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História The New Family Avenged Sevenfold - Betrayed.


Escrita por: Karyrodriguez

Notas do Autor


Antes de qualquer coisa quero informar que estou fazendo uma caravana para HB, pois o que vai ter de gente querendo matar o Brian...hahah

E ai? Tudo certo?
Cenas desse capitulo foram formuladas nessa cabecinha a mais de dois meses, então PENSEM na minha ansiedade para finalmente essa parte chegar?!haha

Não dá mais para colocar o link da musica no youtube,mas os nomes estão exatamente iguais para acharem lá. Não deixem de ouvir por causa disso ok?!São importantes em cada cena.

É isso.APROVEITEM

Capítulo 45 - Betrayed.


NO CAPITULO ANTERIOR

 

Nem queria pensar onde Brian tinha se metido durante todo dia, eu só pensei o pior. Ainda mais quando senti o cheiro forte de álcool e perfume desconhecido quando ele se jogou com tudo ao meu lado na cama. De quem é esse perfume?

 

...

Levantei cedo e a primeira coisa que fiz foi dispensar Vitoria pelas próximas três semanas. Era o tempo que eu teria para organizar a confusão que virou a minha vida. Mas pela ligação que recebi isso teria que esperar mais uns dias.

 

-Ok Celeste. Obrigada, vou imediatamente cuidar disso. Bom dia.

 

Finalizei a ligação ainda pasma pelo que ela tinha me informado e Brian entrou na cozinha com a maior cara de ressaca.

 

- Eu fui afastada do primeiro caso em que seria a advogada principal. Satisfeito?

 

 

POV’S BRIAN

Acho que devo ter rodado pelas ruas da cidade por horas sem saber para onde ir. Dei duas, três voltas na orla, no píer, no centro da cidade e até perto do pacific eu passei. Pensei ir até lá, mas não ia levar esse drama para Michelle. Não agora que finalmente parece estar se encaixando na vida, menos melancólica e animada com as coisas. Falando até na possibilidade de voltarmos com Syn Gates Clothing.

 

Acabei parando em um bar sofisticado na orla e já eram 22h00minh quando isso aconteceu. As horas vagando por ai sem saber para onde exatamente não diminuíram a raiva e a magoa que eu sentia pela situação. Por mais que não quisesse aceitar, talvez realmente tivesse uma parcela de culpa nisso tudo. Mas dar o braço a torcer o quanto a isso seria difícil.

 

-Brian, oi.

 

Eu petrifiquei a mão antes de pegar o copo em cima do balcão quando reconheci a voz atrás de mim. Só podia ser brincadeira, a pior pessoa para encontrar no estado em que estou é essa, sem sombra de dúvidas.

 

Mas eu não tinha como fingir que não ouvi, até por quê ela não se deixou passar despercebida.Olhei para o lado sem a mínima cara de interesse ao notar que ela sentou no banco vazio. Quem sabe ela não resolve ir embora se eu for indiferente?

 

-Olá Andy.

 

-Quanto tempo.

 

-Nem lembro mais.

 

-O que faz aqui sozinho?Cadê sua esposa?

 

-Em casa Andy.

 

-IH!Já começaram os problemas?Que foi?Alguma foto sua com uma fã atirada que saiu na internet ou você que dormiu com alguma?

 

-Nada que seja da sua conta Andy.

 

Fiz menção de levantar do banco, mas ela segurou meu braço.

 

-Calma Brian, só estava brincando.

 

-Não achei graça nisso.

 

-Mas me diz de verdade. O que faz aqui?Nós já fomos amigos antes de qualquer coisa, hum?Pode desabafar Brian, sem medo.

 

Eu a olhava pensando em segundos se deveria ou não falar alguma coisa. Já que era a Andy e Karen a odeia profundamente. Mas quê saber?Eu estou precisando colocar isso para fora.

 

-Eu bati em um ex-colega de escola por causa da Karen.

 

-Como?Não entendi nada, explica essa história.

 

A expressão dela enquanto eu resumia a história era indecifrável, mas eu ignorei isso, estabelecendo quase que um monólogo e desabafando abertamente.

 

-Eu sabia que um dia isso ia acontecer.

 

-Como assim Andy, o que você que dizer com isso?

 

-Simples Brian. Karen é muito bonita e ...atraente,devo confessar.Além do que ela é independente e bem resolvida profissionalmente.É o tipo de mulher que foi criada para ser livre e isso atrai atenção.Ela naturalmente se destaca e consequentemente,atrai mais homens do que o normal.

 

-Isso eu sei Andy, eu vivi esse encanto todo na pele. Não é a toa que casei com ela.

 

-Pois bem. Você está acostumado com mulheres que te esperam. Eu, Michelle. A Karen não é assim. Por mais que te ame, ela sempre terá outras prioridades além de fazer as suas vontades.

 

-O que isso tem haver com o fato dela dar corda a um cara que dá em cima dela descaradamente?

 

-Por mais que ela seja independente e bem resolvida, ela é mulher Brian. Quê ser bem tratada, se sentir amada. Coisa que às vezes você sempre foi negligente.

 

-Não com ela Andy. Eu movi céus e terra para estar com ela, para casar com ela.

 

-Uau!Então o problema era comigo mesmo.

 

-Andy, você sabia exatamente como me sentia em relação a você. Eu nunca te enganei o quanto a isso.

 

-Eu sei disso Brian. Mas não fez diferença quando você, que parecia que nunca se comprometeria emocionalmente com alguém, se apaixonou perdidamente por uma mulher que acabou de aparecer na sua vida.

 

Fiz sinal para que o barman trouxesse outra rodada de whisky para mim e um Martine para Andy e ficamos em silêncio durante esse tempo.

 

-Eu sei que isso vai acontecer de novo. E se ela ceder?E se ela se deixar levar por outro e...

 

-Nunca na minha vida eu imaginei que veria isso, sinceramente.

 

-Isso o quê?

 

-Synyster Gates provando o próprio veneno. É exatamente dessa forma que Michelle, que eu vivia Brian. Cogitando o e se,e se você fizesse.E a prova de que você também é humano esta ai.A insegurança,definitivamente,uma inversão de papeis.

 

Ela estava certa. O nível de influência que a Karen tem sobre mim é tão grande que eu nem me reconheço mais. Em outro tempo eu não me sentiria culpado pela briga com Ian.

 

Fiz questão de terminar a conversa sobre o assunto, não estava realmente a fim de argumentar com Andy sobre isso. E acabamos entrando em assuntos diferentes, me lembrando de que a companhia dela não foi sempre chata ou possessiva. Ciumenta ou inconsequente, nós realmente já fomos amigos um dia.

 

-Está tarde Brian. Eu vou indo.

 

-Onde você esta morando agora?Te levo em casa.

 

-Ok então.

 

Depois de ela ter entrado no carro me toquei que podia ter feito uma merda. Mas não ia deixa-la ir para casa sozinha as 03h00min da manhã, já que ela dispensou a carona das amigas que estavam no mesmo restaurante para ficar comigo. Mas Andy se esqueceu de mencionar antes que estava morando em Laguna Hills agora.

