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História The Night Kingdom - O nascer do sol.


Escrita por: umpoucodtudo

Notas do Autor


boooooa noite!


eu voooltei, nem demorei vai :p


boa leitura maravilindos =*

Capítulo 26 - O nascer do sol.


A guerra havia acabado. Polis tinha sido conquistada através de muito sangue e suor. Leon estava ajoelhado perante Jack, o novo comandante da cidade. O filho de Atena segurava a língua, o tal comandante nem ao menos havia lutado na guerra. Apenas apareceu quando tudo já havia sido feito.

— Meus amigos! Não precisamos disso, eu não estou aqui para machucá-los! Muito pelo contrário, estou aqui para nos fortalecer! Para cuidar de vocês como um líder deveria fazer, não os abandonar como Lexa fez — ele diz alto e em bom som — vamos lá, levantem-se.

Aos poucos os sobreviventes começaram a se levantar. As caçadoras nem mesmo haviam se ajoelhado, já Órion havia sumido. Ninguém o viu desde que lutava em cima do seu dragão d’água. Leon demorou alguns segundos, mas se levantou e encorajou outros a fazerem o mesmo.

Jack abriu um sorriso falso e levantou os braços.

— Hoje, uma nova Polis se ergue! Uma nov...

Sua voz some no momento que a claridade do sol começa a aparecer. Todos olham para cima observando atentamente o eclipse que se desfazia aos poucos. Um grito de alegria explodiu na garganta de quase todos que ali estavam.

Jack não contava com isso, mas então resolveu improvisar.

— Até os deuses nos abençoam nessa nova era! Seremos a cidade lendária que Polis nasceu para ser!

Urros de excitação e alegria começaram tomou conta da enorme praça. Leon não participava. Olhou para o céu e lá estava o sol, contudo, não brilhava tão intensamente. O dia não estava como um belo dia de verão. Estava nublado. Como se a qualquer momento fosse cair uma tempestade.

— Tem algo errado — ele comenta com seu amigo e namorado. O rapaz concorda com um aceno. O quanto menos falassem a respeito era melhor, não sabiam com o que ou com quem estavam lidando. Entretanto, o garoto moreno de olhos negros não conseguiu segurar a pergunta:

— Acha que a comandante está por trás disso?

Leon não sabia o que responder. Lembrava das instruções de sua comandante, e confiava plenamente nela para seguir suas palavras, contudo, não sabia explicar como ela conseguiria trazer o sol de volta. Mesmo que ele não parecesse lá aquelas coisas.

— Vamos fingir que acreditamos em tudo o que ele diz, isso vai nos manter a salvo — é tudo que responde.

A primeira ordem de Jack como comandante é banir o conclave anual, além do desafio que qualquer um poderia pedir. Ele não podia arriscar perder o trono logo no começo da sua jornada. Ninguém ousou a contradizê-lo. Não quando ele possuía um exército um tanto ameaçador. Monstros e mercenários lhe guardavam as costas.

— O conselho será formado por um líder de cada clã — ele informa a multidão que cochicha — quero uma reunião em uma hora.

Com isso, o novo comandante se retira para a sua tão adorada torre. Leon era o líder do clã de Atena, após Monty ter sumido no meio de toda confusão. Seu namorado Rob era filho de Ceres e também líder de seu clã.

Surpreendentemente Archie, filho de Apolo apareceu na reunião, completamente perdido e pronto para inúmeras perguntas. No entanto, Leon lhe deu um rápido aceno negativo. O rapaz ficou confuso por um momento, mas ainda assim nada perguntou.

Jack apareceu utilizando uma réplica do manto de Lexa. O sorriso de orelha a orelha e uma postura nada condizente a um líder.

— Hoje iremos começar a semana da celebração em meu nome — ele fala deixando a maioria perplexo — os líderes dos clãs de Dionísio e Baco vão deixar tudo preparado. Não poupem nada! Quero tudo do melhor.

Ninguém falou nada, apenas concordaram. Leon respirou fundo e deu um passo a frente.

