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História The One That Got Away (TOTGA) - Camren - The one where Lauren misses her kids.


Escrita por: Denvers

Notas do Autor


Olá amores, espero que gostem.
Boa leitura e bebam água sempre

Capítulo 175 - The one where Lauren misses her kids.


Fanfic / Fanfiction The One That Got Away (TOTGA) - Camren - The one where Lauren misses her kids.

Rio de Janeiro — Brasil 

05/06/2024 — Quarta-feira 

Pov Camila 

Eu não poderia me sentir mais feliz do que já estava me sentindo. Ter Lauren era algo tão irreal que às vezes eu tinha medo de que tudo não passasse de um simples sonho. Quer dizer, de simples não tem nada.

Estávamos em uma rotina de acordar tarde, e estava sendo uma delícia! Ter Lauren com o rostinho no meu pescoço ou nuca com sua respiração calminha batendo em minha pele não tinha preço. E é exatamente nessas horas que eu tenho a certeza que dinheiro não pode comprar tudo. Sendo modesta, eu tenho demais. Mas do que adiantaria se ela não estivesse comigo? Se não tivéssemos Nicholas? E Tracie, claro!

Aquela viagem estava sendo perfeita até então. Henrique, Caio, Vanessa e Carla faziam parte da minha antiga equipe. Henrique passava o som comigo, Caio era coreógrafo e as meninas dançarinas. E eles foram praticamente meu abrigo nas primeiras vezes que estive nesse país.

Como estávamos acordando "tarde", umas 9 ou 10 da manhã, era muito gostoso ver Lauren despertando. Primeiro ela olhava confusa ao redor, depois lembrava onde estava e procurava por mim, sorrindo em seguida. E não foi diferente.

— Bom dia, coisa linda.— ainda sorrindo, ela se espreguiçou e me abraçou de um jeito torto.

— Eu gosto de te ver dormindo, parece tão calma.— comecei a fazer carinho no braço dela.

— Eu sou calma.— ela protestou me olhando. Seus olhos estavam pequenos e claros. Estavam lindos!

Com certeza me apaixonei novamente naquele momento.

— Camz?

Despertei.

— Você não é tão calma assim não, Jauregui.— brinquei.

— Só protejo o que é meu por direito.

Malditas respostas na ponta da língua!

Sorri sem saber o que falar, infelizmente. Roubei um selinho e a deixei na cama.

— Camz! Volte aqui...— pela voz abafada, presumi que ela havia enfiado a cara de volta nos travesseiros, e quando sai do banheiro tive a resposta.

— Hoje vamos descer para comer, Laur. Vai, vai, vai.— dei três tapinhas seguidos na bunda dela, que levantou com uma expressão mista, parecia safada, sonolenta e engraçadinha ao mesmo tempo.

Eu comecei a me vestir, meus sinais de fome estavam muito mais do que evidentes, talvez ela tenha escutado meu estômago lá do banheiro. Talvez...

(...)

A circulação de pessoas estava mediana por ali. A maioria estava sentada com suas devidas refeições tardias assim como nós faríamos a seguir. Eu sequer reparei no que pegamos de fato para comer, não pude reparar em outra coisa que não fosse ela. Lauren estava excepcionalmente linda naquela manhã. O modo como ela fazia um biquinho sempre que estava em dúvida entre alguma coisa do menu me deixava fraca, literalmente. Sem contar que o visual como um todo estava para de perfeito. Seu cabelo estava arrumado no seu estilo natural que consistia em: desarrumado do jeito certo. A boca dela tão vermelha contrastou com sua pele e olhos clarinhos.

Que obra de arte!

E a melhor parte era saber que ela estava fazendo essa espécie de análise sobre mim em sua cabeça.

— Sabe o que eu descobri?— já sentada, ela perguntou. Eu fiz apenas um som como resposta para que ela prosseguisse.— Que estão fazendo um especial de vinhos aqui no hotel. E hoje tem. O que acha?

— E aflorar nosso lado sommelier?— arqueei a sobrancelha.— É claro que sim!

— Sabia que iria gostar!— ela disse animada.— Hm, e sobre a festa dos garotos...

— Não se preocupe, eles ainda farão um novo convite, pode apostar. Hoje é dia de vinho!

— E queijos.

— Ai, sério? Isso só melhora.— comentei.

Lauren estava me encarando há alguns minutos, e confusa, fixei meu olhar.

— Que foi?

— To imaginado você velha e ranzinza ao meu lado. Vai ficar tão lindinha.— ela brincou com a minha expressão fechada e acabei revirando-nos olhos.