 

-Está entregue Andy.

 

-Não quê entrar?As meninas nem devem ter vindo para cá com certeza.

 

Pelo que entendi ela estava morando com umas amigas que também são modelos e isso inclui Elena, sua prima. Quando vi eu já estava batendo a porta do carro e seguindo ela até entrarmos na casa.

 

-O que quê beber Syn?Aqui não temos Laphroaig, mas tem vodka, você costumava gostar de vodka.

 

-Pode ser vodka Andy.

 

Sentei no sofá e olhando para a parede me questionei: O que estou fazendo aqui?Ela voltou com dois copos na mão, me entregando um e sentando ao meu lado no sofá.

 

Sabe o que é uma situação totalmente imprevista?Pois foi o que aconteceu quando assim que virei de frente para ela, Andy atacou meus lábios. E o pior de tudo, eu não a afastei, nem me movi, mas também não correspondi ao beijo.

 

-Desculpa Brian. Eu...não resisti.A verdade é que eu sinto sua falta e...

 

-Não Andy. -Coloquei o copo em cima da mesa de centro, levantando do sofá. —Isso não vai acontecer. Eu não vou fazer com a Karen o que fiz com a Michelle. Nós não vamos ter um caso ou qualquer tipo de intimidade. Vim aqui foi um erro, assim como você tentar se aproveitar da minha vulnerabilidade também foi. Pare de se iludir, eu não te amei e nunca vou te amar. Aceite isso, adeus Andy.

...

Voltei para casa com o dobro da culpa e do teor de álcool que sai. Olhei no visor do painel do carro vendo que eram quase 04h00min. A casa estava silenciosa e escura, claro que Karen estava dormindo. Ela tinha arrumado a bagunça que fiz do lado de fora e com certeza devia estar dormindo mal.

 

Abri a porta do quarto e fiquei de pé a olhando dormir. E tudo por um segundo desapareceu. Como é calmante ver o semblante dela sem as feições de raiva ou de choro que tanto têm virado corriqueiras.

 

Deitei na cama, ou melhor, acabei tropeçando nas pernas e caindo de mau jeito, olhando para ver se ela tinha acordado com meu peso na cama. Concluindo que não, me pus a olha-la de forma até obsessiva. Querendo que aquela calma com  a qual dormia acordasse com ela e comigo também.

 

Acordei completamente dolorido como se Ian tivesse me batido e não o contrario. Não sei se ficava triste ou feliz com o fato de Karen não estar mais no quarto quando acordei. Tomei um banho que não me relaxou nem um pouco, respirando fundo e criando coragem para descer as escadas. Uma nova rodada de drama estava por vim, eu podia senti.

 

Parei na porta da cozinha ao ouvir a conversa de Karen no telefone, cogitando a possibilidade de ser Ian. Quando eu fiquei tão paranóico assim?

 

-Ok Celeste. Obrigada, vou imediatamente cuidar disso, bom dia.

 

Criei mais um pouco de coragem entrando na cozinha e a cara dela destruiu qualquer esperança que eu tivesse de começar uma conversa calma.

 

- Eu fui afastada do primeiro caso em que seria a advogada principal. Satisfeito?

 

 

É claro que eu não estava satisfeito, prejudicá-la nunca foi minha intenção. Eu não tinha intenção nenhuma inicialmente com tudo aquilo, era apenas a minha raiva falando. Karen saiu da cozinha e eu demorei a sair de lá, mas foi a tempo de vê-la descendo as escadas com uma sacola de couro que usa em viagens rápidas.

 

-Aonde você vai?

 

-O promotor solicitou que fossemos encontrá-lo em San Diego ainda hoje.

 

-Fossemos?

 

-Eu e o Ian mais especificamente.

 

-Ótimo!Nossa vida está um inferno por causa dele e você ainda vai viajar com o cara?

 

-Brian, é meu trabalho e não existe a possibilidade de eu desacatar a ordem do Drº Randy. Ainda mais depois da confusão que você me causou com a briga de ontem.

 

Ela ignorou o fato de eu ter parado a sua frente e pegou a bolsa, saindo de casa sem nem ao menos olhar para trás. Deixando-me parado com cara de tacho.

 

 Ela não está nem ai para a confusão que se tornou a nossa vida. Eu quem sou o otário da história. E ser frágil e enganado não é do meu fértil.

 

-Qual é cara?Você é homem ou o quê?

 

Peguei a chave que tinha jogado no sofá, decidindo sai de casa outra vez.

 

DOIS DIAS DEPOIS

 

POV’S KAREN

 

A viagem a San Diego foi produtiva e mais uma fase do caso foi encerrada. Três envolvidos foram condenados e agora só faltam mais quatro que serão julgados em Huntington Beach daqui a pouco menos de um mês.

 

-Karen!

 

Olhei para trás e Ian corria pela área de desembarque para poder me alcançar. Não me dirigi a ele durante esses dois dias a não ser para assusto de trabalho.

 

-Oi!

 

-Está tudo bem?

 

-É claro que não está tudo bem Ian. Obrigada por fazer da minha vida de casada um drama mexicano maior do que já era.

 

-Mais uma vez, me desculpe por isso Karen, de verdade.

 

-Esqueça isso tudo. Esqueça não só a mim. Para de tentar curar seus traumas de relacionamentos fazendo com o dos outros o que fizeram com o seu. Eu sei que não é intencional, mas faz mal, muito mal. A você principalmente.

 

-Eu sei, eu sei. Eu vou amadurecer isso, eu juro. E realmente espero que não tenha perdido a recente amizade que tínhamos estabelecido. Ainda mais agora.

 

-Como assim ainda mais agora Ian?

 

-Eu sei como você vai se tornar sócia da firma. Mas terá que confiar cegamente em mim. Então?Topa?

 

...

 

-Bom dia!

 

Cumprimentei o segurança na guarita que parou o taxi que eu estava para identificar antes de liberar a passagem.

 

-Olá senhora Haner. Um entregador especial deixou um pacote para a senhora aqui. O remetente é em nome de Lena Mary Hamilton Lopez.

 

-Ok. - Peguei o pacote na mão dele. -Mas por quê deixou aqui e não em casa?

 

-Não tinha ninguém lá quando eu interfonei assim que ele entregou o pacote. E depois de pegar eu fui lá e estava sem ninguém em casa também.

 

-Quando foi isso?Hoje?

 

-Não senhora. Há dois dias, logo depois que o senhor Haner saiu.

 

-Saiu?

 

-Sim e ele não voltou mais desde então.

 

Como assim não voltou desde então?Uma noite ainda vai, mas dois dias?

 

-Obrigada Nick.

 

Enquanto o taxi entrava no setor L, abri o pacote sorrindo involuntariamente ao ver que mamãe tinha mandado nosso álbum do casamento no Brasil. Tornando o sorriso melancólico ao ver uma linda foto de Brian me carregando na praia como foto da capa do álbum.

 

Não recebi qualquer ligação ou mensagem de Brian nesses dois dias. Não conseguia pensar nele sem chorar, mais priorizei o que estava fazendo. E o fato de ter dado certo lá nos rendeu três semanas de recesso. Usaria esse tempo para resolver essa confusão toda.

