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História The one night baby - Our sweet fairy tale


Escrita por: HellHeir

Notas do Autor


Ok, então, a boa notícia é que eu voltei, sei que com demora, mas tenho dois motivos pra isso:
- primeiro, eu to chegando todos os dias mortinha do estágio, de verdade, canso pra caralho lá (mas é gratificante, tenho que admitir);
- segundo, eu ia postar na quarta-feira, se não me engano, mas vi que faltavam pouquíssimos capítulos, então queria que durasse um pouquinho mais enquanto eu finalizo uma história pra já postar em seguida dessa <3
Então, como sempre, espero que gostem e essa capítulo me deu um treco pra escrever, tenho que admitir, vocês vão ver porquê.

*Divirtam-se*

Capítulo 9 - Our sweet fairy tale


Percy acordou já com um sorriso no rosto, começando a distribuir beijos pelo rosto e ombros de Annabeth, assim como a fazer carinhos em sua barriga, onde sua mão ficou a noite toda. Seus braços estavam ao redor da mulher, seu corpo contra o dela desde que se ajeitaram para dormir no dia anterior.  

Ele percebeu, depois de algum tempo, que Annabeth estava acordando, os olhos indo diretamente para o relógio da mesa de cabeceira e resmungando. 

– Percy, são dez da manhã. 

– Só estou tentando ser carinhoso – Percy murmurou em seu pescoço. 

– E eu estou amando isso, mas, por favor, seja carinhoso mais tarde – Annabeth então virou-se de frente para ele, os olhos pouco abertos. – Charlotte ainda está com sono e eu ainda estou cansada da noite passada – ela conseguiu sorrir e dar um beijo breve nos lábios dele, vendo Percy fazer o mesmo e, como sempre, admirando o quanto seu sorriso era lindo. – Podemos voltar a dormir? 

– É claro que sim, princesas – ele respondeu, beijou a testa dela e ficou de pé, não vendo Annabeth fazer uma careta. 

– Onde você vai? 

– Ao banheiro. 

– Não demore, nós gostamos de usar você de travesseiro – Percy revirou os olhos e voltou pouco depois, vendo Annabeth dormindo novamente com uma das mãos em cima da barriga.  

Ele se deitou ao lado dela e mal teve tempo de esticar o braço antes dela já o puxar para mais perto, deitando em cima de seu peito sem nem abrir os olhos. Percy sorriu, beijou sua testa e deixou uma das mãos por cima da dela, entrelaçando os dedos junto aos seus e fazendo breves carinhos em sua barriga. 

Os dois estavam quase voltando a dormir quando se assustaram ao sentir algo mexendo em suas mãos, o que os fez despertar completamente. 

– Annie – Percy disse baixinho e se sentou enquanto a garota erguia a barra da blusa até deixar a barriga exposta. – Ela já... 

– Não – Annabeth o interrompeu, erguendo o corpo e se apoiando nos travesseiros. – Ela nunca havia feito isso. 

Ao não ouvir uma resposta de Percy, Annabeth ergueu o rosto e viu o homem encarando sua barriga com um misto de surpresa e felicidade, sorrindo como nunca. Quando Percy piscou, ela viu lágrimas escorrendo de seus olhos e não conseguiu evitar sorrir ainda mais com aquilo, fazendo um carinho em seus cabelos enquanto ele se inclinava e beijava a filha. 

– Deuses, Charlie, nós amamos tanto você – ele sussurrou e riu baixo quando a bebê chutou de novo, continuando ali, conversando com ela e deixando Annabeth cada vez mais encantada.  

E ela tomou uma rápida decisão sozinha. 

– Você quer ir para o almoço comigo hoje? – Percy ergueu o rosto, mas não tirou as mãos de cima da barriga dela. 

– Você tem certeza? 

– Tenho sim. Eu quero que fique comigo o dia todo – Annabeth sorriu, fazendo carinho no rosto dele e amando os beijos que ele lhe deu em seguida. 

