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História The new Robin Hood - Benz


Escrita por: Syre

Capítulo 8 - Benz


E se eu levasse um tiro? Seria uma dor agonizante, mas com mais de um eu poderia conseguir um alivio. Dizem que a gente para de sentir dor quando está morrendo e outros acreditam que um filme de toda nossa vida passa diante de nossos olhos. Entretanto, quem contou isso a eles? Nunca vi um homem quase morto dizer que está assistindo um filme de sua vida. 

Eu queria levar um tiro agora, eu nunca tive uma bala cravada na minha carne, pois raspão não conta.  A dor é tão forte ao ponto de me fazer vomitar? É nojento, mas eu tenho essa curiosidade. Porque eu me lembro de quase morrer e nenhum filme passou na minha cabeça, a minha dor não foi embora. Ela ainda está aqui, em forma de cicatriz.

As minhas mãos estão manchadas de sangue, assim como meu dente. E mais sangue suja todo o meu uniforme quando eu cravo uma faca na barriga do cara. Sua mão congela no ar e ele olha confuso para o cabo da faca que está para fora. Ele segura, mas hesita. Talvez com medo de puxar e ver seu sangue sujar o piso branco.

— Está sentindo dor? — Pergunto limpando todo o sangue de meu nariz e lábios com o braço. Eu tenho quase certeza de que o meu nariz está quebrado, mas eu não tenho coragem o suficiente para tocar nele.

— Me ajuda. — Ele gagueja mal conseguindo respirar, tenho uma leve impressão de que até respirar o faz sentir dor.

— Cara, essa porra está doendo? Eu estou fazendo uma pesquisa aqui e você é o único que ainda não respondeu. Se você me disser que está passando um filme da vida na sua cabeça te dou dez dólares. — O homem ainda segura o cabo, o sangue expirando para todo lado. Ele me encara como se eu fosse louco e olha para trás de mim, onde mais três homens estão caídos.

Suspiro dramaticamente, removendo a lamina de sua barriga. Ele serra os dentes para não gritar e cai no chão. Pego o blazer de outro homem e pressiono sua mão firme contra o ferimento.

— Obrigado pela resposta. A ambulância vai chegar em uma hora no máximo, então continue forte. — Empurro os dez dólares para o bolso de suas calças.

Essa hora do campeonato a bomba já explodiu e eu tenho a visão do cofre recheado. Empurro as joias para dentro da mala e algumas notas chamuscadas.

— Você tem dois minutos para sair daí. Um e cinquenta e nove agora. — A voz de Sam invade o meu ponto.

— Sammy, vai se foder com toda essa precisão.

Fecho a mala. O vidro já apresenta um buraco imenso que eu fiz. Me sento no meio da janela, sentindo o vento fresco da noite balançar a minha capa.

— Espelhe a câmera três. — Ordeno.

— Concluído.

Aperto um botão no cinto, rezando para que os meus cálculos deem certo. As garras do cabo se prendem a algo no prédio dois andares abaixo deste que estou, puxo o cabo checando se o apoio suportara o meu peso.

— Advinha quem eu vi hoje? — Formiga entra na linha, dava para ouvir os barulhos de tiro e os personagens gritando em seu jogo de vídeo game.

— Ninguém se importa. — Encaixo o arco especial no cabo, mordo firme a alça da mala e seguro os lados do arco.

— Dez segundos. Estou vendo pela câmera, falta só mais um andar para eles chegarem aí. — Olho para baixo uma última vez vendo a altura que eu irei cair se tudo desse errado. Respiro fundo uma última vez.

— Exatamente, a menina Lenz. Ela estava toda gostosa e suada na academia... — Formiga ignora a ansiedade na voz de Sam e continua a contar sobre seu dia a dia.

Ouço um barulho de fechadura, quando eles tentam abrir a porta bloqueada por mesas e cadeiras e uma estante de livro jogada. Pressiono minhas botas contra o vidro e me jogo, sentindo o coração bater forte e o sangue gelar enquanto a queda começa. Os meus dedos machucados sofrem um pouco para aguentar a força do vento. O prédio fica cada vez mais próximo. Até que eu rolo, caindo sobre o chão firme. Sorrindo, beijo o piso.