— Comandante — começa atraindo atenção do filho de Ares — devemos manter o racionamento de suprimentos? Visto que estamos desestabilizados e sem condição de assumir toda a funcionalidade da cidade. Precisamos também de uma ala médica, temos muitos feridos.

— Certo, certo, você cuida disso — Jack fala dispensando todos com um aceno. Ele estava mais interessado em aproveitar as regalias que lhe era permitida — mandem alguém me trazer uma boa refeição — diz antes de que todos saiam.

Leon levanta as sobrancelhas e olha para o namorado enquanto caminham até a saída.

— Muito bem — Archie alcança os dois e os para — qual dos dois vai me explicar que maluquice é essa?

Os meninos respiram fundo e puxam o colega para o refeitório vazio.

— É uma longa história, conversaremos a noite. Na hora da festa, assim teremos mais liberdade — Rob diz olhando ao lado, para garantir que estavam de fato sozinhos.

Outra medida que Jack adotara, foi por seus monstros infernais como guardas na torre. Os mercenários rondavam os clãs enquanto o resto circulava pela cidade como se estivessem à procura de algo.

Os três garotos decidem então cuidar dos feridos em primeiro lugar, o que era muito. Improvisaram uma tenda no clã de Apolo e Febo, assim todos podiam ajudar. E à medida que cada vez mais os semideuses iam chegando ficava claro que ninguém estava animado para uma semana de festa. Queriam apenas reconstruir a cidade que sofrerá com a batalha, além de estarem esgotados.

Jack nem mesmo fez um funeral decente a todos aqueles perderam suas vidas por conta de sua imprudência. Ou melhor, do seu exército já que ele próprio só apareceu quando a guerra já estava ganha.

Rob e seus irmãos se encarregaram de fazer o ritual, em um local bem afastado do centro da cidade. Apenas algumas pessoas compareceram. Dentre elas um garoto japonês. Deveria ter lá seus treze anos. O jovem chamou a atenção do mais velho, pela postura que exercia. Com os ombros eretos e rosto sereno ele repousava tranquilamente sua mão esquerda sobre o punhal de uma katana na bainha de seus trajes. Um kimono branco e uma hakama preta.

— Procurando alguém? — Se aproximou do garoto.

— Não, já encontrei meus pais — ele mostra com um aceno — eles morreram de maneira honrosa, seus espíritos viveram para sempre, assim como suas honras.

Rob sentiu o estomago revirar. Como um garoto tão jovem poderia estar tão conformado com a morte dos pais? Ele nem mesmo parecia abalado.

— Eu sinto muito — consegue dizer.

O menino acena, mas se afasta. O filho de Ceres achou melhor dar espaço ao garoto, sem contar que precisaria voltar. O horário já havia corrido e tinham uma festa para ir. No caso dele, um plano de resistência para formar.

Como de costume antes que as festividades começassem, Jack se levantou perante todos na praça central. Leon mal ouviu o discurso furado do filho de Ares, estava usando esse tempo para explicar as coisas a Archie, contudo sua atenção foi direcionada ao novo comandante que finalizava seu discurso:

— Essa semana festejaremos! Todos merecemos e então no raiar do sol do sétimo dia, vamos ao mundo. Tomaremos nosso lugar perante os mortais, mostraremos nossa força! Os deuses estão do nosso lado. Não precisaremos viver em mundo onde nos escondemos, seremos enfim livres. Eu sou o comandante que os guiara até uma nova Era. Todos que quiserem fazer parte dos grupos de conquista serão bem-vindos.

Ele então encerra dizendo que seus generais estariam disponíveis durante toda a semana para aceitar o alistamento daqueles que desejarem lutar por uma nova Era.

 — Lexa não nos abandonaria — Archie comenta apenas com Leon e Rob — aposto que ela tem um plano.

Os dois rapazes concordavam com o filho do deus do sol. Não haviam se quer cogitado a ideia de a comandante tê-los abandonado.

— Seja como for, precisamos garantir que Polis dure até sua volta — Leon responde sem tirar os olhos dos guardas que os observava com mais afinco — precisamos de uma maneira de nos juntarmos sem que levante suspeitas.

Ambos concordam e então Archie diz:

— Acho que tenho uma ideia.

