História The Perfect Family - Fillie - Arriscado

|Finn Wolfhard|

A festa estava com bastante gente, muita droga, e muita bebida, como sempre né. Charlie disse que a maioria dos compradores são de classe média alta iguais aos desta festa, eles sempre compram para fazer essas festinhas.

─ Eu quero ficar de olho na Millie.

─ Deixa ela se divertir cara, ela tá com a Sadie. ─ falei e levei um pouco de bebida para os lábios.

─ Eu não vou atrapalhar elas, só quero ficar atento. É perigoso pra ela ficar sozinha nesses lugares, por isso que não gosto da ideia de tê-la aqui.

─ Relaxa irmão, ela sabe se defender não sabe? 

Ele afirmou com a cabeça.

─ Então sem preocupações, qualquer coisa a gente tá aqui e Sadie também. Agora, para de ser preocupado e vira isso aqui. ─ lhe entreguei um shot que estava em cima da mesa cheia de bebidas.

─ Eu não vou beber muito hoje. ─ falou e logo em seguida virou o mini copo goela abaixo.

Comecei a sumir entre as pessoas que estavam ali, e fui andando pela casa olhando ao redor.

─ Oi! Finn, né? ─ perguntou uma garota chegando ao meu lado.

─ Sim. E você é…?

─ Amanda.

─ Nos conhecemos de algum lugar?

Levei o copo até os lábios.

─ Eu te vi algumas vezes na escola, de longe, sabe.

─ Ah sim.

─ É… Você tá solteiro?

─ Não. 

O sorriso dela foi se desmanchando aos poucos e ela ficou meio desconfortável.

─ Entendo. Tão me chamando ali, eu já vou indo. Tchau!

Acenei com a cabeça para a mesma e ela se apressou em sair da minha frente com aquela desculpa esfarrapada.

Ri comigo mesmo e bebi um pouco novamente. Claro que eu estava solteiro, mas, estou sem pique para ficar com alguém hoje.

Continuei bebendo e olhando ao redor, até encontrar Millie dançando com Sadie em uma pista de dança bem improvisada.

Eu nunca poderia negar o quanto ela estava linda vestida daquele jeito, com aquela maquiagem. Aquilo realçava a beleza dela.

Percebi que minha bebida tinha acabado então fui até o barzinho buscar mais, Charlie apareceu minutos depois.

─ Caraca, tem uma garota chata no meu pé querendo ficar comigo.

─ E por que você não fica?

─ Tá louco? Eu tô com a Sophia.

─ Ah é verdade, ela sabe que você tá aqui?

─ Sabe, chamei ela pra vir junto mas ela não quis, disse pra quando eu sair da festa ir na casa dela. Por isso não vou ficar até muito tarde não, uma da manhã no máximo.

─ E vai levar a Millie junto?

─ Claro, não vou deixar ela aqui sozinha. 

Assenti.

─ Por que a pergunta? 

─ Por nada não.

Ele ficou claramente desconfiado e eu apenas me fiz de desentendido e continuei bebendo.

─ Você tá interessado nela né? Tá muito na cara, vocês tão próximos de mais. Escuta aqui Wolfhard, eu não quero você de graça com ela, entendeu? A Millie não é qualquer uma.

─ Eu sei que ela não é. E eu nem tô interessado nela.

─ Para de mentir, tá estampado na sua cara. Eu só espero que você não vacile com ela, se vacilar, pode ter certeza que eu não vou lembrar da nossa amizade quando eu estiver deitando você na porrada.

Engoli seco.

─ Eu entendi cara, fica tranquilo. Não vou fazer nada com ela. 

Ele me olhou por uns instantes e se virou tirando um maço de cigarro do bolso. Ele disse que iria ficar do lado de fora mas depois voltava, concordei e continuei por ali.

─ Oi. ─ ouvi falarem perto do meu ouvido.

─ Oi. 

Respondi após ver que era Millie.

─ Gostando da festa?

─ Para ser sincera, não muito. ─ riu. ─ Eu não gosto tanto de festas, mas não está tão ruim assim, ainda nem passou muito tempo desde que chegamos.

─ Você bebe?

─ Não.

─ Devia experimentar, talvez assim você fique mais à vontade. 