— Obrigado. — Sussurro ofegante, com o rosto pressionado no chão.

— De nada. Eu sabia que você iria gostar do presente.

— O que?

— A foto que eu te enviei.

— Que foto? — Pergunto me recompondo. O terraço está rodeado por flores de todos os tipos e seu cheiro invade minhas narinas de uma forma enjoativa. Me troco na sombra de uma árvore, tenho cuidado para limpar qualquer resquício de sangue e pego um girassol antes de descer.

— De Alyss se trocando no vestuário feminino. — Congelo na escada.

— Cara, qual é a porra do seu problema?

— Te peguei! — Formiga diz rindo para caralho, sua risada é como a tosse de um cachorro com pneumonia.

Aliso o terno e respiro fundo, descendo as escadas sem pressa. Essa hora Sam já teria desligado a câmera do elevador, então aperto o botão e espero enquanto o elevador sobe. Chegando na garagem aceno para o segurança e ele sorri para mim.

— Como estão indo as vendas, senhor?

— Os clientes de hoje em dia são muito exigentes. Amanhã vamos ver outro lugar.

— Então acho que você vai precisar de boa sorte.

— Acho que boa noite é o suficiente. — O homem alto abre um largo sorriso.

— Boa noite!

— Boa noite... - Lei o nome em seu crachá. - Cameron.

O carro da polícia entra no estacionamento com as sirenes ligadas fazendo o maior barulho, entro em meu carro calmamente e dou partida. Eu preciso de férias.

(...)

Sam joga um bolo de notas chamuscadas sobre a mesa. Não estava tão ruim.

— Da próxima vez vê se me ouve. Seu objetivo é machucar o menor número de pessoas possíveis e sair com a grana. Você levou vinte minutos a mais do que deveria, além de ter deixado os seguranças machucados gravemente.

— Relaxa.

— Cara, você está indo para o lado que todos desejavam. Está perdendo a razão.

— Foi só hoje, relaxa.

— Eu estou relaxado, mas você não parecia. Que papo doido era aquele de pesquisa?

— Nem tudo é da sua conta. — Lembro a ele. Ele parecia ter se esquecido disso ultimamente.

— Quando diz respeito ao Robin, é.

— Diz respeito a mim. — Esbarro meu ombro no seu atravessando o barco para pegar meu celular.

— Alyss não merece um cara tão babaca. Ela sabe o que você já fez?

— É algo que não diz respeito a ela. Então significa que é da minha conta, não dela.

— Não perca a sua humanidade. Não outra vez. — Sam suspira tocando o meu ombro e subindo as escadas do barco.

Cerro os dentes jogando a grana e joias em uma mochila e jogo em cima de Formiga que está jogado no sofá se divertindo com algo em seu celular. Ele pega a mochila no ar, colocando-a nas costas.

Formiga é muito importante nessa próxima etapa. Ele conhece um cara que paga o preço verdadeiro por joias ilegais, quando outros tendiam a diminuir o lance por ser crime. Depois disso Formiga distribuía o dinheiro para as pessoas em nossa lista. Se resumia a ajudar creches na parte mais pobre da cidade, compras de cestas básica para distribuir ao povo, roupas, entre outras coisas.

Ele sobe as escadas para se despedir de Sam e eu troco o terno por um casaco, jeans e um boné.

Verifico o celular e tem duas mensagens. Um bom dia ignorado de minha mãe e Alyss me convidando para jogar em seu apartamento. Ela explica que o irmão do meio está na cidade, sua noiva está visitando a família na cidade e ele pretende passar dois dias com a irmã.

Antes de sair ouço Formiga agradecendo Sam por apagar a mensagem que ele tinha enviado da minha caixa de mensagens. E agradeço por não tem uma flecha em mãos para enfiar em seu rabo. Eu não queria ter que ouvir mais meia hora de sermão.

(...)

— Cala a boca. — Digo afastando a mão de Alyss de meu dinheiro. Eu era o banco e ela queria mandar nas minhas estratégias.

— Ei, cala a boca você! — Ivy rebate irritada.

