olhar avermelhado na direção da Vanda, que apenas tentava me reconfortar com um sorriso. Ela deu um espaço no banco e eu me sentei. 

- Med me ligou.- Vanda disse e eu apoiei minha cabeça em seu ombro.

 Eu só sabia chorar, tudo que eu não chorei no avião eu chorei no caminho do aeroporto e ali naquele banco com a Vanda. 

- Não fique desse jeito.- Ela dizia calma.- Você não é mulher pra ele. 

- Não.-  Eu disse tentando controlar minha respiração.- porquê todo mundo tem que lembrar do que aconteceu no segundo ano, ou o que falaram pra mim no primeiro ano a respeito dele. - Eu disse nervosa.- Eu sou tão idiota assim?

- Ah minha querida.- Vanda disse afagando meus cabelos.- Acreditar no amor não é ser idiota. Você ainda é muito nova Jessica, vai se encher de rugas desse jeito. 

Ali Vanda me fez rir, e então eu compreendi perfeitamente o ditado: "melhor rir para não chorar". E foi isso que eu fiz durante dois dias, eu não chorei e nem mandei mensagem. 
(...)

Eu vi filmes com a Vanda, cozinhei e até pintei meu cabelo de rosa com tonalizante. 

Mas eu fui ficar mal de verdade quando a Vanda, minha única companhia, foi pra Dubai encontrar meu pai, que estava lá pro desfile da nova coleção das joias e a abertura da nova fábrica. Os dois aproveitaram e iriam passar o resto do mês lá, eles estavam juntos e pareciam dois adolescentes iniciando o primeiro namoro. O resto dos funcionários estava de férias, dês do porteiro ao jardineiro. Afinal a casa era pra estar vazia. 

- Da pra acreditar que eu fiquei dois dias com o celular descarregado? - Eu dizia sem acreditar no telefone.

- Da pra acreditar que eu fiquei mega preucupada?- Med respondeu irônica do outro lado da linha.- Ainda bem que a Vanda me mandou notícias, mas agora com ela em Dubai, melhor a senhorita me mandar sinal de fumaça. 

- Ok, vou voltar a ficar conectada com o resto do mundo.- Eu disse rindo.- Cara nunca vi minha casa tão vazia. 

- Você está bem?- Med perguntou após respirar fundo e eu não consegui responder.- Aqui não tá mais a mesma coisa. Louis e Grace saem sozinhos; Zayn só sai do hotel pra beber as nove da noite e volta às sete da manhã; Niall tá de cara virada comigo pela passagem e só conversa com a Jenny e com os meninos basicamente. Desde que aconteceu nós não saímos mais do hotel todos juntos. 

- Nossa.- Eu respondi amoada.- Não queria que isso acontecesse.

- Eu sei.- Med disse calma.- Jenny e Harry estão pensando em voltar. 

- Não!- Eu disse brava.- Não quero que voltem por minha causa, eu to ótima.

- Talvez seja melhor eu voltar também e nos vamos pra casa da praia....- Med dizia receosa. 

- Para com isso Medson. 

- Ok, mas se algo acontecer me liga antes de se tacar da varanda!- Med disse toda afobada.

- Isso não vai acontecer sua dramática.- Falei sem conseguir conter o riso.- E que tal você pegar o liam e ir jantar com ele, só vocês? 

- Você tem razão. Vou fazer isso. 

- Sempre tenho razão.- Med ri da minha auto confiança exagerada.- Bom eu tenho que ir que daqui a pouco o meu taxi chega. 

- Onde você vai? - Med pergunta curiosa e eu rio. 

- Visitar o Charlie... tenho que ir beijos.

Eu já estava quase desligando o telefone quando a Med interompe. 

- Jess, te amo amiga.- Ela diz me reconfortando.

- Também te amo.- Eu digo e desligo o celular em seguida.

POV MED

- Como ela está?- Liam perguntou preocupado assim que encostei meu telefone na cômoda ao lado da nossa cama onde nós encontrávamos deitados. Estávamos no hotel. 

- Jess não estava me parecendo tão mal quanto da última vez. Ela disse que não quer que voltemos antes e que era pra nós dois sairmos...- Eu disse encostando no ombro do Liam que bloqueou a tela do celular e começou a acariciar meus cabelos.

Com tudo Harry e Niall não estavam falando tanto comigo. Liam estava meio que bravo com eles, pelo fato que dias já haviam se passado, e pro irmão e pro melhor amigo, da minha melhor amiga, eu era a responsável por ela ter fugido. Niall falava somente com a Jenny; Isso estava fazendo ela e Harry brigarem bastante, ele passava o tempo com a Grace (quando ela não estava comigo) e principalmente com o Louis (quando ele não estava com o Zayn). 