O que? Eu não sei o motivo, quando como algo muito gostoso ganho uns 80 anos a mais na expressão. Tem que aproveitar, oras!

— É assim que eu sei quando você está gostando de algo.— ela disse rindo.— Ou quando está muito brava.

— Brava tem mais sentido... mas você, quando está comendo algo que gosta, fica passando a mão na coxa. Percebeu?— perguntei e ela negou.

Nossos olhares então caíram imediatamente para a mão direita dela, que estava nada mais, nada menos do que fazendo o movimento citado.

Começamos a rir e ela colocou a mão de volta a mesa.

— Tudo bem. Temos manias e elas são estranhamente fofas.— ela disse por fim e eu concordei.

(N/a: tá, passar a mão na perna comendo alguma coisa gostosa é algo que todo ser humano faz, não é? Me digam que não é só eu)

— Tracie faz a mesma coisa...— comentei sorrindo.

— Ah...! Agora tudo fez sentido... lembra quando Nicholas nasceu?— assenti.— Ele parecia bravo o tempo todo, lembra?

— Meu Deus, lá vem...

— Nem vem, Camz. Ele ainda faz cara de bravinho quando está comendo.— ela disse rindo.— Ai que saudade!

— Podemos ligar mais tarde.

— Não podemos, nós com certeza iremos.

Pov Dinah

Quando chegamos em casa ontem, Mani e eu tivemos um dos momentos mais emocionantes de nossas vidas. Alice foi a primeira, mas sei que meu coração parou quando ouvi aquela palavra. Mãe. Ela chegou até a ficar confusa se podia se referir a nós de tal maneira, mas teve sua resposta com a nossa animação.

Flashback On

— Bom, vocês ainda podem pegar algum brinquedo.— Mani explicou.

Estávamos em um fast-food, claro. Óbvio que em casa nós cozinhávamos coisas saudáveis, mas na rua tínhamos que conquistar duas crianças e o que pode ser melhor do que um pão com queijo e hambúrguer?

Para mim é totalmente sem graça, mas eles gostam. E vinha com um brinde, então...

(N/a: Eu ainda gosto só de pão, carne e queijo ��)

Estávamos literalmente ao lado do balcão onde os brinquedos eram distribuídos, então Ian pegou a irmã pela mão sob nosso olhar, e a levou para escolherem.

— Olha, mamãe!

Foi bem ai. 

Talvez eu tenha ficado pálida que nem a Lauren. Um verdadeiro palmitão, e Mani não estava diferente.

Alice dirigiu a palavra a nós duas de uma vez, e por isso a confusão em seu olhar.

— Ei!— Mani exclamou.

— Que legal, pequena!

Como deveríamos agir? Eu queria mesmo sair pulando mas sei que ninguém entenderia. Não que eu ligue para essas coisas...

Flashback Off 

E foi com essa euforia crescente que dormi e acordei. Normani não estava na cama e seu lado já estava frio, indicando que fazia muito tempo que ela havia saído. E após fazer todo aquele ritual entre higiene e necessidades fisiológicas, finamente sai do quarto. Dei de cara com Ian.

— Bom dia, pequeno.

Ele estava com a cara bem sonolenta, talvez tivéssemos despertado juntos. Não respondeu, aliás, seu bom dia veio através de um abraço tímido. Eu o peguei no colo. Como toda criança aos 7 anos, creio eu, ele era um tanto magro, então não tive problema algum em carregá-lo. Eu estranhei também, mas no orfanato tem uma nutricionista, e ela assegurou que os dois estão no peso, então...

Com Ian em meu colo, quase voltando a dormir, cheguei a cozinha.

— Hm...! Que cheiro bom.

Assim que entrei, Alice me olhou sorrindo e Mani se virou já com um prato cheio de panquecas, o que fez Ian praticamente pular do meu colo.

— Bom dia!— ela me deu um selinho e um beijo na cabeça dele.— Sentem, hoje é dia de panquecas!

— Eu ainda estou com sono.— o pequeno confessou ao meu lado.

— Está cedo, eu sei... mas vocês não podem perder o café da manhã. É a refeição mais importante do dia, sabia?— Mani perguntou com todo aquele seu jeitinho cauteloso.

Ian pareceu assimilar tudo o que minha esposa havia dito e balançou os ombros pouco se importando; bem típico vindo de quem vem. Mas, pareceu entender que ela estava certa e permaneceu sentadinho.

(...)