 

Desfiz as malas, tomei um banho,comi,liguei para mamãe e tudo isso sozinha em casa, nem Pinkly apareceu o resto do daí inteiro. Já era 22h00min e nada de Brian chegar. Estava a pelo menos duas horas ligando direto e nada dele atender. Provavelmente por ver que era meu numero.

 

Mesmo sabendo que ele não devia estar a fim de falar comigo continuei ligando. Meu pânico foi aumentado a cada ligação que caia na caixa. Na minha cabeça só vinha o pior. Coloquei apenas um casaco por cima da calça de moletom e camiseta que usava e pegando a chave do carro, sai de casa.

...

 

-Oi Ká.O que faz aqui a essa hora?

 

Johnny estava surpreso com minha chegada e essa foi a cara que todos os outros fizeram ao me ver entrando em casa.Ao ver quem estava aqui,me deu um fio de esperança de que Brian estivesse com eles.

 

-Não Karen, ele não veio aqui. Ele furou nossa partida de poker. Achamos que ele estava com você já que passou a semana fora e tinha acabado de chegar de viagem.

 

-Nós tivemos uma briga feia antes de eu ter que viajar de novo e não nos falamos depois disso Zacky.

 

-Foi por causa do Pop?

 

As palavras de Jason me deixaram surpresa.

 

-Você sabia Jay?

 

-Ele me contou quando estávamos no Texas.

 

-Brian foi até a promotoria e bateu nele, acredita?E só não saiu de lá preso por quê Ian não deu queixa.

 

Eu comentei resumidamente a história para os outros e é claro que quase todos concordaram com Brian. Ian foi cara de pau, mesmo não sabem quem era meu marido nada justifica. Só Zacky foi sensato em concordar que a porrada foi precipitada.

 

-Acho que sei onde o Haner estar Karen.

 

A conversa parou e olhamos para Dan em buscar de respostas. Ele tinha acabado de receber uma mensagem de Brian pedindo para que fosse busca-lo em um lugar chamado Lips Of Hell.O interessante é que ao ouvir o nome do tal lugar eles começaram a se entreolhar, chamando minha curiosidade para o motivo. E Matt foi o primeiro a tentar me convencer a ficar.

 

-Vê se eu tenho cara de quem vai ficar esperando em casa Hero?De jeito nenhum, e vamos logo, ele pode estar passando mal ou algo assim.

 

Minhas suspeitas sobre o tipo de lugar onde estávamos indo só se confirmaram ainda mais quando demoramos a chegar. Eu fui dirigindo colada no carro do Matt, com medo de me perder no caminho. E finalmente paramos em um local totalmente afastado da cidade.

 

-Ká, você espera aqui e nós vamos buscar ele.

 

-De jeito nenhum Arin, eu vou com vocês. Que insistência é essa para me manter aqui?

 

Sai do carro ainda mais curiosa para saber onde estávamos e ele e Johnny me seguiram.No carro com Matt vieram Dan,Jay e Zacky,que assim que desceu do carro me puxou para um abraço de lado.Entrelacei meu braço em sua cintura apertando com força pelo nervoso que me atingiu de repente.

 

-Não desgrude de mim,não importa o que aconteça ou o que você veja,entendeu?

 

-Bacon você está me assustando.

 

-E não abra a boca para falar nada. Você me entendeu bem Karen?

 

-Entendi Zacky.

 

A cara dele estava me deixando com medo. Dan e Matt se aproximaram da porta e “molharam” a mão do segurança com um pequeno bolo de notas de 100 dólares. Ai sim era real: eu estava com medo do que ia encontrar lá dentro. Pensando se era para vim vestida de outra forma. E se meu serviço como advogada seria necessário por qualquer motivo.

 

A primeira porta era de metal e foi aberta, fazendo meu coração gelar. Mas ainda tínhamos outra porta para passar e ai sim meu queixo quase caiu no chão quando ela se abriu.

 

-Aqui é um bordel?

 

Zacky tapou minha boca, mas acho que ninguém ouviu minha exclamação. As mulheres seminuas dançando no palco, entre as mesas e em cima delas era mais interessante sem duvida.

 

Matt e Jason conversavam baixo e Arin parecia olhar diretamente para mim de um jeito constrangedor:ele estava com pena de mim?O que estava acontecendo aqui gente?

 

-Olá senhores....e senhora.Sejam bem-vindos.Em que posso ajuda-los?

 

Eu olhava fixamente para a garota que com certeza devia achar que eu era lésbica ou pelo menos simpatizante.

 

-Já decidiram o que vai ser dessa vez?

 

-Dessa vez?Vocês já vieram aqui antes?

 

-Karen, eu falei para você...

 

-Eu não vou ficar calada Zacky.

 

Tirei meu braço da cintura e ele tirou o braço de mim.

 

-Olha querida, nós estamos procurando alguém.

 

-Ah!Acho que sei quem. Synyster Gates, acertei?

 

-Ele mesmo. Onde ele está?

 

-Sinto muito, mas não posso dar essa informação.

 

-Ok, vamos falar uma língua diferente. Dan vem aqui.

 

Ele se colocou ao meu lado e claro que confuso.

 

-Quanto você quê querida?

 

-Para dizer onde ele está?200 dólares.

 

-E para nos levar até ele?

 

-400.

 

-Dan, por favor.

 

Fiquei enojada ao ver o sorriso que ela deu a cada cédula depositada em sua mão. A seguimos até o 2º andar do local, andando por um grande corredor. Zacky tinha voltado a me abraçar e apertava ainda mais sua cintura ao ouvir os gritos e gemidos altos que ecoavam por ali. Sentindo-me estranha ao detectar que as pessoas estavam transando atrás dessas portas.

 

 

-Ele está aqui. Ganhou uma dança particular e escolheu a Red,a melhor dançarina da casa.

 

-Saber se ela é a melhor dançarina ou não é totalmente desnecessário.

 

Olhei para Arin que parecia irritado, pelo menos foi o tom que notei na sua fala.

 

-Karen, você fica aqui fora com Arin,certo?!

 

Afirmei que sim enquanto Matt tirava as mãos que tinha colocado em meu rosto. Eu já estava com um nó na garganta que só se apertou ainda mais quando, assim que eles viraram para porta, Arin me puxou para um abraço apertado.

 

Não tinha como ignorar o comando na voz de Matt ao pedir que eu ficasse. Mas eu queria saber o que acontecia lá dentro, mesmo que fosse humilhante, eu preferia saber.

 

-Por favor, Arin. Eu não vou entrar, eu só quero ver da porta.

 

-Karen, Matt pediu que ficássemos aqui. E eu acho ruim para você passar por isso.

 

-Eu não vou entrar, mas eu preciso ver.

 

Acho que minha cara estava de dar pena, pois ele nem contestou mais, saindo da frente da porta. Minha mão tremia quando eu toquei a maçaneta e girei.

