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História The murderer of Henry Hill - Aloha


Escrita por: HiBaes

Capítulo 35 - Aloha


Fanfic / Fanfiction The murderer of Henry Hill - Aloha

Eu pego na água

Eu me rasgo ao vento

Eu posso afogar no rio

Enquanto o sol se põe

Eu me joguei pelo oceano

Atolado no fundo da areia

Estou abafado pelo trovão

Perdido na terra

Que eu estou fazendo tudo isso por você

Eu estou

fazendo tudo por você

Eu estou pronto para ir

 

Point Of View: Bree Callahan 

Passado o susto, cá estamos nós. Justin esta conversando com o gerente do nosso hotel no Havaí, para trocar nosso quarto. Enquanto isso, estou observando as ondas quebrarem na pedra no outro lado do mar. Tudo tão lindo, uma brisa fria arrepiando meus cabelos. Meu nariz gelado. Um verdadeiro paraíso.

    Sinto uma mão pesada no meu ombro, e sorrio. Desde ontem que Justin me trata com imenso carinho, por causa do que vi, claro, e talvez porque me ama demais. É, a consciência está pesando. Sorrio para o mar, e me viro.

-Vamos subir para o quarto? - ele sussurra. Mordo os lábios, ora olhando para o mar, ora olhando para o Justin - Prefere dar uma checada na água?

-Eu tô louca para ir lá - admito.

-Eu preferiria outra coisa, admito, mas se quer ir lá. Vamos lá.

-Vamos! - vibro, puxando-o pela mão.

         O hotel não é tão distante da praia, na verdade apenas alguns passos, porém eu preferi ir para mais longe. Andamos bastante, Justin até retirou o tênis, e eu tirei os meus também. Paro abruptamente, e Justin para logo em seguida. A lua é a única fonte de iluminação ali. Uma bela iluminação.

     Largo meus tênis na areia, e corro para o mar, sentindo a água gelada rodeando meus pés. Mais uma brisa gelada bate no meu rosto, e meus cabelos balançam. Sorrio, pensando no quão eu seria mais feliz se minha vida fosse como está sendo agora. Calmaria. Meu vestido branco, solto, esvoaça no vento. Olho para trás, notando meu namorado perto de mim.

-Eu queria que nossa vida fosse assim, pra sempre - digo, com a voz em alegria. Justin assente, com uma serenidade encantadora. Os labios apertados em uma linha fina - Vamos sentar?

-Como quiser - ele sai do transe, sorrindo fraco.

    Puxo-o para a areia, onde nos sentamos. Em seguida, jogo meu corpo para trás, deitando-me.

-Não acha que nossa vida possa ser melhor?

-De que forma?

-Podíamos ser normais, viver em algum lugar como esse - olho nos seus olhos - Tranquilo. Viveríamos em outro país, como novos Justin e Bree. Sabe, seria muito bom. Um lugar onde ninguém nos conhecessem, seria maravilhoso.

-Não acho que eu possa ser normal, nessa altura do campeonato.

-Claro que pode, Justin! - sento-me rápido, puxando seu rosto - Basta você querer.

-Mas eu não sei se quero, Bree.

-Você.. - paro, digerindo suas palavras. Pisco duas, três, quatro vezes - Não quer? Mas achei que.. me amasse.

-Qual é, Bree, isso não tem nada a ver com amar você - se apressa em explicar - Tem a ver comigo, com tudo que escolhi trilhar. Não foram poucos anos para chegar onde estou, foram muitos anos. E isso pode ser inútil para você, pode ser uma merda de estrago de vida - ele apertou a palma da mão com o polegar - Mas, para mim é. Tudo que escolhi foi porque quis, eu sempre desejei ser um chefe de gangue. Roubar bancos, amendrontar as outras pessoas. Ter poder.

-Isso é o que você sempre sonhou?- não consegui disfarçar a decepção, e incredulidade na voz - Por quê?

-Quando eu era pequeno - Justin tinha uma postura desconfortável, e a voz bastante estremecida - Nunca tive nada, sempre fui o ferrado entre os caras. E não queria começar a ter as coisas depois de ser velho, queria as coisas da forma fácil. Não me importava se pra isso acontecer, eu tivesse que me envolver com os vermes da sociedade, nem me importava em ter que me tornar um deles - assentia a cada palavra que saía da sua boca - Era foda ouvir os caras tirarem chacota das minhas roupas, ou da falta de dinheiro. Minha mãe se esforçava, mas era uma alcoólatra, e meu pai estava preso. Como droga eu sobreviveria a essa vida, Bree? Meu destino era me tornar um bandido, e isso acabou sendo o meu maior desejo na infância. Alcancei tudo que eu queria, tenho tudo que eu quero, e hoje sou eu que esnobo. Sou eu que comando o crime, e que decido o futuro de algumas pessoas. Não recomendo esse mundo pra ninguém, não quero que meu irmão seja como eu, nem quero que minha irmã seja namorada de um cara como eu. Mas é assim que minha vida é.