Pov Lauren 

Quando a noite caiu eu me enfiei no chuveiro para aproveitar bem relaxada o que viria depois. Camz nunca se mostrou fraca para bebidas e nem eu, acho que uma noite assim será muito bem vinda. Apesar de gostarmos muito de vestidos e seus semelhantes, não deixamos de ir com nossos jeans e camisas, que dizer, ela estava com uma camisa do Paramore, e eu com uma do Green Day.

Descemos diretamente para o salão de eventos do hotel, o local já estava cheio mas com sorte achamos uma mesa para duas pessoas perto da bancada onde estavam os vinhos e queijos. Um tempo depois, um senhor entrou e começou a falar sobre as marcas que estavam patrocinando aquele pequeno evento, sinceramente não prestei atenção.

— Podem degustar!— ele disse entusiasmado e então os vários garçons presentes começaram a se espalhar.— Vocês têm várias opções de queijos para cada tipo de bebida, e podem observar que quase todos eles vão bem com espumantes. Vamos começar com os queijos frescos.

Nessa hora eu optei pelo Mascarpone, e Camila pelo Minas. 

— Eu nunca comi esse queijo.— ela disse sorrindo.

A taça de Champanhe estava cheia a nossa frente e logo tomamos um gole.

— Realmente... combina demais.— falei sentindo aquela mistura tão única em minha boca.

— Me lembre disso quando voltarmos.— ela pediu.

Um tempo depois, os queijos de massa mole, como o brie, começaram a entrar juntamente com espumantes, vinhos brancos e tintos leves.

— Esse vino branco com bonchester deve ser a melhor coisa que eu já provei.

Eu ri da carinha dela. Minha opção havia sido o tinto com o que eles chamam Serra da Estrela, e não me arrependi.

Os queijos semi-moles também fizeram sua parte, mas ainda estávamos querendo um tipo de queijo específico.

— Agora os queijos duros. 

— Agora sim!— escutei um rapaz mais ao fundo e Camila sorriu.

— Emmental, Lo. Mas ainda não é o que eu quero.— ela fez um biquinho que eu logo beijei. 

— Gosto de vinho... e queijo.— ela sorriu e afastou a minha cara.

Nós pegamos os três tipos de bebidas que mais ou menos quatro tipos de queijo naquela fase. Camila pegou uma fatia de emmental com provolone e colocou de uma vez na boca, tomando um gole de vinho do Porto e fez uma careta satisfeita.

— Isso aqui... é uma delícia.— ela disse com a boca cheia e olhos fechados.— Sério.

— É? Espero que tenha espaço, agora vem o que realmente importa.— brinquei. Ela pareceu não entender, mas quando a mesa foi substituída pelos queijos azuis ela me olhou.

— Ai meus Deus! Eu esqueci disso!

— Sim, Camz... agora vem a mistura perfeita de doce e salgado.

— Agora, nossos últimos queijos antes da votação. Os queijos azuis são muito salgados, creio que todos aqui já provaram gorgonzola, certo?— todos murmuraram em concordância e o senhor sorriu.— Por que não provam com um delicioso vinho Madeira? Tenho certeza que irão adorar!

Eu não me diz de rogada. Experimentei exatamente o que ele havia indicado e quase vi estrelas com tamanha combinação.

— Não deve ter nada que combine mais do que isso...— falei satisfeita.

— Tem sim.

— O que?

— Nós, ué!

— Você não perde tempo, não é?— perguntei.

— É o vinho falando, aproveita.— ela piscou e voltou a beber.

(...)

16/06/2024 — Domingo 

Pov Narradora 

Depois de aproveitar a viagem de todas as formas possíveis, na noite daquele domingo estranhamente frio, elas pisaram finalmente em casa. O clima de Miami estava irreconhecível, mas a felicidade de estar em casa era mais importante.

Lauren havia dormido a viagem toda já que no dia anterior Camila resolveu visitar todos os pontos turístico de uma vez, escolha dela. E Camila não de diferente.

Vero seria a responsável em buscá-las no aeroporto, quinze minutos depois ela avisou o casal.

— Olha as brasileiras ai!— brincou assim que parou em frente à elas e Camila sorriu.— Quero um abraço!

— A carência...— Lauren alfinetou mas levantou para abraçar a amiga.

— Vamos, Mila. Não quero levar gente que não me ama.— Vero fingiu estar magoada e Camila riu.

— Vamos, Vero.

— Ei!— Lauren as olhou.— Eu estou aqui!