Louis as vezes me noticiava das coisas. Ele sentiu que Zayn prescisava de apoio, sendo que a Jessica era próxima demais de todo mundo. Mas parecia, que aos poucos, Louis se convencia que a história da confusão das máscaras era verdadeira. 

No primeiro momento quando estava na sacada com o Liam, eu acreditei com a lógica que ele tinha se confundindo, mas quando vi minha amiga correndo salão a fora eu já não acreditava mais. Simplesmente não dava. 

- Med.- Liam me chamou e deu um beijo em meu ombro. - Você está há uns cinco minutos encarando a parede. 

- Desculpa.- Eu disse baixo me afundando nele e colocando minha cabeça em seu peito descoberto. 

- Acho que você tem que relaxar, ela sabe se cuidar.- Liam disse com aquela voz sedutora.

- Nesses três anos eu cuidei da Jess e da Grace, não consigo ficar longe dela.- Eu disse triste olhando para Liam, que estava com os olhos brilhando. 

- Eu sei.- Ele disse respirando fundo.

Liam colocou seu braço em meu ombro e eu me sentei na cama. Ele levou suas duas mãos até minhas costas e começou uma massagem lenta. 

- Agora,- Ele dizia bem próximo do meu ouvido.- eu vou cuidar de você. Liam disse apertando forte o intervalo entre os meus dois ombros, não era doloroso, era intenso. 

Girei minha cabeça, estralando meu pescoço e ele acariciou minha nuca fazendo eu, inocentemente, gemer pelo toque. Liam riu de como aquilo foi involuntário, mas eu sabia que ele tinha gostado do que ouviu. 

- Você é muito bom nisso.- Eu disse sorrindo. Parecia que todos os problemas tinham sumido.

- Sou bom em muitas outras coisas.- Ele ainda estava muito próximo e eu somente dei uma risada leve me levantando da cama.- Ainda quer esperar mais não é?

- Ele pergunta e eu me dirijo até o banheiro.
Comecei a tirar meu rímel e voltei pra cama.

- Fica difícil te ver andando pelo nosso quarto só de calcinha e sutiã o tempo todo. - Liam disse analisando minha lingerie azul de cima a baixo, pela décima vez. Ele ficava extremamente sexy... Ele sempre foi um cara sexy. 

- Ainda não acredito que não transei com você.- Disse me deitando no peitoral dele novamente. - Você me faz tão feliz.

- Eu vou esperar.- Liam disse e eu olhei pra cima, encarando seus lindos olhos. Me ergui e selei nossos lábios, levando a mão até o interuptor que tinha ao meu lado. 

- Boa noite Liam.- Eu disse divertida, após um beijo longo que não dizia "boa noite"

POV JESS

Os boatos de que Jessica Carter havia retornado sozinha pra Inglaterra, já tinham cido espalhados. Mas ninguém sabia o motivo, e eu rezava pra ninguém descobrir. 

Ser taxada de idiota era péssimo, mas ser taxada pela segunda vez e ainda naquele bairro de luxo onde todos sabem tudo de todo mundo... Ah isso era mil vezes pior.

Então eu queria fugir de perguntas e a primeira coisa que eu fiz foi pagar uma nota de táxi e ir a uma boate do outro lado da cidade. Onde ninguém me conhecia, logicamente eu não contei a Med, porque ela surtaria. 

Eu literalmente avacalhei, e até escreveria no notebook o que aconteceu com detalhes, mas lá pro terceiro cara eu já não lembrava nem meu nome. Zany continuou sendo o único cara com quem eu dormi, graças a uma bartender que me amparou na casa dela, quando me achou praticamente morrendo no banheiro. 

Algumas coisas só acontecem comigo, e aquilo foi pura sorte. 

No dia seguinte eu fiquei em casa depois de tomar um longo banho, tentando tirar o cheiro da noite anterior. 
Quando eram sete da noite eu fui na garagem pegar meu carro e me diriji até o mercado, comprar verduras? Não. 

Eu estava vivendo de fastfood, e pela primeira vez minhas contas do cartão eram não em roupas ou maquiagem, eram em comida. Minha casa estava com embalagens de comida chinesa, japonesa, caixa de pizza, e de alimentos congelados que eu encontrei no frizer. Se a Vanda chegasse iria afirmar que a casa estava um chiqueiro. 

Eu sabia cozinhar, aliás muito bem só perdia pro Styles, mas não tinha vontade nem de sair de casa (só a noite) quanto mais de ir ao mercado. Eu só estava indo, porque depois de quatro dias após a minha chegada, eu queria sorvete e chocolate. Ainda não inventaram delivery pra isso, e com certeza é um abuso ninguém ter se importado de inventar. 