─ Não, é melhor não. 

─ Você quem sabe, só não aceita copo de estranhos.

Ela concordou.

─ Vem comigo. ─ ela puxou minha mão e começou a me guiar para onde ela estava com Sadie.

─ Qual foi, Millie? Calma ai né. 

─ Dança um pouco comigo vai. 

Ri de seu jeito divertido de dançar e a acompanhei.

Virei o resto da bebida que tinha no copo e o deixei de lado, continuei a acompanhando naquela dança maluca porém divertida.

Não sei se era o efeito da bebida mas parecia que tudo estava embaçado, e meus olhos só conseguiam focar nela ali na minha frente.

[...]

Eu tinha acabado de beber mais um copo da noite, já era 00:20.

Depois de ter dançado um pouco com a Millie, eu fui chamado pro beer pong e joguei um pouco, depois perdi Millie de vista. Já estava um pouco alterado, mas não bêbado.

─ Ou, Finn! ─ ouvi.

Olhei para o lado e Charlie vinha em minha direção.

─ Tô vazando, vai ficar?

─ Vou.

─ Então fica de olho na Millie, ela não quer ir comigo. Ela tá perto da piscina.

─ Beleza.

─ É nois, depois a gente se fala.

Concordei e ele saiu.

Comecei a caminhar até a área de piscina e avistei Millie sentada com os pés dentro d'água.

─ Cadê a Sadie? ─ Perguntei assim que cheguei.

Antes de ir pro beer pong eu fiz questão de deixar Millie com Sadie, para ela não ficar sozinha.

─ Ela sumiu com um garoto. Não faço ideia pra onde. 

─ Charlie foi embora.

─ Eu sei.

─ Por que não foi com ele?

─ Não quero voltar para casa, não agora.

Ficamos em silêncio, apenas curtindo a presença um do outro e ouvindo a música que estava passando.

─ Quer fazer uma coisa?

Quebrei o silêncio.

─ O que?

─ Vem comigo. ─ levantei e estiquei a mão para ela pegar.

Ela segurou e eu entrelacei nossos dedos nos guiando para fora da casa.

─ Onde vamos?

─ Sair um pouco da realidade. Depois você avisa a Sadie, confia em mim.

Eu sabia que ali perto tinha um parque ideal para picnic, ele era bem bonito. Era bem pertinho.

─ Deita. ─ falei.

Deitamos no gramado e ficamos encarando as estrelas.

─ Por que me trouxe aqui? 

─ Não sei, é legal ficar olhando pro céu então achei que iria gostar. 

Ela virou o rosto e passou a encarar o céu.

─ É bem bonito.

─ É, sim.

─ Quando eu era pequena eu gostava de ver o pôr-do-sol, meu pai viaja para a Califórnia com a gente e nós íamos a praia. Depois ele nunca mais fez isso, então eu parei de ver o pôr-do-sol.

─ Por que?

─ Se tornou chato ver sozinha, não tem a mesma magia sabe.

Eu estava a encarando, fixamente, e admirando aquela sua beleza.

─ Millie?

Ela se virou para mim, esperando eu falar.

O que eu falaria? Por que eu chamei ela? Eu nao tinha nada para falar, nada mesmo. 

Então eu segurei em seu queixo e deixei um selinho em seus lábios, e logo me afastei caso ela recusasse a continuar, não me afastei totalmente, apenas o suficiente para encarar seus olhos.

Ela colocou uma de suas mãos em meu rosto e me puxou para continuar o beijo. Então eu retribui com vontade. Estava esperando esse momento.

Se separamos por um tempo para pegar fôlego mas logo continuamos. 

Eu a coloquei por cima de meu corpo e continuei deitado acariciando sua cintura com uma mão e sua nuca com a outra.

─ Finn… ─ ela chamou, enquanto eu descia o beijo para seu pescoço. ─ O Charlie, ele pode saber.

─ Ele só vai saber se um de nós contarmos. ─ Dei um selinho em seu lábio e pisquei com um olho só.

─ E se ele descobrir? É arriscado.

─ Relaxa, ele não vai.

Millie pensou por um tempo, sorriu e logo voltou a me beijar.

Era arriscado, mas eu adoraria correr esse risco com ela.