Um dia depois.
Pov Louis
A dias chuvosos, nesses dias normalmente pegamos um cobertor para nos aquecer, sentamos para assistir alguma bobagem na televisão e para acompanhar uma bebida quente mas como o meu clima interior não está para isso, estou apenas sentado em uma cadeira branca da varanda do quarto olhando o céu com a sua mistura entre as nuvens cinzas de tons fortes no pouquíssimo amarelo e no azul distante. Julgaria esse dia como bonito, gosto do que o escuro e frio tem. Tem alguém que estaria com a câmera em mãos fazendo o barulho da máquina soar algumas vezes, chega.
Levantei da cadeira e entrei no quarto, fui ao closet para buscar uma roupa que vai aquecer meu corpo melhor e a vesti, sai do quarto e desci as escadas ouvindo as vozes tão altas e familiares.
- Lottie estou vendo essa corda na sua bolsa garota -johannah gritou e sorri.
- Não ia amarrar ele, juro pela Lua -charlotte se defendeu. Espera amarrar quem?
- Papai não deixou eu levar spray de pimenta -fizz bufou frustada.
- Pelo amor da Lua onde foi que errei? -jay se lamentava e entrei na sala de estar com um semblante confuso.
- A onde estão indo? -disse firme.
- Puta que pariu -phoebe colocou a mão sobre seu peito e ri com ironia.
- Se assustou algo de errado esta fazendo -sentei no sofá ao seu lado a mandando um olhar apreensivo e a mesma desviou o seu.
- Então Louis, a gente tá indo buscar o Harry, beijo gato -lottie respondeu e todos se levantaram começando a andar.
Demorei alguns segundos para compreender suas palavras, bufei irritado e levantei indo atrás delas.
- Todos estão prontos? -até o meu pai, sério?
- Gente calma estou indo, não precisam ir -parei de frente para a porta.
- Cala a boca -lottie disse e a observei sério. - Não escondi uma corda no sutiã para você falar que simplesmente não vou -olhei para Jay.
- Ela bateu a cabeça quando era bebê -fizz caiu na gargalhada junto com Daisy depois de ouvir as palavras da nossa mãe.
- Ninguém vai amarrar o meu marido -abri a porta e neguei com a cabeça encarando a minha família tentando prender o riso sem muito sucesso.
Puxei o ar para os meus pulmões e senti um cheiro muito conhecido pelo meu olfato. Virei meu corpo e olhei para o espaço que a porta deixou. Cachos e olhos tão hipnotizantes e verdes, sinto que meu coração acabou de acelerar.
Pov Harry
Não sei se agradeço pela porta ter sido aberta enquanto estava numa pequena batalha sobre apertar a campainha ou usar a minha chave. Não esperava por essa, oi Louis...
- Nada de usar cordas em mim por favor -disse baixo.
- Harry -lottie passou pelo Louis e me abraçou, senti um peso extra no meu corpo e fiquei mais quentinho, senti falta desses abraços das meninas em grupo.
- Sentimos a sua falta -um coro de vozes animadas se formou e sorri contente por voltar.
- Também senti -contei baixinho e fui solto por elas.
Encarei Louis sem saber o que fazer.
- Voltou para mim? -ele perguntou, não gosto dessa insegurança nele mas eu a fiz existir.
- Nunca te deixei de verdade -fui confiante porém não por mim...
Louis deu um leve sorriso.
- Entra não quero que fique gripado -assenti com a cabeça. Deixei a minha mala perto da parede da porta e caminhei não tanto pois no meio da rota recebi um abraço complicado de Mark que segurava Ernest e Doris e Johannah olhou para mim com um sorriso tão materno que a minha única solução foi a abraçar com força.
- Obrigada -ela disse e pisquei sem entender, somente sorri para ela assim que o abraço foi finalizado.
Eles fizeram tanta falta, como é possível caber tanta saudade dentro de mim? Foram só quatro dias.