 

 

 

***

 

 

 

Lexa não fazia ideia de por quanto tempo correram em círculo. Parece que encontrar a saída do castelo de Nix não era uma tarefa tão fácil como entrar.

— Pelo menos parece que o plano da Clarke de chamar atenção de Nix funcionou — Costia comenta enquanto andam em círculo, mais uma vez. Todos estavam aliviados por realmente ter funcionado, caso contrário Nix já estaria ali.

A comandante pragueja baixo, a voz de Clarke soa em sua mente “Você precisa ir, é a líder deles. Por isso coloquei Zeus em você, é a única que vai conseguir tirá-los daqui com vida!” Já não tinha tanta certeza assim se ela conseguiria tirá-los daquele lugar.

— Todos os deuses possuem carruagens, por que não fazemos igual a Clarke e simplesmente conjuramos uma e damos o fora pelo teto? — Bellamy diz ao se sentar em um dos cantos. Em sua cabeça isso parecia o mais racional a ser feito. O único problema era eles conseguirem acessar o poder dos deuses dentro de si. Apenas Clarke tinha experiencia com isso e nem sempre tinha êxito.

Lexa não respondeu. A ideia da carruagem era descartável, entretanto, olha para o teto infinito. Com certeza essa seria a saída. Mas como conseguiriam chegar até lá? Todos falavam ao mesmo tempo o que a estava deixando maluca.

— Eu preciso pensar por um segundo — ela diz enquanto se afasta. Acaba voltando para a sala onde haviam libertado os deuses. Se senta no centro tentando pensar. Era filha de Belona, estratégia era o seu forte. Respirou fundo para afastar o desespero. Penso em Clarke e em como ela poderia estar em perigo só para ganhar tempo enquanto ela tirava todos dali.

Se não saíssem logo, tudo ia ser em vão. Olhou para as correntes suspensas no ar e subiu os olhos até perceber que não conseguia enxergar o fim.

— É porque não tem — diz para si mesma e se levanta rápido. Corre em direção aos seus amigos — eu sei como nos tirar daqui — fala exasperada.

O grupo a segue para o cômodo onde libertaram os deuses. Ninguém queria contradizer a grande comandante, mas a ideia parecia absurda. Olharam para a corrente e depois para Lexa.

— Nós vamos sair subindo pela corrente? — Eric arrisca.

— Eu sei que parece loucura, mas acreditem, é o caminho.

Costia suspira, eles não tinham tempo para perder.

— Então vamos nessa.

Os elos das correntes eram grandes o suficiente para que conseguissem escalar. Lexa toma a dianteira, caso desse errado ela seria a primeira a saber. O resto do pessoal a segue, mesmo não tendo muita certeza do que estavam fazendo.

Quanto mais subiam, mais a escuridão se tornava densa. Em determinado ponto Lexa arriscou uma olhada para baixo e surpreendeu por não ver mais nada além de uma maciça noite sem estrelas.

— Até quando vamos subir? — Bellamy pergunta ao se agarrar com força na pesada corrente. Estava apavorado com a ideia de que pudesse cair em direção a escuridão sem fim.

— Mais alguns metros — ela responde pensativa. Não sabia ao certo qual o lado havia chegado. Era um tanto estranho a localização do castelo e a forma como funcionava. Tudo parecia irreal para um humano, até mesmo para semideuses. Ela sabia que Polis também tinha uma forma peculiar, graças a magia do poder dos deuses a cidade conseguia se entender pelo mundo todo sem se mover.

Sentiu a atmosfera começar a mudar, seja onde for que estivessem, já não era mais parte do castelo. Se perguntou se as correntes se ligavam a forma original da deusa e isso a deixou preocupada.

— Aqui está bom — diz parando.

Seus olhos percorrem ao redor. Mas mal consegue enxergar, a não ser por uma vaga mancha avermelhada no seu canto esquerdo. Algo lhe dizia que era para lá que precisariam saltar. A gravidade também era diferente no submundo.

— Não, não, não — Bellamy quase choraminga — não me diz que vamos precisar pular.

