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História The One That Got Away - Dofia Version - Part III - BÔNUS - The end


Escrita por: fckszombie

Notas do Autor


N:A// okay, oi pessoas! Vocês ainda querem me matar não querem? Por favor não façam isso! Eu ainda preciso finalizar LLOND! Kkk

Eu agradeço demais a quem leu essa história, apesar do tema ser sensível! Tive super apego a ela! Eu sofri algumas perdas entre 2020 e 2021, e definitivamente a que mais me afetou foi a do meu irmão no mês passado.

Escrever sobre isso, ainda mais esse final em específico, foi muito significativo para mim, eu fiquei toda arrepiada a medida que escrevia e por mais que não seja o final que muita gente esperava, eu realmente fiquei satisfeita com ele, porque espero um dia, ter um encontro parecido com as pessoas que perdi!

Prometo compensar vocês com uma história leve, sem mortes e com um final feliz depois que finalizar LLOND, talkei?

Pra quem leu a história e não conhece a música, eu deixarei aqui, e pra quem conhece eu também recomendo que assistam, essa história realmente significou bastante pra mim e carrega um pedaço do meu coração em cada linha.

Uma dica: quem quiser ver o vídeo e reler a história vai pescar com certeza, todas as referências.

Enfim, eu vejo vocês em breve meus amores!

Novamente, obrigada pela força e carinho de vocês!

Capítulo 4 - Part III - BÔNUS - The end


Fanfic / Fanfiction The One That Got Away - Dofia Version - Part III - BÔNUS - The end

Sofia Lauren Hosterman's Point of View

 

Eu estava me sentindo estranhamente disposta aquela manhã, parecia que o ar puro daquela casa próxima ao lago realmente me fazia muito bem, meus pulmões agradeciam. 

  

Dois pares de olhos claros me encaravam curiosos, as feições daqueles pequenos, tão familiares, aquecia meu coração. 

 

– Vó, existe mesmo um amor assim? 

 

– É claro que existe, meu anjo — eu havia acabado de passar horas conversando com os garotos, narrando na verdade, toda a minha história com Dove, Philip e Chloe adoravam quando eu prendia os pestinhas assim, pois ficavam livres para curtir um pouco a companhia dos adultos — a história que acabei de contar, é a história da minha vida 

 

Ainda era doloroso falar nela, pensar nela, e não tê-la por perto, mesmo tendo se passado um pouco mais de quarenta anos de sua partida precoce, mas o maior privilégio da minha vida, foi ter conhecido aquela mulher.

 

– Mas é tão triste — David, filho de Chloe, tinha seis anos e sua voz ainda era um pouco embolada

 

– Não tem mesmo um final feliz, vovó — Louis, filha de Philip, tinha oito.

 

– Ora mas isso depende muito da perspectiva meus amores, não ter tido um final esperado, não quer dizer que não tenha sido uma história feliz 

 

– Como assim? — David perguntou mas Louis também estava curiosa, seu olhar denunciava 

 

–  Bem, existem pessoas que passam a vida inteira e não conseguem viver um amor como eu vivi, algo que me marcou para sempre, eu fui muito feliz ao lado de Dove, e não me arrependo de absolutamente nada que tenha passado por ela, faria tudo de novo, se necessário –– suspirei

 

– Que bonito! –– Lou 

 

– O que? –– David não entendeu a colocação da prima e nos fez rir 

 

– O que a vovó falou, bocó!

 

– Ei mocinha, ele é mais novo que você, sua função é orientá-lo e não criticá-lo

 

– Perdão vó, desculpa David 

 

– Ah, tudo bem! –– o menor sorriu e pulou em meu colo –– então aquele negócio que fica sempre coberto na sua garagem e que ninguém mexe é o carro da vovó Dove?

 

– Sim, meu anjo 

 

– Nos leva para dar uma voltinha?

 

– Qualquer dia desses meu pequeno, qualquer dia desses... 

 

– Promete?

 

– Eu prometo

 

– Não fique insistindo tanto nanico, o carro da vó Sofi é muito legal! Não faz diferença em qual deles vamos tomar sorvete –– Lou

 

– De jeito nenhum eu levaria vocês para tomar sorvete no carro da Dovey, ela viria nos assombrar! –– falei rindo e David me olhou assustado –– estou brincando meu amor!