     Digeri as palavras com mau gosto. Odiava ouvi-lo dizer aquilo tudo com mágoa e orgulho ao mesmo tempo. Enterrei as mãos na areia, e suspirei alto. Justin vira a cabeça, estudando minha expressão.

-No fundo eu tinha a esperança de que pudesse mudar de vida.

-Nunca prometi isso á você.

-Eu sei. A culpa não é sua..

-Não viemos aqui pra ficar pensando nisso, linda, viemos para aproveitar um tempo a sós. Você queria conhecer alguns lugares, e estamos fazendo isso - seu polegar alisa minha bochecha, e eu tiro minhas mãos da areia, pressionando ainda mais o seu toque contra meu rosto - Vamos voltar pro hotel.

-Você não mudaria de vida por mim? Eu sei que faria qualquer coisa por mim.

-Eu faria qualquer coisa por você, Bree. Mataria o presidente dos Estados Unidos se me pedisse - uma risada escapou entre meus lábios - Mas não posso fazer uma coisa que vai afetar as minhas coisas.

-E matar o presidente não faria isso?

-Faria, mas posso lidar com isso.

-Queria que pudesse ser capaz de enxergar as coisas como eu.

-Não somos a mesma pessoa, Bree - ele rosna, um pouco aborrecido - Nossa cabeça não pensa igual.

-Tem razão - dou de ombros, e tento uma piada - Sou bem mais intelingente.

-Vou andando pro hotel - Justin levanta num salto - Não demore muito.

-Não vou demorar, vou só ficar um pouquinho.

     {...}

    Mas a verdade é que eu demorei sim. Fiquei olhando para a lua, admirando como é bonito Maui. Quando eu tiver uma filha o nome dela será Maui, se por acaso for um homem, será Maui. Me pego sorrindo, e noto um cara se aproximar. Devo ter feito uma cara muito assustada, já que ele parou e ergueu as mãos.

-Calma, não vou fazer nada - sua voz grossa me deixou estranha - Notei que estava sozinha, olhando para cima como se visse algo que eu não conseguia ver. Vim saber o que tem de tão admirável lá em cima.

-Bem.. - limpo a garganta, surpresa ao notar que estou sem graça - Nada demais. Quer dizer, a lua realmente é muito bonita.

-Ah, a lua..- ele olha para a mesma direção em que estive olhando - Realmente, ela hoje parece ainda mais bela.

-Sim - sorrio - Não que eu tenha visto ela ontem, ou no mês passado.

-Turista, então? - indaga. Assinto levemente - Férias?

-Mais ou menos - franzo a testa - Volto depois de amanhã.

-Veio com quem?

-Meu namorado - respondo, lembrando-me de que ele me espera no hotel - Estamos tentando ficar á sós.

-Ugh - isso foi um gemido? Sim, foi - Entendo. Onde está ele? 

-No hotel - aponto para trás, e logo noto que o hotel é mais distante do que imaginava - Acho que não entendeu o que eu quis dizer sobre ficarmos a sós, deve ter entendido que eu queria ficar só.

-Deve ter sido - o cara riu. Meu Deus, eu estou conversando com um estranho - E de onde vocês são?

-Atlanta - respondo e olho para o relógio no meu pulso - Puxa, eu tenho que ir. Ele disse que eu não deveria demorar, mas já se passaram uma hora desde que isso aconteceu. Foi bom conversar com você.

-Igualmente - o estranho sorriu, e eu começo a me afastar cada vez mais.

     Entro no quarto do hotel, e vejo Justin na varanda com um cigarro nos lábios. Penso em ir até ele, mas hesito ao lembrar da conversa que tivemos na praia. Justin deve estar aborrecido por eu ter o pressionado, e quer saber? Eu também estou, ele disse coisas que não queria ter escutado e é difícil pra mim lidar com tudo isso. Respiro fundo, tiro meu vestido e me jogo na cama. Puxo o edredom pra cima, deixando-o na altura dos meus seios e forço-me a fechar os olhos e dormir. Por longos minutos não funcionou, mas logo cai no sono profundo.

*

       No outro dia, acordo com o sol no meu rosto. Abro meus olhos, e fecho novamente. Depois abro e olho para o lado, vendo Justin dormir tranquilamente. Duas batidas na porta soam, e eu me levanto para abri-la, quando noto que estou de lingerie. Pego um roupão no banheiro, e abro finalmente a porta. Dou de cara com o serviço de quartos.

-Café da manhã, senhorita - disse a senhorinha. Sorrio, dando-lhe passagem. Ela põem tudo na mesinha da varanda, e vaza. 

      Justin acorda, e caminha até o banheiro.

-Vai tomar café? - pergunto, encostada na soleira da porta do banheiro. Ele me olha, ainda sonolento e assente - Depois vamos direto para a praia, certo?

-Se eu conseguir sair desse quarto, nós vamos.

-Como assim?

-Estou com um puta mal estar, Bree - ele diz, e eu deixo transparecer meu desapontamento - Mas vamos, não vou morrer. E relaxa, vamos curtir esse lugar.

-Se estiver mal, tudo bem.

-Tudo bem não, Bree - Justin nega - Nós vamos.

-Está bem.



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