— Estamos vendo, palmito. Vamos, está ficando tarde e tenho que planejar uma surpresa especial para Lucy.— Vero sorriu e pegou uma das malas.

— Hm... o que é?— Camila perguntou com seu típico olhar sugestivo.

— Fizemos doze anos, sabe... mas não comemoramos, então acho que é a ocasião perfeita.— Iglesias não escondia a felicidade ao falar de sua garota.

Pov Lauren 

— Doze anos? Sério?— perguntei realmente assustada. Doze anos?

— Sim, A4.— Vero disse rindo e eu revirei os olhos com seu comentário.

— Vocês nunca brigaram não?— Camila perguntou e Vero fechou o porta-malas, a olhando em seguida.

— Sim, mas diferente de certas pessoas nós soubemos sentar e conversar.— deu de ombros.

— Isso foi uma indireta?— Camila perguntou.

— Ih, Mila... nem vem.— Vero riu e abriu a porta do motorista.— Foi.

Ela entrou rapidamente e eu ri da cara que Camila fez.

— Ah, amor... foi engraçado... vamos, está realmente frio.— pedi e abri a porta de trás para ela.

— Sorte sua que Lauren está aqui, Vero.— ela disse emburrada e eu a abracei de lado.

— Pode ir, Vero. O pinscher raivoso está controlado.

— Eu sou o quê, Lauren?!— Camila me olhou brava.

Bom... Vero riu e eu levei uns tapas no final dessa brincadeira, mas nada que um beijinho carinhoso não resolvesse.

— Mas respondendo sua pergunta de um jeito mais adulto, teve uma vez que ficamos um mês sem nos falar, por causa de ciúmes da parte dela. Vocês duas estavam longe daqui. Foi a primeira vez que vi ela realmente brava, fiquei com medo.— Vero sorriu. Por causa do horário, não demoraríamos.

— O que você fez, hein?— perguntei.

— Eu? Nada. Ela tinha uma cisma estranha com uma colega de escritório, dizia que a menina não respeitava o nosso relacionamento e que eu muito menos já que "dava bola".— ela parou no sinal vermelho e se virou.— Detalhe mega importante: tudo o que eu fazia tinha que passar por essa menina, ela era uma das superiores.— ela riu.— Mas a Lu não entendeu muito bem... e foi aí, depois de um mês e alguns dias, que começamos a trabalhar juntas. Dissemos algumas coisas pesadas nessa briga, nos desculpamos até hoje.

— E a tal mulher?— Camz perguntou.

— Era casada e tinha dois filhos, acabou que o marido nojento dela pediu divórcio... foi o que eu soube depois que sai de lá. Hoje sei que ela está bem e com outro cara que parece ser legal.

— Ciúmes é um fator tão... 

— Lembro de você com ciúmes daquele menino do cursinho.— Camila me interrompeu rindo e eu a olhei.

— Mas aquilo foi uma sacanagem! Eu sabia que você gostava de mim.— me defendi.

Logo as memórias começaram a rodar minha cabeça.

— Eu fiz merda pedindo pra me esquecer, né?— perguntei.

— Ah... você tinha medo, e eu também. E claramente notamos que meu gosto para homem é podre.— ela disse rindo.

— Não querendo me intrometer, mas Keiran era uma gracinha.— Vero disse.

— Infelizmente devo concordar, mas ela fica muito melhor comigo.— falei e Camila me deu um beijo na bochecha.

O que? Eu reconheço que ele é legal! Mas reconheço também que somente eu sou perfeita com ela... sim, um pouco de egoísmo às vezes faz bem.

— Okay! Chegamos, casal.

— Quanto devemos?— perguntei.

— Um sexo grupal resolve...

— E te ver pelada? Deus me livre.— falei rindo e abri a porta.

— Ei!— Vero me olhou.— Eu sou uma delícia, okay?

— Deixo esse docinho de padaria pra Lucy, tenho a minha.— falei rindo e Camila negou com a cabeça.

— Vocês às vezes me deixam... vamos subir antes que comece as cantadas de pedreiro.

Nós rimos, infelizmente não era mentira.

(...)

Eu não dormi, se a saudade daqueles dois pingos de gente apertou no mesmo instante que deixamos nosso país, imagina agora? E Camila ainda deixou para buscar as crianças no final da tarde. 

— Meu Deus, Lauren, CALMA!

Camila estava rindo do meu estado de euforia. 

— Eu quero meus filhos, Camila! Meu Deus, mulher, cadê o seu coração?— perguntei passando a mão na minha calça.