 

– Bú! –– senti a respiração forte em meu ouvido e sequer pisquei

 

– Alguém avisa a esse babaca que ele nunca me pega? –– os meninos riram e Philip se pôs ao meu lado

 

– Ei, que boca é essa perto das crianças? –– ele disse rindo e deixando um beijo no topo de minha cabeça –– estava falando da mamãe?

 

– Sempre –– ele sorriu e as covinhas que acompanhavam sempre o seu sorriso, me remetia a ela –– como soube?

 

– Os seus olhinhos só brilham assim, quando ela está envolvida –– suspirei 

 

– Você tem os ...

 

– Olhos dela, o sorriso dela, a cabeça dura dela... etecetera e tal, cresci ouvindo isso mãe –– revirei os olhos –– e me orgulho muito 

 

Quando os meninos perceberam que o pai estava puxando conversa comigo, logo saíram correndo para procurar o que fazer, ou algo para quebrar, sorri quando percebi.

 

– Ela teria muito orgulho do homem que se tornou

 

– Ela tem muito orgulho, eu sei disso! –– ele me corrigiu –– e deve isso a você

 

– Os meninos querem dar uma volta no mustang... –– mudei o rumo da conversa antes que começasse a chorar 

 

– E você enrolou eles...

 

– É claro –– admiti –– onde já se viu, eles queriam tomar sorvete naquela preciosidade!

 

– Você não tem jeito mamãe, venha... tia Paulina já pôs a mesa e não vai deixar ninguém comer enquanto a senhora não estiver sentada lá, ora onde já se viu, parece até que és a rainha da inglaterra!

 

– Sua inveja é feia Philip! –– ele riu largo e me estendeu a mão.

 

Nós entramos e fomos almoçar, estávamos todos reunidos em uma casa de férias da família, que Cameron e eu compramos juntos no auge de nossa rebeldia.

 

Eu, Paulina e Robert, Cameron e Brenna, Boo e Valentina, nossos filhos e netos, passamos uma semana ali, e voltaríamos à loucura da cidade no dia seguinte.

 

Nosso almoço foi regado a brincadeiras e risadas, e um copo ou dois quebrados pelos baixinhos. 

 

 

-

 

 

Eu não sabia explicar o porque eu queria tanto ir até o mustang quando cheguei em casa no final daquela tarde, talvez ter relembrado todas as coisas que contei aos meus netos um dia antes tenha me deixado com mais saudade de Dove do que eu podia lidar, e aquele carro, assim como a aproximava do pai, me aproximava dela, e meio cabisbaixa eu subi as escadas, ouvindo Paulina perguntar se estava tudo bem, e respondendo que sim sem sequer olhar para trás eu fui até o meu quarto.

 

Tentei descansar da viagem e acabei adormecendo, acordando apenas na manhã do dia seguinte, ainda me sentia bem disposta, o que atualmente não era muito comum, depois de um bom banho, eu procurei algo em meu closet para vestir, e acabei por sair de lá num conjunto de terninho e saia preto, calcei um sapato com saltos baixos e confortáveis e depois de maquiar-me, desci e encontrei minha irmã na cozinha

 

– Ei, olha só, se arrumou toda assim pra que? Ou pra quem? –– Paulina brincou 

 

– Não seja ridícula dolls, eu só vou dar uma volta, não posso?

 

– Claro que pode, isso é ótimo na verdade, você vinha tão tristinha nas últimas semanas.

 

– Não estava triste, só estava cansada...

 

– Hm, se você diz... quer que eu me troque e vá com você?

 

– Não precisa meu anjo, eu quero espairecer um pouco, mas pode tomar café da manhã comigo?

 

– Claro que posso...

 

Paulina e eu desatamos a conversar, e relembrar bons momentos da nossa juventude, minha relação com minha irmã sempre foi incrível, ela era a melhor metade de mim, a que me deixava louca mas que não conseguia viver sem, eu sempre tive sorte de ser cercada por pessoas maravilhosas, mas Paulina, sempre fora a melhor delas.

 

Fui até a garagem e descobri o mustang, sentindo meu coração dar um leve salto quando olhei o carro que a muito não via, era sempre o Philip o único que o ligava e arriscava dar umas voltas para mantê-lo vivo, em outros tempos eu não saia de dentro dele, mas ultimamente? Não conseguia lidar com a dor da saudade.