Echo tenta confortar o amigo, mas não arrisca soltar da corrente.

— Escuta, é isso ou ficarmos aqui até Nix voltar. A escolha e de vocês — sabia que não estava sendo compreensiva. Mas tudo que eles não precisavam agora era de compreensão e sim ação.

— Vamos cair no tártaro novamente? — Anya tenta enxergar algo, mas não vê nada.

— Sinceramente eu não sei — confessa a comandante.

Costia decide tomar a frente.

— Vamos em duplas. Echo e Bellamy, Raven e Anya, Monty e Harper, Lexa e eu vamos junto com Eric por primeiro.

O filho de Hipnos engole em seco. Assim como Bellamy ele não era amante de altura e achava que havia saltado muito no nada ultimamente.

— Dá próxima vamos em uma missão onde não precisamos ficar saltando na escuridão, ok? — Ele tenta descontrair e encontra o sorriso da ex ninfa como conforto.

Junto da comandante, eles saltam sem destino certo mais uma vez. A queda no terreno pedregoso não fora bonita. Lexa conseguiu rolar para o lado. Por conta da sua marca de Aquiles não sofreu nenhum corte, coisa que não se podia dizer de Costia e Eric. Ambos acabaram ganhando alguns ferimentos ao imitarem o movimento de Lexa.

Aos poucos o resto do grupo foi se juntando a eles, em sua maioria todos estavam bem, exceto por Monty que acabou quebrando o tornozelo na queda.

— Consegue andar? — Lexa se aproxima do rapaz que assente, mesmo com uma cara nada boa.

— Onde exatamente estamos? — Echo se vira para tentar reconhecer o local. Não que já estivesse alguma vez na vida no tártaro, mas tentava conciliar a imagem com a que tinham visto quando caíram pela primeira vez.

Raven acende as mãos, pois estava escuro demais para que conseguissem enxergar.

Lexa olha ao redor e também não reconhece o local, pelo menos não se parecia com o tártaro. O solo era uma mistura de areia e pedras escuras. Tão escuras que não parecia real. Se abaixou para tentar identificar e precisou se concentrar para não gritar ao perceber que aquilo era uma junção de sangue, ossos e restos mortais de corpos. Se levantou rapidamente e respirou fundo. O cheiro também não se parecia com o característico enxofre. Não, cheirava a carne em decomposição.

— Isso não parece o tártaro — Raven anda olhando ao redor.

Não existiam bolhas brotando do chão. Não existia barulho. Era simplesmente um campo aberto, com restos mortais. Pelo menos aos olhos deles. Não conseguiam enxergar um final, nem mesmo um começo. Isso era sem dúvidas um problema.

— Fiquem juntos — Lexa ordenou e desembainhou sua espada. Em sua mente se auto criticava por ter deixado Octávia, sua melhor guia embaixo da terra ter ido com Clarke. Suspira e se repreende. Clarke precisava mais dela do que eles.

O silencio deixou os sentidos de todos mais aguçados, fazendo com que Echo fosse a primeira a reparar em um único som.

— Estão ouvindo isso? — Olha para os amigos que se concentram até conseguir ouvir — parece um rio.

Com o maior cuidado possível eles andam em direção ao som que aumenta a cada passo. Contudo, a claridade dele foi vista de longe. Era o Flegetonte. O rio de lava seguia seu curso esquisito.

Bellamy se aproxima um pouco mais e observa o rio, seus olhos percorrem até o outro lado, mas não consegue ver muito bem. Se vira e fita o enorme campo sem vida. Coça a cabeça com a ponta do dedo. Estava tentando se lembrar das conversas com a irmã, que ela descreverá como era o mundo inferior. Precisou se concentrar até a ficha cair.

— Estamos nos campos asfódelos — diz eufórico.

Campos Asfódelos era o local para onde ia as almas que nunca haviam feito nada de ruim, mas também nada de bom. O destino final delas era vagar pela eternidade, pensando em como utilizou sua vida na espera de que tivessem uma segunda chance ao reencarnar.

— O rio de lava separa ele do tártaro! Mas o mais importante é que estamos praticamente no quintal de Hades, segundo minha irmã — ele explica.