 

Além de uma cama como esperei, tinha um pequeno palco e uma barra presa nele. Uma garota de lingerie vermelha assim como seus cabelos se aventurava em giros e traçadas de pernas. E lá estava ele, sentado de perna aberta e com um copo meio vazio em uma das mãos, bem na frente da garota.

 

Eu nem notei exatamente quando, mas eu entrei na sala e olhando para os lados me deparei com o olhar dos rapazes que pareciam constrangidos com a situação. Pelo jeito Brian não sabia que eles estavam aqui.

 

POV’S BRIAN

 

Eu estava no Lips desde o dia que sai de casa, acho que há dois dias. E nenhuma ligação ou mensagem dela durante esse tempo. Nada que demonstrasse seu interesse em resolver ou se preocupar com algo, conosco.

 

Já estava cansado de beber diversas coisas e não anestesiar minha raiva e magoa. De pegar no sono em qualquer quarto daqui e não descansar, depois acordar e fazer tudo de novo. Fora que já tinha feito coisas que não me orgulharia depois.

 

Por isso pedi para Dan vim me buscar antes que a merda fosse maior. Mas até agora ele não apareceu ou me respondeu. Estranhando isso, resolvi pegar o celular e tinha uma mensagem nova de quase uma hora atrás.

 

De :Dan “The Body”:

 

“Eu estou indo te buscar com os rapazes. E...Karen está indo conosco,não conseguimos convencê-la a ficar”

 

OUVIR :Just Breathe - Anna Nalick [Lyrics]

(NOME COMO ESTÁ O VIDEO NO YOUTUBE)

 

 

A mensagem me despertou de um jeito que nem água fria faria.

 

-Ela é bonita!

 

Arregalei os olhos e gelei ao reconhecer a voz, virando para o lado e dando de cara com Karen. Tudo me atingiu muito rápido. A vergonha de estar aqui e a raiva por vê-la aqui, raiva de mim.

 

Ela puxou a cadeira vazia e sentou ao meu lado e olhava firmemente para a dançarina e eu continuei olhando para ela.

 

 

-Eu só não entendo por que você pediu uma ruiva. Já que o intuito de vim para cá é esquecer-se de mim.

 

-Ok!Já chega disso. Pode parar essa música agora. Seu trabalho aqui já acabou.

 

A voz inconfundível de Matt atraiu minha atenção para trás, onde todos me olhavam de um jeito estranho. Mas Zacky e Jason eu sabia o que era: raiva, no mínimo.

 

-Levanta a porra da sua bunda dessa cadeira agora Haner.

 

Zacky estava tão vermelho que parecia que ia explodir. Ele nunca me chama de Haner, somente quando está irritado ou com raiva.

 

Levantei da cadeira e quase caio, provando que estou mais bêbado do que pensei. Jason e Arin, que surgiu não sei de onde, me ajudaram a ficar de pé e me rebocaram para fora do quarto.

 

Enquanto os rapazes lutavam para aguentar meu peso e me manter de pé, vi Karen passar por mim sendo abraçada por Matt e segurando as minhas coisas. As pessoas olhavam confusas a cena de eu sendo segurado pelos dois e saindo como se fosse escoltado.

 

-Ele vai no meu carro.

 

-Não Karen, ele vai no meu.

 

-Não Matt, ele vai comigo e o máximo de ajuda que posso aceitar é alguém dirigir por mim. Mas ele vai comigo e fim de papo.

 

Karen estava com o tom seco, um jeito com o qual  nunca se dirigiu a nenhum deles antes. E com certeza se sentiria culpada por isso depois.

 

Eu parecia não estar ali, não ter direito a nada, nem a andar sozinho. Zacky pegou a chave do carro de Karen e ela entregou a do meu a Dan. E eu fui arremessado no banco de trás do carro dela e Arin veio sentado ao meu lado.

 

Eu queria enfiar minha cabeça em um buraco de tanta vergonha. Por fazê-la passar por isso, por essa humilhação pelo simples fato de eu ser um otário que realmente não mereço a mulher que tenho.

 

-Tem certeza que está tudo bem ficar sozinha com ele Ká?

 

A voz de Matt era mansa mesmo ela tendo sido grosseira anteriormente.

 

-Não quer que um de nós fique aqui?

 

-Matt, está tudo bem e Jay, não, não precisa que ninguém fique aqui. Eu dou conta dele.Só, por favor, o coloquem no chuveiro do primeiro quarto a direita.

 

Jason me mataria se pudesse. A força com que ele e Arin me empurraram pra dentro do box deixou isso claro. Nem coragem de olhar para ele tive, mesmo sabendo que os dois me encaravam enquanto eu tentava não reclamar da água gelada.

 

Fiquem minutos lá na mesma posição processando a merda que eu fiz e pensando no que estava por vim. Eu teria explicações a dar e não sei se conseguiria mentir sobre nada, não para Karen. A casa ficou silenciosa, provavelmente por eles terem ido embora. Mas nada dela subir.

 

POV’S KAREN

 

 

-Matt, desculpa pela grosseria de antes, eu...

 

-Esqueça isso sweet, não foi nada. Nós que não devíamos ter aceitado sua teimosia e te levado lá. Você não precisava passar por isso, não merecia.

 

A expressão de Matt me deu ainda mais vontade de chorar, vontade essa que estava desde que saímos de lá. Aceitei o abraço de todos agradecendo por terem ido comigo. E por unanimidade: Era dó, pena, sentimento de piedade o que eles me passavam antes de irem.

 

Sentei no sofá olhando para o nada, sem saber o que fazer agora. Subir para quê?Eu não sei se iria conseguir só cuidar dele sem questionar nada, brigar, exigir respostas. Mas eu estava cansada, de tudo: da viagem, das brigas, de não saber o que fazer.

 

O chuveiro já tinha sido desligado há minutos e eu demorei mais para me acalmar e subir. Mas antes disso eu precisava colocar tudo pra fora, eu estava sufocada. Depois de conseguir me acalmar e limpar o rosto, subi para o quarto quase chorando outra vez ao vê-lo jogado de qualquer jeito na cama.

 

Tirei a toalha que ele tinha se enrolado e só vesti uma cueca, o arrumando de um modo confortável na cama. Ainda bem que Brian tem sono pesado ou então ainda estava bêbado demais para acordar com isso.

 

Amanheci o dia velando o sono desconfortável dele que parecia ter tido pesadelo o tempo todo, se mexendo de um lado para o outro da cama. Meus olhos e nariz já estavam ardendo de tanto chorar e a cabeça doida tanto que incomodava até respirar com mais força.

 

Fiz um café forte e tentei comer algo, mas apesar da fome, nada descia. Olhava para a xícara que ganhei de presente do Jason despreocupada quando ouvi passos na escada, me fazendo respirar fundo e criar coragem para saber de tudo, eu mereço pelo menos isso: sinceridade.

 

OUVIR: Jason Walker - Down

 

POV’S BRIAN

 

Acordei na cama. Lembrava-me de ter me jogado nela, mas não de ter vestido a cueca que estava usando. Minha cabeça doida tanto que não conseguia ficar muito tempo com os olhos abertos. Ainda sem disposição, me forcei a ficar de pé e vestir uma bermuda, eu tinha que descer e procura-la.