Eu estava suando? 

— Tudo bem... eu estou bem alegre, só isso.— falei.

Por que aquele sinal vermelho estava demorando TANTO?

— Você vai morrer antes de chagarmos.— ela disse sorrindo e pegou a minha mão.

— Ai, Camz... talvez. Você não tem noção da saudade que eu to sentindo.

— Tenho! Pode apostar que tenho.

Me calei. Não tinha resposta.

Depois do que pareceu uma eternidade, nós cruzamos a rua onde Sinu morava e eu quase saltei para fora do carro antes mesmo de Camila o estacionar direito. Não precisei tocar a campainha, escutei risadas na parte do  quintal que era aberta e segui até lá.

Sinu estava sentada observando Alejandro e Sofia brincar com os dois. Era a risada de Nicholas que mais soava ali, e quando apareci no vão da entrada, ele foi o primeiro a me ver.

— Ma!— ele apontava em minha direção mas ninguém entendeu, somente quando entrei por completo com os braços abertos.

Pov Camila 

Assim que segui Lauren escutei a pequena comemoração por parte das crianças e sorri.

— HEY!— Laur sentou no chão com os braços abertos, mas logo aquele espaço foi preenchido por Nicholas e Tracie.

A pequena murmurava coisas como "saudades", "foi muito tempo" e perguntava por presentes. Crianças...

Nicholas se soltou de Lauren e veio em minha direção. Ele era tão lindo... incrivelmente a pele dele parecia muito a minha misturada com a dela, louco, não? Às vezes queremos tanto algo que acaba se tornando realidade. E a vontade de fazer aquele bebê tão meu quanto de Lauren veio em seu tom de pele perfeitamente mesclado entre o nosso, em seus cabelos pretos como os dela- não sei como- e seus olhos... ah os olhos...! Não eram verdes como os dela, nem de longe, e muito menos castanhos como os meus, mas Nicholas tinha um olho verde com castanho que eu julgo ser o mais lindo que já vi em toda minha vida.

O verde era predominante, mas o castanho tinha sua força mais pro centro da iris. Eu não sei explicar, ele era tão nosso. O verde e a impressão de um contorno preto se pareciam muito com os olhos dela ao mesmo tempo que o rosto dele, a boca e o formato dos olhos eram meus. Sei que logicamente todos esses fatores seriam meus e do "pai", mas Nicholas tinha o nariz igual ao dela.

Era tão surreal, que tive que escutar de Lauren, uma mulher com seus 30 anos a seguinte frase: "Será que trocamos tanta saliva e outras coisas durante esses anos que meu DNA foi parar em você?"

Sim. Eu escutei essa frase quando decidimos, ou percebemos, que o período para definir a cor dos olhos dele já havia passado.

Eu me lembro bem desse dia. Nicholas estava com quase 1 ano, e estávamos observando como ele crescia a cada dia.

"Ele está acordando... oi, meu amor..."— falei.
"Ele é a sua cara, mas esse nariz se parece com o meu. Que estranho..."— eu não podia negar isso.
"Os olhos dele são tão lindos quanto o seu, mas esse detalhe no centro..."

E foi aí que ela percebeu a verdadeira cor dos olhos dele. Lembro-me de vê-la chorando de alegria. E eu compreendia, afinal... confesso que dói querer algo com alguém que amamos e ser biologicamente impossível. Mas tudo bem, ciência! Esperamos seu tempo e suas pesquisas, mesmo a ideia sendo absurda.

Eu quis tanto que Nicholas fosse nosso, que ele acabou ficando melhor do que esperávamos.

Harry brincou dizendo que nosso caso estava mais para "efeito placebo" do que outra coisa. E se efeito placebo acontece mesmo, talvez o tenhamos experimentado.

— Hey...— me abaixei e o peguei no colo.

E Nicholas era quieto como Lauren. Parece que não, mas ela era bem tímida em certas ocasiões.

Tracie também veio ao meu encontro e tive que me abaixar para abraçar os dois de uma vez.

— Viu? Tava morrendo de saudade.— escutei a voz da minha namorada e a olhei.

— Estava! Mas você... parecia que iria tirar o pai da forca.— brinquei.

— Pois foi tudo muito gostoso por aqui.— a voz da minha mãe se fez presente.— E podem deixá-los novamente que eu realmente não me importarei.

— Vovó Sinu me deixou comer muito bolo!— Tracie disse com seus olhos brilhando, provavelmente lembrando do bolo.

Eu faria o mesmo.

