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História The murderer of Henry Hill - Police station


Escrita por: HiBaes

Notas do Autor


Boa leitura amadinhos

Capítulo 30 - Police station


Fanfic / Fanfiction The murderer of Henry Hill - Police station

Eu vi você na delegacia de polícia

E dizer isso me parte o coração

Seus olhos perderam a beleza

Aqui está uma coisa

Distante, fria e cinzenta

 

Point Of View: Bree Callahan 

   Estive o dia todo com um aperto esquisito no peito, não sei ao certo o motivo para essa sensação esmagadora, mas descobri depois. Estou dirigindo o carro novo que comprei com a herança que minha mãe deixou no banco, ele é um automóvel "adaptado" para que meu pai consiga fazer uma viagem de modo confortável. Óbvio que poderíamos ter comprado um carro normal, afinal a maioria das pessoas que tem parente com deficiência locomotiva possuem veículos normais como os outros, mas eles não são tão confortáveis. Eu quero o melhor para meu pai. 

 Enfim, sai do hospital com o carro e percorri e estrada de costume para minha casa. Havanna voltou para a faculdade, mas apenas porque tem que fazer a transferência de sua faculdade para alguma de Atlanta, ela pretende manter-se perto do papai. Acabou deixando até o namorado pra trás, o que foi um lindo gesto de amor ao pai.

Voltando ao assunto, senti que estava sendo seguida. Há mais de cinco minutos que um carro se mantêm atrás de mim, imitando os mesmos movimentos que o carro que dirijo, isso me deixou bastante nervosa. De imediato liguei para o Justin e lhe disse o acontecido, e que, o carro continuava ao meu encalço. Ele mandou continuar dirigindo até minha casa, pois ele já esta lá, me esperando.

   Paro o carro em frente a caixa de correios da minha casa e olho para trás, percebendo que não há mais nenhum movimento suspeito. O carro talvez nem estivesse me seguindo, aliás nem existe motivos para isso. Suspiro, achando idiota todo o meu alarde, e desço do carro caminhando em passos vagos até a entrada da casa. Ao abrir a porta me deparo com o Justin.

-Oi - digo, jogando as chaves em cima do centro - Estava aqui há muito tempo como disse?

-Estava - ele assente - O que aconteceu pra você demorar? Teu pai teve problemas?

-Não, e não - sorrio - Ele está bem, porém não fala mesmo. Vou ter que comprar um daqueles computadores especiais para ele se comunicar através dos olhos - joguei meus braços ao redor do seu pescoço, e o beijei com doçura - E você? Andou desocupado?

-Tirei o dia pra relaxar - responde - Me fale sobre o carro que estava seguindo você. 

-Ah - fiz careta, me sentindo uma tola - Acho que nem estava me seguindo mesmo.

-Estava sim - Justin senta no sofá e me chama para sentar ao seu lado - Tenho que dizer uma coisa á você, mas antes preciso que descreva o veículo que estava ao seu encalço.

-Não prestei muita atenção, mas era um conversível e a cor não consigo lembrar - sento-me ao seu lado - Mas.. parecia com um cinza reluzente.

-Como imaginei - um suspiro preocupado sai da sua boca. Mal vejo esse lado do Justin, e quando vejo sei que algo ruim pode acontecer - Escuta e não teima - ele diz ríspido - Um cara que conheci a um tempo atrás reapareceu, eu e ele temos uma richa de muito tempo. - sua voz saia cada vez mais fria e rouca, como se um bolo estivesse preso na sua garganta - Matei uma garota que ele namorava há alguns anos, ele gostava dela, mas eu..

-Justin - engulo em seco - Você acha que esse cara está me seguindo? - sinto o pavor me consumir.

-Alguns dos meus aliados haviam me dito sobre ter o visto perambulando por ai, num conversível. Tinha certeza que não era ele, mas agora não tenho tanta assim.

-Por que matou a namorada dele?

-Foi um acidente. O tiro era nele.

-E agora ele quer dar o troco - deduzo - Me matando.

-Não disse isso - ele rapidamente me olha com um semblante preocupado, e.. inseguro? - Mas possa ser que sim, se está seguindo você é porque planeja fazer alguma merda. Mas não vou deixar. Não sei como ele soube sobre você, ou talvez eu saiba.

-Droga.

-Relaxa, linda - seus lábios encostaram na minha testa - Enquanto eu estiver vivo nada vai acontecer com você. Confie.