Nenhum dos dois voltou a dormir depois daquilo, não conseguiriam de qualquer forma, e Percy se recusava a sair de perto das duas, então com o convite do almoço, ele só estava ainda mais feliz por poderem ficar mais tempo juntos. Passaram um bom tempo na cama apenas fazendo carinho um no outro e na barriga de Annabeth. Percy conversava com a filha sobre o quanto ela era querida e sobre como a esperavam com todo o carinho e amor do mundo; ele a beijava com carinho diversas vezes e o casal se deu conta sozinho de que aquilo era definitivamente uma coisa que estava faltando entre os três e que antes nenhum deles pareceu ter coragem para falar sobre.  

Annabeth então se lembrou do almoço com os pais e pegou o celular, dizendo ao irmão para ele convidar sua namorada já que ela levaria Percy. Quando perguntaram se os dois estavam namorando, ela mostrou a mensagem a Percy e os dois riram, mas ela respondeu que não, que estavam começando a sair e ela queria levá-lo.  

Temendo se atrasar – novamente – para o almoço, disse que eles precisavam tomar banho, se arrumar e ir até o restaurante, então Percy ficou de pé e a puxou para o banheiro, vendo Annabeth rir quando ele disse que não queria ficar longe das duas de jeito nenhum e que aquele era o único motivo pelo qual ele estava ali, ajudando-a a tirar suas roupas, lavar seu corpo e seus cabelos.  

Os dois riram de novo quando a bebê se mexeu mais um pouco. Annabeth viu o quanto Percy estava maravilhado ao interagir com a filha, sentindo seu coração bem demais com aquilo. E ela não estava tão diferente; embora fosse uma sensação um pouco estranha, amava o fato da filha se manifestar já ali dentro e parecer entender quando eles conversavam com ela. 

Não demoraram para se arrumar, Percy foi para sua casa se trocar e os dois desceram juntos e de mãos dadas depois, desejando bom dia para quem entrava no elevador depois deles. O almoço com os pais de Annabeth foi melhor ainda, e Atena e Frederick disseram que, da próxima vez, eles deviam convidar os pais de Pecy também, já que todos se deram muito bem. 

Aquilo só deixava o casal ainda mais feliz, vendo que tudo parecia nos eixos e seguindo um plano perfeito que eles nunca imaginaram ser possível de acontecer. Era quase como um conto de fadas...  

*** 

Annabeth pegou o celular e procurou o número de Percy, ligando pra ele. 

– Boa noite, senhorita – Percy disse do outro lado e ela conseguia ouvir o barulho do jogo que ele estava jogando esses dias ao fundo, sorrindo. 

– Boa noite, Percy. Você tem leite condensado aí? 

– O que? Por que? 

– Thalia e eu queremos fazer brigadeiro depois da pizza – a mulher disse e viu que sua pipoca tinha acabado. – E estamos sem leite condensado. 

– E sem chocolate também – Thalia disse enquanto olhava nos armários da amiga. 

– E sem chocolate também – Annabeth repetiu. – Você tem aí? 

– Acho que sim. 

– Pode trazer aqui? Por favor? – ela sorriu e fez o pedido com a voz mais doce que pôde, escutando Percy rir. 

– É claro que sim, coisa linda. O que é que você me pede que eu não faço? 

– Você tem sorte de eu não ter colocado no viva-voz, Thalia não te perdoaria por isso – Annabeth disse enquanto a amiga se sentava ao seu lado novamente.  

– Você pediu algo pra beber junto com a pizza? 

– Ah, droga – Annabeth murmurou. – Percy?  

– Eu já escutei. Você tem algo nos armários dessa casa aí? 

– Eu estou carregando sua filha, Perseu. Anda logo. 

O homem murmurou um “sim, senhora” e eles desligaram. Dois minutos depois o interfone tocou e Annabeth desceu para pagar e buscar a pizza delas, dizendo para Thalia pegar copos e pratos pras duas. Ela deixou a porta aberta e Percy apenas entrou, colocando os doces no balcão e levando o suco até a prima. 

– Onde elas estão? 

– Ah, mas se você não é o pai mais babão que eu conheço, não sei quem é – Thalia sorriu para o primo, pegando a caixa de suco das mãos dele. – Ela foi buscar a pizza agorinha. Charlotte, é óbvio, foi com ela. 

– Ok, aproveitando que ela não chegou ainda – Percy se sentou ao lado de Thalia e começou a falar sobre o que tinha em mente. 