— Os namoradinhos estão brigando. — Aidan tira sarro de nós, rindo enquanto joga os dados. Sua irmã oferece um belo tapa em sua cabeça. — Eu posso revidar!

— Aham. — Alyss finge lixar as unhas, dando zero importância a sua ameaça.

— Eu poderia bater nele por manda você calar a boca. Você é a minha irmãzinha!

— Pode bater. — Alyss disse sem hesitar. Faço a minha melhor cara de pânico.

— Ei!

— Merda, você me conhece bem. — Aidan suspira, fingindo estar cabisbaixo.

— Primeiro policial que eu conheço que não tira proveito de seu título. Parabéns, irmão, estou orgulhoso. — Thomas aperta o ombro da versão masculina de Alyss.

— Primeiro homem que eu conheço que faz propaganda de shampoo feminino. — Aidan balança a cabeça como uma diva e Thomas bate os seus, tornando aquilo uma disputa. — Príncipe da Pérsia, eu te pegaria se eu não fosse homem.

— Você é? Pensei que tinha deixado de ser quando parou de dar aquelas incríveis festas para ficar vendo filme romântico como uma garotinha.

— Netflix. Não é uma obra dos deuses? — Aidan lança um sorrisinho sugestivo para mim.

Todo mundo sabe o que assistir Netflix com uma mulher significa. Isso faz seu sorriso diminuir aos poucos, quando ele pensa que eu poderia estar fazendo o mesmo com sua irmã.

— Ah, não! — Alyss se lamenta antes mesmo que seu irmão comece. Olho para Thomas tentando entender, mas ele apenas dá de ombros e anda sua peça duas casas no tabuleiro, tendo que pagar para Alyss.

— Vocês estão se prevenindo?

— Aidan!

— É um assunto sério, Alyss. — Como viu que sua irmã estava envergonhada demais para responder ele olhou para mim. Não tinha qualquer sinal de brincadeira em seu rosto. — Vocês estão transando​ com camisinha?

— Nós não estamos transando. — Digo.

— Aham, e o Homem de Ferro existe. É uma conversa de homem para homem, então não venha mentir olhando nos meus olhos. — Olho para Alyss em busca de ajudas, pois não sei se o cara está dizendo a verdade ou apenas tirando um sarro com a minha cara.

— Não está acontecendo, Aidan! Quer oferecer uma camisinha para nós também? Não torne a merda de uma noite de jogos constrangedora.

— Se for necessário, basta me pedir. — Ele arranca uma camisinha da carteira e balança no ar. — Não está rolando porquê? Ele estava andando sem camisa quando cheguei.

— Uau! Eu não sabia que estava escrito "Estou dormindo com a sua irmã" no tanquinho dele.

— Estava escrito um pouco mais para cima, mas era nos olhos de vocês dois. Se não me engano dizia estou afim dele e vice versa.

— Ler cartas eu já conhecia, mas ler olhos? Você tem um talento e tanto.

— Eu odeio atrapalhar vocês dois, mas você acabou de falir. — Anuncio, querendo sair dessa conversa constrangedora.

Alyss olha para os jeans, onde as notas de mentira costumavam a estar. Ela choraminga e sobe para o sofá que foi nomeado de O canto dos perdedores por Thomas.

— Hmm, esse olhar. — Aidan estala a língua no céu da boca e pisca para mim. Me deixo rir, aquele cara superava as expectativas. Alyss tem sorte de ter um irmão tão descontraído, bem humorado e que acima de tudo prezada por sua segurança.

— Toda essa conversa foi interessante. Mas é melhor se concentrarem no jogo. É hora de perderem. — Avanço seis casas, aumentando a minha torre. Thomas já está quase falindo.

— Como diriam os jovens de hoje: O seu crush é competidor. — Aidan provoca. Alyss suspira e se levanta para preparar o quarto de hospedes para o irmão. Antes de desaparecer no corredor ela diz "Você não pode assassinar seu próprio irmão, Alyss. Relaxe." — Jalyss? Austin? Não, isso é nome de gente. Que tal, Benz? É uma junção de Bieber com Lenz. Eu juro que vou conseguir shippar vocês até o final do dia.

(...)