— Muito bem, vamos seguir para o lado oposto do rio, isso pode nos levar até Hades — Lexa instrui e todos assentem sem nem questionarem.

A comandante, no entanto, junta as sobrancelhas se perguntando se a sorte resolvera ajudá-los lhes mostrando uma saída. Infelizmente não tinha resposta para suas suspeitas, a única coisa que poderia fazer no momento era encontrar o palácio do deus do submundo e lhe pedir auxílio em nome da sua filha. Suspira ao fechar o grupo. Esperava que a garota estivesse certa. 

 

 

 

***

 

 

 

Clarke não fazia a menor ideia de como guiava aquela coisa. Pelo menos a carruagem parecia ter vida própria e a levava noite a fora. Octávia havia se sentado no chão e abraçado as próprias pernas.

— Voar não é a minha praia, podemos parar?

A filha de Apolo até pararia, contudo, estava mais preocupada com o fato de Nix não ter vindo atrás dela como imaginado. Temeu pelos seus amigos. Não conseguia nem imaginar ser responsável por eles se fossem capturados.  Pensou em voltar, mas sabia que isso era insanidade. Tinha uma missão a realizar e isso não poderia esperar.

Respirou fundo e olhou no relógio em seu pulso. Os ponteiros marcavam quase meio dia. A carruagem da lua parou exatamente no meio do céu. Clarke não fazia ideia de como agir, mas sabia o que precisava fazer. Fechou os olhos e deixou a força divina de Ártemis lhe guiar.

Os olhos prateados da deusa se abriram, fitou a lua calmamente e então juntou as mãos como se estivesse fazendo uma prece. Fechou os olhos e dos seus lábios uma cantiga em grego antigo soou tranquila. Tirou o punhal da bainha da calça de Clarke e passou na mão da menina revelando ora sangue, ora icor dos deuses. Com o sangue divino escorrendo deixou a luz da lua banhar o líquido um leve tremor percorreu o corpo da loira e ela desabou ao lado de Octávia.

Estava exausta. Seus músculos imploravam por descanso, mas ela precisava ficar acordada.

— Funcionou? — a garota do submundo perguntou ainda segurando a barriga com as mãos.

Clarke não sabia ao certo, mas acreditava que sim. Mirou a lua por uns segundos e deu um leve aceno.

— E agora? Para onde vamos?

— Não sei, precisamos de um lugar até encontrar uma forma de chegar até o reino do seu pai.

— Certo, então vamos descer dessa coisa e ir para minha ex casa. Quando o sol nascer, preciso remover sua maldição.

A filha de Apolo estava um pouco confusa com relação a tudo, mas concordou com a cabeça. A carruagem da lua parecia ter vida própria, pois levou as meninas direto para casa de Octávia, nenhuma das duas fazia ideia de como isso era possível, mas não reclamaram, só pularam para fora e viram a carruagem magica sumir.

Clarke queria desesperadamente dormir, mas quando o eclipse começou a se desfazer a filha de Hades e disse:

— Agora é a hora, você precisa ficar de frente para mim e não grite!

A loira não fazia ideia do porquê a amiga pediu para que não gritasse, apenas concordou e parou de frente a jovem Blake. Os pálidos raios solares começaram a surgir iluminando o rosto de Clarke. Nesse momento Octávia sabia exatamente o que precisava fazer. As palavras de seu pai ainda ecoavam em sua mente.

Respirou fundo e se concentrou. Se ativar a transformação divina de herdeira do submundo não era muito fácil. Havia conseguido esse feito apenas uma única vez, com seu pai lhe ajudando. Entretanto, afastou os pensamentos ruins e deixou seu poder vindo do mundo inferior tomar conta do seu corpo todo.

Clarke temia pela vida da amiga, sabia que no momento em que o sol estivesse a mostra por completo Octávia estaria correndo sérios risco de vida. Se contorcia para controlar a vontade de se afastar. Por um segundo fechou os olhos fazendo uma prece ao seu pai e Ártemis, mas mal conseguiu terminar pois uma sombra cobriu seu rosto fazendo-a abrir os olhos imediatamente. Controlou o impulso de gritar colocando as mãos sobre a boca.