Dali a uma semana seria o aniversário de Annabeth e Percy queria fazer uma surpresa para ela com seus amigos, vendo com a prima o que podiam arranjar em tão pouco tempo e que fosse divertido.  

Eles só não esperavam que ela fosse voltar tão rápida e tão silenciosamente quanto voltou. Ela viu os dois cochichando no sofá e, segurando a pizza nas mãos, chegou mais perto deles. 

– Vocês estão planejando uma festa surpresa pra mim? – ela sorriu abertamente e os dois olharam pra trás culpados, começando a reclamar de que ela era uma estraga prazeres. – Ah, vocês dois são umas gracinhas – ela disse ao deixar a pizza na mesa ali perto e se sentava no colo de Percy, puxando a amiga para um abraço coletivo. – Primeiro, obrigada por trazer as coisas pra gente – Annabeth deu beijo rápido na bochecha do homem e se moveu para o sofá. – Agora, saia logo daqui. 

– Você costuma ser mais carinhosa quando Thalia não está aqui, ela é má influência pra você – Percy reclamou. 

– Ela só está traumatizada da última noite das garotas em que você apareceu – Thalia deu de ombros.  

– Ela não pode ficar grávida de novo. E tenho certeza de que o trauma só veio depois, a noite foi ótima.  

– Eu não vou tomar lados aqui – Annabeth ergueu as mãos quando os dois a encararam. – Os dois estão certo. 

Enquanto Thalia reclamava por não querer saber detalhes da primeira aventura sexual dos dois, Percy ria e dava alguns beijos na bochecha de Annabeth, fazendo carinho em sua barriga. Depois das duas permitirem que ele ficasse e comesse com elas – com a condição de lavar a louça e fazer o brigadeiro – os três passaram o resto da noite juntos. Vez ou outra as meninas tinham suas piadas internas e riam quando Percy fingia ficar bravo por não entender.  

Enquanto comiam o doce, conversaram sobre o aniversário da jovem mamãe, já que ela havia descoberto tudo. 

– Podíamos ir pra casa dos meus pais e fazer um almoço pra todo mundo lá. Nós, nossos amigos e nossos pais. Nós quase nunca usamos a área externa da piscina e eu não pude aproveitar a última festa na piscina, não é? 

– Porque você não queria – Percy disse. 

– Porque eu tinha que falar com nossos convidados e nos despedir deles enquanto você brincava na água com as crianças – Annabeth respondeu e o homem revirou os olhos, deixando sua colher de lado e abraçando a mulher enquanto ela ainda comia. 

– Você venceu – ele sussurrou.  

Annabeth e Thalia continuaram conversando enquanto Percy aos poucos caia no sono. A loira ligou para seu pai, perguntou se estava tudo bem e agradeceu quando ele disse que adoraria receber todos ali no aniversário de sua filha. Elas então já avisaram o pessoal de quando aconteceria e Thalia passou o número da tia para que a própria Annabeth convidasse Sally e a família. 

Percy acordou num susto de repente quando as duas estavam conversando, dizendo que já ia pra casa. 

– Thalia, você costumava chutar enquanto dormia quando criança, então tome cuidado com meu bebê – as duas ergueram as sobrancelhas para ele. – E com Annie também.  

– Vem, eu te levo até lá fora – Annabeth riu e segurou a mão dele enquanto os dois iam até a porta. – Obrigada por trazer as coisas pra mim, – ela disse e o beijou – por tentar planejar uma festa pra mim – ela o beijou de novo, rindo – e por ter feito nosso doce, lavado a louça e, você sabe, ser uma gracinha. 

– Ah, deuses, eu não aguento você – Percy a puxou pela cintura e a beijou com vontade. – Amanhã eu venho te buscar pra ir dormir comigo e, como recompensa, farei seu almoço favorito. 

– Ainda bem que sabe que não vamos acordar pro café-da-manhã mesmo – Annabeth deixou que ele a beijasse de novo, beijasse sua barriga e só então fosse embora.  

Ela voltou para dentro de seu apartamento e foi para o quarto junto com a amiga e esperou Thalia sair do banheiro para ir escovar os próprios dentes. 

