P.O.V Jessica Moore
Em um minuto seus lábios tocavam os meus com delicadeza, no seguinte foram substituídos por desejo e luxúria em uma dança totalmente harmoniosa.
— Eu não vou me desculpar por isso. – sussurra, quando enfim se afasta em busca de ar.
Um suspiro escapa por meus lábios entreabertos a fim de tentar reorganizar meus pensamentos em algo racional que não fosse a proximidade do seu corpo.
— Eu... – começo a dizer, sem saber ao certo onde queria chegar.
— Só mais um pouco, okay? – pergunta, um sorriso despontando do canto de seus lábios.
A falta de palavras de minha parte simplesmente me obrigou a puxá-lo novamente pela camisa, colando nossos lábios. Suas mãos trataram de agarrar minhas coxas e puxar-me para seu colo, enquanto ele andava em direção ao sofá. Assim que Justin acomoda-se comigo, trato de rebolar em seu colo enquanto suas mãos exploram minha cintura, puxando meu quadril em direção ao seu.
— Você tem certeza disso? – pergunta, quando tivemos que parar nosso beijo devido a falta de ar.
— Não faça com que eu me arrependa disso. – ameaço, olhando profundamente em seus olhos.
— Eu jamais faria algo deliberadamente para te machucar. – sussurra, olhando fixamente em meus olhos.
Vejo em sua íris cor de mel a mesma insegurança que com certeza as minhas castanhas também passavam. O medo de falhar, a incerteza do que viria a seguir e principalmente, a hesitação que permeava ao nosso redor das consequências que nosso envolvimento poderia causar, ainda mais para mim.
— Justin, eu... Nunca... – começo a falar, encolhendo os ombros em seguida.
Vejo seus olhos estreitarem-se levemente e de repente assustarem-se com a constatação do que eu sugeria.
— Nunca? Nada? – indaga, os dedos deslizando suavemente por minhas costas.
Seu toque era leve e quente, produzindo pequenos arrepios por onde passavam. Era nítido a extrema mudança em seu comportamento com minha revelação. O que antes era urgente, voraz, passou a ser delicado e calmo.
— Não. – respondo com um fio de voz.
Justin concorda com a cabeça e coloca uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha. Puxa-me pela cintura, de modo que me ajeito melhor em seu colo e ficamos cara a cara. Sua respiração quente bate contra a minha enquanto sua mão explorava minha cintura por baixo da minha blusa.
— Não quero que faça nada sem pensar. Apenas por fazer ou por achar que é obrigada a isso. – garante, encostando o nariz ao meu.
Fecho os olhos por uns instantes, apreciando aquela proximidade e contato. Aproveito para passar os braços por seu pescoço e deslizar as unhas por seu cabelo.
— Obrigada por isso. – devolvo, abrindo os olhos em seguida e o encarando.
— Podemos apenas ficar assim. Apreciando a companhia um do outro. Trocando carinho, o que você quiser. – diz, fechando os olhos em seguida.
— Eu quero isso. Muito. – garanto, puxando-o pela nunca para me beijar.
Parecia que os momentos em que nossas bocas estavam coladas, nada mais existia. Nada poderia atrapalhar o que era nosso e estávamos protegidos de tudo, quando estávamos assim, nos braços um do outro.
(...)
O sol ameaçava entrar por algumas frestas da cortina, quando enfim despertei e percebi estar em minha cama, sozinha. Passo a mão pelo rosto, tentando me lembrar como e quando vim parar aqui e por que Justin não estava ao meu lado, porém todos esses pensamentos foram interrompidos pelo meu despertador do celular, que percebi estar carregando na cômoda ao meu lado.
Ao pegar e desativar percebo que havia algumas mensagens de texto não lidas. A que mais me chamou a atenção foi a dele:
“Bom dia, Jess. Desculpe sair tão cedo, daria o que fosse preciso para ficar mais um pouco dormindo com você, mas fui chamado cedo para o estúdio. Acho que nossa turnê começará logo, mal posso esperar por essa aventura com você.
Espero que tenha tido uma boa noite, assim como a minha. Nós vemos em breve no estúdio :)”.
