História The One That Got Away - Deixe-a ir, Lynne.

McComb, 1993.

Britney

–– Vai, Lynne! Deixa a menina ir –– meu pai disse enquanto minha mãe andava de um lado para o outro com o telefone na mão.

–– Será? Jamie, você sabe que ela ainda é criança –– ela disse impaciente enquanto segurava a Jamie Lynn em seu colo que resmungava por ser acordada.

–– Eu tenho onze anos –– eu disse lembrando e recebi um olhar repreensor de ‘’eu sou sua mãe e eu que falo’’.

–– Tem onze anos e acha que já pode tomar as decisões sozinha –– Bryan disse e eu taquei uma almofada nele em sinal de divertimento.

–– Eu vou conversar com a professora da sua escola! É sua primeira colônia de férias, filha. Já pensou? –– ela perguntou nervosa e ao mesmo tempo feliz por me ver crescendo.

–– Fica, calma! Eu vou me cuidar direitinho –– eu disse dando um sorriso doce e ela retribuiu meu sorriso doce. Peguei a Jamie Lynn no colo e fomos até o jardim onde eu fiquei admirando as plantas com ela, apesar que, ela fique falando coisas avulsas eu gostava de passar um tempo com minha irmãzinha.

–– Brit Brit! –– ela disse me chamando e eu sorri pelo apelido que me dera. Eu adorava!. Ela apontou para uma florzinha e quis arranca-la com seus dedinhos.

–– Não, Jamie Lynn! Deixe-a viver! Ela fica mais bonita assim –– eu disse e ela abriu um sorriso, entendendo, um pouco, o que eu disse.

–– Britney e Jamie Lynn! –– minha mãe disse se aproximando –– Seus avôs chegaram –– ela disse e comemoramos, alias, eu adorava quando a vovó e o vovô vinham aqui em casa.

–– Vovô e Vovó! –– eu disse e corri para um abraço cheio de carinho de uma neta que adorava seus avós.

–– Britney! Está cada vez mais bonita e Jamie Lynn está seguindo seus passos –– meu avô disse com um sorriso no rosto.

–– Elas são tão lindas! –– minha vó disse sorrindo e pegou a Jamie Lynn no colo que abriu um sorriso.

–– Nessa história eu não entro? –– Bryan disse encostado na parede da sala. Ele estava numa fase que a mamãe chamava de ‘’a pior fase dos filhos’’ mas eu nunca entendi muito bem.

–– Britney está querendo passar as férias em Memphis numa colônia de férias. Eu estou muito nervosa! –– minha mãe comprimiu os lábios e minha vó deu um sorriso pacificador. Capaz de trazer a paz mundial.

–– Memphis nem é tão longe assim. Nada que você vá morrer se não deixar sua filha ir, Lynne. Vai por mim... Ela já tem onze anos –– ela disse sorrindo.

–– Não sei –– ela disse e eu juntei as mãos em pedido de ‘’ah mãe, por favor’’.

–– Eu vou te dar esse voto de confiança, Britney Jean Spears! Espero que não me decepcione –– ela disse e eu comemoro junto com a vovó. Algo me diz que essas férias vão ser as melhores férias da minha vida!

Memphis, 1993.

Justin.

–– Mãe! –– eu disse resmungando enquanto ela terminava de tirar uma fornalha de biscoito de dentro do forno.

–– Justin, sem mãe, sem mais! –– ela me olhou –– Essa colônia é muito boa. Várias crianças da sua idade vão passar as férias lá e eu tenho que resolver as coisas do trabalho! Filho, faço isso porque sei a sua relação com seu pai e com o novo bebê que ele teve –– ela disse alisando meus cabelos e eu pensei e soltei um suspiro –– Você sabe que a nova família do seu pai não tem nada a ver com o que aconteceu com nós dois, sabe? –– perguntou e eu concordei –– Nem eles e nem você.  –– ela me deu um beijo na testa e eu roubei um biscoito do tabuleiro queimando a ponta dos meus dedos.

–– Ai! –– reclamei e ela deu uma risada fazendo com que eu risse também.

–– Isso que dá, seu guloso! –– ela disse e eu esperei esfriar para comer os melhores biscoitos do mundo.

–– Você vai demorar? –– perguntei e ela me olhou.

–– Não, filho! Mas você sabe que eu prefiro de deixar aqui com seus amigos do que te arrastar pelos Estados Unidos ou deixar você na casa do seu pai e trazer problemas e o Jonathan vai nascer no mês que vem. –– ela disse me olhando.

–– Eu sei. Vou gostar muito de brincar com ele. –– eu disse e ela acariciou os meus cabelos e riu –– Você não vai ter mais filho, não é? –– perguntei e ela deu uma risada.

–– Não. Apesar de muitas vezes eu me sentir solitária, eu lembro que eu tenho o homenzinho mais lindo do mundo –– ela disse e me deu um beijo na testa –– Meu Justin. –– ela disse e eu sorri

–– Será que quando eu for pai eu vou ficar com a mãe do meu filho? –– perguntei e ela riu.

–– Filho, você é meio novo pra pensar nessas coisas né? –– ela riu e pegou os pratos da mesa.

–– Nem tanto, eu já tenho doze anos. Se eu for pai daqui a cinco anos? –– perguntei e ela arregalou os olhos e negou.

–– Não, filho! Melhor não pensar –– ela disse rindo e eu ri junto –– Vai arrumar suas malas, vai.

–– Tá bom! –– eu disse e subi as escadas indo em direção ao meu quarto fazer as malas para os três meses mais chatos da minha vida.