Depois, as duas foram para a cama e conversaram até dormir, como sempre fizeram desde os sete anos de idade.  

*** 

O aniversário de Annabeth foi ótimo e muito mais animado do que eles pensavam. Thalia levou sua caixa de som, todos levaram roupas de banho e, como Annabeth havia contratado alguém para ficar na churrasqueira para que ninguém se preocupasse com aquilo, todos puderam aproveitar completamente.  

As crianças insistiram em nadar com sua tia e sua priminha, então a aniversariante foi se trocar e apareceu pouco depois, passando bastante protetor na barriga e vendo todos olharem encantados para ela. Percy, mais do que todos, estava amando vê-la em seu biquíni azul claro e o barrigão de fora, por isso não se aguentou e foi correndo até ela, beijando-a e a abraçando. Ela riu, mas foi logo com Jace e Clary para a piscina, ouvindo os dois perguntarem sobre a priminha mais nova e se ela já sabia nadar para poder ficar tanto tempo debaixo d’água, tirando risadas de todos eles. 

*** 

As sextas-feiras costumavam sempre ser o dia mais tranquilo no escritório onde Annabeth trabalhava: seu combinado com a equipe era de se planejarem para estar com as grandes entregas prontas até quinta-feira e no último dia semana resolviam apenas pequenos detalhes técnicos e fechavam o projeto. Mas, daquela vez, era diferente. 

Quando chegou cedo para trabalhar, ela encontrou diversos documentos que precisaria assinar ainda naquela manhã; além disso, diferente do que haviam previsto, os acertos de um projeto para um parque acabaram não dando certo e, por isso, vários e vários empecilhos foram aparecendo. Suas amigas a obrigaram a tirar meia hora para almoçar e mais quinze minutos para comer algo de tarde. Não fosse por elas, teria passado o dia sem comer sem nem perceber e, em seu estado atual, não podia fazer isso.  

Ela não havia falado com Percy o dia todo e sabia que isso não estava ajudando em seu humor. Na noite anterior, ele havia chegado tarde do trabalho e ido direto para casa, avisando-a de que tinha coisas da faculdade para acertar e infelizmente não poderia jantar com ela. Annabeth disse que estava tudo bem, que amanhã eles poderiam jantar juntos e desejou boa sorte com todo o trabalho, dizendo que ela e Charlotte estavam com saudades, mandando junto uma foto dela e da barriga.  

Depois disso, ele não havia respondido nem sua mensagem de bom dia ou a que ela mandou mais tarde, na hora do almoço, perguntando se estava tudo bem.  

“Ele deve estar bem ocupado”, Annabeth pensou, e quando deu a tarde e ela se viu com sua equipe repleta de trabalho, não conseguiu mais pensar naquilo. 

Foi para casa depois das seis da tarde, extremamente cansada e estressada. Seu corpo estava cansado, sua cabeça mal conseguia raciocinar e seu humor ia de mal a pior. Já estava morta de fome e não sabia se Percy cumpriria com o combinado de jantarem juntos, por isso não sabia se podia pedir algo. Agradeceu muito quando ele mandou uma mensagem dizendo que dali a pouco já iria pra casa e que ela poderia espera-lo lá. Há muito tempo ele tinha deixado uma chave de seu apartamento para a loira e, depois do banho rápido, Annabeth subiu até o apartamento de Percy para esperar por ele. 

Não ajudou em nada seu humor quando ela encontrou aquele lugar um desastre. Havia louça suja na pia, algumas em cima do balcão para guardar e algumas peças de roupa no chão; quando chegou na sala, duas ou três gavetas estavam abertas e com as coisas todas em cima do apoio da TV. Ela não acreditou no que estava vendo, não aguentava bagunça daquele jeito e Percy sabia daquilo, os dois haviam discutido uma vez sobre aquilo algum tempo atrás, quando ele disse para ela deixar a louça da noite para o dia seguinte, o que a mulher contestou e explicou como gostava das coisas feitas. Já naquela discussão, ela descobriu que Percy não era uma pessoa bagunceira, vez ou nunca deixava uma peça de roupa aqui ou ali, mas naquele momento, com todo o estresse e cansaço, ela não pensou em nada a não ser como aquilo era inadmissível e irresponsável da parte dele. 