Prendi meus cachos em um coque mal feito e respirei fundo sentindo o cheiro da casa, o qual mal notei todo esse tempo mas foi só passar alguns dias fora que posso senti-lo. Louis me olhou de um jeito que sei que o mesmo quer conversar e assenti com a cabeça.
Subi os degraus da escadaria ao seu lado e entramos no quarto que dividimos.
Soltei um pequeno sorriso assim que senti o cheiro dele com mais força no cômodo, tão amadeirado.
Observei a cama e Louis se sentando nela. Caminhei e beijei a pontinha de seu nariz, controlei meus instintos e sentei ao seu lado.
- Como está? -ele questionou e mexeu em seus bolsos.
- Bem e você? -não é a conversa que quero ter mas posso esperar.
- Melhor -disse simples e sorri.
Louis tirou um maço de cigarro do bolso e o olhei repreensivo.
- Achei que tinha parado de fumar a anos.
- Precisava manter a calma -não quero que ele volte a fumar.
Peguei o cigarro que ainda não foi acesso e depois o maço os escondendo atrás de mim.
- Não precisa deles -disse sério.
- Harry -louis bufou. - Preciso sim.
- Sou a sua calma se precisar, não vou te deixar fumar Louis -ele pareceu querer responder mas desistiu parecendo pensar. - Desculpe.
- Tudo bem curly -ele sorriu sem mostrar os dentes.
Relembrei o real motivo pelo qual estamos sentados nessa cama.
- Tenho muitas perguntas para te fazer.
- E vou responder todas.
Respirei fundo e fechei os olhos. Você consegue garoto.
- Amou a Elisabeth? -senti um toque delicado no meu queixo e abri meus olhos sendo exposto ao azul mais vibrante que já enxerguei.
- Não -procurei por um vestígio sequer de mentira naquelas órbitas porém nada achei além da verdade.
Ele tornou a se afastar e respirei com dificuldade.
- Por quanto tempo ficaram juntos?
- Quase cinco anos.
- É um l-longo tempo -tentei digerir todo esse tempo.
- Harry -louis disse colocando sua mão na minha coxa, tentando passar tranquilidade.
- É que é muito tempo -ele sorriu se aproximando.
- O tempo que estou com você também é longo.
- Nem se compara com o da Elisabeth -sussurrei.
- Não deve fazer comparações, meu relacionamento com ela foi totalmente diferente do que tenho com você.
- Como conseguiu esconder isso?
- Paguei para alguns lugares e outros simplesmente fiz questão de fazê-los deletar qualquer memória -meus olhos ficaram mais úmidos que o normal.
- Entendi, você esqueceu ela e os cinco longos anos juntos -disse com a voz fraca.
- Precisava seguir em frente não que tenha feito isso corretamente no início.
- Por que não a mordeu? -se Louis está vivo, ela não a mordeu.
- Não senti vontade nenhuma vez e sei que ela não queria ser mordida por mim -é mais complicado do que parece entender isso.
- Como isso é possível se me marcou com somente alguns meses de casamento? -não está sendo fácil.
- Também não sei mas fico feliz por não ter a mordido -dei um leve sem mostrar os dentes. - Tem mais alguma pergunta? -assenti.
- Foi um bom casamento? -ainda tenho muitas perguntas que não faço tanta questão de as fazer.
- Sim, Elisabeth foi uma mulher incrível bem diferente de você mas sempre faltava algo, para ambos e brigávamos muito, nós eramos um casal de jovens, sair e beber funcionava e bastava -nada que ele contou me irritou ao contrário. Sorri por ele ter sido feliz ao lado dela.
- Bem diferente de mim? Também podemos sair para beber -brinquei.
- Não aguenta um copo de vinho -ele olhou para mim com desdém. - Prefiro ir a um parque fazer um piquenique com você mas se preferir podemos beber até esquecermos os nossos nomes -uma risada curta saiu de minha garganta com total permissão.