— Vovó Sinu é legal demais, filha.— Lauren comentou.

— Ai, essa Lauren... pode puxar meu saco mesmo, adoro.

— Que isso, sogrinha...— Lauren sorriu.— Sabe que eu te amo, né?

— Eu só te amo porquê você faz minha filha feliz.— sorri. Minha mãe abraçou Lauren e começaram os elogios mútuos.

Outra coisa que eu amava na minha vida: a relação das pessoas que eu amava.

Ter Lauren tão próxima dos meus pais, e de Sofia era a melhor coisa que eu poderia querer. Certo que às vezes irritava o modo como os três se juntavam contra mim, mas eu amava o amor deles.

Sofia praticamente sofreu a ausência de Lauren comigo, enquanto meus pais pediam para que eu conversasse com a morena, para o meu próprio bem. Mas eu era teimosa demais para entender que a amava não importava o que.

Minha relação com a família dela era a mesma coisa, Lauren ficou emburrada quando descobriu que Taylor pediu para almoçar comigo e não com ela certo dia.

— Camz?

Eu ainda estava no chão, as crianças já não mais estavam preenchendo o vazio dos meus braços. Percebi que só ela estava lá comigo. Eu estava perdida em pensamentos nostálgicos como esses. A olhei.

— O que foi? Está chorando?

— Pensando... eu amo a relação da minha mãe com você...— sorri.

— Owwwn! Está emocionadinha?— ela se abaixou como se eu fosse uma criança e me rodeou com seus dois braços, me deu um beijo na bochecha e apertou o abraço com o rosto apoiado em meu ombro.— No que pensa...?

— Em nós, em Nicholas e como ele é tão nosso...— murmurei.

— Ele é muito nosso.— ela me olhou sorrindo.

— Muito nosso...— murmurei.

Lauren sempre criava essa coisa ao nosso redor. Essa bolha. Eu podia facilmente me perder no olhar dela, mas não queria "não" me perder. Pois sempre que isso acontecia, eu me sentia como um copo cheio que transborda. Era isso. Lauren me transbordava de uma maneira que eu jamais pensei acontecer. Ela alternava o olhara entre meus olhos e minha boca e sei que nada mais poderia refletir o que estávamos sentindo a não ser um beijo, o nosso beijo. 

Ela sorriu durante o ato e como se aquele clichê não bastasse, senti uma gota de água em meu rosto. Chuva.

— Eu amo viver esse clichê ao seu lado, sabia?— ela perguntou sorrindo.

— E eu amo viver ao seu lado.— respondi.

Miami estava estranha, por quê estava chovendo? Ainda assim nos molhamos...

— Vem, vamos entrar.— ela levantou e me estendeu a mão para fazer o mesmo.

— Vocês se comportam como adolescentes.— minha mãe disse risonha e nos entregou as toalhas.

— Jamais deixaremos de ser.— Lauren afirmou enquanto me abraçava ao mesmo tempo em que segurava a toalha ao nosso redor. Estávamos parecendo um burrito talvez.

Eu estava com os braços firmes ao redor da cintura dela e com a cabeça em seu peito escutando cada batida de seu coração. 

— Eu já volto, Camz.— ela me deu um beijo no topo da cabeça e se afastou.

O arrepio se fez presente como forma de protesto pela falta do calor dela, mas aguentei. Me sentei na cadeira da cozinha e mamãe me olhou sorrindo.

— Hija, você está tão apaixonada que é quase palpável.— ela disse como seu jeito doce de mãe e eu apoiei meu rosto nas mãos, sorrindo.

— Estou, né?

— Muito! Como foi?

Comecei a contar sobre a viagem e como Lauren era perfeita. Contei também sobre a noite de vinhos, assunto que logo atraiu meu pai e contei tudo novo que havia aprendido.

(...)

20/06/2024 — Quinta-feira 

Durante esses quatro dias que se passaram nós descobrimos que Brendon está preso ainda mas que pode pagar para sair. Sinceramente não me importo, vamos tomar as medidas necessárias para que ele não de aproxime novamente. Dinah e Normani estão tão feliz com Ian e Alice que adotar os dois de uma vez já não me parece uma loucura insana.

Como de costume, não devia passar das oito da manhã naquela quinta-feira. Eu estava acordada há um tempo e passava a mão lentamente pelas costas nuas da mulher ao meu lado. Pensei nas crianças mas pelo horário sei que ainda estavam dormindo. Percebi que Lauren se virou e abriu os olhos lentamente, me olhando, mas os fechou em seguida e colocou a mão em cima da minha barriga. Cobri sua mão com a minha e fiquei fazendo carinho nela.