Começou a ajeitar as gavetas, sentando-se no chão com cuidado e bufando, já que não podia ficar se abaixando para pegar as roupas do chão. Estava quase acabando ali quando a porta se abriu de novo e Percy entrou, parecendo exausto. 

– Ei, Annie – ele disse, colocando sua bolsa no balcão e parecendo confuso ao ver onde ela estava. – O que está fazendo aí? 

– O que é que você acha? Arrumando sua bagunça – Annabeth respondeu brava e Percy fechou a boca por um segundo.  

– Annabeth, não tem que arrumar isso, vem cá. 

– Sim, eu tenho. Sabe que eu detesto as coisas bagunçadas desse jeito – ela resmungou e fechou a gaveta, agora arrumada.

– Annie, nós vamos ter uma criança. Precisa se acostumar com as coisas um pouco fora de lugar. 

E aquilo foi a pior coisa que ele poderia ter dito. 

Annabeth o encarou séria e, mais rápido do que devia ser considerado seguro, ficou de pé. 

– E você acha que eu não sei disso, Perseu? Acha que todos os dias quando eu acordo eu não penso no medo que eu tenho de ser uma mãe péssima e cheia de frescuras pra ela?  

– Não foi isso que eu... 

– Porque eu penso nisso o tempo todo! – então Percy viu que, por trás do rosto bravo, havia algo mais ali: medo. – Especialmente hoje com todo o estresse e nervosismo no trabalho e... 

– Annie...

– E estava tudo dando errado e então eu encontro essa bagunça...

– Annie, me escuta, por favor! – Percy disse um tom mais alto, não querendo que o desentendido continuasse.

Ele definitivamente não queria brigar com ela, muito menos deixa-la mais nervosa do que parecia estar, só queria que aquilo passasse e ele pudesse finalmente abraçar e beijar sua Annabeth.

– Ontem eu passei o dia fora, cheguei tarde e trabalhei até dormir, você sabe disso. Hoje, quando eu acordei, não encontrava meu antigo pen drive com uma aula antiga que ia precisar, meu celular estava quase sem bateria e eu fui correndo pra faculdade porque estava atrasado. Eu não tive tempo de lavar a louça, pegar as roupas do chão e nem arrumar as gavetas que baguncei pra procurar o pen drive – ele finalmente tirou um segundo para respirar, ainda que tivesse muito o que falar. Não explicar, mas falar para ela. – Eu sei que não gosta de bagunça, esqueci que tudo estava desse jeito antes de dizer pra você vir pra cá, eu estou muito cansado – ele admitiu. – Eu queria ter te ligado na hora do almoço, eu senti tanto a sua falta – então ele ergueu uma das mãos e colocou uma mecha de cabelo dela para trás, vendo que os olhos dela estavam brilhando, mas não como quando ela estava incrivelmente feliz, mas como quando estava prestes a chorar. – Mas alguns alunos pediram pra tirar dúvidas assim que eu terminei de comer e eu fui ajuda-los antes de passar a tarde com os alunos de bancas. Me desculpe por sumir o dia todo, pela bagunça e pelo que eu disse. Sabe que não precisa se preocupar com esse tipo de coisa, você vai ser uma mãe incrível. 

– É claro que eu preciso me preocupar, como eu vou cuidar bem da minha filha se eu fico tão incomodada com uma coisinha mínima? – então as lágrimas teimosas escorreram pelo rosto dela. 

– Pare com isso, sabe que é só coisa da sua cabeça – ele segurou os dois lados do rosto de Annabeth, limpando as lágrimas que escorriam e vendo como ela parecia frágil. Aquilo o assustou, nunca a viu daquele jeito em todos aqueles meses, ele sabia que precisava tentar fazê-la lembrar-se de como era incrível. – Você só está pensando nisso porque talvez seja a única coisa que te preocupa por agora quando for criar Charlotte, mas não percebe que, quando está com as pessoas que ama, esquece disso tudo. No outro dia, quando estava com Thalia em casa, tudo estava bagunçado, as louças pela sala e na pia e você não se importou com isso. Quando está com Jace e Clary e eles querem esparramar todos os brinquedos na sala, você faz isso por eles – Percy se lembrou de quando os dois, poucos dias atrás, passaram a tarde cuidando dos dois. – E ainda faz os dois recolherem tudo depois sem reclamarem. Você é incrível, Annie. 