 

Depois de respirar fundo pelo menos umas três vezes, eu abri o carro e entrei, inalando o cheiro de couro velho e higienizador de carro novo, era um contraste interessante, que em muito lembrava Dove. Sorri ao lembrar da primeira vez que ela foi me buscar para sairmos juntas, tinha colocado tanto produto que até ela que sempre exagerava, ficou espirrando no final da noite.

 

Passei a mão pelo volante, tateei o para-sol, o toca fitas, eram tantas lembranças.

 

Aquele carro era um perfeito Yin-yang, ele havia sido palco de meus melhores momentos, tal como de meu maior pesadelo. 

 

Abri o porta luvas e achei as velhas fitas de Dove, ainda com a caligrafia dela, suas melhores seleções, as quais sempre serviram de trilha sonora para nossos amassos no banco traseiro.

 

Uma em específico, que marcara a maioria de nossos primeiros encontros, uma fita que só tinha Radiohead, foi a que escolhi para iniciar o passeio, colocando-a para tocar e ligando o velho motor, gostando do som único que ele produzia, coloquei meus óculos escuros e abri a garagem, saindo dela em seguida, sem um rumo certo, apenas sai dirigindo. 

 

Muitas vezes eu me pegava pensando nas circunstâncias da morte de Dove, e por muitos anos me senti responsável, eu não esquecia aquela última briga, talvez se eu tivesse deixado claro aquela noite tudo que ela significava pra mim, que em meu ventre eu já carregava nosso filho, o rumo da história tivesse sido outro, agora eu pagava o preço, e era alto demais, toda a minha fortuna não era capaz de comprar uma máquina do tempo para que eu pudesse consertar as coisas, Dove se foi, eu a deixei ir, e meu coração foi junto. 

 

Sem sequer raciocinar direito, eu acabei dirigindo até o local do acidente, onde eu recuperei o Mustang, onde eu o encontrei irreconhecível e cheio de sangue. Aquele havia sido o segundo pior momento da minha vida, o primeiro foi vê-la naquela gaveta. 

 

Eu realmente li o laudo da perícia, e o médico tinha razão, ela não havia sofrido, estava sem cinto e no primeiro impacto, quebrou o pescoço, já estava morta quando acabou capotando junto com o carro e ganhando os outros ferimentos. Não importa quanto tempo passou, ou passaria, imaginar aquela cena sempre seria o meu inferno, o preço que paguei por não ter sido corajosa ou sábia o bastante, eu não sabia dizer. 

 

Estacionei o carro junto a uma cerca de madeira que alguém levantou ali, talvez para sinalizar que era uma ribanceira, eu não sabia. Respirei fundo e peguei o buquê de lírios que havia comprado no caminho, eram os preferidos dela. 

 

Sentindo o coração bater cada vez mais forte, andei a passos lentos até a cerca, fechando os olhos e sentindo o vento bater em meu rosto e bagunçar meus cabelos, eu me sentia leve, aquilo era tão estranho, quando abri os olhos novamente, encarei o horizonte por longos minutos antes de olhar para baixo, era um precipício terrível! Engoli a seco e levei o buquê até à frente de meu rosto, inalando o perfume daquelas flores, e deixando um beijo numa delas

 

– Estou com saudades, meu amor — sussurrei antes de voltar a fechar os olhos e jogar as flores em direção aquela queda livre. 

 

O vento soprou diferente de repente, parecia quente como um abraço, em minhas mãos sob a madeira, senti certo peso, como uma carícia, eu deveria finalmente estar perdendo o juízo! Sorri de meu pensamento e inspirei profundamente, me assustando ao sentir, ou pensar ter sentido, o cheiro de Dove. 

 

– Eu também estou com saudades, vida minha 

 

Arregalei os olhos, encarando o por do sol por segundos antes de olhar para a silhueta que eu sentia à minha frente, do outro lado da cerca, não era possível era? Céus! Eu estava vendo Dove, parada ali, com os cabelos longos e soltos como cascatas douradas perfeitas, um sorriso largo e suas covinhas aparecendo, exatamente como eu me lembrava dela, levei as duas mãos a minha boca, abismada demais, pisquei os olhos um milhão de vezes em segundos, querendo ter certeza de que ela realmente estava ali 

 

– Dovey...? — perguntei receosa 

 

– Ora, nem passou tanto tempo assim e já me esqueceu, Carson? 