Benz? Eu estou no quarto ao lado, eu juro que se ouvir qualquer barulho eu mato vocês. — O cara não estava brincando.

— Eu acho que já posso morrer de vergonha agora. Faça um belo enterro em minha homenagem. — Grita Alyss.

— Você é um cara legal, Aidan. Prometo não peidar tão barulhento.

— Eca! Não ouse peidar no meu cobertor. — Ela me empurra e eu puxo seu cobertor um pouco mais para mim.

Benz está compartilhando intimidade, que fofo.

— Aidan, vai se foder! — Alyss taca a almofada na porta que fecha. Aidan ri no corredor até se cansar e ir dormir.

Fecho os olhos me preparando para fazer o mesmo, mas uma dor forte atinge não somente o meu nariz como todo o meu rosto.

— Aí! Não toca. — Afasto a mão de Alyss de mim.

— O que aconteceu com o seu nariz? Parece que está quebrado.

— Aham, deixa ele como está. — Me viro para o outro lado, ela se inclina sobre mim olhando meu rosto.

— Você tem quer ir ao médico. Não está sentindo dor?

— Um pouco. Agora vamos dormir, não precisa se preocupar comigo.

— Por que não? Eu sou sua amiga.

— Você não pode fazer tempestade em um copo d'água toda vez que me ver machucado, isso acontece com certa constância. Então, relaxa.

— Você vive mandando as pessoas relaxarem. Que tal você fazer isso um pouco e me deixa cuidar de você?

— Alyss, pela milésima vez. Eu aprecio sua preocupação. Mas não preciso que você fique se metendo nas minhas coisas, não preciso que ninguém faça isso além de mim.

— Você ficou estressado de uma hora para outra. Alguma coisa aconteceu? Quer desabafar?

— Eu só estou cansado. Me deixa dormir.

— Tudo bem. — Ela se vira e leva o cobertor até a cabeça.

— Ah, qual é Ivy?

— Nós estamos sempre conversando sobre mim. E por mais que eu tente você nunca se abre! — Fico calado porque ela não está errada. Talvez eu tenha algum problema com relação a isso. Sempre fui melhor ouvinte do que locutor. O meu silêncio faz Alyss continuar falando. — Quais são os seus medos? O que te leva a estar deitado na minha cama agora? Você sente falta da sua família? O que você não gosta? Você está saindo com alguém? Apenas diga alguma maldita coisa!

— Tenho medo de perder pessoas que eu amo, eu não lido muito bem com essa possibilidade. Sinto falta da minha mãe. Não gosto que se metam nos meus assuntos. Estou na sua cama agora porque o meu apartamento é muito longe. Eu levei uma mulher para casa ontem. Satisfeita?

— Eu vou aceitar isto por enquanto, mas espero que você se sinta confortável para compartilhar coisas comigo e desabafar. Eu sou sua amiga e estarei sempre aqui.

— Sonhe com os anjos.

— Você também. — Naquela noite eu sonhei que eu era jogado contra o chão e preso pela polícia na garagem. Cameron se aproximou de mim parecendo decepcionado e atirou na minha cabeça. Depois disso não consegui dormir.

(...)

Cinco horas da manhã, eu ainda estou suando. O corpo de Alyss está sobre o meu sempre que me dou conta, não importa quantas vezes eu a empurre para o lado. Decido levantar e tomar um banho. Embaixo da porta do quarto tem um pacote metálico e isso me faz rir. Aidan empurrou uma camisinha por debaixo da porta antes de ir dormir. Deixo a camisinha no mesmo lugar, Alyss vai surtar amanhã.

Desta vez estou preparado, trouxe comigo uma toalha, escova de dentes e um par de cuecas limpas. A luz do banheiro quase me cega, refletida nos pisos brancos. Removo a minha camiseta e cueca e olho no espelho as cicatrizes espalhadas por meu corpo. Meu rosto também não é o mais bonito, uma cicatriz vem da minha testa até uma das sobrancelhas. E meu nariz antes perfeito está um pouco torto. Não é tão ruim como Alyss disse, só é possível notar quando olha para ele com muita atenção.