-E se ele voltar a me seguir? E se ele me parar e me apontar uma arma?

-Você aponta uma também

     Franzo a testa sem entender. Ele não acha que vou andar armada por ai, não é? Nem arma pra isso eu tenho. Minha expressão entregou o quão eu achava a idéia fora de discussão. Não ia sair armada.

-Não fica com essa cara - pede - Não vou arriscar, linda, e pode ser bom pra você se sentir segura.

-Não vou andar armada, Justin!

-Então prefere correr o risco? - indaga. O olho de cara feia, e ele dá de ombros, deixando claro que essa era a única maneira de me manter segura enquanto ele não estiver por perto, que ele pensou.

-Se eu não estivesse com você nada disso estaria acontecendo - deixo escapar entre um resmungo.

-Porra! - Justin rosna - Muitas coisas não estariam acontecendo se não estivéssemos juntos, mas isso nunca foi um motivo para nos mantermos separados.

-Eu sei - reviro os olhos - Aceitei correr os riscos.

-Aceite se defender deles - Justin ergue a camisa e tira uma arma preta e bonita da cintura. Meus olhos se arregalam - É uma glock g25 - explica e destrava a mesma - Esta carregada - e empurra ela pra mim com o cano para baixo - Pegue ela com cuidado.

-Não.. - hesito, empurrando-a para ele com cuidado - Por que não podemos ser um casal normal? Por que não posso chegar em casa e comer algo com meu namorado e aproveitar nosso tempo com beijos e outras coisas? Por que tenho que chegar aqui e discutir com meu namorado sobre andar, ou não, armada? Isso é um saco, sabia? Um saco de merda?

-Quer que eu responda essas perguntas? - sua testa enruga e seus olhos se estreitam como se estivéssemos expostos a um sol muito quente.

-Quero que tire esse objeto longe de mim! - exclamo.

-Vou deixar no seu carro - antes que eu possa reclamar e dizer que não, Justin sai da minha casa com a chave do meu veículo em mãos.

*

    Sete dias depois 

-Tchau pai - beijo a costa da sua mão e saio da sala. Ele me lança um olhar carinhoso antes de eu fechar a porta.

     Ando para fora do hospital, paro no estacionamento para pegar o carro. É bom não depender da carona do Justin o tempo todo, afinal ele pode estar ocupado. Além disso, eu tenho que usar minha carteira em algum momento. Entro no banco de motorista e saio do lugar, deixando meu pai para trás.

    Na avenida da cidade o trânsito não estava tão horrível assim, e quando dirigi por mais alguns quilômetros, perto de chegar a minha casa escuto o barulho da sirene policial. Olho pelo retrovisor e os vejo mandar eu parar no acostamento, e é o que faço de imediato. 

   Rapidamente um policial negro acompanhado por outro, aparece na minha janela, ele bate no vidro e eu aperto o botão para baixa-lo.

-Boa tarde - digo com um sorriso.

-Carteira, por favor - ele diz de forma rude. Franzo a testa e lhe entrego o que foi pedido, ele verifica e me devolve.

-Por que me mandou encostar? Eu estava acima da velocidade? - pergunto. Mas não, eu não estava pois respeito sempre as leis. 

-A documentação do carro? 

-Ok, não vai falar - resmungo baixo, e novamente lhe entrego o que foi pedido. Ele analisa e devolve.

-A senhorita porta drogas ou armas no veículo? 

    Penso por um instante. Justin colocou a arma aqui há alguns dias atrás, e eu não a tirei porque havia esquecido, até esse momento. Respiro fundo, percebendo que estou demorando demais para responder. O policial foi rude comigo, então duvido que vá deixar para lá e acreditar nas minhas palavras sem antes revistar o carro.

-Sim, tenho - assinto.

-O que especificamente a senhorita possui? - ele refaz a pergunta desta vez mais objetiva. 

-Uma arma - falo baixo, por causa da vergonha que estou tendo que passar.

-Saia do carro com as mãos para cima - ordena ele. O outro policial que estava dentro do carro, sai abruptamente ao ver seu parceiro com a arma apontada em minha direção - Qualquer movimento suspeito e eu não hesitarei em disparar!

-Tudo bem, tudo bem - ergo as mãos e ele abre a porta para mim. Desço do carro e paro, com as mãos para cima, na lateral do meu carro - É um mal entendido, essa arma não é minha..