– Não – ela sussurrou, negando com a cabeça e tirando as mãos dele de seu rosto, dando um passo para trás. – E se não funcionar, Percy? E se mais brigas como essa aparecerem e Charlie sofrer com isso?  

– Annie, é só uma discussão. Nós somos adultos, podemos resolver isso. E você disse que está estressada, tá cheia de hormônios no corpo, carregando nossa filha e... 

– Eu estou com medo – Annabeth gritou, os olhos se enchendo novamente de lágrimas. – Ela está chegando e eu só quero que essa menina tenha tudo que ela merece.  

– E ela vai, Annie – ele disse com delicadeza, mas a viu negar com a cabeça novamente. 

– Não, Percy, é por esse tipo de coisa que eu brigo – ela respondeu e apontou ao redor. – Bagunça, coisas fora do lugar, algum pequeno deslize na parte da responsabilidade. Eu faço bagunça, deixo algumas coisas desorganizadas vez ou outra, mas olha o que aconteceu hoje? Eu estou aqui, brigando com você, por algo que não é grave e criando uma situação horrível com alguém importante pra mim. É por isso que nunca ninguém quer ficar – e essa última frase saiu quase num sussurro.

Mas Percy a ouviu muito bem. 

– Annie, sabe que não precisa se preocupar com isso, você só... – ele parou, franzindo o cenho ao raciocinar sobre o que ela havia dito. – O que quer dizer com “ninguém ficar”? – ela apenas o encarou, não conseguindo dizer mais nada. – Eu estou aqui, Annabeth! – Percy afirmou e foi até ela, segurando seus braços com delicadeza e fazendo um breve carinho neles. – Eu estou aqui e não vou a lugar nenhum, isso eu prometo. Não só por Charlotte, mas por nós também. É verdade que, no começo, era tudo por causa dela e apenas ela, mas agora... como eu posso deixar você sequer pensar que eu não estou aqui por você também? Eu... – ele a observou por alguns segundos, tendo certeza absoluta do que estava prestes a dizer.  

Ele deslizou as mãos até segurar as da mulher, encarando-as por um segundo antes de voltar os olhos para os dela, vendo-os parecerem frágeis e com medo de novo, mas, daquela vez, ele já não achava que era só pela filha.  

– Você sabe que, desde que voltou aqui e deu a notícia da gravidez, que eu queria sair com você, te contei isso quando começamos a sair de verdade. Eu, sem saber o que o futuro me aguardava, queria estar novamente com você, Annabeth Chase. E quando me deu a oportunidade incrível de vê-la não só como uma mãe incrível e uma amiga maravilhosa, mas como um relacionamento amoroso, eu tive a chance de confirmar minhas suspeitas anteriores. 

– Que suspeitas? – ela disse baixinho, sentindo as mãos dele apertarem as suas conforme um sorriso voltava a iluminar seu rosto.  

– Que um encontro seria o suficiente para que eu me apaixonasse por você – Percy disse sem cerimônias, não conseguindo, por alguns segundos, interpretar as expressões dela. – Que um único encontro com você era tudo que eu precisava pra confirmar que eu amava você. Não só amar você como minha amiga ou como mãe de nossa filha, mas amar você como Annabeth Chase, como a mulher com quem eu quero estar sempre, a mulher que quando me pede absolutamente qualquer coisa, eu saio correndo de onde estou pra fazer o que ela quer apenas pra ver ela feliz e ver o sorriso maravilhoso que ela tem. Amar você como o amor da minha vida, que eu nem sabia que estava procurando até te encontrar.  

– Eu não acredito que escolheu justo nossa primeira briga pra dizer tantas vezes que me ama – Annabeth conseguiu dizer baixinho e riu junto dele enquanto, novamente, sentia o rosto molhado por lágrimas. Mas, daquela vez, estava feliz por ela. Por alguns segundos, ela admirou o rosto de Percy e o som de suas palavras, não sabendo como havia conseguido, alguns minutos atrás, ter ficado brava com aquele homem. 