- Piqueniques com total certeza -falei sorrindo e Louis olhou para mim sério.
- Amo esse sorriso porém sinto que sobrou algo para você questionar.
Fechei os olhos e formulei exatamente o que queria dizer.
- Não importou descobrir que você foi casado e no fundo decepcionou bem menos do que esperava descobrir por outra pessoa. Criei algumas ideias que não sei se estão certas e elas assustam mas mesmo sabendo ainda sim quero te perguntar pois isso sim está machucando -abri os olhos e o encarei. - Sente o mesmo que eu Louis Tomlinson? -meus olhos marejaram.
O jeito que ele olhou para mim foi curioso, consegui sentir sem ele se pronunciar, e então Louis sorriu de uma maneira tão bela que me senti completo? E é mesmo uma pergunta?
Senti um toque suave em minha mão e a mesma sendo levada de encontro ao peitoral do Tomlinson. As batidas do seu coração parecem bater na mesma velocidade que o meu.
- É uma pergunta vaga Harry, é tão vaga que achei o seu significado acho que é uma resposta e pergunta mais bela que recebi em toda a minha vida -passei a língua pelos lábios para umedecê-los. - Se a resposta para a sua questão for que sempre que estou perto de você meu coração acelera e sinto minha cabeça girar junto com uma estranha sensação na barriga que varia de borboletas para pancadas -ele pareceu pensar antes de prosseguir. - Sinto que você é uma parte minha, que tenho cuidar de você o tempo todo e tento tanto não te magoar que quando o faço isso me machuca também. Harry não sei se percebeu mas é a melhor parte de mim e não entendo porquê a Lua escolheu justo eu um babaca para um ômega tão maravilhoso. É estranho sentir que só posso ser feliz ao seu lado. Mas sinto, o mesmo, igualzinho ao que sente e desculpe te fazer ficar em dúvida sobre isso.
Tirando a parte que ele diz ser um babaca é tudo o que precisava ouvir...
Decidi acabar com a distância entre nós por não a aguentar mais, sentei sobre as coxas fartas e macias do Louis, deixando uma perna para cada lado e não demorou muito para as mãos do Louis irem para a minha cintura.
- É estranho, conseguiu descrever perfeitamente -ele soltou um leve sorriso. - Desculpa ter ido embora -meus dedos acharam seu queixo com uma facilidade impressionante.
- Precisou pensar e como pode ver não ia aguentar muito tempo sem você -minhas mãos brincaram com os seus cabelos castanhos.
- Não acredito que a Charlotte queria levar uma corda.
- Ela não ia amarrar você, não deixaria.
- Acho que obrigado -louis sorriu sem mostrar os dentes.
- Nunca mais quero guardar um segredo -beijei a sua bochecha.
- Tudo bem amor -sorri para ele.
- É mas quase te perdi -o olhei com confusão.
- Não pode me perder sou a sua metade -neguei com a cabeça.
- Sim, minha aura -ele encostou sua testa na minha.
- Somente sua -respondi baixinho.
- Quero refazer um erro -o observei sem entender e o mesmo estendeu sua mão para mim a segurei. - Prazer sou Louis Tomlinson e já fui casado é uma longa história mas no atual momento sou o homem mais feliz do mundo.
- O prazer é meu, sou o Harry Tomlinson e nunca tive um namorado antes e também sou o garoto mais feliz do mundo -sorri envergonhado.
E foram pelos olhos e outros modos de se dizer, tanto com palavras e gestos que juramos o amor e o descobrimos juntos.
Levantei meu olhar para poder admirar o azul das íris do meu marido e senti um pequena descarga elétrica, os pelos do meu corpo se arrepiaram. E como um bom e eficiente clichê verde no azul e azul no verde basta.
Fechei os olhos assim que senti a textura dos lábios de Louis nos meus, as bocas conhecidas se moveram em sincronia para lados opostos facilitando o aproveitar. Louis sugou meu lábio superior e arfei sentindo minhas bochechas esquentarem. A risada dele se fez presente e finalizamos o toque sútil.