Agora entendia porque a menina pediu para que não gritasse. Octávia, estava completamente diferente. Sua pele era completamente pálida, como a de um cadáver. Seus olhos estavam completamente escuros. Os cabelos negros e compridos. Mas o mais aterrorizante era o manto negro que parecia sugar toda a luz ao redor. Das costas da menina longas azas escuras saiam deixando-a ainda mais aterrorizante. Clarke não sabia ao certo, mas tinha certeza de que ela havia crescido alguns metros. Engoliu em seco para se manter no lugar, a cena lhe lembrou de quando tinha apenas treze anos. O medo quis tomar conta do seu ser, mas se obrigou a manter-se no lugar.

Octávia precisava se concentrar, era uma bagunça em sua mente. Conseguia sentir mortos a quilômetros de distância. Suas forças vitais se esvaindo, além de toda a riqueza que estava sobre seus pés. Olhou para Clarke e viu os assustados olhos azuis. Conseguia até mesmo sentir o coração acelerado da garota. Queria dizer para amiga se acalmar, mas não ia aguentar muito tempo naquela forma, então decidiu agir de uma vez. Se certificou de que a menina estivesse totalmente coberta por sua sombra.

— Eu Octávia Blake, herdeira de Hades o imperador do submundo, com sua força dada pelo próprio senhor dos mortos liberto Clarke Griffin de sua maldição — fala com sua voz gélida que fez os ossos da menina do sol congelarem.

Clarke engole em seco quando as sombras do manto de Octávia parece cobri-la por alguns segundos e então tudo se desfaz rapidamente fazendo a filha de Hades cair de joelhos no chão exausta. Já não estava mais com a forma divina do pai. Seus olhos verdes procuram a amiga que se aproxima para ajudá-la a se levantar.

— Você está bem? — A loira pergunta.

— Querendo muito dormir, o que me diz de entrarmos?

Ela assente, mas sua atenção se volta para o céu. Juntou as sobrancelhas tentando entender por que de o dia não estar parecendo o dia. Será que havia feito algo errado?

— Talvez seja apenas chuva — Octávia diz ao perceber o olhar dela.

Mesmo que nem ela acreditasse nisso, não era apenas nuvens carregadas. O dia estava completamente cinza, só não estava escuro por conta do sol que agora brilhava no alto.

Elas decidiram entrar de uma vez, pensariam no problema depois de recuperadas, afinal, não iriam conseguir fazer nada estando exaustadas.

Octávia tirou as capas dos sofás se jogou no mais próximo. Clarke deu uma rápida olhada pelo local enquanto se ajeitava no móvel oposto. Mesmo que seus olhos estivessem querendo se fechar sozinho, ainda os obrigou a ficarem abertos. Procurou a amiga com os olhos, e ali encontrou os verdes a observando.

— Um simples obrigado parece tão pouco pelo que você fez por mim — diz com sinceridade.

— Contando que você já me salvou mais de uma vez, não acho que precise agradecer.

A filha de Apolo sorri, ainda acreditava que precisava agradecer, Octávia a libertou de algo que fez de sua vida miserável por anos. Não sabia como poderia agradecer uma amizade dessa.

— Ainda assim, obrigada ... e obrigada por ser minha amiga.

A garota do mundo inferior pisca duro de sono, mas esboça um sorriso. Clarke era sua primeira amiga de verdade. A primeira pessoa, tirando o seu irmão, que se importou de verdade com ela. Ouvi-la agradecer por sua amizade soava até mesmo errado, quando na verdade, ela também havia ganhado uma amiga para a vida toda.

Não conseguiram aguentar muito mais tempo, exaustas, apagaram logo em seguida. Satisfeitas com o que conquistaram, mas com aquela pequena preocupação. Por que raios Nix não as seguiu? E o que tinha acontecido com o dia?


Notas Finais


onde será q foi parar a Nix? N foi atrás da galera no castelo e também n foi atrás da Clarke ... aiaiai

Clarktavia, amorzinhos meus <3


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