Ela sabia, é claro que sabia, que o amava também. E que ele poderia fazer a bagunça que fosse, que ela o amava mesmo assim. 

– Eu amo você também, Perseu Jackson – Annabeth continuou, dizendo com todas as letras o que sabia que estava engasgado em sua garganta há tempos, amando ainda mais quando seu sorriso aumentou, sorriso esse que a havia feito se apaixonar por ele desde o primeiro momento. – Eu estava com medo – ela admitiu logo em seguida. – Medo de admitir isso, admitir que era apaixonada por você, que amava você, e medo de que estivesse sentindo demais e nós não estivéssemos no mesmo lugar. Medo não só de nós nos afastarmos e eu perder você, mas de que as consequências caíssem em... 

– Em Charlie, eu sei – ele completou, colocando uma das mãos na barriga dela, sentindo a de Annabeth por cima da sua logo em seguida.  

– Desde que aceitei que iria ser mãe dessa criança, tudo que eu faço, tudo que planejo gira em torno dela, Percy. E eu sei que entende isso porque você faz exatamente a mesma coisa. 

– Nesse caso, aqui e agora, de uma vez por todas, iremos firmar nosso trato – ele voltou a segurar suas duas mãos, com mais firmeza que antes. Precisava que ela tivesse absoluta certeza de que suas palavras e suas intenções eram as mais verdadeiras possíveis. – Não importa o que aconteça, não importa o rumo que nossas vidas venham a tomar, nós sempre estaremos bem por ela. Essa é nossa prioridade. 

– Tem razão – Annabeth sorriu, assentindo. – Eu amo você, Percy Jackson – ela disse de novo, adorando o som daquelas palavras em sua boca e a reação que causavam no homem. – Mesmo tendo me assustado muito no começo, já fazendo todos os planos e antecipando nossos passos, e me dando um pouco de trabalho uma ou outra vez depois disso, eu amo você – Percy riu alto e ela adorou aquilo. – Eu amo esse sorriso lindo que você tem e como ele consegue me confortar toda e cada vez. Eu amo como sempre esteve ao meu lado desde a notícia da gravidez, como sempre me acalmou e cuidou de nós duas, sem esperar nada em troca exceto nosso bem estar. Ver o pai incrível que você já é também só me faz ser ainda mais apaixonada por você e, desde quando nos conhecemos, eu senti algo diferente. Chame de destino, de sorte, do que quiser, mas, de algum jeito que não sei explicar, eu sabia que nossos futuros estariam ainda ligados. Não desse jeito, – ela olhou para a barriga e os dois riram – mas agora eu não consigo pensar em nada melhor. 

– Deuses, eu não sei o que fez comigo, mas eu agradeço todos os dias por ter feito – Percy murmurou e ficou mais que satisfeito ao ouvir a risada de Annabeth, soltando suas mãos e segurando seu rosto com carinho. – Eu estou muito aliviado por finalmente ter tirado o peso das minhas costas que era todos os dias acordar pensando no quanto queria dizer que te amo e não sabendo se era o momento. 

– Pare com isso, eu não consigo parar de dizer que te amo desse jeito – ela respondeu e o recebeu de muito bom grado quando ele a beijou, ainda sorrindo quando se separaram. – Desculpe ter ficado brava com isso e... 

– Sabe que não precisa pedir desculpas pra mim – Percy e interrompeu, fazendo carinho em seu rosto. – Nem mesmo se estivesse errada, precisaria se desculpar. Eu devia ter lembrado que estava um caos aqui e ter dito pra você esperar em casa, seu dia deve ter sido cheio pra estar assim. 

– E foi, mas o seu também – ela retribuiu ao seu carinho. – Vai tomar seu banho enquanto eu termino de arrumar as coisas aqui e... 

– Nem pensar – Percy a interrompeu, indignado, e a puxou em direção ao sofá. – Como acha que eu, cavalheiro apaixonado que sou, vou deixar a minha rainha e a minha princesa se cansarem assim? 