 

Nada na sala ou no jardim da frente, resolvi tentar na cozinha e lá estava ela. Com os cotovelos apoiados na bancada olhando como se a xícara na sua mão fosse à coisa mais interessante do mundo.

 

O que eu faço?O que eu digo?Sem saber responder minhas próprias perguntas me obriguei a andar e entrar. Parei do outro lado da bancada bem na frente dela e Karen parecia não me olhar ainda, mas quando o fez me arrependi totalmente de ter parado ali. Eu não estava preparado para aquele olhar.

 

Os olhos vermelhos e inchados condenaram como ela passou a madrugada. O rosto ainda estava aparentemente úmido, talvez ela estivesse chorando antes de eu entrar. Eu abria a boca, mas nada saia , nada que passava pela minha cabeça era suficiente. Um pedido de desculpa não era suficiente.

 

 

-Com quantas Brian?

 

A pergunta me pegou de surpresa, tanto que demorei a responder e ela perguntou outra vez.

 

-Com quantas Brian?

 

-Quantas o quê Karen?

 

-Com quantas delas você transou?Com qual?A que estava dançando pra você quando a gente chegou?

 

-Karen,eu...

 

-Eu já perguntei. Com quantas?

 

Ela não estava calma como quando perguntou a primeira vez e com certeza o fato de eu não conseguir falar a irritou ainda mais.

 

-Você é surdo? Com quantas?Fala.

 

Dei graças por apesar da força com que bateu no mármore, a xícara não quebrou. Foi presente do Jason e se ela quebra por raiva e sem querer, seria mais uma culpa na minha conta.

 

-Karen, pare com isso, por favor.

 

Cai na asneira de tentar abraça-la e é claro que Karen me empurrava e tentava se soltar de mim.

 

-Eu quero saber, com quantas. Vamos, diga. Eu preciso saber.

 

Ela me venceu pelo olhar magoado. Eu não conseguia mais aperta-la, mas Karen não estava mais tentando se soltar. Voltando a pedi por uma resposta com a voz quase sussurrada.

 

-Quantas?

 

-Duas.

 

Minha boca me traiu e quando vi, já era, eu tinha dado o que ela queria. Por um segundo a senti prender a respiração, seu corpo perdeu a rigidez de antes e os olhos ficaram sem qualquer foco. Mas segundos depois ela parecia desesperada.

 

-Oh!Meu Deus!

 

-Karen, por favor, me ouve.

 

O desespero pela merda que eu acabei de fazer me tomou e não tive força para puxa-la de volta quando ela se afastou de mim.

 

-Meu Deus! Meu Deus!

 

Eu queria fazê-la parar de andar sem rumo pela cozinha, parar de passar as mãos pelo cabelo e repeti a mesma frase. Mas eu estava ocupado demais sem ação para falar, finalmente tomando dimensão do que eu fiz.

 

-Eu...eu não consigo respirar.Não...consigo...

 

Eu jurei que ela ia desmaiar quando consegui segurar antes que caísse. Mas ela caiu de joelhos, me levando junto. E finalmente me matando ainda mais com o choro de soluçar e me torturar, como se fosse esse motivo de estar se sentindo sufocada.

 

-Como foi Brian?Quando?

 

-Eu não vou te falar.

 

-Vai, você vai falar. Como?Quando?

 

Ela queria ouvir, mas não me deixava falar. Eu não queria falar, ela não precisava saber detalhes do quão filho da puta eu fui. E mais uma vez minha boca me traiu e eu falei.

 

-Foi antes de vocês chegarem. Elas tinham acabado de sair de lá quando mandei mensagem para Dan e...

 

-Foram duas ao mesmo tempo?É isso?

 

Eu ignorei a pergunta e continuei falando.

 

-Por isso eu mandei mensagem para ele. Eu estava sem noção do dia ou da hora, e...

 

-Foram duas ao mesmo tempo?

 

-Sim, foram.

 

Outra mulher me daria um sonoro tapa na cara, mas não a Karen.Ela me deu um soco no rosto com tanta força que me fez perder os sentidos.E se aproveitando disso ela levantou e saiu correndo da cozinha.

 

 

-Karen, abri a porta. Me deixa te ver, por favor.

 

Eu conseguia ouvir os soluços dentro do banheiro e continuei encostado à porta, esperando que ela saísse ou me deixasse entrar. Até que teve uma hora que tudo ficou em silêncio, me deixando preocupado. Amaldiçoei-me pela burrice de não ter tentando abrir a porta antes, estava aberta.

 

Karen tinha deitado em posição fetal no chão do banheiro e não soluçava mais. A carreguei de lá e não houve qualquer protesto, nenhuma reação notável na verdade. A deitei do mesmo jeito na cama e nada dela se mexer. Dei a volta deitando ao seu lado , mas sem coragem de virar.

 

Dor, mágoa, ressentimento, foi tudo que vi nos olhos dela quando virei ficando bem de frente e com o rosto próximo. Eu queria fazer alguma coisa, mas eu não sabia o que fazer. Talvez se o tempo voltasse e eu valesse alguma coisa isso não estaria acontecendo.

 

Não lembro se algum dia conseguir ficar tanto tempo olhando diretamente nos olhos de alguém. Mas era como um filme de terror daqueles que você está preso no inferno. Era assim que me sentia olhando as lagrimas rolarem naturalmente dos olhos dela sem que fosse preciso qualquer reação.

 

 

Ficamos assim pelo resto do dia, sem dizer ou fazer nada que não fosse ficar nos olhando. Às vezes parecia que ela não olhava diretamente para mim e quando o fazia, os olhos jorravam mais.

 

Eu estava prestes a dizer algo quando ela foi mais rápida. Falando o suficiente para desfazer o nó da minha garganta, mas não em um bom sentido.

 

- Eu te amo tanto, tanto Brian. E você me magoou na mesma medida. Eu implorei, eu te pedi isso. Não acabe comigo a um ponto em que não consiga me levantar. E foi o que você fez na primeira oportunidade que teve.

 

Se eu estava me segurando, não tive mais forças para fazer isso dessa vez. Chorando sem a menor vergonha,como se fosse uma criança,desesperado. Eu tinha feito isso, eu a tinha magoado. Ela não merece esse sofrimento, essa humilhação. Eu é que mereço essa dor que sinto agora. Esse chão que me foi tirado.

 

...

 

 

Mais um dia inteiro sem falar nada. Com Karen deitada na cama do mesmo jeito, sem chorar pelo menos. Não tocava em nada do que levei para que comesse ou me respondia, ou me olhava. Já estava quase me convencendo de que era melhor ligar para alguém. Talvez Michelle conseguisse a fazer sair dessa cama, falar alguma coisa. Ou Jason, ou Zacky. Qualquer pessoa era melhor do que eu sem duvidas.

 

Mas foi assim o dia inteiro, eu sentado na poltrona olhando para ela e Karen olhando para o nada. Às vezes se movendo apenas para mudar de posição na cama e olhar para o nada pelo resto do dia,ignorando minha presença totalmente. Eu queria saber o que ela estava pensando, por quê o que estava sentido talvez fosse o mesmo que eu.