-Que arma você possui? - interrompe-me

-Ah, eu acho que..- vasculhei em minha mente qual a arma e logo me lembro do nome que Justin proferiu - uma Glock g25.. Não que eu saiba.. mas

-Você tem o direito de permanecer calada, tudo o que disser poderá ser usado contra você num tribunal - aquela maldita frase quando se é preso. Eu fui presa? É isso mesmo?

*

      Estou em uma cela fedorenta. Ela tem um cheiro esquisito, e é provisória, imagine se fosse a permanente? Encolho os ombros e olho de relance para uma garota tropicana do outro lado da cela, com as mãos fechadas em torno dos ferros que deixam a cela com mais cara de cela. Ela parece notar meu olhar em cima dela, e rapidamente gira a cabeça em minha direção.

-Por que esta aqui? - ela pergunta

-Porte ilegal de armas - murmuro. Ela assente, parecendo não acreditar - E você?

-Bem, eu roubei um carro - diz simples. Roubar parece um hobby para ela, foi o que deu a entender pela forma que falou - É do meu padrasto, mas ele não sabia que tinha sido eu. De qualquer forma, ele já deve estar vindo - deu de ombros - E você, por que estava armada?

-...- limpo a garganta. Não sei se digo a verdade - Que Justin me deu - ou se invento uma mentira. Acabo decidindo mentir - Por segurança pessoal. Um carro estava me seguindo esses dias.

-Ah, sei.

-Senhorita Callahan - um policial branco, desta vez, apareceu abrindo a cela - você já pode fazer a sua ligação.

-Obrigada - murmuro, saindo daquela jaula. Nunca imaginei que um dia estaria ali.

    O homem ficou ao meu lado, mas parecia uma estátua. Ligo para o Justin, chamou e chamou, quando chamou pela terceira vez, ele atendeu.

-Justin? - sussurro em alívio e desespero ao mesmo tempo.

-Bree? - sua voz transmitiu surpresa e confusão - Por que está me ligando da delegacia?

-Porque fui presa - digo - Preciso que venha aqui. Fui pega com... uma arma.

-Merda! Estou indo, não saia dai.

-Como se eu pudesse - rosno e desligo.

     O homem me leva de volta para a cela. Fico ali por mais alguns minutos, depois o mesmo policial vem me buscar para levar-me ao tribunal. Lá dizem qual é o valor da minha fiança, e logo depois sou liberada. Quer dizer, Justin tirou um dinheirão para me tirar dali. Não fui presa, afinal é minha primeira - e última - passagem pela Polícia.

     Meu carro ficou apreendido.

-Por que está tão quieta? - Justin pergunta. Me mantenho em silêncio, prendo o cinto de segurança em torno do meu corpo, e lhe lanço um olhar de fúria - O que foi, garota? Por que não diz logo? 

-Fui presa - rosno rispidamente - Fui presa por sua causa! - grito - Eu te disse centenas de vezes que não queria a droga da arma, mas você sequer me ouviu! Fui levada a delegacia por nenhum motivo, pois acharam que eu teria uma arma no meu carro. Justin, acha que eu portaria uma arma? - meus olhos arderam, e eu soube que não aguentaria disfarçar o quão apavorado estive em algumas horas - Me sinto suja, nojenta. Me leve para casa, quero tomar um banho.

-Tudo bem - foi o que ele disse.

*

      Em pouco menos de vinte minutos, estávamos chegando em algum lugar. Na verdade, estávamos nos afastando da cidade. Noto para onde estamos indo, e paro de chorar baixinho. Olho para o Justin.

-Não quero ir para sua casa! - disparo.

-Sei que não quer - diz tranquilamente - Mas não vou deixar você sozinha em casa. Amanhã deixo você lá enquanto vou pegar seu carro.

-Está bem.

-Não queria ter causado isso tudo - Justin diz, me olhando - Fiquei preocupado com você e fui egoísta de novo. Você tem que entender que sou um otário, vou continuar falhando até aprender - sua mão -livre do volante- encontra a minha coxa e fica ali, alisando-a - Mas eu estou tentando, linda, estou tentando ao máximo ser bom o bastante pra você.

-Sei que, se você soubesse que isso aconteceria, não teria me dado a arma - sussurro, forçando-me a manter a calma - Também sei que está tentando.

   Houve um silêncio duradouro, até Justin voltar a falar com certa dificuldade e mágoa:

-Dói em mim ver você dessa forma.



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