– Ah deuses, eu vou ficar insuportável falando de você pras minhas amigas – Annabeth murmurou enquanto se sentava e viu quando ele estendeu o próprio celular para ela. – Por que está me dando isso? 

– Porque sua única obrigação hoje é escolher nosso jantar. Com direito a sobremesa. 

– Você conhece a gente tão bem – ela sorriu de novo e desbloqueou a tela, achando o aplicativo de pedidos e começando a procurar. 

– Enquanto faz isso, eu vou dar um jeito nessa casa – Percy começou a desabotoar sua camisa e foi recolher suas roupas. 

– Tem alguma preferência? 

– O que você quiser, meu amor – o homem respondeu e a viu erguer as sobrancelhas. 

– Meu amor? – Annabeth perguntou e riu. – Eu estava tão assustadora assim quando gritei com você? 

– Ah, demais, eu estava realmente com medo de que fosse me expulsar da minha própria casa. Mas, tirando isso, eu meio que disse um monte de vezes que amo você, então acho que tenho esse direito agora. 

– Eu com certeza vou me gabar de ter você como pai de minha filha pra muita gente. 

– Muita gente? – Percy riu enquanto ia para seu quarto. 

– Muita gente – ela deu ênfase no “muita”, tirando outra risada do garoto. – E eu espero que os deuses me recompensem com isso mandando seu sorriso lindo pra Charlotte. 

– Annabeth, eu preciso terminar de arrumar essa casa e tomar um banho, você não tá facilitando. 

– Eu te ajudo depois – a mulher deu de ombros e sorriu sozinha. E Percy sabia, mesmo sem vê-la, que ela estava sorrindo com segundas intenções. 

Depois de quinze minutos, ela disse o que iria pedir e perguntou se ele queria algo a mais, fechando o pedido e vendo o tempo de entrega. Eles tinham uns quarenta minutos para as entregas, por isso, ela foi lavar a louça enquanto Percy terminava de organizar suas coisas. Ele reclamou, dizendo que ela não precisava fazer aquilo, mas Annabeth disse para ele passar uma vassoura e um pano no chão da sala ao invés de “encher seu saco”, e ele não conseguiu contestar aquilo.  

Dez minutos depois, os dois tinham acabado e, não contente, Annabeth ainda ajudou o homem a tomar seu banho, agradecendo muito quando Percy lavou seus cabelos com tanto cuidado quando ela disse que não havia feito aquilo por cansaço mais cedo. Saíram do banheiro, se secaram e Percy pegou as coisas de Annabeth na gaveta do guarda-roupa onde ela deixava sempre roupas íntimas, blusas limpas e alguns produtinhos de beleza e higiene.  

O homem pegou uma calcinha e uma blusa sua comprida, deixando-os em cima da cama enquanto passava o creme na barriga dela, um que ela sempre passava depois do banho, e viu Annabeth sorrir enquanto ele fazia aquilo. O interfone tocou quando ele já havia terminado com aquilo, colocado as roupas dela para o lado e estava distribuindo beijos demorados por seu rosto e seu pescoço. Os dois resmungaram, mas acabaram se separando, afinal estavam mortos de fome. 

Foi Percy quem desceu, pegou os pedidos e falou dois minutos com o porteiro quando ele perguntou pelo bebê e por Annabeth, subindo e a encontrando carregando pratos e copos, a série de comédia favorita dos dois já passando na TV. Sentaram-se no sofá, comeram com as mãos e tomaram todo o sorvete que veio também, passando o restante da noite deitados no sofá juntinhos. Quando percebeu que Annabeth já tinha dormido, Percy a ergueu no colo com cuidado e a levou até a cama, deitando-se ao seu lado e dando beijos em sua cabeça antes de abraça-la e também pegar no sono. 


Notas Finais


Os mimos tão aí com esse capítulo e espero que tenham gostado, meu amores.
Bem, eu vou combinar com vocês de voltar sempre nos finais de semana por enquanto, tá bem? Nós temos mais três deles pela frente antes do projetinho novo e eu espero que aproveitem ao máximo essa história porque ela tem todo meu amor e carinho <3

Ah, de novo, sigam a titia no Insta: https://www.instagram.com/hellheir/?hl=pt-br

Beijinhos.
- A


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