- Sei que não preciso te dizer com palavras mas eu te/
- Não diga -falei rápido interrompendo sua declaração e o fitei com um leve sorriso. - Sinto o mesmo -sussurei em seu ouvido e depois voltei a olhar para ele.
Louis pegou em minha mão que tem a aliança e entrelaçou nossos dedos, fiquei alguns segundos as observando contente pois as nossas mãos se completam, nós nos completamos como um todo.
Encarei meu marido e sua mão fez o difícil trabalho de deitar meu corpo na cama com cuidado. Louis continuou por cima de mim e soltei uma risada baixa, seus lábios voltaram a juntar com os meus.
- Nós poderíamos fazer um sexo selvagem nesse exato momento -apesar de ficar arrepiado pela sua voz de alfa que nem de longe machucou meus ouvidos o olhei de forma sugestiva.
- Poderíamos não é? -o vi sair de cima de mim.
- The Flash por favor, vou buscar a pipoca -soltei uma longa gargalhada para fazer companhia a dele.
- Vou ligar o notebook -ele se levantou e sentei na cama, recebi um longo selinho e Louis rumou até a porta.
- Pipoca e refrigerante? -louis fez um expressão facial confusa.
- Chocolate quente -falei como se fosse óbvio.
- Se você já não tivesse feito experimentar essa mistura não ia pegar -ele proferiu com arrogância e revirei os olhos.
- Lógico que ia pegar -levantei da cama e caminhei até a escrivaninha.
- Vai se foder Harry -ele gritou.
- Mas é sozinho? -questionei de forma inocente voltando para a cama com o notebook.
Louis olhou de modo sério e levantou o dedo indicador fazendo um famoso sinal de advertência com ele, depois riu e caminhou de volta para a cama.
Selando nossos lábios mais uma vez.
- Vou pegar a nossa pipoca e o chocolate quente -o mandei um beijo enquanto o observava sair do quarto sorridente.
Tudo está como deveria ser desde o início e não vejo problema. Na verdade as vezes precisamos de um problema aqui ou outro ali, para unir o quase separável.
Narradora
O estranho fato de se poder moldar algo é ter o poder de destruir e consertar. Como na escrita, como nos erros cotidianos, e se aprende que não a problema em fazê-los bem mais tarde. E a quem acredite que se deve seguir todas as regras e andar na linha mas para alguns essa linha nem existe e para outros ela é invisível e não deve acompanhá-la se deve fazer ela lhe seguir. Não a uma maneira certa.
E se não for um pecado aos seus olhos, que cometa, que bule as regras porém faça valer cada gota de suor a pena. Corra, corra muito perca o fôlego e tenha um crise de tosses mas corra o mais rápido e longe que conseguir.
Ache ou procure o que te completa e que se foda se a sua cor favorita é rosa ou preto, forme outras. Corra, corra muito mas que seja com os seus pés. Dizem que se conseguir correr muito rápido o destino não consegue acompanhar os seus passos sozinhos e então tem a chance de não precisar seguir e se surpreender com o que lhe é conduzido a fazer. E a aqueles que são esquecidos por este homem em vestes marrons e se não for, simplesmente bata na mesa com força e grite com toda a potência que tem em seu corpo "não sou prisioneiro de suas escolhas eu faço o meu próprio destino". Lembrou uma garota impetuosa de cabelos brancos porém embora que pudesse ser estás palavras não retratam sobre ela.
Darei uma pista pois não sou muito de esclarecer, a pessoas que quebram todas as regras e tabus, se unindo e entrelaçando de modo tão deles que não se pode separar. As vezes eles tem uma pequena ajuda para se unir, querendo ou não, a aqueles como gosto de citar que se embrulham sozinhos.
Desculpe destino não a nada que possa fazer quando dois corações batem como um só.
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