No caminho, ainda na rua de casa, eu passei pela casa dos Rutherfords, que estava à venda. Eles tinham se mudado pra Rússia, mas o que eu não pude deixar de notar era que na frente da casa se encontrava uma bola de pelos. 

Eu estacionei o carro curiosa, e o ser correu para trás de um arbusto que tinha na fachada da residência. Com cuidado abri a porta do carro e caminhei até a planta onde o bichinho estava. Parei na frente e me ajoelhei. 

- Oi?- Eu disse tentando chamar o animal pra perto de mim. 

Eu não sabia se era um gato ou um cachorro. Mas sem dúvida era filhote. Fiz um som com os lábios, quase um barulho de beijo, e estendi a mão esfregando meu polegar no dedo indicador. Eu usava muito isso com a cachorra da Jenny. 

Funcionou. Então a cachorrinha peluda e branquinha se aproximou de vagar, ela era claramente uma mistura de maltês com shitszu, era tão pequena que cabia na palma da mão. 

Eu não consegui ver o sexo, mas logo o animal indefeso se encontrava debaixo da minha mão que fazia carinho em sua cabeça. Logo eu peguei no colo e quando voltava pro carro percebi que se tratava de uma menininha sem coleira e completamente abandonada. 

- Vem cá.- Eu a coloquei no banco do passageiro. Ela tremia de frio, estava encharcada, pois mesmo sendo verão estava muito frio e recém tinha parado de chover. 

Tirei meu casaco sem pensar duas vezes no que Marc Jacobs pensaria a respeito do que eu estava fazendo com a linda jaqueta dele. A enrolei ali e joguei tudo que tinha dentro da minha bolsa no chão do carro, minha doce Chanel... Mas era uma boa causa. Coloquei-a ali dentro da bolsa enrolada na jaqueta e fui até a veterinária em que a Jenny levava a Pitty, cachorra dela. Não ficava muito longe. 

Quando cheguei a cachorrinha foi direto pra sala da médica, onde foi examinada, vacinada e medicada. Além de ter passado por um processo de aquecimento. Ela passou a noite no hospital e eu a noite em claro. 

Não conseguia dormir só pensava se ela ficaria bem. 
(...)

No dia seguinte eu voltei ao veterinário. Esperei em uma cadeira no petshop (que ficava em baixo do prédio da clinica) por horas, cheguei antes da doutora, eram oito da manhã. O Hospital estava aberto, mas entrar sem a doutora não adiantaria. 

- Olá.- Ela disse indo chamar o elevador. 

- Oi.- Eu a segui.- Como ela está? - Minha voz era de extrema preocupação. 

- Outra médica passou a noite com ela e saiu as seis da manhã.- O elevador chegou e nós duas entramos, logo Lisa (a veterinária) apertou o botão e nós subimos. - Vamos ver o relatório. 

A porta se abriu e entramos no Hospital Veterinário. Caminhamos até um cômodo que se assemelhava a um quarto de um hospital normal, só que adptado. A cachorrinha dormia em cima de uma maca e ela estava ligada à alguns aparelhos. Fiquei meio chocada ao ver os fios. 

- Ela está bem?- Perguntei nervosa e Lisa lia o relatório que se encontrava aberto em cima de uma mesa. 

- Sim, ela correspondeu bem ao processo de aquecimento e a medição. Vamos fazer uma ficha de vacinação, ela terá que fazer consultas semanalmente e não poderá sair por um bom tempo. - Lisa explicava cuidadosamente com um sorriso na face. - Você fez uma ótima ação, vou pedir para levarem ela amanhã pro nosso abrigo. 

- Eu gostaria muito de adota-la...- Eu disse reparando como ela dormia calmamente e como era pequena. 

A doutora sorriu e logo fui fazer a ficha da Hanna.
(...)

No dia seguinte depois de ver "Ps:. Eu te amo", duas vezes na noite anterior e chorar do começo ao fim, eu acordei com dor de cabeça e pensando no Zayn. Era inevitável não pensar nisso, eu sabia que o estágio do ódio voltaria; Mas quando? Eu ainda estava no estágio de aceitação melodramática. 

Acordei duas da tarde com Hanna lambendo minha mão, e quando eu olhei pro meu armário não sei porque eu lembrei da casa de praia. 

Eu desci até a cozinha com Hanna nos braços e lembrei da noite em que Niall estava em cima da bancada preocupado com a faculdade e comigo. Mas eu não lembrei só disso, enquanto trocava a água da tigela da Hanna me lembrei de algo do primeiro ano.