 

 

...

 

E mais uma manhã chegou e cá estou eu tentando fazê-la comer algo.

 

OUVIR: Turning Page- Sleeping At Last

 

-Karen, por favor. Já se passaram dois dias e você não comeu ou bebeu nada. Você precisa se hidratar, se alimentar.

 

-Sai.

 

Ela nem abriu os olhos ao me responder e estranhamente fiquei feliz por ela ter respondido. Foram horas e horas sem uma palavra, já estava assustado com isso. Talvez se ela me xingasse e muito fosse mais fácil de entender o que viria a seguir.Sai do quarto fechando a porta e esperando no corredor. Surpreendendo-me quando ela saiu de lá depois de um dez minutos.

 

A segui até o andar de baixo e observei Karen pegar tudo que via pela frente nos armários e na geladeira, comendo tudo que tinha encontrado. A mistura de frango com queijo, doce e salgado, leite e tudo mais não fez muito bem. Ela saiu correndo da cozinha provavelmente para chegar a tempo no banheiro do quarto.

 

 

-Sai daqui, me deixa sozinha.

 

Ignorei as palavras e o empurrão que  deu em minha perna e continuei lá segurando seus cabelos enquanto ela colocava tudo para fora.

 

-Sai, eu já terminei.

 

Mesmo sentindo ela se irritar ainda mais, ajudei para que ficasse de pé, indo até a pia. Olhando-me com raiva pelo espelho.

 

-Já pedi pra sair.

 

Pude ouvir o som dela escovando os dentes e da descarga do banheiro sendo usada. Esperei que  saísse enfurecida do banheiro, mas o som do chuveiro me fez abrir a porta de novo. Ela não parecia estar tomando banho de verdade, mas apenas deixava o jato de água forte escorrer pelos cabelos.

 

-Me solta, sai daqui Brian.

 

Mesmo sendo empurrado com força para fora do box, continuei lá. Ela me deixou tirar a camisola que usava depois de se dar por vencida e notar que eu não sairia dali. E me deixou cuidar dela como inúmeras vezes fez comigo.

 

Karen acabou adormecendo na cama vestida com o roupão que coloquei nela antes de deita-la ali. Coloquei a roupa que tinha pegado no guarda-roupa e a ajeitando na cama, a cobrir saindo do quarto. Eu estava surtando sozinho aqui. Sem saber o que fazer e como agir com toda essa situação.

 

 

-Você sabe que eu não vou dizer nada para se sentir melhor não é Brian?

 

-Eu sei Michelle, eu só queria falar com alguém. É como se eu estivesse sozinho aqui. Ou pior, estou com alguém que não me quer por perto.

 

 

-Ela comeu hoje?

 

-Colocou tudo para fora depois. Agora estar dormindo.

 

-Se ela acorda assim de novo, eu vou busca-la pra ficar uns dias comigo e você não vai se meter nisso.Estamos entendidos?

 

-Sem duvidas, qualquer lugar é melhor do que perto de mim.

 

-Brian.

 

-Oi Mi?

 

-Eu não posso mentir, sabia que isso ia acontecer um dia. Eu te conheço bem. Mas eu ainda tinha esperança que com a Karen seria diferente. E se você tiver uma segunda chance, não estrague, por favor.

 

“E se você tiver uma segunda chance, não estrague, por favor.” Eu não tinha pensando nisso até agora: O que ela vai fazer quando acordar dessa inércia?

 

-O e se é que mata tudo.

 

-Não meu amigo, quem matou tudo foi você. Eu tenho que desligar. Qualquer coisa, se ela acordar mal, me avise.

 

-Ok, obrigado Mi.

 

-Não faço nada por você e sim por ela.

 

 

Michelle desligou o telefone sem a menor cerimônia na minha cara. Eu mereço isso, ninguém mais do que ela sabe o que Karen está passando. E minha culpa se multiplicou por duas agora.

 

 

POV’S KAREN

Passei esses três dias inteiros emersa em um mundo terrível. No qual eu não conseguia andar, pois não tinha chão. E essa é a sensação que tenho, como se o meu chão tivesse se rachado de tal forma que não tem como andar. Minha segurança não existe mais.

 

Eu olhava para Brian e tudo que sentia era vontade de chorar. Eu conseguia parar por uns minutos e viajar em pensamentos, mas era ele de alguma forma atrair minha atenção, me lembrar de que estava deitado me olhando e elas jorravam sem muito esforço.

 

O pior de tudo era a sensação de Deja Vu e a conclusão: o homem que amo e com certeza o que mais vou amar na vida me traiu como todos os outros. E o pior de tudo é a voz de minha mãe, de Junior e de todas as pessoas que me alertaram de certa forma para problemas como esse soando alto na minha cabeça.

 

“Quando ele quebrar seu coração, te afundar em sofrimento e humilhação você vai entender o que te digo.”

Senti um aperto no coração ao ouvir nitidamente a voz e as palavras de mamãe em minha cabeça. E admitir que ela estava certa ao dizer isso era vergonhoso e desesperador para mim.

 

“Homens como o Brian, com vidas como a dele não são para mulheres como você. Você foi criada para ser independente e bem sucedida. Para ditar as regras da sua vida. Ele já tem uma vida moldada, você quem terá que mudar para se encaixar nela.”

 

Era como se eu conseguisse reviver exatamente o clima pesado daquele quarto com essa conversa. E ela estava certa o tempo inteiro. Penso em quanta coisa eu mudei na minha vida por ele. Mudei de país, abandonei uma possível carreira e um negocio próprio. Minha família, meus amigos, meu lugar seguro, tudo por ele.

 

 

Sendo obrigada a aceitar ser cuidada, pois não conseguia fazer nada além de querer sumir. Fui aos poucos digerindo tudo e decidindo que essa não sou eu. Acho que o sono depois de ter colocado tudo que tinha comido para fora me renovou de algum jeito.

 

Ignorei o fato de Brian ter adormecido me abraçando pela cintura e levantei da cama disposta a sai desse casulo em que me enfiei. Essa pessoa depressiva definitivamente era um resto de mim. Minha imagem refletida no espelho me deixou irritada. Eu não sou esse tipo de mulher, fraca, deprimida, vulnerável, indefesa. Que coloca o amor por um homem acima de si mesma.

 

Enfiei-me em baixo do chuveiro tomando banho como se pudesse tirar tudo de ruim que sentia e pensava com apenas água e sabonete. De uma forma impressionante, os minutos no banho foram suficientes para me fazer tomar decisões e prioridades a serem assumidas assim que eu saísse dali. Senti-me renovada com isso, saindo para o quarto com um pouco de disposição.

 

Coloquei um vestido qualquer e desci para comer, fazendo tudo com uma calma que estava me deixando surpresa. Não era de longe o caco humano que me tornei nos últimos dias, mais ainda estava tomada pela melancolia e decepção. Sim, talvez essa seja a melhor palavra para descrever essa situação.