Ligo a água gelada e entro embaixo. Um pouco de sangue faz o caminho ao ralo. Encosto a cabeça na parede, o jato de água faz doer todos os meus cortes. E o engraçado foi que eu apanhei porque eu desejava. Queria sentir dor. Queria me sentir punido. Mas porquê?

Alyss não merece um cara tão babaca. — A voz de Sam sussurra em meu ouvido.

Ela é sua vítima, você deveria se afastar. — Fecho os olhos ao ouvir aquela voz na minha cabeça.

Eu não quero estragar a vida dela. Mas como eu posso esquecer daqueles beijos? Como posso fingir que ela não pressiona a bunda contra o meu pau toda maldita noite? Como posso ignorar que ela se importa comigo mais do que qualquer pessoa já se importou? Até mais do eu.

Você coloca todos em risco e só liga para o próprio umbigo. Você é um egoísta de merda. — Ela me acusa.

Ela não mentiu.

— Você não vai arruinar a vida dela. — Sussurro para mim mesmo. — Você vai parar desejá-la. Ela não merece guardar o seu segredo pela vida toda.

Respiro fundo me recompondo. Às vezes precisamos conversar consigo mesmo em voz alta, para que certas coisas entre em nossa cabeça de merda.

— Eu não acredito que Aidan fez aqu... — Sou pego de surpresa quando Alyss entra no banheiro esfregando os olhos. Ela ergue os olhos quando ouve o barulho de água caindo e suas palavras se perdem antes que eu possa me cobrir.

A água parece fria demais enquanto eu protejo o meu pau dos olhos de Alyss. Ela abre um pouco a boca e seus olhos se arregalam, mas ela não se move.

— Alyss, será que dá para você sair logo? — O sorriso malicioso está em meu rosto. Desculpa, é natural.

— Eu já... vou? — Ela caminha para porta, mas para olhando para mim ainda desnorteada.

— Isso é uma pergunta para mim? — Ela abre a boca tentando rebater, mas está chocada demais para encontrar as palavras. — Alyss, se você não sair eu não vou poder pegar a toalha. Mas se você quiser tirar proveito da situação pode tomar banho comigo.

— Vai se foder. — Alyss ergue o dedo para mim, saindo do banheiro de pressa.

Enrolo a toalha na cintura e caminho para o quarto.

— Você já viu um pênis? Não é por nada, mas você ficou boquiaberta. E isso só significa que você nunca viu um ou me acha muito gostoso.

— Para a sua informação, eu não sou virgem e também não achei você gostoso merda nenhuma. Agora vai tomar seu banho e para de encher o meu saco. — Ela se deitou na cama, cobrindo todo o corpo. Sorri ao notar um detalhe.

Ligo a luz: — Pera aí. Você está corada? Minha Ivy está com vergonha? Awn, que fofo.

— Eu prometi não te bater muito forte, mas estou prestes a quebrar minha própria promessa se você não calar a boca! — Ela se senta, parecendo um tanto inquieta.

— Você pode bater outra coisa se quiser... — Lanço um sorriso sugestivo. Me divertindo com o fato dela ficar envergonhada quando eu dizia as palavras proibidas.

— Eu vou bater a merda da sua cabeça no chão até sangrar. — Alyss se levanta e corre atrás de mim. Seguro seus braços no ar quando ela tenta me acertar um soco.

— Eu estou apenas brincando. Alyss, para!

— Peça desculpas. — Exige aborrecida.

— Eu não vou pedir desculpas por ter nascido tão gostoso.

— Gostoso vai ser comer sua carne depois que você morrer. — Ela diz me chutando, não vai além de uma dorzinha.

— Isso foi nojento. De onde você tirou essas coisas? The Walking Dead? — Isso me faz ter uma crise de risos e Alyss fica olhando para mim até absorver a piada e começar a rir também. Nós ficamos rindo por minutos até eu parar e perceber como ela fica linda sorrindo. — Eu amo o seu sorriso.

Alyss dá um passo para frente se aproximando. O seu sono havia ido para o espaço, agora olhos atentos me encaravam. Nossos rostos estavam próximos e nossos movimentos eram sincronizados. Não foi atitude dela me beijar e nem minha. Foram os dois. Sentir os lábios dela pressionado ao meu foi como enxergar depois de passar meses sem óculos.