"Três da manhã. A praia lá fora estava cheia de gente, o jardim florido, era primavera. Eu estava alegre entrando de mãos dadas com o Zayn pra dentro da enorme casa, rindo muito. Subimos as escadas falando merda, e chegamos no último quarto do corredor. 
Assim que eu abri a porta fiquei encantada, era a primeira vez que eu estava na casa de praia dos pais da Grace, eu e Zayn estávamos alguns meses juntos. O quarto era maravilhoso e tinha uma bela vista pro jardim dos fundos. 
Zayn fechou a porta e me presou na parede, eu sorri pois já sabia que iria acontecer. Eu o beijei e fechei os olhos, a mão dele foi atrevida e eu gostei. Era tão novo e fascinante. 
Eu já tinha bebido, fumado... Já tinha ficado chapada, ficado de ressaca, ficado de recuperação em doze matérias. Só faltava aquilo.
Eu estava tão relaxada por fora, mostrando a nova personalidade: A garota que não ligava pro medo. Mas por dentro eu estava nervosa. E se eu fizesse algo errado? 
Zayn Malik era o único que via, e sempre viu, a verdadeira Jessica Cárter. A que tem medo como qualquer um tem. Eu não era nada de mais, mas as pessoas daquela escola ou bairro nunca acharam isso. 
- Sei como você está.- Zayn disse quando paramos o beijo.- Sei que você é virgem, e sei que você não tá tão de boa com isso.
- Não quero ser tratada como uma virgem.- Eu disse no ouvido dele.- Eu quero que você me ache gostosa e não frágil.- Eu tentei ser sexy, mas eu ainda não era tão convincente. Mas Zayn gostou e mostrou isso quando apertou minha bunda com força.
- Você é gostosa.- Ele respondeu no meu ouvido e eu sorri. Zayn começou a beijar o colo do meu pescoço.- O que eu mais gosto- Ele disse tão perto da minha pele, que sentia os pelos da minha nuca se arrepiarem instantaneamente. - Sua determinação...- Zayn continuou os beijos no pescoço.- ...isso é sexy. 
Eu não achava que ele seria o cara que antes de me levar pra cama, diria algo relacionado ao meu caráter, aquilo me surpreendeu e eu sempre vou lembrar. Porque no ano seguinte, Zayn confessou que não queria só dormir comigo, ele queria passar momentos ao meu lado. Quando eu conheci Zayn Malik, ele não era, nem pra mim nem pra todos da escola, do tipo que namorava. Eu nunca pensei naquela festa, antes de ficar com ele, como seria namorar com aquele garoto metido a badboy. "

Aquela noite foi a primeira, de muitas que eu dormi com o não tão falso badboy. E eu não lembrei só daquilo, eu também lembrei do início do ano, quando eu voltei a casa de praia pela primeira vez des do término. Eu lembrei como aquela casa estava sem vida, mas que depois dos meninos chegarem tudo ter mudado. 

Mudança. Essa era a palavra que estava descrevendo meu ensino médio, mas tinham coisas que eu levava dês do primeiro ano, coisas boas e coisas ruins. Eu só tinha medo de esquecer quem eu era de verdade. Porque tinham tantas Jessicas: A que meu pai e a Rebecca viam, a que a Vanda e os meus amigos viam, a que os rumores dos corredores do colégio viam, a que o Zayn via... Mas afinal o que eu enxergava, era o que eu pensava ser? 

Eu não queria pensar mais. Mas se até a bancada da minha cozinha não ajudava? Eu só fiquei no sofá com o computador no colo e com Hanna ao meu lado, escrevendo minhas reflexões e meus medos. Sendo que algumas coisas eu sabia que seriam apagadas depois da formatura.

Remédios. Foi essa a conclusão que eu cheguei depois de ficar três horas com a tela brilhosa do Mac nos meus olhos. Então eu fui até a farmácia mais próxima. 

Eu entrei de moletom, com o cabelo preso (do mesmo jeito que estava quando acordei), com um par de Uggs e usando um óculos de sol desnecessário (já que estava nublado) mas ele cobria minhas olheiras. Sem prestar muita atentenção peguei o que necessitava: remédios pra dor de cabeça.

No caminho até o caixa, eu senti meu ombro se chocar em alguém e vi meus remédios se espalharem no chão. 

- Porra.- Eu disse me abaixando e recolhendo minhas coisas. 

Quando fui me levantar me senti tonta e  olhei para a pessoa que estava parada a minha frente.

- Jessica.- A voz era familiar e só então eu tirei os óculos e reconheci.- Você está bem.

- Zac?- Eu perguntei indo abraçá-lo. 
 



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