 

Pinkly tinha entrado na cozinha e estava com aquela carinha de pidona deitada na porta olhando para mim. A peguei no colo e coloquei sentada na bancada da cozinha e ela assistia com a mesma carinha enquanto eu terminava de comer.

 

-Mamãe te abandonou né amore?Hum?

 

Tive que sorri quando ela virou de barriga para mim, sabendo que eu ia alisar. Depois de cuidar de tudo na cozinha a coloquei no chão e fomos para o escritório. Ficando comigo pelas horas que passei ali dentro. Minhas prioridades estavam começando a ser colocadas em pratica.

 

Sai de lá para a sala no exato momento em que Brian terminava de descer as escadas. Paralisando no lugar ao olhar para mim, nitidamente desconcertado. Eu deveria sentir algo, mas nada me atingiu.

 

-Eu liguei para os rapazes e eles estão vindo para cá daqui à uma hora. Tenho que mostrar a vocês tudo que planejei para o show de Vegas.

 

-Karen, acho melhor deixar isso para amanhã e...

 

-Eu não perguntei sua opinião, estou apenas te informando o que decidi.

 

A cara de desconcertado dele só aumento com minha forma rude. O que ele queria?Isso é apenas o mínimo perto do que eu estava disposta a fazer.

 

Como já era quase 13h00min e com certeza eles sairiam de casa sem comer nada para vim para cá, resolvi  inventar algo para comer na cozinha. Lembrando-me que preciso lembrar a senhorita Mi Dibenedetto que o período da Giulia ficar com ela estava acabando. Contando os dias para passar a comer dignamente. Eu até que estava conseguindo me virar bem cozinhando. Mas Gi é Gi, a melhor de todas.

 

-Tia suie.

 

Quase não acreditei ao ouvir a vozinha que ecoava pela cozinha. Virando e sorrindo ao ver o Owen nos braços de Matt. Por um minuto aquele sorriso foi capaz de me fazer feliz de verdade. Limpei as mãos na toalha pegando ele e enchendo de beijo e abraço apertado.

 

-Há dias ele pede para ter ver. Espero que não tenha problema já que é uma reunião de trabalho.

 

-De jeito nenhum. Eu tava morrendo de saudades dessas bochechas de covinhas lindas.

 

A risada dele era gostosa, me estimulando a continuar cheirando seu pescoço, o que lhe causa cócegas. Owen foi para a sala com o pai e logo foi a vez de Johnny aparecer sorridente na cozinha. Trazendo-me uma caixa de chocolates com recheios diferentes. Era chocolate suíço acho, mas a fofura é o que importa.

 

Johnny saiu da cozinha e mesmo virada para o fogão notei que alguém tinha entrado. Virei achando que encontraria Arin ou talvez Zacky, mas não, era Brian.E me irritou profundamente o fato dele ter ficado parado na porta me observando terminar o que estava fazendo.

 

-Algum problema Brian?

 

-Você está bem?

 

-Vou ter que ficar.

 

Respondi com tanta frieza que isso deve tê-lo feito notar que não era bem vindo ali, saindo calado. Não demorou uma hora e minha sala de jantar que nunca tinha sido usada antes virou uma baderna só.

 

E mais uma vez concluo que eles têm o dom de melhorar meu dia não importa o que aconteça. Eu consegui ri, ri de todas as besteiras de Johnny, das merdas que o Dan resolveu ressuscitar e tudo mais. A risada fofa de Owen era  um motivo a mais para me fazer ri.

 

-Então meus caros homens barbados e um pequeno pingo de gente. Agora que todos estão devidamente alimentados, precisamos trabalhar.

 

-Opa, vamos lá. -Zacky foi o primeiro a se pronunciar, levantando todo animado da mesa.

 

-Espera um pouco Bacon feliz. Antes, tenho uma missão para vocês. -Apontei para a mesa de jantar. -Arin e Dan tiram os pratos e talheres, Johnny e Jay as panelas e travessas, e você senhor Baker e o Brian vão lavar a louça. Podem deixar que eu mesma guardo depois que secarem.

 

-E o Matt? –Indagou Johnny com cara de injustiçado.

 

-Vai dar um banho no filho dele que se sujou todo de comida. Vamos, vamos logo.

 

Comecei a bater palmas e dando ordem para eles, rindo com os protestos. Levei Matt até um quarto de hospedes e ele jurou que conseguia se virar sozinho cuidando do Owen. Sorri ao ouvir as vozes animadas deles sem nem ter chegado a sala ainda.Era como reviver os almoços de domingo que papai adorava dar e ver a casa cheia.Me deu nostalgia ao lembrar disso.E mesmo entrando no escritório e fechando a porta,conseguia ouvir tudo.

 

-Oi Jay. Já acabou com a louça?Vou lá vê hein?!

 

Em vez de ri da minha piada Jason me puxou para um abraço, fazendo a rocha que construir quando acordei se rachar um pouco. Mas eu precisava daquele abraço.

 

-Você não me engana com esse bom humor todo. Eu já ti vi em uma situação como essa a menos de um ano e é a mesma mascara que você usou quando chegou aqui. Fingindo que estava tudo bem. Mas agora eu te conheço Luna e sei muito bem que tudo é capa.

 

-Mas essa mascara vai ter que funcionar Jay. Pelo menos até eu terminar todo trabalho que tenho para as próximas semanas.

 

-Ok.E saiba que eu vou estar lá quando essa mascara cair e você cair junto com ela.

 

-Obrigada Jay, obrigada meu amigo.

 

Os outros entraram no escritório a tempo de verem Jason beijando minha testa. O clima ficou estranho por isso, mas tratei de acabar logo com ele.

 

-Todos sentem onde acharem melhor e se preparem para o show.

 

Fechei as cortinas e liguei o data-show, projetando em uma das paredes. Foi de ultima hora, mas consegui fazer um mini-projeto com desenhos e fotos do que pretendia fazer com o palco no show. Tive que acabar logo, pois Owen choramingava com medo do escuro.

 

-Mas como vamos colocar duas barras de pole dance no meio do palco sweet?

 

-Não se preocupe com isso Hero, tenho tudo sobre controle. Serão 10 homens, cinco para cada barra.

 

-Mas vão montar isso quando?No meio do show?

 

-Não Arin. No final na verdade. Pensei em algo assim. Vocês finalizam o show teoricamente e saem. Eles terão no máximo cinco minutos para montar as barras. E quando o “scream” da Val ecoar as luzes serão acessas e vocês tocam a música.

 

-Caraca! Você é foda Ká. Eu amei tudo até agora.

 

-Obrigada Jojo, obrigada mesmo.

 

Bati na mão que ele estendia para mim e engraçado foi que Owen levantou a dele também para que eu batesse. Arrancando risadas de todos na sala menos de Brian que continuou calado.

 

-Então Jay e Dan? Como rodies, acham complicado demais?

 

-Aparentemente você cuidou dos mínimos detalhes. Não vejo problema nenhum, nem acho que vá comprometer a estrutura que já existe.