— Não consegue dormir?— sua voz saiu extremamente baixa e eu a olhei.

— Não sei... por quê?

— Você não acorda cedo assim, sempre volta a dormir.

Fiquei calada e suspirei. Eu sei lá porquê estava acordada!

Lauren usou a força juntamente com a mão em minha barriga e cintura para que eu me juntasse mais a ela, e assim, me abraçou do jeitinho que só ela sabe.

— Eu vou levantar, Lo.— consegui me desvencilhar dela e sentei.

Lauren não resmungou como costumava fazer e finalmente me levantei para mais um dia.

(...)

Eu estava no "escritório" compondo a tal música que deveria apresentar no final do ano. Já estava na metade dela e confesso que o resultado estava me deixando bem contente. Lembrei também que estávamos perto de lançar I Only Told The Moon de surpresa e comecei a ficar ansiosa. 

— Camz?

Lauren apareceu do nada me fazendo quase rasgar o papel que estava em minha frente. Ela não podia ver!

— Calma...— ela riu.— Não vou ver.

— É surpresa!— falei e por sorte consegui dobrar a letra.

— Tudo bem, tudo bem... ganho beijo de bom dia?

— Ganha.— me levantei e beijei a bochecha esquerda dela.

— Só isso...?— ela fez aquele mantido bico e eu sorri. Dei um selinho rápido e me afastei, tinha que guardar a música.

Pov Vero

— E cuida direito, hein.— falei para Dinah que revirou os olhos.

— Vai tirar o atraso que o Dieguito vai ficar muito bem comigo. 

— Meu pai... tudo bem. Eu volto amanhã.

(...)

Estava anoitecendo quando terminei a preparação do jantar surpresa, assim que desliguei o fogão escutei a porta da sala se abrindo.

Eu estava com o mesmo modelo social que geralmente vestia, tudo planejado para que ela não percebesse nada. Caminhei até a sala e a vi tirando o casaco.

— Oi, amor.

— Oi...— ela sorriu e suspirou.— Tudo bem?

— Sim! E com você? Como foi a audiência?— me aproximei e deslizei as duas mãos pelos ombros dela.

— Complicada...— ela tombou a cabeça, me dando mais acesso.— Onde ele está?

— Quem?

— Nosso filho?— ela me olhou.

Era parte do plano, e estava na hora da ação.

— Vero?— Lucy sempre teve medo de que eu esquecesse de buscá-lo na escola quando era minha vez. Percebi em seu olhar que era exatamente o que ela estava pensando.— Você o esqueceu?!

— Lu, e-eu...  

— Mas não é possível!

A mulher exclamava com raiva e quando fez menção que iria se vestir novamente, a impedi.

— Está ca cozinha, calma!— pedi. Nunca recebi um olhar tão mortal como aquele.

Lucy passou como um furacão por mim e eu segui aquela fúria.

— O q...

— Ele está com Dinah...— me aproximei.— Surpresa.

— Você fez tudo isso?

— Claro! Acho que merecemos... não acha?

— Pelo que sei... estamos juntas há 113880 horas, 6832800 minutos, 409968000 segundos e—

— E já é muita coisa!— a interrompi.— Como você sabe de cabeça?

— Não é só você quem lembra de datas importantes, sabia?— ela se virou.

— Mas a data passou! Você me me espionou?

— Você mora comigo e não é nada, absolutamente nada boa em esconder coisas. 

— Deixei escrito no quadro de mensagens que tem no escritório, não é?— perguntei.

— There we go... você deixou bem claro que estava aprontando.

— Rendida me calo. Podemos comer?

— A comida, certo?

Pov Dinah

Com a hospedagem de Diego aqui em casa, Mani e eu decidimos chamar as outras crianças para que tudo aquilo se transformasse em um dia de brincadeiras. Ally não poderia ficar conosco mas fez questão de trazer Pedro.

Lauren parecia mais criança do que os seis que estavam ali; e era a que mais estava suja também.

— Quantos anos você tem, Laurenciano?— perguntei e ela me olhou.

— Depende, por quê?

— Você está suja de terra... nem o Nick está assim, e ele é o mais novo aqui.

— Ah... tem que participar direito, DJ.

Nós rimos. Não podia julgá-la, estávamos fazendo uma espécie de guerra e Lauren estava bem ruim em seus reflexos.