Um sorriso involuntário escapa por meus lábios e de repente eu sentia como se estivesse prestes a ter o melhor dia da minha vida.
(...)
A cidade parecia mais agitada do que de costume, quando sai do nosso apartamento em direção ao estúdio. Não encontrei Caroline desde o dia anterior, mas havia recebido uma breve mensagem sua enquanto tomava café da manhã, garantindo-me que estava bem e que iria dormir em casa essa noite.
O caminho até o estúdio foi tranquilo e aproveitei para caminhar até lá e consequentemente, me exercitar. Já que eu precisava tanto estar apta fisicamente para as coreografias. O tempo pareceu transcorrer rápido e quando me dei conta entrava correndo pelo estacionamento.
— Bom dia. – cumprimento a equipe conforme os encontro pelo corredor.
Nick foi o último que vi e parecia sempre o mais empolgado em me ver. Cumprimentando-me com um forte abraço, mesmo com a minha ressalva e avisos sobre o estado em que eu me encontrava quando cheguei.
— Como passou a noite? – pergunta, puxando assunto enquanto buscava toalhas para a equipe.
— Bem. – respondo, um sorriso despontando no canto dos meus lábios.
— Sei... – deixa escapar, rindo.
— Sabe o que? – indago, andando até ele.
— Nada. – deu de ombros. – É só que o Justin teve o mesmo sorriso quando fiz esta pergunta a ele. – confessa, sussurrando a última parte.
Sinto-me corar imediatamente e não posso evitar me entregar tão abertamente.
— Relaxa. Seu segredo está seguro comigo. – garante, piscando em minha direção.
— Não sei sobre o que está falando. – devolvo, sorrindo para ele e dando lhe as costas em seguida.
Sua risada alta e enérgica toma conta do ambiente, quando trato o assunto por encerrado e tomo meu posto no meio do balé.
(...)
O resto do ensaio transcorreu bem e Justin apareceu próximo do fim, acompanhando por outro homem de cabelos castanhos e barba.
— Olá, pessoal. Meu nome é Scott, mas podem me chamar de Scooter. Sou empresário do Justin e vim anunciar para vocês que estaremos saindo em turnê no próximo mês. O Nick tem me deixado a par do desenvolvimento de vocês e estou muito ansioso para fazermos isso juntos. – anuncia, passando rapidamente os olhos por nós. – Principalmente pelo o tão esperado solo de uma bailarina especial com nosso astro. – diz, apertando o ombro de Justin que estava ao seu lado, ao mesmo tempo que fixava os olhos sobre mim rapidamente.
Sinto as bochechas arderem e Nick puxa uma salva de palmas, extremamente animado com o comunicado de Scooter. Após mais algumas trocas de amenidades, o empresário de Justin deixa a sala acompanhando de Nick e todos começam a se dispersar e resolvo que também já devo ir, pois Justin parecia inquieto e não muito disposto a companhia.
— Vai sair sem falar comigo? – questiona as minhas costas, fazendo-me virar para olhá-lo.
— Achei que não quisesse companhia. – respondo dando de ombros.
— Por que acha isso? – indaga, cruzando os braços.
— Sei lá, você parece distante, inquieto... – digo, balançando a mão em sua direção.
O mesmo descruza os braços e dá de ombros.
— Só estou ansioso. Isso não é motivo para fugir de mim. – rebate, aproximando-se mais.
— O que está fazendo? – alardo, aumentando levemente o tom de voz.
— Quero te dar um beijo. – responde, como se fosse óbvio, com a mão já na minha cintura.
— Eu percebi, mas não aqui. – censuro, desviando levemente de sua mão.
— Por que? – pergunta, confuso.
— Se um vídeo nosso dançando que vazou daqui já causou tanto burburinho, imagina um vídeo da gente se beijando. – falo, sussurrando a última parte.
Justin ri e concorda com a cabeça. Mas ainda sim leva a mão até a minha, entrelaçando nossos dedos e levando-me pelo corredor oposto ao que estávamos, até uma sala de descanso. A mesma possuía alguns pufes, colchonetes e uma cama de casal.
— Agora que estamos em um local reservado. Que tal aquele beijo? – sugere, trancando a porta em seguida.
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