 

-Concordo com o Jason Ká. Mas e as outras dançarinas que você mencionou antes?Vão dançar aonde?

 

-Lembra-se da passarela que foi montada atrás da bateria no palco do Live in LBC Dan? É a mesma coisa que pensei para esse. Com a ajuda do Thor consegui contatar a mesma empresa que fez a montagem na gravação em Long Beach e eles começam a fazer a montagem dois dias antes do show.

 

-Nós vamos ensaiar com elas?-Todos olharam para ele. -Que foi gente? Não perguntei nada demais.

 

As piadas em cima do Zacky foram automáticas por causa da pergunta e eu só fazia ri da cara dele. Dan dizia que ele queria saber disso já para dar em cima de uma das meninas. E Johnny apostou o mesmo, apoiando o amigo que era o solteiro da banda e podia fazer isso.

 

-Não sei ainda Bacon. Elas vão passar a semana toda tendo aula de pole e dança com a Jenni , uma professora que conheci lá em Miami.E ainda vai me ajudar a fazer a coreografia que elas vão dançar no show.Se tudo estiver pronto até o dia de vocês ensaiarem,podemos fazer um juntos.

 

-Quem são elas Karen?Todas profissionais de pole dance? Só estou curioso e não com segundas intenções.

 

-Tudo bem Arin, em você eu acredito.

 

-Fui ofendido agora.

 

-Deixa de drama Zacky, tu sabes que eu te amo também.

 

Soltei beijo para ele disposta a continuar a conversa.

 

-Elas são sete: Cinco são dançarinas, algumas de boates e etc. As outras duas são profissionais de pole mesmo. Jenni e uma aluna dela que já fez turnê dançado com bandas como a Motörhead por exemplo. Dani alguma coisa, não vou lembra agora. Tentei achar alguém que pudesse me dar os nomes das meninas que dançaram na gravação ou que fizeram shows com vocês, mas ninguém quis me dar. Achei estranho isso.

 

-Isso é por quê sabem q...

 

O tapa que Jason deu em Johnny doeu em mim.

 

-Sabem que?

 

-Nada Karen, Jonathan tem problemas mentais.

 

-Hum...sei bem que problemas são esses Dan.Isso não importa,já dei um jeito em tudo.

 

Eles começaram a falar não sei o que relacionado a fazer show em Vegas e eu parei para olhar Brian que parecia fora da terra. Olhando para o copo que segurava, totalmente alheio a conversa.

 

-E você Gates?Tem alguma pergunta?Duvida?

 

Os olhares iam de mim para ele e a tensão na sala era palpável a cada segundo que ele demorava para responder.

 

-Hum?Não, não. Não tenho duvida nenhuma. Você cuidou muito bem dos mínimos detalhes, está tudo bem por mim.

 

-Ok então. Eu vou para Vegas amanhã de manhã e vou aproveitar para fazer as aulas junto com as dançarinas. Estou precisando disso um pouco. Além de cuidar de tudo é claro. Esse é o cronograma da semana.

 

Entreguei a Johnny que pegou uma folha e passou adiante, tendo que dar uma folha a Owen que insistia em puxar a da mão do pai.

 

-Zacky e Matt viajam as 23h00min da quarta-feira, Brian e Arin na quinta as 07h00min da manhã. Dan e Johnny vão junto com parte da equipe técnica na quinta as 16h00minh

 

-E eu Luna Linda?

 

-Você vai comigo amanhã. Algum problema com isso Jay?

 

-Claro que não. Vou viajar com a melhor companhia.

 

-Então é isso guys. Acabamos a reunião.

 

Os rapazes foram para o jardim conversar e beber provavelmente e eu peguei Owen no colo, deitando no sofá com ele para assistir desenho. Eu acabei me empolgando mais que ele, que acabou adormecendo em cima de mim. Já era fim de tarde quando fui obrigada a entrega-lo a Matt sem que acordasse, eles estavam indo embora.

 

De todos os abraços o de Arin foi o mais consolador, ainda mais com as palavras que vieram junto.

 

-Vai ficar tudo bem Ká, acredite nisso.

 

-Espero que sim Arin, espero que sim.

 

Voltei a deitar no sofá me sentindo tão cansada que nem sei por quê exatamente. Me incomodando quando Brian sentou perto do meu pé.

 

 

-Você pode fazer um favor para mim?

 

-Claro que sim.

 

-Leva o Audi para fazer revisão e lavagem na oficina? Eu ia fazer isso durante o fim de semana, mas nada saiu como planejei e quando voltar de Vegas vou viajar com Zacky para New York.

 

-Levo sim.

 

-Obrigada.

 

Levantei do sofá disposta a ir dormir, mas Brian segurou meu braço.

 

-O que foi?

 

Ele não falou nada, só me olhava com uma cara que eu deveria senti pena, mas ele não merece isso. Como ele continuou calado, puxei meu braço e subi para o quarto. Trancando a porta e pouco me importando onde ele dormiria essa noite.

 

...

 

Para começar o dia com uma situação desagradável, Brian estava na cozinha quando desci para comer algo.E mais uma vez ele me olhava apreensivo,me provando o quanto minha decisão de frieza estava funcionando.Levantei da cadeira disposta a subir e pegar minhas malas,mas ele parou na porta impedindo minha passagem.

 

-Como nós estamos Karen?

 

-Nós eu não sei. Mas eu estou indo para Las Vegas hoje. Disposta a fazer muito bem o trabalho para o qual fui contratada.

 

Ele deu espaço e eu passei indo direto para o quarto. Se não fosse o peso e o meu cansaço fora do normal, não teria aceitado sua ajuda para levar as malas até o táxi que me esperava.

 

-Obrigada pela ajuda.

 

Brian me pegou de surpresa ao me puxar para um abraço antes que entrasse no carro. Não correspondi, mas também não me afastei dele até que ele fez isso.

 

-Até mais Gates.

Bati a porta ainda confusa com o que tinha acabado de acontecer. E a rocha foi se ruindo a cada metro que o carro ficava distante de casa. Não demoraria a cair.

 

...

 

A viagem foi tranquila e rápida, pelo menos pelo período que fiquei acordada. Jason dormiu assim que decolamos e só acordo quando a chegada ao McCarran - Las Vegas International Airport foi anunciada pelo piloto.

 

Pegamos as malas e fomos para a entrada do aeroporto pegar o carro que a produtora que contratou a banda estava disponibilizando como parte do contrato. Ao passar pela porta me maravilhei com a vista. Jason percebeu isso, vindo me abraçar de lado e fazer as honras.

 

-Bem-vinda a Las Vegas Luna Linda. A cidade que nunca dorme e onde tudo pode acontecer minha querida, tudo.

 


Notas Finais


EU não sei o que dizer.Alias sei sim:QUE MERDA FOI ESSA BRIAN HANEEEEER?
Quem vai para HB comigo?E agora?Karen vai perdoar MAIS um chifre gente?
Desculpem pelos comentários que AINDA não respondi. Ta tão corrida minha vida,e estou dando prioridade a escrever.
É ISSO.COMENTEEEEM PELO AMOR DE BRIAN!!!hahah


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