Ela e Nicholas era um time, assim como Mani e Alice, eu e Ian. Pedro insistiu para jogar com Diego, então Camila ficou com Tracie. E eu ainda não tinha jogado... então era compreensível.

— Agora é a vez da Dinah!— escutei meu nome e vi Normani comemorando enquanto Camila saia tão suja quanto sua namorada ao meu lado.

— Puts... Mani, tenha piedade.— pedi mas tudo o que recebi como resposta foi uma risada maligna da minha esposa.

— Jamais.

Normani parecia outra criança. Quando resolvíamos transformar isso tudo em uma grande tarde de brincadeiras, ela insistiu que esse guerrinha tivesse pelo menos alguns "tipos", por isso Lauren estava suja de terra. Camila por outro lado estava molhada, já que traços havia tirado no papelzinho que minha mulher fez questão de escrever.

— Tire seu castigo.— Mani pediu.

— Pode ir, estarei com você.— falei e Ian se aproximou do potinho onde estavam os papéis.

A minha sorte, talvez, é que só tinham essas dois castigos. E então ele leu:

— Terra e água.

— O QUE?!— gritei que nem uma taquara rachada.

Normani começou a rir muito e até se sentou.

— Eu escrevi UM papel assim para tentar acertar na Laur e vou usá-lo justo com você... o karma, meu amigos, o karma!— ela ainda estava rindo, menos, mas estava. 

— EI!— Lauren gritou com a cara emburrada.— Eu já estou suja, Mani. Quanta consideração...

— Quero ver na hora que jogar comigo.— Camila murmurou.

Deixei as duas de lado e foquei nos dois projetos de maldade que estavam bem de frente para o meu time, tadinho dele...

— Ian? Pode jogar com vontade, tá bom? Qualquer coisa se esconda atrás de mim.— falei e ele sorrindo, claro, concordou.

— Eu faço a contagem!— Lauren se pronunciou e veio rindo com o celular na mão. Safada.— JÁ!

Eu peguei uma das bexigas com água que estavam em uma bacia ao meu lado e Ian fez um bolo de terra tão rápido que eu quase não percebi. Jogamos com segundos de diferença e um tempo depois, apesar de sermos uma dupla, nitidamente notava-se que eu queria derrubar Mani e ele Alice. Tamanhos iguais, era melhor!

— DEZ SEGUNDOS.

Tudo o que Mani havia se esquivado nas risadas anteriores eu consegui jogar nesse. Ela estava deplorável, e bom... eu também.

— IT'S OVER!— Lauren gritou.— Agora a jurada vai decidir quem está com mais sujeira.

Nisso Camila apareceu fingindo ser uma pessoa séria, uma jurada de fato. Analisou um por um, nos mediu dos pés à cabeça e voltou para perto da palmito.

— Talvez o último lance de Normani com a bexiga tenha limpado Dinah, por isso, declaro que Dinah e Ian derrotaram a veterana.

— ISSO É INJUSTO!

— Ela não sabe perder, gente.— olhei para Lauren na mesma hora. Eu queria rir mas não podia.

(...)

Após a reação nada diplomática de Normani, nós limpamos e decidimos colocar alguma coisa interessante na tv. A campainha logo tocou e Camila foi atender.

— Se safou da guerra, Baixinha.

Vimos Ally entrando e sei espaço para que ela sentasse.

— Ainda bem?— ela perguntou rindo.

— A tia Mani perdeu feio.— Pedro disse rindo. Eu amo esse garoto.

— Pedro!— Ally o repreendeu mas eu balancei a cabeça para que o deixasse falar, afinal ele estava certo.

— Pior que é verdade, Ally.— Mani começou.— Fui horrivelmente derrotada.

— Eu acabei com a mamãe.— Ian se gabou.

Já disse como é maravilhoso escutar tais palavras?

— Pedro e eu acabamos com a Tia Lauren.— Diego também sorria daquele jeito maléfico que somente as crianças têm.

— Pode apostar que sim.— Lauren resmungou.

— Eu demorei a perder, antes disso fiz questão de levar Camila a podridão máxima.— Mani.

— Você ainda me paga, Kordei.

— Tudo bem, podemos resolver isso sem violência, certo?— Ally cortou as duas.

— Sim, podemos.

— Por você, Baixinha.— Camila disse séria.

— Sim, por você Ally.— Mani repetiu.


Notas Finais


Não vou mentir que o bloqueio tá batendo forte 😔 mas bora lá, faltam 5 capítulos para o fim ❤️
Comentem por favor ❤️❤️


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