O desejo era recíproco, dessa vez não tinha nada que pudesse nos impedir. Encosto Alyss na cama, pressionando o quadril contra o dela. Ela suspira, apertando a minha bunda sobre a toalha. Aperto seus seios, sentindo o bico duro por entre a camiseta de algodão. Ela mordeu meus lábios, entrelaçando as pernas em minha cintura para que pudesse sentir minha excitação. Eu mal consigo acreditar que isso está realmente acontecendo, então pretendo fazer valer a pena. Quero que ela se lembre de cada segundo.

Deslizo a mão por debaixo de sua camiseta, sentindo a pele macia de sua barriga até que minhas mãos possam alcançar...

Um celular começa a tocar, mas isso não me fez parar. Alyss me empurra para que possa alcançar o pequeno interruptor de fodas na mesinha de cabeceira.

— Deixa essa merda tocar. — Deslizo o nariz por seu pescoço cheiroso e mordisco sua pele, assistindo seu corpo arrepiar. Ela me empurra de novo, seu rosto está sério agora.

— É o toque de Aidan.

— Sério que ele está no quarto ao lado querendo nos atrapalhar? — Alyss pressiona o dedo em meus lábios para que eu fique quieto, mordo seu dedo e ela recua a mão olhando para a unha feita. Suspiro me levantando.

— Calma. O que aconteceu? Fala devagar, Aid. — Os olhos de Alyss se arregalam, mas eu podia ver ela se esforçando para a voz parecer calma. Algo estava errado.

— Algum problema? — Alyss me ignora, ouvindo atentamente a voz no outro lado da linha. Suas mãos tremulas seguram a barra de sua camiseta favorito. Ainda me entristece ver que a camiseta de seu ex-namorado passa tanta segurança.

— Você tem certeza? — A sua voz aguda devido ao pânico. Seus olhos se enchem de lagrimas enquanto ela tenta engolir o choro. Seguro sua mão firme, tentando passar segurança. — E-eu... eu sinto muito, Aidan. Muito mesmo. Eu acho que... É... Nós já estamos chegando, me espera. Por favor, fique bem. Eu te amo.

Quando Alyss abandona o celular, a seguro forte enquanto ela chora, nos meus braços ela pode desabar sem medo porque eu sempre irei ajudá-la a se recompor. O soluço de Alyss se torna o único som além da chuva forte do lado de fora. Beijo seus cabelos e esfrego seus braços, me esforçando para que ela fique bem e se sinta bem. Suas lágrimas molham meu peitoral, mas eu não me permito enxugar uma gota sequer. Ainda estou desnorteado, estava tudo indo tão bem e agora tenho uma mulher tão forte desmoronando em meus braços. Quero protegê-la de todo mal, pois eu me importo muito com ela. Agora entendo sobre o que ela estava falando. Não podemos nos privar de nos importar com as pessoas que gostamos e nem deveríamos.

Mas ela não se deixa ser vulnerável por muito tempo, logo já está enxugando as lagrimas e vestindo sua calça jeans. Eu me apresso para fazer o mesmo, sem me importar se ela está vendo a minha bunda ou não. Eu irei com ela, seja lá onde for.

— O que aconteceu? — Pergunto quando ela joga a chave da moto para mim.

— Aidan e sua noiva sofreram um acidente de carro, mas ela infelizmente não resistiu. Ele precisa de mim.

E agora entendo porque ela já estava enxugando as lágrimas. Seu irmão precisava de alguém forte ao lado e ela seria essa pessoa. Eu não poderia estar mais orgulhoso.


Notas Finais


Quero agradecer as pessoas que deixaram um comentário no capítulo anterior. Vocês tem um lugar especial em meu coração.

Por falar em coração: Me cortar o coração magoar o meu Lenz favorito. Na versão anterior eu nunca tinha dado destaque ao Aidan ou a história de vida dele, então espero que vocês gostem. Logo, logo mais um Lenz chegará na cidade. Vou dar uma dica: O nome dele começa com ''A'' haha!

Espero que vocês estejam gostando, até a próxima!
https://ask.fm/SyreIs


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