 

– Oh meu Deus! — senti as lágrimas embaçarem minha visão — isso é real? Você está aqui? 

 

– Veja por si mesma... — ela me estendeu a mão e sem hesitar, eu ergui a minha para tentar segurá-la, sem tirar os olhos dos seus, e pensei que fosse cair dura quando senti a maciez e o calor de sua pele na minha, sorrindo, Dove deu a volta na cerca e se pôs a minha frente, eu não demorei para agarrar-me em seu pescoço, chorando compulsivamente — Shh, eu nunca gostei de te ver chorar amor — ela disse e deslizou as mãos por meus cabelos, inexplicavelmente me fazendo parar de chorar — chega de choro, você já chorou demais 

 

– Você não envelheceu um só dia! Está belíssima 

 

– Ora, pois nem você... continua deslumbrante — sorri largo com a brincadeira dela

 

– Está ficando louca? Eu estou...

 

– Belíssima como sempre foi — ela levantou nossas mãos unidas e eu pude ver minhas próprias mãos, o aspecto envelhecido e enrugado não estava mais lá, pelo contrário, a pele lisa e levemente bronzeada dos meus vinte e poucos anos estava de volta, levei as mãos ao rosto e senti o mesmo aspecto de juventude 

 

– Dove, o que está acontecendo? como está aqui? Porque está? — ela sorriu de lado e apontou sob o meu ombro com a cabeça, olhei em direção ao carro

 

Não podia acreditar, eu estava vendo a mim mesma, sentada atrás do volante, com o buquê que eu jurava ter jogado no barranco instantes atrás ainda em minhas mãos, a cabeça encostada no banco e os olhos fechados 

 

– Não se assuste 

 

– O que houve? Eu morri?

 

– Não, ainda... deve ter sido bem, uma parada cardíaca? Eles vão te reanimar 

 

Vi o exato momento em que uma ambulância encostou e começou a correria, haviam várias pessoas ali das quais eu não tinha me dado conta até o momento, fiquei em silêncio vendo toda aquela cena se passar diante de meus olhos, incrédula, eu jamais imaginaria que algo assim fosse possível. 

 

Dove também não falou nada, mas permanecia ao meu lado, eu sentia sua presença. 

 

Usaram o desfibrilador em meu corpo várias e várias vezes até conseguirem o resultado que esperavam, colocaram uma máscara de oxigênio em meu rosto e me prenderam melhor na maca, levando-me para dentro da ambulância e disparando a toda velocidade.

 

– Se eles me reanimaram e me levaram, como eu continuo aqui? 

 

– Você esta em coma, entenda isso como uma ponte, o tempo passa diferente aqui... eu não saberia explicar 

 

– Isso tudo é muito louco 

 

– Quero te mostrar algo, confia em mim? 

 

– Cegamente — falei sem hesitar 

 

– Me de a mão e feche os olhos — a atendi e senti algo estranho, como se estivéssemos nos locomovendo sem sair do lugar, nada fazia sentido — pode abrir 

 

Quando o fiz, nós estávamos em um quarto de hospital, novamente eu vi a mim mesma, deitada na cama do centro daquele lugar, cheia de aparelhos conectados ao meu corpo, e Cameron, Paulina, Chloe e Philip estavam ao meu lado, dois em cada lado

 

– Dove! São eles, são ... Oh meu Deus, são nossos filhos, você pode vê-los? Pode finalmente conhecê-los, olhe — apontei afobada e Dove riu baixinho 

 

– Meu amor, eu os conheço — ela interrompeu o meu monólogo 

 

– O que? 

 

– Eu nunca os deixei

 

– O que?! Esteve por perto esse tempo todo?

 

– Sempre 

 

– E porque só apareceu pra mim agora? Que droga Dove, porque não me levou com você? 

 

– Porque você não estava pronta 

 

– Mas eu precisava de você 

 

– E eles de você meu amor — disse olhando para nossos filhos — eles não podiam crescer sem as duas mães, e você fez um trabalho incrível! Eu não sei bem como tudo funciona Sofs, mas ninguém parte antes do tempo

 

– E eu estou pronta agora? Quer dizer, você apareceu... eu tive uma vida longa e feliz Dove, criei nossos filhos e até nossos netos, sinto tanto a sua falta, por favor não me deixe de novo 

 

– Tem certeza que é isso que quer? 

 

– Tenho certeza que eu quero você 

 

– Então, se despeça, você tem uma chance que eu não tive ... 

 

Antes que eu pudesse questionar, pisquei os olhos e acordei em meu corpo, meu coração disparou quando olhei em volta e não vi mais Dove, apenas meus amores 

 

– Graças a Deus, mamãe que susto nos deu! — Philip estava agarrado com uma de minhas mãos, Paulina na outra — se acalme, seu coração está batendo muito rápido 

 

– Que coisa estranha ... 

 

– O que? Do que está falando? 

 

– Não é nada, me escutem... eu não sei mais quanto tempo tenho

 

– Não fale bobagem toots

 

– Não é bobagem dolls, não é... e está tudo bem, eu estou tranquila, vocês sabem o quanto eu os amo, não sabem? 

 

– Pare com isso Sofia, pelo amor de Deus mulher 

 

– Cameron, você sempre foi incrível, eu pude ver no decorrer de minha vida o que você tinha de especial que Dove viu desde o início, eu também tenho você como um irmão, e eu te amo 

 

– Sof...

 

– Não, por favor, deixem-me falar ... — Cameron me olhou e assentiu, desviei os olhos pra Paulina — minha alma gêmea! Lina, eu não sei o que teria sido ou me tornado sem você, tudo que sou e fui, eu devo a sua companhia, seu amor e sua lealdade! Te amo mais que amo a mim mesma... e meus meninos — olhei para meus filhos que já choravam, e senti um pouco de dificuldade para respirar — eu tenho tanto orgulho de vocês... do que se tornaram, das famílias que construíram! Você me deram uma razão para viver, foram minha luz quando meu coração se afundou em trevas, tenham uma vida boa e cuidem dos meninos, eu não sei para onde vou depois daqui, mas quero que saibam que eu sempre estarei com vocês, vocês tem todo o meu coração — não consegui falar mais nada, comecei a tossir e voltei a sentir falta de ar, meu coração batia forte e pesado, era doloroso mas não fiquei muito tempo em agonia.

 

Logo eu estava novamente naquele plano esquisito, vendo a cena de fora, enquanto alguns enfermeiros tiravam minha família de perto de mim, e uma equipe médica cercava meu corpo, tentando me reanimar a todo custo, a cena não era bonita, ver meus filhos e meus irmãos desesperados era doloroso, logo senti a mão de alguém em meu ombro e não precisei olhar para saber de quem se tratava 

 

– Está mesmo pronta?

 

– Estou

 

– Não olhe mais ... — senti suas mãos em meu rosto, fazendo-me olhar para ela e lá estava, mais bela que nunca, a mulher da minha vida 

 

– Eu te amo

 

– Eu sei, eu sinto, o seu amor me manteve por perto, e vamos lá, eu também te amo 

 

Sorrindo, Dove aproximou-se e selou seus lábios com os meus.

 

– Agora ficamos juntas pra sempre?

 

– Sempre. — ela respondeu tranquila e sorriu novamente 

 

 

 

 

 

Narrator's Point of View

 

 

O funeral de Sofia aconteceu dois dias depois de sua morte, seu laudo apontou a causa como uma parada cardiorrespiratória, e por mais que tenha sido imensamente doloroso para os que presenciaram a cena, fora igualmente lindo. 

 

Sofia teve uma vida plena, viveu seus sonhos, como sempre quisera, amou como poucos tinham oportunidade, jamais casara-se novamente depois que perdeu Dove, viveu para seus filhos e netos, amou incondicionalmente sua família, e morreu feliz cercada de quem amava. 

 

Seu corpo repousava agora enterrado ao lado da esposa, belas flores adornavam a velha lápide de Dove, e a recém colocada de Sofia. 

 

O amor daquelas duas foi exemplo para os que acompanharam, e os que não. A história atravessou gerações, e elas permaneceram vivas nos corações daqueles que amavam, os que ficaram tinham agora a certeza, que o casal, repousava em paz, pela eternidade.

 

Ou algo assim.

 

 

(...)

 

 

———————————————

 

 

 

 

 



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